HISTÓRIA DAS COPAS DO MUNDO E DO FUTEBOL
Por Marcela Nogueira de Souza | 27/01/2015 | HistóriaNOGUEIRA DE SOUZA, Marcela[1]
ROCHA, Marcello Pasenike[2]
HISTÓRIA DAS COPAS DO MUNDO E DO FUTEBOL
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo conhecer a história do futebol e suas origens, mais especificamente pretendeu-se compreender a origem do Futebol e sua chegada ao Brasil, verificar onde foram realizados identificando os resultados das Copas do Mundo de Futebol. Para tanto, a coleta de dados foi desenvolvida por meio de pesquisa bibliográfica em material já elaborado e publicado sobre o assunto. Os resultados obtidos permitiram concluir que o futebol é um processo histórico-cultural e como tal, foi sendo construido e modificado ao longo do tempo pelo homem na sociedade originado da intuição do homem em brincar e jogar objetos aleatoriamente transformando-se em um esporte com regras e em um elemento de identificaçao nacional, capaz de mobilizar massas de tal magnitude que são realizados torneios de 4 em 4 anos desde 1930 encolvendo todo o mundo.
Palavras-chave: futebol, história, copas do mundo de futebol.
INTRODUÇÃO
O Brasil é visto e reconhecido no mundo inteiro como o país do futebol, sendo considerado o melhor país em campo. Os jogos de futebol, principalmente os da seleção brasileira são motivo de orgulho para a população como grandes acontecimentos que chegam a “parar” o país. Dessa maneira, é comum que muitos meninos sonhem em se tornarem jogadores de futebol, seja por influência de grandes ídolos, seja pela paixão pelo time ou seleção brasileira ou pelo status e condição financeira proporcionada por esta profissão e assim, desde a mais tenra idade, começam a se encantar com o futebol arte, bonito de se ver.
Nesse sentido, entendendo a importância do futebol como elemento da cultura brasileira este estudo tem como tema a história do futebol e questiona: Como originou esse esporte e quais foram os torneios mundiais realizados de 1930 a 2010?
Dessa maneira, o objetivo geral desse artigo é conhecer a história do futebol e sua chegada ao Brasil e mais especificamente identificar os resultados e locais onde foram realizados esses torneios durante o periodo de 1930 a 2010.
Esse estudo justifica-se devido a importância social do futebol como cultura brasileira constituindo-se um elemento de identificação nacional.
Para tanto, esse trabalho foi desenvolvido por meio da pesquisa bibliográfica que de acordo com Gil (2002, p. 45) “é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Essa pesquisa fundamentou-se em livros, revistas, artigos, teses e dissertações publicados na internet sobre o assunto.
Apesar de o futebol ser o esporte brasileiro mais popular verificou-se, na revisão da literatura, que existem poucos trabalhos publicados sobre o tema havendo, portanto, a necessidade de se pesquisar e tratar do assunto a nível acadêmico.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Origem do Futebol
As raízes que fundaram e fundamentaram o futebol são consideradas muito mais antigas do que se pensa e manifestaram sob a intervenção de outras culturas, as quais se encontram muito antes da popularização deste esporte no mundo ocidental.
Através de conhecimentos históricos é possível se compreender que o interagir com a “bola” marca certa gama de culturas. No oriente, e de forma mais específica na China, é relatada uma das manifestações mais antigas do contato com a “bola” – com intenções “esportivas”. Este remonta meados dos séculos 2 e 3 anteriores a nossa Era Ocidental, na fase de governo da dinastia Han, período em que os exercícios militares eram acompanhados por uso de materiais semelhantes às bolas esportivas que conhecemos atualmente (FRISSELI e MANTOVANI, 1999).
A descrição dessas atividades com a bola na China antiga nos dá os detalhes que implicam ao incentivo do desenvolvimento físico dos militares num treinamento denominado Tsu-Chu [que significa lançar com pé (tsu) uma bola de couro (chu)]. Para isto faziam-se o uso de bolas de couro enxertadas com plumas e crinas de cavalo que, pelas descrições históricas elas deveriam ser lançadas com o pé em redes pequenas, construídas em uma base de bambu medindo cerca de 30 e 40 cm. Isto requeria dos praticantes uma habilidade expressiva, seguramente muita técnica e destreza com os pés e com o corpo (DUARTE, 2012).
Tratando-se mais ainda do princípio cronológico do futebol pode-se afirmar que desde períodos anteriores à China também é possível encontrar vestígios da prática “futebolística” – logicamente com perspectivas totalmente diferenciadas dos dias de hoje.
Neste sentido, Frisselli e Mantovani (1999) afirmam: [...] jogos com bola, especialmente os praticados com os pés, existem desde o início do homem no planeta. Algumas teorias antropológicas sugerem a prática de jogos com uma bola de granito na pré-história, e que era prática comum entre os primeiros homens a diversão chutando frutas ou mesmo crânios humanos. Essa forma de jogo pode ser considerada como o mais remoto antepassado do futebol, em sua forma mais primitiva, e apesar destas teorias carecerem de uma maior fundamentação científica, indica uma forte atração do homem desde o início dos tempos por objetos esféricos ( FRISSELLI E MANTOVANI, 1999, p. 4).
Da mesma forma, o curso histórico cultural do futebol em meados da antiguidade se fez presente em outros povos dessa época. Nos egípcios e babilônios encontram-se também vestígios do jogo em suas culturas. No Egito foram encontradas pinturas em túmulos nos quais faz referências a pessoas praticando um determinado tipo de jogo que com semelhanças ao futebol, porém o significado desta prática nessas culturas não deve ser confundido ou equiparado com as noções atuais do esporte, pois acredita-se que a conotação dada ao objeto esférico, nessas pinturas e registros, fosse religiosa, possivelmente representando o sol para os egípcios e a lua para os babilônios (FRISSELLI; MANTOVANI, 1999).
