História dos cuidados paliativos no fundão - III Parte

Por António Lourenço Marques Gonçalves | 16/08/2012 | Arte

HOSPITAL DO FUNDÃO

SERVIÇO DE MEDICINA PALIATIVA

CRONOLOGIA (1992-2010)

 

Pelo seu pioneirismo, publica-se, em quatro artigos, a história factual da Unidade de Tratamento da Dor D. Eva Nunes Corrëa, do Hospital do Fundão, que deu origem ao Serviço de Medicina Paliativa do Centro Hospitalar Cova da Beira. Cada artigo desenvolve um dos seguintes capítulos:

 

I - Formação do Serviço

II - Formação no Serviço

III - Trabalhos publicados

IV - Reflexos na Imprensa

 

III

TRABALHOS PUBLICADOS

(Sobre o acervo de publicações que envolvem a Unidade de Tratamento da Dor do Hospital do Fundão e o Serviço de Medicina Paliativa do Centro Hospitalar Cova da Beira, publicam-se dois artigos. Neste, que constitui a terceira parte do trabalho integral, faz-se referência aos trabalhos de índole científica e de divulgação da atividade. Os três trabalhos iniciais aqui referidos foram publicados antes da fundação da UTD. Demonstram, no entanto, o interesse pela problemática dos doentes em fim de vida, que o autor viria a desenvolver com a criação da Unidade de Tratamento da Dor do Hospital do Fundão, em 20 de Novembro de 1992).

 

1990

  • A. Lourenço Marques. “Para a História da Morte no Século XVI - A Certificação da Morte em Amato Lusitano e as Novas Artes de Morrer em Frei Heitor Pinto”. Cadernos de Cultura “Medicina na Beira Interior - da Pré-história ao Século XX”, n.º 2, Castelo Branco, Junho, 1990.

 
 1991

  • A. Lourenço Marques. “A Medicina e o Médico perante o Doente Moribundo e Incurável, no Século XVI - Testemunhos de Amato Lusitano“. Cadernos de Cultura Medicina na Beira Interior - da Pré-história ao Século XX, n.º 4, Castelo Branco, Outubro, 1991.

 

1992

  • A. Lourenço Marques. “A Realidade da Dor nas Curas de Amato Lusitano”. Cadernos de Cultura Medicina na Beira Interior - da Pré-história ao Século XX, n.º 5, Castelo Branco, Outubro, 1992.

 

1993

  •  A. Lourenço Marques. Nos Limites da Dor. Castelo Branco, 1993.
  • A. Lourenço Marques. “A Dor nos Finais do Antigo Regime” - Cadernos de Cultura Medicina na Beira Interior - da Pré-história ao Século XX, n.º 6, Castelo Branco, Maio, 1993.

 

1994

  • A. Lourenço Marques.“O Tratamento Ambulatório da Dor Oncológica”. Notícias Médicas, O Médico Prático, Ano XXIII, n.º 2202, Abril, 1994.
  • J. Luis Portela; A. Lourenço Marques.“Dor Oncológica - Bases Clínicas e Tratamento Farmacológico”. In: Luís Portela; L. Aliaga (Ed.) Dor Crónica Rebelde. Permanyer Portugal, 1994, p. 81-90.
  • A. Lourenço Marques. “A Velhice no Tempo de Amato Lusitano” - Cadernos de Cultura Medicina na Beira Interior - da Pré-história ao Séc. XX, n.º 8º, Castelo Branco, Outubro, 1994.

 

 1995

  •  Maria Augusta Silva. Em Nome da Vida – Portugal e o Cancro. Editorial Notícias, 1995 (Capítulo: Dor – Unidade Pioneira no Fundão, p. 205-209).
  • A. Lourenço Marques. “À procura da idade do Cancro nas Centúrias de Amato Lusitano”. Cadernos de Cultura “Medicina na Beira Interior - da pré-história ao séc. XX”, n.º 9, Outubro, 1995.

 

1997

  • A. Lourenço Marques; Celina Gonçalves. “Unidade de Tratamento da Dor do Hospital Distrital do Fundão - organização, funcionamento e resultados, 1993-1996”. Notícias Médicas, n.º 2401, 1997, p. 6- 7.

