HISTÓRIA DO PROJETO DE LEI ORGÂNICA DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA: "TEMPESTADES E DÚVIDAS ACIDULANTES?" - PARTE XXXVII (Felipe Genovez)

Por Felipe Genovez | 14/02/2018 | História

DATA: 22.09.2016, horária: nove horas e quinze minutos, estava na Corregedoria da Polícia Civil e no momento que acordei pela manhã me veio como um flash a imagem do Delegado "Carlão".  Não sei por quê, mas lembrei que na última conversa que tivemos na sua sala, num determinado momento tinha comentado alguma coisa sobre os "Delegados" que levam e trazem informações para o Delegado-Geral Nitz, que jogam o verde para colher o maduro, deixam a corda solta só para colher informações quentes.  Bom, lembrei que quando tinha acabado de externar esses meus pensamentos notei que "Carlão" se retorceu na cadeira, ficou um pouco rubro, em frações de segundo não pareceu muito à vontade. Naquele momento procurei "guardar a imagem" e continuei ao sabor das minhas palavras, porém, em silêncio pensei: "Será que meu dileto amigo também poderia ser um leva e trás para o Delegado-Geral? Ou, então, será que ele acabava dando com a língua nos dentes quando participava das suas rodas de chimarrão, ou nas viagens pela Corregedoria? Sinceramente, não saberia responder, só o tempo. Mas tinha aquele fato que ele só me contou na nossa segunda conversa, ou seja,  quando conversou com Nitz para saber quem foram os responsáveis por colocar pilha no Secretário Grubba para que fosse determinada investigações para apurar minha conduta na condução de um processo disciplinar (também Ester e Ivo Otto Klein, este já falecido), sim ele havia pensado que tinha me contado na nossa conversa anterior, mas isso não tinha ocorrido, então ele não pôde deixar pela metade essa informação e abriu o verbo, deixando claro que teria sido obra dos Delegados M..F. e A. P. D." (sim, era possível, muito embora tivesse dúvidas...), e não pude deixar de pensar novamente no meu artigo 'Maquiavel no Inferno', pois quando o publiquei pressenti que poderia vir a me incomodar, dito e feito".  Lembrei da Delegada Magali que no nosso último encontro,  depois da nossa conversa, teria ido correndo relatar tudo para o Delegado Ulisses e deu no que deu, ou seja, o Presidente da Adepol me escrevendo e tentando se justificar e ao mesmo tempo destilando ácido em sua defesa, partindo para o contra-ataque. Na conversa com o Delegado-Geral Nitz ele próprio disse que a Delegada Regional Magali contava tudo, que não dava para falar nada para ela que vinha correndo contar tudo o que ouviu. Pensei na gratificação de nove mil reais que Magali recebia da "Jari" (junta de julgamento de recursos de infrações de trânsito), cumulando a gratificação do cargo de DRP, da sua amizade com a proprietária de uma fábrica de placas em Balneário Camboriú e que possuía residência em Miami – EUA..., tudo legal normal. Depois lembrei da Delegada Ester que comentou que se sentiu traída pelo Delegado "Carlão", pois quando o mesmo presidiu uma sindicância investigatória para apurar a sua conduta e de mais outros dois Delegados, teria jurado de pés juntos que no relatório final tinha pedido o arquivamento do feito. Ester inicialmente disse que ficou tranquila, acreditando que seria verdade, só que quando foi conferir o tal relatório final percebeu que "Carlão" tinha pedido justamente o contrário, ou seja, que fosse instaurado "processo disciplinar"  contra ela e mais os outros dois Delegados. Mas o fato que estava me consumindo naquela manhã, bom aquele que causou o "estalo" nos meus pensamentos era por que o Presidente da Adepol não havia me dado o retorno sobre o pedido de encontro para tratarmos do projeto da Lei Orgânica (depois do nosso encontro na Acadepol e da audiência de entrega do material para o Delegado-Geral Nitz). O Engraçado era que tudo isso