Duarte (2012) em concordância às afirmativas de Frisselli e Mantovani (1999) também relata uma prática futebolística na Grécia antiga no século 3 a.C. mencionando um jogo chamado de “epyskiros ou pheninda”[3], num campo com linha de meta, ao fundo de cada lado do campo pela qual a bola, feita de bexiga de boi, devia passar.
O decorrer do desenvolvimento destes esportes na Grécia antiga foi acompanhado por fatos de disputas e conquistas territoriais, vindo então a se fragmentar em outras culturas tais como os romanos que após conquistarem os povos gregos tomaram para si a prática dos jogos na Grécia chamando de “harpastum”[4] e a bola de “follis”[5] atuado com posições e “uniformes” distintos sendo os responsáveis pela disseminação por toda Europa e Ásia.
Com Henrique II começou a ter regras e número de participantes de acordo com a região, em Florença eram 27 jogadores de cada lado chamado de “cálcio” ainda hoje praticado (DUARTE, 2012).
Na Inglaterra medieval, por volta de 1175, o jogo com bola era um passatempo entre os bretões, os militares o praticavam entre uma batalha e outra e foi lembrado até por Shakespeare em uma peça de teatro em 1606, rei Lear (DUARTE, 2012).
No que diz respeito a outros povos, ou seja, povos que não se encontravam no eixo Europeu, existem também relatos breves sobre o costume de jogos, são descritos como jogados por índios Aztecas e por outros índios, no Chile e na Patagônia (FRISSELLI; MANTOVANI, 1999). Duarte (2012) relata também que no Haiti em 1400 a.C. o futebol era chamado de Tlachti[6] praticado com bola de borracha. No México, o líder do time perdedor era oferecido em sacrifício aos deuses.
Infelizmente, os primeiros europeus em continente americano pouco se importaram em escrever relatos sobre as atividades de lazer dos nativos e locais e em sua ânsia para saquear os tesouros do novo continente, provavelmente tenham até destruído alguns relatos sobre o jogo; porém é certo que os jogos com bola, sendo ou não semelhantes ao futebol atual, nas Américas, eram muito populares entre os índios e tinham um caráter recreativo e não violento como na Europa (FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 6-7).
É importante então compreender que desde os primórdios da história humana as atuações esportivas sempre estiveram presentes, estas atuações se variaram em jogos e conseqüentemente não excluíram a prática de características similares ao que conhecemos como sendo o futebol nos dias atuais. No decorrer dos tempos ela sofrera interferências culturais com significações variadas chegando por fim na Era Moderna, sendo um jogo o qual se fixou como parte da identidade dos povos modernos e pós-modernos (FRISSELLI e MANTOVANI, 1999).
No século 18, na Inglaterra o esporte adota o nome football[7] é praticado por jovens de famílias tradicionais que jogavam rúgbi e criquete[8] e suas regras são elaboradas em 1863, ano que marca a trajetória histórica do futebol no mundo, pois é concretizada a separação do Rugby[9] com o Futebol, devido a discordâncias quanto ao uso ou não das mãos surgindo então a primeira associação com cunho específico para a profissionalização e divulgação do novo esporte a The Football Association[10] (FRISSELLI e MANTOVANI, 1999; DUARTE, 2012)
Até este período prescrito de 1863 o futebol ainda se mantinha aliado às questões de amadorismo, acabara de desmembrar do Rugby e a sua ascensão se difundia praticamente nas camadas populares operárias e sobretudo havia indefinições técnicas na forma de se praticar tal esporte. Entretanto a prática do futebol como esporte também havia se iniciado em algumas escolas espalhadas na Inglaterra em décadas anteriores onde inúmeras e diferentes regras que surgiram nos diversos colégios em que o futebol já era praticado impuseram a necessidade de regulamentação definida em uma reunião na Freemanson’s Tavern[11], sediada na Great Queem Street[12] (FRISSELLI; MANTOVANI, 1999).
O primeiro jogo internacional foi entre a Escócia e a Inglaterra em 1872 e a figura do árbitro surge em 1868, já a figura do gandula teve sua origem no Japão com os escravos pegando as bolas chutadas pelos nobres na prática do kemari[13] (DUARTE, 2012).
2.2 O Futebol chega ao Brasil
Existe mais de uma versão sobre a chegada do futebol ao Brasil, sabe-se que o paulistano Charles Miller trouxe em 1894 ao país um jogo de uniformes e um objeto esférico o qual os ingleses chamavam de ball (bola) difundindo o esporte praticado inicialmente pelas elites brancas.
Todavia, segundo outras versões de historiadores, o futebol já era praticado pelos marinheiros estrangeiros inclusive numa exibição à Princesa Isabel. Há relatos também dessa prática no Colégio Anchieta, em 1886, por influência dos jesuítas e da introdução do esporte por um escocês Thomas Donohoe que estava no Brasil para implantar uma fábrica têxtil em Bangu teria se antecipado a Miller. No Pará em 1890, praticado por funcionários ingleses de uma Companhia. Há ainda outras versões, todavia o crédito dado a Miller é a mais difundida (COSTA, 2009).
Segundo Magalhães (2010), Charles Miller, hoje tido como pai do futebol brasileiro, filho de um importante industrial inglês trouxe da Inglaterra onde havia estudado, um par de chuteiras, uma bola, uma bomba para enchê-la de ar e o livro de regras do esporte introduzindo o perfil competitivo do futebol bem como as regras fundamentais para sua expansão.
Os imigrantes ingleses que chegavam para trabalhar nas novas indústrias foram os primeiros jogadores de futebol, que disseminou rapidamente pela elite paulistana, tornando-se um meio de confraternização no beco paulista no bairro do Brás, primeiro campo oficial. Magalhães (2010) ressalta que, ao contrário, na Inglaterra o futebol era um esporte da classe operária utilizado para extravasar insatisfações do operariado explorado.
No Rio de Janeiro foi implantado por Oscar Cox[14] que também havia retornado da Europa e que percebeu a importância dos clubes (times) para o futebol.