 

 1998

  • A. Lourenço Marques. “Unidade de Tratamento da Dor (Medicina Paliativa) do Hospital do Fundão (1993-1997) ”. Notícias Médicas n.º 2512, 1998, p. 7.

 

 1999

  • A. Lourenço Marques; Gabriela Valadas; Lurdes Borges. “Terapêutica da Dor, uma sensibilização necessária”. Revista de Saúde Amato Lusitano, Ano 3, Nº 8, 1999, Castelo Branco, p. 7-12.
  • A. Lourenço Marques. “À face da Dor”. In: Mário Caeiro (Ed.) Um cálice de dor. Biblioteca Municipal de Lisboa, 1999, p. 33-37.
  • Colectiva de Artes Plásticas – Outras visões da Dor. Universidade da Beira Interior, 1999. (Representados: Ana Galvão; Artur Bual; DinAguiar; Gil Soeiro; Isabel Laginha; Mário Silva; José Cândido; José Conceição; Manuel Barroco; Ribeiro Farinha (coordenador).

 

 António Salvado In: Colectiva de Artes Plásticas – Outras visões da Dor:

 “a dor não é uma flor a dor é uma raiz” Paul Monette

 ……………………………………………………

“…pois quando perdem o sentido as mãos

e alcançam o limite do vazio;

os olhos frios dissipando o brilho

entram em convulsão no nevoeiro;

o pensamento confundindo imagens

pára suspenso como inútil coisa;

o coração a latejar infrene

faz naufragar a directriz do sangue;

- então, tudo se aderna fatalmente

na cal do lar: extingue-se a lareira,

ruem paredes, secam as ramagens,

uma sombra de breu invade a luz,

e ela corrói o madrugar volúvel.

 ……………………………………………………

Porém, sulcam o céu algumas aves

felizes que desconhecem a noite:

voltejam, rodopiam, a triunfar…”

 …………………………………………………..

  •  Daniel Cartucho (Ed.) Dor Oncológica e Unidades de Dor. Unidade de Tratamento da Dor do Hospital Distrital do Fundão, 1999.

 

 LIVRO

DOR ONCOLÓGICA E UNIDADES DE DOR

 Índice

I – Confluências

 Ribeiro Farinha

Dor Indizível - 8

António Salvado

A Dor não é uma Flor é uma Raiz - 9

Daniel Cartucho

Da Génese de um Símbolo - 10

A. Lourenço Marques

Nos Limites da Dor - 11

Maria Augusta Silva

«Chorar de Raiva pelo meu País» - 13

A. Lourenço Marques

À Face da Dor - 15

Visita à Unidade de Tratamento da Dor de Sua Ex.ª o Presidente da República – 18

 II - I Encontro sobre o Estudo e o Tratamento da Dor

 Programa do I Encontro sobre o Estudo e o Tratamento da Dor - 21

Comissão Organizadora

O Problema da Dor Oncológica e as Razões do Evento – 25

A. Lourenço Marques, Daniel Cartucho, Lurdes Borges, Eugénia André, Odete Miranda, Isabel Marques, Nelson Seabra

Objectivos - 28

J. Reis Nunes

Um Bem para a População – 29

J. Santos Silva

Depositária de um Património – 30

III - Unidades de Dor e Dor oncológica

 C. Muriel Villoria

Unidad del Dolor en el Enfermo Canceroso Terminal - 35

José Luís Portela

 Terapêutica da Dor em Portugal – 52

Zeferino Bastos

Unidade de Dor Crónica Oncológica do IPOFG-Centro do Porto – 55

Paula Capelo e Fernanda Curado

A Consulta da Dor do Centro Regional de Oncologia de Coimbra – 58

Victor Coelho

Dificuldades e Esperança no Tratamento da Dor – 60

Gabriela Valadas, Lurdes Borges, Lurdes Soares, Daniel Cartucho, A. Lourenço Marques

Experiência na Terapêutica da Dor no Hospital do Fundão – 62

Rita Resende

Terapêutica da Dor no Hospital Amato Lusitano – 70

A. Lourenço Marques

Unidades de Tratamento da Dor: que Possibilidades ou Dificuldades? – 71

Isabel GaIriça Neto

A Interface do Tratamento da Dor e a Medicina Paliativa – 75

Fernando Paulouro Neves

A Imprensa e a Desocultação da Dor – 77

Daniel Serrão

A Dor Humana e o Mistério do Sofrimento – 79

Pe. Victor Feytor Pinto

O Sentido Humano do Alívio da Dor - 84

Conclusões do I Encontro sobre o Estudo e o Tratamento da Dor - 86

 
 