estava ocorrendo justamente depois que tinha feito um relato a respeito do  resultado da conversa que tive com Ulisses na Academia de Polícia, especificamente, sobre o fato de ter-lhe repassado a informação de que Ulisses havia relatado para Nitz o teor do nosso encontro, inclusive, repassando o "feedback". Também, era possível que "Carlão" tivesse comentado esse fato com terceiros que foram levar "quentinho" para Ulisses as minhas preocupações com o grau de "submissão" do Presidente da Adepol para com o Delegado-Geral? Pensei, mais, ainda: "Por quê o Delegado Ulisses marcou o nosso encontro na Acadepol e não na sede da Adepol? Sim, era dia de aula e vários Delegados estavam naquele órgão por que ministravam aulas, eram professores, recebiam vantagem financeiras para estar naquele local, tudo sob as graças do Delegado-Geral e do Secretário de Segurança Pública. Bom, fiquei pensando: "É possível, assim como Magali, que tivesse havido um efeito chicote, pois "Carlão" pode ter diretamente conversado com o Delegado-Geral Artur Nitz e feito seu comentário a meu respeito e este levou os fatos ao conhecimento do Delegado Ulisses. Sim, era possível que "Carlão" estivesse  na Delegacia-Geral tratando dos seus interesses e aproveitado para conversar com Nitz sobre meus comentários a respeito do Delegado Ulisses Gabriel, um verdadeiro prato cheio, ainda mais que o Delegado-Geral deixava a corda solta e 'Carlão' não gostava de falar". Lembrei também, que numa das últimas conversas que tive com "Carlão" ele havia me dito que contou para o Delegado-Geral Artur Nitz que teve acesso ao projeto da Lei Orgânica porque eu havia repassado para ele dar uma olhada e que estava pensando em montar uma comissão para subscrever o material e entregá-lo posteriormente. Bom, nesse embalo já não duvidava que num ambiente permeado pelos "risos" e floreios, pelas conversas cordatas "Carlão" não tivesse dito mais, que essa seria uma estratégia para pressioná-lo... ?  Sim, outro prato cheio para Nitz, e não pude deixar de lembrar do Delegado Toninho que sempre foi claudicante quanto a tratar com o seu velho conhecido Delegado-Geral, considerando que já foi Delegado Regional de Curitibanos. Voltei meus pensamentos ao Delegado Ulisses, e pelo que estava percebendo, iria mandar mais um e-mail para ele na tentativa de marcarmos um encontro. Se não houvesse retorno imaginei que bem talvez teria todos os meus pressentimentos confirmados, ou seja, o efeito "Carlão" (o único com quem fiz comentários sobre o encontro com Ulisses na Acadepol), Artur Nitz e Ulisses Gabriel (bingo). Apesar disso, não tinha dúvidas a respeito da essência de "Carlão", muito embora ficasse em dúvida quanto a sua capacidade filtrar informações, no trato seletivo com colegas e de não se deixar levar pelo efeito "chimarrão".

No dia anterior tinha lido na lista de discussão dos Delegados as manifestações de colegas parabenizando o Presidente da Adepol (Ulisses Gabriel) pela vitória por unanimidade no Tribunal de Justiça de Santa Catarina na questão do agravo a decisão que havia revogada a liminar da aposentadoria integral e com paridade dos Delegados de Polícia. Depois disso, assisti o vídeo do Presidente do Sinpol (Agente Anderson Amorim) que festejava a mesma conquista da Adepol  (agravo no TJSC), só que esclarecendo que foi obra da sua entidade. Fiquei sem saber quem estaria  falando a verdade, quem estaria mentindo. Logo pela manhã tinha lido no Diário Catarinense que a vitória teria sido do Sinpol e que os  Delegados seriam beneficiados. Na coluna do Paulo Alceu (Notícias do Dia) constava que a vitória tinha sido da Adepol. Afinal, existiam dois agravos? (pensei). O fato é que Anderson Amorim estava no julgamento e Ulisses Gabriel também estaria? As felicitações na "lista de discussão da Adepol" eram muitas, e agora? (pensei).