[...] nasceram, daí, os primeiros clubes. Muitas agremiações tradicionais, como o Flamengo (Rio de Janeiro) e o Vitória (Bahia), foram criados nos anos 1890, mas como clubes de regatas, no caso do time carioca, e clube de críquete, no caso do Vitória. O gaúcho Rio Grande, em 1900, foi o primeiro clube criado para a prática do futebol, seguido pela Ponte Preta, de Campinas, no mesmo ano. O fluminense foi criado em 1902 e o primeiro campeonato - o paulista - aconteceu em 1902 e é disputado até hoje. Três anos depois, o campeonato baiano teve sua primeira edição e, no ano seguinte, o carioca debutou. Assim, os estaduais foram “pipocando” pelo país: o mineiro, em 1915, e o gaúcho, em 1919. Em 1922, já com a criação de uma entidade organizadora, acontece o primeiro campeonato entre seleções estaduais. Antes, em 1917, o Brasil organiza sua primeira seleção, ainda sem negros, e disputa o primeiro sul americano, mas não conquista o título (COSTA, 2009, p. 2).
Magalhães (2010) afirma que naquele tempo o futebol não despertava ainda a paixão nem gerava disputas de capital como aconteceria tempos depois, sendo uma atividade de lazer e confraternização entre as elites, restrito a poucos, sendo que sua popularização, nos mesmos moldes que na Inglaterra, ocorreu entre a classe operária principalmente das indústrias inglesas, fazendo surgir assim duas contendas[15]: os times da elite e os times populares; e o amadorismo e o profissionalismo, marcando fortemente as três primeiras décadas do esporte no Brasil, época de intensa transformação política, econômica e social.
Neste sentido, quem queria que o futebol se profissionalizasse era a classe operária, que queria fazer do esporte uma fonte de renda enquanto que as elites preferiam que o esporte ficasse no amadorismo utilizado apenas para lazer fazendo com que as elites perdessem o controle sobre o futebol e dessa democratização destacaram-se três clubes: o Bangu e o Vasco da Gama, no Rio de Janeiro e o Corinthians em São Paulo que representaram a abertura do futebol para as massas, num período de urbanização em que as classes mais baixas buscavam espaço na sociedade e na política exigindo mais participação na vida do país (MAGALHÃES, 2010).
Vale lembrar que neste período, embora a abolição da escravatura tenha ocorrido em 1888, nas primeiras décadas do século XX a questão racial era muito forte e não existiam jogadores negros e mulatos, assim um mestiço, filho de um judeu alemão e uma negra brasileira “mulato dos olhos verdes” fez o gol da vitória no torneio internacional, o Campeonato Sul Americano, permitindo que a elite olhasse de outra maneira para jogadores negros fazendo do futebol um mecanismo de rompimento com a hierarquia social e que, futuramente, se tornaria também um meio de ascensão social (MAGALHÃES, 2010).
[...] algumas histórias ficaram famosas, como o caso de Carlos Alberto, jogador do elitista Fluminense, do Rio de Janeiro, que passava pó de arroz no rosto para disfarçar sua cor, fato que acabou se transformando em símbolo do próprio time carioca. Mas, sem dúvida, o principal destaque é o caso do também carioca Clube de Regatas Vasco da Gama, que revolucionou o futebol nacional e o primeiro a ter um presidente negro (MAGALHÃES, 2010, p. 20).
Guterman (2009) apud Magalhães (2010) explica que o Clube de Regatas do Vasco da Gama diferentemente dos outros clubes, tinha uma maratona de treinos mais rigorosa, proporcionava uma boa alimentação e descanso que deram aos jogadores melhor preparo físico e a remuneração por vitória, em dinheiro ou em animais, o que deu origem ao termo “bicho”[16] hoje comum no futebol. Dessa maneira, o Vasco incomodou as elites que se afastaram e o futebol se tornou um esporte das massas fazendo surgir também o preconceito contra seus atletas vistos como marginais.
Magalhães (2010) lembra que o profissionalismo no futebol oficializou-se em 1933 antes mesmo da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho criada em 1943, como resultado da pressão das elites que queriam manter o futebol como forma de lazer e da demanda pela participação popular. Um governo de ditadura, de Getúlio Vargas, estimulou a profissionalização no esforço de que o mesmo fosse controlado pelo Estado além de conseguir apoio para ampliar a base social do governo e criando uma ilusão de democracia racial no país. Além disso, muitos jogadores recebiam propostas do exterior e abandonavam seus clubes forçando a efetivação do profissionalismo num período de conflitos entre as entidades responsáveis pelo futebol que se divergiam.
2.3 As Copas do Mundo de Futebol
A primeira Copa do Mundo foi realizada em 1930 com a participação de poucos países, embora já fosse um desejo antigo da FIFA – Federação Internacional de Football Association, criada em 1904, e atualmente uma das entidades mais importantes e poderosas do mundo (MAGALHÃES, 2010).
Neste sentido, as Copas do Mundo se tornaram um grande fenômeno futebolístico. Nacionalista, o futebol transformou-se num elemento de identificação dos povos, fazendo com que as copas adquirissem um sentido especial, com oportunidades de revelação de sentimentos cívicos do povo pelo seu país. Assim, o Brasil foi o único país que participou de todas as copas e quando a vitória é conquistada é entendida como uma glória nacional. Ao mesmo tempo que o evento mistura-se com a trajetória da construção da idéia de nação no Brasil (MAGALHÃES, 2010).
Dessa maneira, em 1928, o presidente da FIFA Jules Rimet decide organizar a primeira Copa do Mundo convidando os seus membros integrantes a participar: Bélgica, França, Iugoslávia, Romênia, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Estados Unidos, México, Paraguai, Peru e Uruguai.
A escolha da sede pelo Uruguai deu-se devido a Europa passar por crises entreguerras e o Uruguai comemorava 100 anos de sua independência, construindo um estádio especialmente para a ocasião o Centenário (MAGALHÃES, 2010).
