HISTÓRIA DO PROJETO DE LEI ORGÂNICA DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA: "A VISÃO ESPACIAL E TEMPORAL DO DELEGADO ALFREDO BALSTAEDT" - PARTE XL (Felipe Genovez)

Por Felipe Genovez | 16/02/2018 | História

DATA: 11.10.2016, horário: treze horas e dez minutos, já estava na Corregedoria da Polícia Civil e encontrei o Delegado Godoi conversando com a Delegada Sandra Mara. Procurei o cumprimentá-lo de longe, mas logo que percebeu a minha presença veio até meu gabinete para dizer que fiquei mais jovem com o cabelo cortado. Logo que sentou na minha frente comentei que iria levar o projeto da Lei Orgânica naquele dia para o Presidente da Adepol/SC. Godoi relatou que os comentários era que no início do próximo ano iria mudar as cúpulas da Segurança Pública e da Polícia Civil. Lembrei da conversa que tive com o Delegado "Carlão", sobre os "ventos das mudanças". Godoi contou que o Secretário Grubba deveria sair no início do ano e que em razão disso iria mudar tudo. Comentei que havia solicitado o retardamento de minha saída para fevereiro de 2017, quando pretendia me aposentar.

Horário: quatorze horas e quinze minutos, estava na Corregedoria da Polícia Civil e fui realizar a oitiva do Delegado Alfredo Ballstaedt na Sindicância 382/2016 (contra o Delegado M. A. ex-Dic/Joinville e, atualmente, na DPCo/São Francisco do Sul). Depois da audiência Alfredo relatou que sempre lia todos os meus artigos, inclusive, fazia questão de registrar que quase lia somente meus artigos, nada mais na rede. Depois, Alfredo me indagou se estava realmente trabalhando na lei orgânica, pois teria ouvido comentários. Respondi que no mês passado tinha feito a entrega do projeto para o Delegado-Geral e Presidente da Adepol. Peguei um exemplar que estava em cima da minha mesa e repassei para Alfredo que abriu na página onde constava a estrutura dos órgãos. Procurei tecer alguns comentários como deveria ficar a estrutura jurídica da carreira de Delegado de Polícia. Alfredo deu a entender que havia gostado das minhas explicações e foi comentando: "Bom, doutor, se é o senhor que está à frente desse projeto eu confio, porque se fosse outro". Relatei que o Delegado-Geral havia proposto que eu fosse trabalhar no gabinete e que ficasse uns dois anos trabalhando no projeto, mas que havia rejeitado o convite, optando por permanecer na Corregedoria, mesmo que isso importasse em mais trabalho e desgastes, sendo que em seis meses entregaria o projeto pronto. Alfredo me interrompeu para comentar (ao mesmo tempo colocava o dedo indicador da mão direita na altura da fronte): "Só que eles não sabiam que o senhor já tinha todo o projeto na cabeça". Acabamos rindo discretamente e eu reforcei a ideia de permanecer trabalhando na Corregedoria, ao invés de aceitar o convite de ir para a Delegacia-Geral, cumulando as funções correcionais com a construção do projeto que ficou pronto em sete meses (janeiro à final de agosto/2016). Comentei que não sabia se realmente esse era o propósito em me levar para a Delegacia-Geral ou se era me tirar da Corregedoria, oferecendo uma atividade para dois ou três anos... Alfredo soltou um riso que tinha um quê de ironia e completou: "Claro que o que eles queriam era tirar o senhor da Corregedoria". Assim terminamos nossa conversa e nos despedimos, tendo eu comentado que o tempo urgia e que o projeto de lei orgânica estava nas mãos do Delegado-Geral Artur Nitz e do Presidente da Adepol, Delegado Ulisses Gabriel.