HISTÓRIA DO PROJETO DE LEI ORGÂNICA DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA: "FOGO AMIGO E VAI QUE É MOLE!" - PARTE XLVII (Felipe Genovez)

Por Felipe Genovez | 16/02/2018 | História

DATA: Dia 28.08.2016, horário: 10:15 horas, estava na minha sala na Corregedoria da Polícia Civil e o Delegado Antonio Godoi veio  me cumprimentar, em seguida, fez um daqueles seu cafezinho na sua máquina e brindar comigo.

Horário: 11h10minh é a vez do Delegado "Carlão", que foi entrando e me trouxe seu smartphone  com uma mensagem pronta: era sobre a tramitação do seu processo de aposentadoria. Minha visita mais queria desabafar como das outras vezes. Falamos sobre o seu processo de aposentadoria e deu para perceber que estava extremamente magoado com o Delegado-Geral Nitz. "Carlão" mostrou as mensagens que trocou com Nitz no mês de outubro, em cuja ocasião tratava da lotação da sua esposa (recém-nomeada Agente de Polícia), e que estava tudo certo para ela atuar na Delegacia da Comarca de São João Batista. "Carlão" demonstrava estar nitidamente atingido moralmente, sentia-se traído, feito de bobo, pois esperava no mínimo consideração do dirigente da Polícia Civil. Acabamos jogando conversa fora, desde o tal "inquérito policial" que não presidimos sobre a representação do Delegado Procópio, até meu tempo na Penitenciária da Capital, quando fui "derrubado" numa rebelião "armada". Aproveitei aquela oportunidade para argumentar se ele sabia mais alguma novidade sobre a tramitação do projeto da "lei orgânica" e meu interlocutor disse que não estava sabendo de nada. Aproveitei para comentar que nem Ulisses e nem Nitz poderiam deixar a presidência da Adepol e a Delegacia-Geral sem antes conseguirem aprovar nossa lei orgânica (lembrei também da conversa que tive com o Delegado Rafaello Ross – DRP de Mafra). "Carlão" meio que concordou, mas desconversou, não querendo emitir um juízo de valor, muito embora devíamos pensar a mesma coisa: "noves fora", o assunto estava sendo sepultado ou já estava. Vaticinei: "É, mas a história os julgará!" Aquilo poderia soar meio que messiânico, mas não poderia ser diferente, pois existiriam "crimes institucionais" decorrentes de omissões... Ao final, arrematei: "...é muito fácil ser forte com os fracos, mas outra coisa é ser forte com os fortes". Depois que encerramos a conversa e falei sobre a árvore dos frutos envenenados, para tratar da representação sobre o tal "inquérito policial", minha visita se retirou e eu fiquei pensando: "Gente boa esse 'Carlão'". 

Horário: 15:00 horas, era a vez do Delegado Darolt dar o ar de sua graça. Ele  veio me cumprimentar e ao mesmo tempo dizer que estava com o Delegado Celso (Diretor de Polícia do Litoral) para uma audiência com a Delegada Sandra Mara. Darolt, tipo "The Flash", chegou sorrindo e saiu do mesmo jeito, dizendo: "I'll be back!".

Horário: 16h10min horas, chegou a vez dos Delegados Celso Correa e Darolt virem até minha sala para os cumprimentos fraternais. Logo de início a conversa foi sobre a audiência que o Delegado T. e Celso tiveram sobre a ação por dano moral deste contra aquele. Segundo Celso, numa das tantas audiências o Delegado T. pediu desculpas para Celso, inclusive mandou uma carta formal pedindo escusas sobre as ofensas e que se quisesse que publicasse. O Delegado Celso disse que o Delegado T.. teve que pagar os honorários do seu advogado para que o caso fosse encerrado e pediu que fosse publicado no mesmo espaço (da ofensa) uma matéria, só que isso não aconteceu, ou seja, novamente T. deu uma cartada, ao invés dele publicar a nota de desculpas, mandou para que Celso o fizesse, sabendo que não o faria. Pensei comigo: "Esse T. faz coisas, nunca se pode deixar a guarda aberta, a vigilância é permanente, diferente de uma pessoa do b. c...". De certa forma ficou dúbia essa questão de T. pedir desculpas, será que realmente isso foi real ou pura estratégia? Voltei minha atenção na conversa e aproveitei para argumentar que tanto o Delegado-Geral Nitz como o Ulisses não poderiam deixar a Delegacia-Geral e Adepol sem antes aprovarem o nosso projeto de lei orgânica. Darolt interrompeu para comentar que parecia que o Delegado T. pretendia se lançar candidato à presidência da Adepol e que talvez isso fosse bom, já que fez tantas "c." e, talvez, como líder classista pudesse consertar alguma coisa. Interrompi para perguntar para Celso (no momento que saia do banheiro) se ele votaria no Delegado T. Celso imediatamente respondeu que "de jeito nenhum". Eu disse o mesmo. Celso imediatamente me questionou: "E por quê que tu não sais candidato? Se tu saíres candidato as tuas chances são grandes. Eu tenho certeza que todo mundo vai te apoiar". Aproveitei para contra argumentar: "O problema é que o Ulisses nesses dois anos trabalhou a imagem dele, ficou no 'mole', sem cobranças e agora nesses próximos dois anos o bicho vai pegar, o presidente vai ter que mostrar alguma coisa de concreto. Então, aí fica fácil para o Ulisses cair fora com a foto dele lá no mural".  Celso insistiu para dizer que o momento é para que eu pensasse sobre ser candidato. Argumentei que em fevereiro estarei aposentado e Celso reforçou: "Tá ai, melhor ainda, não vai ter o compromisso de trabalhar...". Insisti que vamos ter um alinhamento dos astros em 2018 e que até lá teremos que ter um grande projeto, seja a lei orgânica ou os subsídios  e quem estiver à frente da Adepol vai ser cobrado. Na saída, Celso reiterou mais uma vez para que eu refletisse sobre uma possível candidatura. Respondi: "Vai que é 'mole'".  Celso repetiu minhas palavras.