Nessa Copa o Brasil teve um fraco desempenho, resultado dos conflitos internos entre a Confederação Brasileira de Desportos – CBD e a Associação Paulista de Esportes Atléticos - APEA, a qual liberou os jogadores paulistas para participarem. A vitória foi Uruguaia e foi necessário mais de dez mil policiais para conter as torcidas nas arquibancadas e nas ruas de Montevidéu, além disso, a embaixada uruguaia em Buenos Aires foi apedrejada demonstrando a força dos sentimentos nacionalistas que a Copa despertava (MAGALHÃES, 2010).
Frisselli e Mantovani (1999, p. 9) apresentam os resultados dos jogos na Copa de 1930: URUGUAI (13-30/7): Semifinais: Argentina 6 x Estados Unidos 1; Uruguai 6 x Iugoslávia 1. Final: Uruguai 4 x Argentina 2. Não houve disputa de 3º e 4º lugares. Classificação: 1º Uruguai; 2º Argentina; 3º Estados Unidos; 4º Iugoslávia.
A segunda Copa do Mundo foi realizada na Itália e o então presidente Benito Mussolini percebeu a força do futebol na mobilização das massas, comparecendo a todos os jogos e sua frase de incentivo aos jogadores “vencer ou morrer” comparando a partida de futebol a uma batalha na guerra. Novamente, conflitos internos ainda aconteciam e a atuação brasileira foi desastrosa (MAGALHÃES, 2010).
[...] foi nesse cenário que o Brasil participou da Copa do Mundo de 1934, na Itália. A CBD[17], ainda sem reconhecer o profissionalismo, decidiu levar apenas esportistas amadores ao evento. Indignados, clubes, atletas profissionais e federações – APEA[18], LCF[19] e FBF[20] – boicotaram a CBD, decidindo não participar ou apoiar a seleção organizada pela entidade nacional. No último momento, prevendo o que poderia acontecer na Itália, a CBD contrariou a si mesma ao oferecer uma remuneração para que os jogadores profissionais aceitassem estar na seleção. A medida tomada foi em vão: novamente a atuação brasileira foi um fracasso e a seleção foi eliminada logo no primeiro jogo. Os conflitos só tiveram fim em 1937, quando a CBD reconheceu o profissionalismo e absorveu a FBF, no que foi considerado “o ano da pacificação do futebol brasileiro” (MAGALHÃES, 2010, p. 25)
Frisselli e Mantovani (1999) apresentam os resultados dos jogos na Copa de 1934, p. 9: ITÁLIA (25/5-10/6): Semifinais: Tcheco-Eslováquia 3 x Alemanha 1; Itália 1 x Áustria 0. Decisão do 3º lugar: Alemanha 3 x Áustria 2. Final: Itália 2 x Tcheco-Eslováquia 1 (tempo normal: 1 x 1; pror.: 1 x 0. Classificação: 1º Itália; 2º Tcheco-Eslováquia; 3º Alemanha; 4º Áustria.
A terceira copa do mundo foi realizada em 1938, na França, e novamente Mussolini celebrou a vitória da sua seleção, que julgaram a vitória como resultado de uma superioridade técnica sobre a força bruta dos negros brasileiros. Desta vez, com o fim dos conflitos entre entidades e ideologias do futebol, a seleção brasileira realmente se compôs dos melhores jogadores e conquistou a terceira posição, revelando um gênio: Leônidas da Silva, o “Diamante Negro”, artilheiro da competição (COSTA, 2009).
A Copa foi transmitida ao vivo pelo rádio e o terceiro lugar surpreendeu a Europa, dando ao Brasil a sensação de que tinham alguma relação mais íntima com o futebol e fazendo nascer o mito do futebol-arte do brasileiro em oposição ao futebol-técnica ou futebol-força dos europeus (MAGALHÃES, 2010).
Frisselli e Mantovani (1999) apresentam os resultados dos jogos na Copa de 1938, p. 9: FRANÇA (4-19/6): Semifinais: Itália 2 x Brasil 1; Hungria 5 x Suécia 1. Decisão do 3º lugar: Brasil 4 x Suécia 2. Final: Itália 4 x Hungria 2. Classificação: 1º Itália; 2º Hungria; 3º Brasil; 4º Suécia.
Todavia, a próxima Copa do Mundo só aconteceu doze anos, devido à Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), em 1950, no Brasil. Magalhães (2010) ressalta que o evento foi mais muito mais que futebolístico. Era um momento pós-guerra no qual surge um novo tipo de poder no campo ideológico, a guerra fria, entre a Rússia (socialismo) e os Estados Unidos (Capitalismo). No Brasil, finalizava-se a Ditadura Vargas e novo presidente Eurico Gaspar Dutra declarou-se alinhado ao bloco capitalista. O evento colocou o Brasil no centro da atenção mundial, representando uma oportunidade de integração e da busca pela identidade nacional, o Maracanã foi construído buscando demonstrar uma imagem democrática da participação de todos num projeto nacional e uma oportunidade de mostrar ao mundo que o povo brasileiro era civilizado, respeitoso e que sua torcida não cometia excessos.
Na quarta Copa o Brasil tinha tudo para ser campeão precisando apenas do empate para ser campeão, mas o Uruguai virou o jogo e ganhou a Copa, dizem que a tragédia foi tão grande, que os jogadores do time adversário consolaram os jogadores brasileiros!!! (MAGALHÃES, 2010, p. 89). A derrota e o tom de tragédia nacional fortaleceu e afirmou o futebol como elemento da identidade nacional (MAGALHÃES, 2010).
Frisselli e Mantovani (1999) apresentam os resultados dos jogos na Copa de 1950, p. 10: BRASIL (24/6-16/7): Fase final: Uruguai 2 x Espanha 2; Brasil 7 x Suécia 1; Uruguai 3 x Suécia 2; Brasil 6 x Espanha 1; Suécia 3 x Espanha 1; Uruguai 2 x Brasil 1. Classificação: 1º Uruguai; 2º Brasil; 3º Suécia; 4º Espanha.