 2000

  • J. L. Portela; A. Lourenço Marques. “Princípios básicos no tratamento da dor no cancro”. In: F. Calis (Ed.) Carcinoma da Próstata -Perspectiva Actual. Lisboa 2000, p. 263-274.
  • Fernando Melo. “Forçar o Progresso” (entrevista ao director da UTD). Boletim da Ordem dos Médicos (Temático: Cuidados Paliativos em Fim der Vida). Ano 16, Nº 14 Março/Abril 2000, p. 14-15.
  • A. Lourenço Marques. “Tratamento da dor oncológica”. Mundo Médico, Ano 2 - nº 10 - Maio-Junho 2000, p. 10-12.
  • A. Lourenço Marques. “Interdisciplinaridade em Cuidados Paliativos – o ponto de vista do médico”. In: Dossier Cuidados Paliativos. Sinais Vitais, Formasau, Coimbra, 2000, p. 125-136
  • Vasco Rodrigo. “O ponto de vista do Enfermeiro”. In: Dossier Cuidados Paliativos. Sinais Vitais, Formasau, Coimbra, 2000, p. 137-139.

 

 

2001

  • A. Lourenço Marques. “Unidade de Tratamento da Dor (medicina paliativa) do Hospital do Fundão: Um Serviço que se afirma”. Notícias Médicas, nº 2680, 21.03.2001, p.p. 7-8.
  • A. Lourenço Marques.“Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital do Fundão”. Tempo Medicina, nº 885, 16.07.01, p. 12 e 13.
  • A. Lourenço Marques. “Comunidades de cuidados continuados”. In: Política da Saúde e Solidariedade Cristã. Actas dos XIII e XIV Encontros Nacionais da Pastoral da Saúde. Edição Paulus Editora, 2001, p. 265-275
  • A. Lourenço Marques. “Amato Lusitano e o uso da palavra médica na tradição hipocrática”. Cadernos de Cultura Medicina na Beira Interior - da pré-história ao séc. XXI, n.º 15 - Castelo Branco, Novembro, 2001, p. 25-29.

 

 2002

  • A. Lourenço Marques. “Tratamento da Dor e Medicina Paliativa – A Experiência do Hospital do Fundão no ano 2001”. Revista de Anestesia Regional e Terapêutica da Dor. CAR, Suplemento “Boletim Dor”, N.º 8, Junho 2002.
  • A. Lourenço Marques. “O bom uso do Tramadol”. Testemunhos sobre Tramadol, N.º 8. Fundação Grunenthal, (Outubro de 2002).
  • António Salvado. A Dor. Fundão. 2002.

 

 2003

  • A. Lourenço Marques. “O Homem e a Dor: História, Cultura e Religião”. António Salvado (Ed.) Estudos de Castelo Branco, Castelo Branco, Janeiro 2003, p. 178-185.
  • A. Lourenço Marques.“Ética no tratamento da dor”. In: Ver hoje a dor neuropática no futuro. Impremédica, 2003.
  • A. Lourenço Marques. “Serviço de Medicina Paliativa do Centro Hospitalar da Cova da Beira – Uma década de actividade (1992-2002) ”. Revista de Saúde Amato Lusitano, Castelo Branco, 2º Trimestre de 2003, Ano VII, n.º 12, p. 17-20.
  • Isabel G. Neto; A. Lourenço Marques. Dor e Cuidados Paliativos. Permanyer, 2003.
  • A. Lourenço Marques. “O dever de aliviar a dor e o acesso aos opióides”. In: A. Lourenço Marques; Isabel Galriça Neto (Eds) Dor e Cuidados Paliativos. Permanyer, 2003, p. 23-32.