Em 1954 ocorreu a quinta copa do mundo na Suíça e o Brasil novamente saiu derrotado. Problemas como o excesso de confiança associado à irresponsabilidade de jogadores com agressões e bebedeiras, rivalidades entre Rio de Janeiro e São Paulo causaram uma péssima atuação da seleção brasileira (MAGALHÃES, 2010).
Frisselli e Mantovani (1999) apresentam os resultados dos jogos na Copa de 1954, p. 10: SUÍÇA (16/6-4/7): Semifinais: Alemanha Ocidental 6 x Áustria 1; Hungria 4 x Uruguai 2. Decisão do 3º lugar: Áustria 3 x Uruguai 1. Final: Alemanha Ocidental 3 x Hungria 2. Classificação: 1º Alemanha Ocidental; 2º Hungria; 3º Áustria; 4º Uruguai.
A sexta copa do mundo aconteceu na Suécia e a seleção brasileira embarcou desacreditada, os torcedores já não esperavam muito. Jules Rimet havia falecido aos 83 anos e Jean-Marie Faustin Goedefroid de Havelange, o João Havelange, assumiu a entidade fazendo importantes mudanças dando à mesma uma organização empresarial, com planejamento, os jogadores passaram por exames médicos, dentários e avaliação psicológica, e foi levado um médico acompanhando a seleção (MAGALHÃES, 2010).
Finalmente, o Brasil consagrou-se campeão pela primeira vez, surgia nesse contexto, o genial Garrincha e Pelé, o rei do futebol no país do futebol.
Frisselli e Mantovani (1999) apresentam os resultados dos jogos na Copa de 1958, p. 10: SUÉCIA (8-29/6): Semifinais: Brasil 5 x França 2; Suécia 3 x Alemanha Ocidental 1. Decisão do 3º lugar: França 6 x Alemanha Ocidental 3. Final: Brasil 5 x Suécia 2. Classificação: 1º Brasil; 2º Suécia; 3º França; 4º Alemanha Ocidental.
A sétima copa do mundo ocorreu no Chile em 1962 onde o Brasil repetiu a vitória, conquistando o bicampeonato. O Chile foi o local escolhido devido ao esforço de um carioca brasileiro que morava no Chile Carlos Dittborn que com o lema “porque nada temos, tudo faremos” convenceu a FIFA de sediar o evento. Apesar de o Brasil viver um momento conturbado na política de radicalização, a Copa foi vivida com entusiasmo, com um aumento de 100% nas vendas de rádios e transmissores.
Frisselli e Mantovani (1999) apresentam os resultados dos jogos na Copa de 1962, p. 10: CHILE (30/5-17/6): Semifinais: Brasil 4 x Chile 2; Tcheco-Eslováquia 3 x Iugoslávia 1. Decisão do 3º lugar: Chile 1 x Iugoslávia 0. Final: Brasil 3 x Tcheco-Eslováquia 1. Classificação: 1º Brasil; 2º Tcheco-Eslováquia; 3º Chile; 4º Iugoslávia.
O Brasil vivia o período da Ditadura quando ocorreu a oitava Copa mundial na Inglaterra em 1966 e foi vencida por ela. Embora a seleção estivesse otimista com as presenças de Pelé, Garrincha e Vicente Feola como técnico, o time muito mal preparado não passou nem pela primeira fase. O evento ficou marcado pelo confronto entre o futebol-arte, dos latinos e o futebol-força, dos europeus (MAGALHÃES, 2010).
A derrota foi levada a sério pelos militares que organizaram uma comissão para investigá-la, o futebol adquirira um poder imenso para os políticos pela sua capacidade de mobilizar as massas, e os militares, investiram para que o fracasso não se repetisse (MAGALHÃES, 2010).
Frisselli e Mantovani (1999) apresentam os resultados dos jogos na Copa de 1966, p. 10: INGLATERRA (11-30/7): Semifinais: Alemanha Ocidental 2 x URSS 1; Inglaterra 2 x Portugal 1. Decisão do 3º lugar: Portugal 2 x URSS 1. Final: Inglaterra 4 x Alemanha Ocidental 2 (tempo normal: 2 x 2; por.: 2 x O). Classificação: 1º Inglaterra; 2º Alemanha Ocidental; 3º Portugal; 4º URSS.
O cenário político de 1970 era de repressão e violência e João Saldanha foi escolhido como técnico apesar de ser comunista declarado que, após alguns contratempos, foi substituído por Mário Jorge Lobo Zagallo. Os militares comandaram e se aproveitaram de outras conveniências para associarem o bom momento econômico e a possibilidade de adquirir televisores e assistir a seleção ao vivo em casa (MAGALHÃES, 2010).
Apesar da chave que o Brasil estivesse fosse difícil, o Brasil conquistou o tricampeonato no México em 1970. Foi na Copa de 70 que se passou a permitir substituições durante as partidas e os árbitros começaram a utilizar cartões amarelo e vermelho para advertência e expulsão dos atletas, a primeira a ter uma bola oficial e a ser transmitida ao vivo. Apesar do perfil militarizado, da rigidez técnica o Brasil fez uma bela apresentação do chamado futebol-arte e no Brasil, o povo saiu às ruas para comemorar com a música da conquista (MAGALHÃES, 2010, p. 103).
Noventa milhões em ação
Pra frente Brasil, no meu coração
Todos juntos, vamos pra frente Brasil
Salve a seleção!!!
De repente é aquela corrente pra frente,
parece que todo o Brasil deu a mão!
Todos ligados na mesma emoção,
tudo é um só coração!
Todos juntos vamos pra frente Brasil!
Salve a seleção!
(AQUINO, 2002; GUTERMAN, 2009 apud MAGALHÃES, 2010, p. 103).
Frisselli e Mantovani (1999) apresentam os resultados dos jogos na Copa de 1970, p. 10: MÉXICO (31/5-21/6): Semifinais: Itália 4 x Alemanha Ocidental 3; Brasil 3 x Uruguai 1. Decisão do 3º lugar: Alemanha Ocidental 1 x Uruguai 0. Final: Brasil 4 x Itália 1. Classificação: 1º Brasil; 2º Itália; 3º Alemanha Ocidental; 4º Uruguai.
A décima Copa do Mundo ocorreu na Alemanha em 1974 e o Brasil organizou-se de maneira ainda mais militarizada que em 1970. A base da seleção e o técnico eram os mesmos. Pelé e Tostão se recusaram a participar do campeonato sob a alegação de estar sendo usados para difundir uma imagem positiva da Ditadura. Nessa Copa, a Holanda lançou um estilo inovador denominado “carrossel” no qual o único jogador que tinha uma posição fixa era o goleiro, os demais atuavam de todas as formas desestabilizando os adversários. O Brasil ficou em quarto lugar e a Alemanha levou o primeiro lugar (MAGALHÃES, 2010).
Frisselli e Mantovani (1999) apresentam os resultados dos jogos na Copa de 1974, p. 10: ALEMANHA OCIDENTAL (13/6-7/7): Decisão do 3º lugar: Polônia 1 x Brasil 0. Final: Alemanha Ocidental 2 x Holanda 1. Classificação: 1º Alemanha Ocidental; 2º Holanda; 3º Polônia; 4º Brasil.
A décima primeira copa do mundo foi realizada na Argentina em 1978 e o Brasil que havia saído desacreditado da copa de 74, considerado ultrapassado em relação ao futebol europeu. Da mesma forma que no Brasil, o país vivia um momento de ditadura e a Copa foi associada ao projeto de Nação que eles tinham dispostos a tudo pela vitória de sua seleção, a CBD também, sob o comando militar, impunha decisões como convocações de jogadores (MAGALHÃES, 2010).
Entre acusações de suborno e facilitações para os Argentinos o Brasil, embora não tenha perdido nenhum jogo, voltou para casa com o terceiro lugar “nessa guerra do futebol, quando os regimes autoritários não hesitavam em intervir nas seleções de seu país para ganhar, os militares argentinos foram os vencedores” (MAGALHÃES, 2010, p. 107).
Frisselli e Mantovani (1999, p. 10) apresentam os resultados dos jogos na Copa de 1978: ARGENTINA (1-25/6): Decisão do 3º lugar: Brasil 2 x Itália 1. Final: Argentina 3 x Holanda 1 (tempo normal 1 x l; por.: 2 x 0). Classificação: 1º Argentina; 2ºl Holanda; 3º Brasil; 4º Itália.
Foi na Espanha que ocorreu a décima segunda Copa do Mundo em 1982. Os brasileiros viviam um momento de otimismo quanto à uma abertura política, assim o futebol também vivia um momento de esperança de vitórias. Era o time dos sonhos, do futebol-arte, do espetáculo em campo, com craques como Zico, Sócrates, Falcão. O Brasil perdeu para a Itália que também tornou-se tricampeã. Mesmo não sendo os campeões de fato, a seleção brasileira foi elogiada e nas palavras de Aquino (2002) apud Magalhães (2010, p. 109 )“Telê emocionou-se, mais uma vez, ao ver uma faixa colocada perto do hotel onde a seleção estava hospedada: nem sempre vence o melhor”.
Frisselli e Mantovani (1999, p. 10) apresentam os resultados dos jogos na Copa de 1982: ESPANHA (13/6-11/7): Semifinais: Polônia O x Itália 2; Alemanha Ocidental 8 x França 7 (tempo normal 1 x 1; por.: 2 x 2; disputa de pênaltis: 5 x 4). Decisão do 3º lugar: Polônia 3 x França 2. Final: Itália 3 x Alemanha Ocidental 1. Classificação: 1º Itália; 2º Alemanha Ocidental; 3º Polônia; 4º França.
Em 1986, quando aconteceu a décima terceira copa no México, o Brasil vivia um momento de esperança com o fim da Ditadura apesar de uma forte crise econômica, era o inicio da elaboração de uma nova Constituição para reger o país. Muitos problemas ocorreram, contusão de Zico, problemas com a altitude, desentendimentos internos, problemas de relacionamento com o técnico Telê. O Brasil foi muito bem até perder as quartas de final nos pênaltis para a França. A Argentina foi a vencedora contra a Inglaterra com um gol de mão “mano de Dios”[21] validado pelo juiz da partida.
Frisselli e Mantovani (1999, p. 10) apresentam os resultados dos jogos na Copa de 1986: MÉXICO (31/5-29/6): Semifinais: Argentina 2 x Bélgica 0; França 0 x Alemanha Ocidental 2. Decisão do 3ºlugar: França 4 x Bélgica 2 (tempo normal: 2 x 2; prorr.: 2 x O). Final: Argentina 3 x Alemanha Ocidental 2. Classificação: 1º Argentina; 2º Alemanha Ocidental; 3º França; 4º Bélgica.
A próxima Copa, a décima quarta, em 1990 foi disputada na Itália. Na presidência do país estava Collor de Melo e no futebol havia uma crise provocando a ida de muitos jogadores brasileiros para a Europa. A CBF comandada por Ricardo Teixeira, genro de João Havelange introduziu o modelo europeu de futebol na seleção “mais importante do que o jogo bonito era a vitória” (MAGALHÃES, 2010, p.111). Carlos Caetano Bledorn Verri, o Dunga, foi o símbolo desse novo estilo: defensivo, burocrático, tático, porém, eficiente (MAGALHÃES, 2010).
Foi a pior campanha brasileira desde 66 e a própria seleção não estava entusiasmada, ao desembarcar no Rio de Janeiro, a seleção foi vaiada pelos torcedores que jogavam moedas considerando-os mercenários, interessados apenas em publicidade e ganhar dinheiro no exterior (MAGALHÃES, 2010). .