 

2004

  • Isabel Galriça Neto; Edna Gonçalves; António Lourenço Marques. “Cuidados Paliativos com rigor e qualidade”. Tempo Medicina, N.º 1013, 22 de Março de 2004.
  • Consenso do Funchal – Dor Oncológica. Pain Associates International Network (P.A.I.N.) 2004 (participação do director do Serviço).
  • A. Lourenço Marques. “Dor e Cuidados Paliativos”. Saúde e Bem-Estar. Número 127, Novembro de 2004, p. 44-46.
  • Gina Agostinho. "O alívio da dor nos últimos dias". In: 10º Congresso Multidisciplinar de Oncologia.  Ed. do I Curso de Pós Graduação em Enfermagem, Coimbra, 2004, p. 151-136.
  • A. Lourenço Marques. "Morrer sem dor?". In: 10º Congresso Multidisciplinar de Oncologia. Ed. do I Curso de Pós Graduação em Enfermagem, Coimbra, 2004, p. 127.130.
  • António Salvado. "Hoje, o inverno". In: 10º Congresso Multidisciplinar de Oncologia. Ed. do I Curso de Pós Graduação em Enfermagem, Coimbra, 2004..
  • Célia Gil. "Intrusa indesejada". In: 10º Congresso Multidisciplinar de Oncologia. Ed. do I Curso de Pós Graduação em Enfermagem, Coimbra, 2004, p. 88-92.
  • A. Lourenço Marques. “Controlo do sintoma dor”. InformaDor, Fundação Grunenthal, Novembro de 2004, Número 02 – informador@grunenthal.pt.
  • A. Lourenço Marques. “A assistência aos moribundos no início do século XIX à luz de um texto religioso da época”. Cadernos de Cultura Medicina na Beira Interior – da Pré-história ao Século XXI, N.º 17, Castelo Branco, Novembro de 2004, p. 45-52.

 

 2005

  • “Cuidados Paliativos – Um cuidar que se impõe” – Magazine Enfermeiro, Ano 1, N.º 1, Abril, 2005,
  • Catálogo A Arte ao Serviço da Vida uma voz dos cuidados paliativos para a exposição com o mesmo nome organizada pela Associação Nacional dos Cuidados Paliativos e pelo Serviço de Medicina Paliativa para comemorar o 50º. Aniversário do Hospital do Fundão e o 1º Dia Mundial dos Cuidados Paliativos (Biblioteca Eugénio de Andrade – Fundão). (Representados: Fernando Infante; Gil Soeiro; Jorge Xavier Morato; José Narciso; Luis Teves; Mena Brito; Ribeiro Farinha (coordenador); Soares Branco; Vitoralves).

 

António Salvado (Do Catálogo):

“Mesmo no fundo…”

 Mesmo no fundo aterrador do poço,

sem erma claridade,

d’uma ligeira luz, acre lugar

que cinja, que lanceie como fogo,

algo se , difuso mas raiado.

 

 Uma agulha secreta d’o que foi

instante vicejante,

picando (do que resta) a cor do sangue,

não deixa terminar, humilde sopro,

o latejar do coração   em pranto.

 

Tacteiem-se degraus

esconsos, vacilantes, entre pedras

e entre viscosos líquidos ferais:

ao alto  a bacidez perdeu a névoa

e as mãos chegam aos bordos   arrojadas.”

 

2006

  • A. Lourenço Marques. “Sentir Dor no tempo de Amato Lusitano”. Cadernos de Cultura Medicina na Beira Interior – da pré-história ao século XXI, N.º 20, Novembro 2006, p. 41-45.

 

 2009

  • Marques L.; Gonçalves E.;Salazar H; Neto I; Capelas M;Tavares M; Sapeta P. O desenvolvimento dos Cuidados Paliativos em Portugal. Patient Care, Outubro, 2009, p. 32-38.
  • Estela Landeiro. “Uma reverência à vida e à morte”.

 

2010

  • Neto I. G.Palliative care develpment is well under way in Portugal. European Journal of Palliative Care, 2010; 17(6)
  • A. Lourenço Marques. “Mais Vida”. In: Isabel Galriça Neto (Ed.) Cuidados Paliativos – Testemunhos. Aletheia Editores, 2010, p. 49-56
  • António Lourenço Valente Gonçalves. “Prosseguir”. In: Isabel Galriça Neto (Ed.) Cuidados Paliativos – Testemunhos. Aletheia Editores, 2010, p. 57-60.
  • José António Pinho. “Existem amores-perfeitos”. In: Isabel Galriça Neto (Ed.) Cuidados Paliativos – Testemunhos. Aletheia Editores, 2010, p. 171-180.

 

Fim da terceira parte