Frisselli e Mantovani (1999, p. 10) apresentam os resultados dos jogos na Copa de 1990: ITÁLIA (8/6-817): Semifinais: Argentina 5 x Itália 4 (tempo normal: 1 x 1; por.: O x O; disputa em pênaltis: 4 x 3); Alemanha Ocidental 5 x Inglaterra 4 (tempo normal: 1 x l; por.: O x O; disputa em pênaltis: 4 x 3). Decisão do 3º lugar: Itália 2 x Inglaterra 1. Final: Alemanha Ocidental 1 x Argentina O. Classificação: 1º Alemanha Ocidental; 2º Argentina; 3º Itália; 4º Inglaterra.
Quatro anos depois veio a décima quinta copa do mundo, em 1994 nos Estados Unidos, um país sem tradição no futebol. O Brasil vivia um momento de escândalos na política com o impeachment de Collor de Melo, assim como o país o futebol tentava recomeçar mais uma vez (MAGALHÃES, 2010).
Dessa maneira, o técnico foi Carlos Alberto Parreira, que já havia sido integrante da Comissão Técnica e refletia o novo futebol brasileiro: vitórias, jogadores medianos, esquemas táticos burocráticos, mas sem espetáculos.
O Brasil teve dificuldades em classificar e a torcida criticava o caráter defensivo do jogo. Zagallo coordenador-técnico da seleção se desentendia com Romário, o Baixinho, como era conhecido. Dunga como capitão dava o toque técnico e metódico de Parreira. Desde 1970 o Brasil não disputava uma final e seria contra a Itália, também tricampeã do mundo. o Brasil venceu após 24 anos e consagrou-se tetracampeão mundial , mas não com o mesmo futebol que encantou o mundo em 1970, a vitória era o único objetivo e ela fora alcançada nos pênaltis, um reflexo da burocracia que já dominava os campos de futebol (MAGALHÃES, 2010).
Os resultados foram: ESTADOS UNIDOS (17/6-1717): Semifinais: Brasil 1 x Suécia O; Itália 2 x Bulgária 1. Decisão do 3º lugar: Suécia 4 x Bulgária O. Final: Brasil 3 x Itália 2 (tempo normal e prorrogação: O x O; disputa em pênaltis: 3 x 2). Classificação: 1º Brasil; 2º Itália; 3º Suécia; 4º Bulgária.
A décima sexta copa do mundo foi realizada na França em 1998, a seleção brasileira era a favorita devido a atuação do jogador Ronaldo, que se destacara como melhor jogador do mundo mais de uma vez e jogava no futebol holandês. O Brasil se saiu muito bem e tinha tudo para vencer novamente. Contudo, na véspera Ronaldo teve uma “convulsão” mas resolveu jogar assim mesmo de última hora, e a seleção entrou irreconhecível em campo, perdendo para a França por 3 x 0 num jogo polêmico e a seleção voltou ao Brasil sob muitas críticas. Além disso, o país não vivia um bom momento político e econômico, o real estava desvalorizado (MAGALHÃES, 2010).
Resultado dos jogos: FRANÇA (10/6-12/7): Semifinais: Brasil 1 x Holanda 1; nos pênaltis Brasil 4 x 2; França 2 x Croácia 1. Decisão do 3º lugar: Holanda 1 x Croácia 2. Final: Brasil O x França 3. Classificação: 1º França; 2º Brasil; 3º Croácia; 4º Holanda.
Na copa de 2002, a décima sétima, o mundo vivia sob a ameaça de terrorismo, devido ao ataque de 11 de setembro contra os Estados Unidos e dois países sediaram o evento Japão e Coréia do Sul. A seleção, sob o comando de Luis Felipe Scolari, estava desacreditada e embarcou sem a confiança da torcida e com dúvidas quanto a atuação de Ronaldo que devido a uma grave contusão havia ficado afastado dos gramados por dois anos. O Brasil fez uma boa campanha e classificou-se para a final contra a Alemanha a qual venceu confirmando o pentacampeonato trazendo uma outra e nova leitura aos brasileiros que se espelhavam no passado dos jogadores vitoriosos e oriundos de favelas e zonas miseráveis do país. Além disso, neste mesmo ano, o país viveria outro momento histórico, a eleição de um presidente símbolo da luta dos trabalhadores brasileiros, Luiz Inácio Lula da Silva (MAGALHÃES, 2010).
Resultados copa de 2002: JAPÃO/CORÉIA DO SUL: Semifinais: Alemanha 1 X 0 Coréia do Sul; Brasil 1 x 0 Turquia. Finais: Coréia do Sul 2 x 3 Turquia; Alemanha 0 x 2 Brasil. (Disponível em << http://www.futebolao.com.br/historico/copa2002_final.htm).
Na Copa de 2006, a décima oitava, o técnico novamente era Carlos Alberto Parreira, o Brasil despontava como potencia regional para o mundo e reconhecido como país do futebol e, embora escândalos de corrupção já envolvessem o governo, o presidente Lula obtinha altos índices de popularidade. O evento ocorreu na Alemanha que procurava se mostrar unificada. Novamente, a França eliminou o Brasil nas quartas de final dando fim ao sonho do “hexa”, com a Itália vencendo seu tetracampeonato, a França em segundo lugar, o terceiro lugar ficou com a Alemanha e Portugal no quarto lugar (MAGALHÃES, 2010).
A copa de 2010, a décima nona, foi realizada pela primeira vez no continente sul africano, na África do Sul. O local, por si só já é uma grande conquista dado ao forte domínio europeu nos gramados. O técnico dessa vez é Dunga, caracterizado pelo seu estilo defensivo e pouco bonito de jogar o 4º lugar da Copa do Mundo de 2010 ficou com o Uruguai, 3º lugar: Alemanha, 2º lugar: Países Baixos e 1º lugar com a Espanha (MAGALHÃES, 2010).
CONCLUSÃO
As raízes do futebol são muito antigas e manifestaram-se através da interação do homem com a bola desde a pré-historia e em outras culturas como a china, Egito, Babilonia, Grécia antiga Europa, Ásia, Inglaterra, índios, Chile, Patagônia, Haiti, México.
Mas foi na Inglaterra no séc. 18, que o esporte adotou o nome footbal praticado por jovens de famílias tradicionais que jogavam rúgbi e criquete. Regras foram elaboradas e sua ascensão se difundiu nas camadas populares operárias. No Brasil há mais de uma versão sobre a chegada do futebol, a de que foi difundido em 1894 por Charles Miller e a de que o futebol já era praticado pelos marinheiros estrangeiros e também no Colégio Anchieta antes de Miller.
As Copas do Mundo se tornaram um grande fenômeno futebolístico e acontecem de 4 em 4 anos desde 1930:
Ano |
Local |
Vencedor |
1930 1934 1938 1950 1954 1958 1962 1966 1970 1974 1978 1982 1986 1990 1994 1998 2002 2006 2010 |
Uruguai Itália França Brasil Suiça Suyécia Chile Inglatera México Alemanha Argentina Espanha México Itália Estados Unidos França Coréia do Sul e Japão Alemanha África do Sul |
Uruguai Itália Itália Uruguai Alemanha Brasil Brasil Inglaterra Brasil Alemanha Argentina Itália Argentina Alemanha Brasil França Brasil Itália Espanha |
Dessa maneira, o futebol transformou-se num elemento de identificação dos povos, fazendo com que as copas adquirissem um sentido especial, com oportunidades de revelação de sentimentos cívicos do povo pelo seu país. Neste sentido, o Brasil foi o único país que participou de todas as copas e quando a vitória é conquistada é entendida como uma glória nacional. Ao mesmo tempo que o evento mistura-se com a trajetória da construção da idéia de nação no Brasil.
REFERÊNCIAS
CASTILHO, Auriluce Pereira, BORGES, Nara Rúbia Martins, PEREIRA, Vania Tanus (Orgs). Manual de metodologia científica do ILES Itumbiara/GO: ILES/ULBRA, 2013.
COSTA, Guilherme. O futebol chegou ao Brasil em 1874. postado em 20/03/2009 . Disponível em <http://www.portal2014.org.br/noticias/81/O+FUTEBOL+CHEGOU+AO+BRASIL.html> acesso em 20 mar 2013.
DUARTE, Orlando. Os Pioneiros: Deus criou a bola e o homem descobriu o que fazer com ela. Rio de Janeiro: Abook, 2012.
FRISSELLI, Ariobaldo; MANTOVANI, Marcelo. Futebol: Teoria e Prática. São Paulo: Phorte Editora, 1999.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo : Atlas, 2002.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
MAGALHÃES, Lívia Gonçalves. Histórias do futebol: ensino e memória. São Paulo: Arquivo Público do Estado, 2010. Disponível em PDF http://www.arquivoestado.sp.gov.br/difusao/editorial_download.php acesso em 20 mar 2013.
[1] Aluna do 9º período do Curso de Educação Física dos ILES/ULBRA
[2] Professor da disciplina Esportes do Curso de Educação Física dos ILES/ULBRA
[3] Epyskiros,(epishyros): jogado com o pé e pheninda jogado também com as mãos.
[4]Harpastum: do latim significa "lágrima" ou "rasgado a força"
[5] Follis: do latim ”saco de couro cheio de vento, fole”.
[6] Tlachtli: inventado pelos maias, consistia de um jogo onde dois times se confrontavam num campo em forma de "T" utilizando uma bola de borracha maciça (tão dura que chegava a quebrar ossos e até matar se batesse na cabeça.
[7]The Football Association: Associação de Futebol
[8] Críquete: joga-se quase da mesma forma que na brincadeira de "taco" ou "bete", praticada no Brasil. Pouco conhecido por aqui, o críquete é um jogo de tacos e bola muito popular entre os países de colonização britânica. (fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-se-joga-criquete)
[9] Rugby: esporte coletivo praticado com as mãos e com uma bola. É um jogo muito parecido com o futebol americano. Uma partida tem duas partes de quarenta minutos. O objetivo é fazer maior número de pontos. Cada time no rugby tem 15 jogadores titulares e 6 reservas ( http://www.infoescola.com/esportes/rugby/)
[10] Associação de Futebol (FA) é a entidade que controla o futebol na Inglaterra. Foi criada em 1863 sendo a mais antiga Associação de futebol do mundo.
[11]The Freemasons Tavern também conhecida como a Maçonaria Inn e a Maçonaria Inn and Restaurant é um local público do século 19, construída na década de 1850 em um estilo clássico semelhante aos edifícios envolventes na área em rápido crescimento da cidade de Brunswick
[12]Tradução “grande rua rainha” Great Queen Street é uma rua no centro de Londres, Inglaterra, no West End.
[13] Kemari (ke = chutar, mari = bola)
[14]Oscar Alfredo Sebastião Cox (1880 – 1931) filho de um vice-consul da Inglaterra , foi um dos fundadores e também jogador do Fluminense sendo seu primeiro presidente.
[15] Contendas: disputas, debate, altercação, controvérsia. Luta, combate, briga (fonte: ww.dicio.com.brcontenda)
[16] Bicho: remunerações mensais ou anuais, dependendo do tipo de contrato, que ajudam a engordar a bolada que os craques ganham pelo espetáculo dentro dos campos. Na verdade, esse tipo de recompensa é privilégio de uma seleta classe de futebolistas.
[17]Confederação Brasileira de Desportos - CBD
[18]Associação Paulista de Esportes Atléticos - APEA
[19]Liga Carioca de Futebol - LCF
[20] Federação Brasileira de Sports - FBS
[21] Tradução: mão de Deus, justificativa dada por Maradona quando questionado pelo gol feito com as mãos.