HISTÓRIA DA POLÍCIA CIVIL EM SANTA CATARINA: DELEGADO EWALDO VILELLA
Por Felipe Genovez | 20/05/2015 | HistóriaEwaldo Vilella
I - Introdução: Formação e ingresso na Polícia Civil
Ewaldo Vilella nasceu no dia 22.02.1937, na cidade de Florianópolis. Seu pai, Haroldo Vilella (e sua mãe Carmen Lentz Vilella) começou a trabalhar na Penitenciária de Florianópolis, conhecida como "Penitenciária da Pedra Grande" (inaugurada em 24.09.1930, ainda no governo Adolpho Konder - 1926/1930), passando a se constituir um dos primeiros servidores daquele estabelecimento (iniciou como almoxarife - 1932), depois tesoureiro. chegando a ocupar o cargo de Diretor, em substituição a Sebastião Neves, candidato a Deputado Estadual, em cujo cargo permaneceu mais de um ano (foi o único diretor que não era bacharel em Direito). Haroldo chegou a se eleger vereador na Capital pela UDN (União Democrática Nacional), enquanto prestava serviços na Penitenciária da Capital.
Dentro desse cenário é que nasceu Ewaldo Vilella, criado inicialmente na vila Operária construída pelo governador Adolpho Konder para servir de residência aos servidores prisionais, localizada em frente a Penitenciária/Capital. Já precocemente, aos 16 anos, passou a trabalhar na tesouraria daquele estabelecimento (isso em 01.03.1953), percebendo uma gratificação de seu pai, no valor de seiscentos cruzeiros. Posteriormente, foi designado para atuar no Setor Penal, onde permaneceu alguns anos, depois foi designado para exercer as funções de secretário do Conselho Penitenciário, (1956) onde permaneceu cerca de quatro anos, aproveitando para cursar a Faculdade de Direito – Ufsc.
Já formado, no ano de 1960, passou a advogar na cidade de Capinzal. Em 25.01.1961 foi nomeado Delegado Regional de Polícia de Joinville, em razão de sua filiação à UDN (mesmo partido de seu pai), permanecendo poucos dias no cargo, haja vista a mudança no governo do Estado que passou para as mãos do PSD - Partido Social Democrático (Celso Ramos assumiu o governo no dia 31.01.1961).
O cargo de Delegado Regional de Polícia na época era de provimento efetivo e isolado, e as nomeações ocorriam na sua totalidade por motivações políticas. Nesse tempo o Delegado Regional e o Escrivão de Polícia recebiam cada um quinze cruzeiros de custas por mês, o que correspondia a quatro ou cinco vezes mais o salário básico do respectivo cargo.
Em razão da alternância de poder no Estado, Ewaldo Vilella foi removido para DRP de Timbó, isso já no início de fevereiro de 1961.
Nas décadas de cinquenta e sessenta havia dezoito cargos de DRP no Estado. Para ser nomeado um titular era necessário que se abrisse vaga o que poderia ocorrer via de regra por meio de aposentadoria, exoneração, demissão ou morte.
Foi nessa contexto que Tupy Barreto, Delegado Regional de Polícia de Joinville, cumprindo final de seu segundo mandato de Deputado Estadual pela UDN, convidou Ewaldo Vilella para que fosse nomeado no seu lugar na mencionada DRP, considerando a vacância do cargo. O motivo dessa decisão foi a expectativa de Tupy Barreto ser nomeado Procurador da Assembleia Legislativa de Santa Catarina.
Assim foi que Ewaldo Vilella começou a carreira de DRP de Joinville na vaga de Tupy Barreto que por ironia do destino acabou não sendo nomeado para o cargo de Procurador da Alesc. Por essa razão Tupy Barreto acabou tendo que ser nomeado novamente para o cargo de DRP, permanecendo vários anos como excedente, haja vista que as dezoito cargos existentes estavam todos preenchidos (inclusive o de DRP/Joinville), vindo a se aposentar nessa condição.
Ewaldo Vilella permaneceu alguns dias apenas como DRP/Joinville (final de governo), sendo logo em seguida removido para a DRP de Timbó onde ficou apenas quatro meses, sendo após transferido para a DRP de Lages onde também permaneceu apenas seis meses. Em abril de 1962, finalmente, assumiu a DRP de Caçador, candidatando-se e elegendo-se vereador, em cuja época conheceu sua esposa.
Nesse mesmo tempo o advogado Jade Magalhães (casado com uma caçadorense e também filha de madeireiro), Secretário de Segurança Pública, candidato a Deputado Federal, passou a pressionar Ewaldo Vilella para se filiar ao PRP, não aceitando esse "convite", o que acabou resultando em rixa entre ambos (mais tarde se tornaram grandes amigos).
Naquele cenário, o Secretário de Segurança Jade Magalhães chegou a ir na rádio pedir para que a população de caçador não votasse no Delegado Regional (candidato a vereador) porque após as eleições iria transferi-lo para São Miguel do Oeste. O Delegado Vilella acabou sendo o quarto mais votado (o segundo na legenda do partido - UDN), superando candidatos fortes como o empresário Heraldo Mafezzoni, de família tradicional da cidade e que acabou ficando como seu segundo suplente. Certamente que essa eleição (além do exemplo de seu pai) fez surgir a vontade para seguir carreira política, o que acabou não ocorrendo, fazendo com que lamentasse esse fato pelo resto da vida.
Ewaldo Vilella casou-se em Caçador onde permaneceu por quatro anos, em cuja cidade nasceram suas duas filhas, isso até ser convidado pelo General Rosinha para assumir a DRP de Tubarão (fevereiro de 1966).
II - Parte: A DRP de Tubarão e trajetória institucional:
Coube ao Procurador de Justiça aposentado João Ramos, ocupante do cargo de Corregedor da SSP, indicar o nome do Delegado Ewaldo Vilella (ao General Rosinha - Secretário de Segurança Pública) para ocupar o cargo de DRP/Tubarão, considerando que tinha conhecimento da competente administração que o mesmo vinha desenvolvendo à frente da DRP/Caçador em razão dos contatos profissionais que realizava na época.
Nesse mesmo tempo a DRP de Tubarão encontrava-se passando por uma situação muito difícil, haja vista que o antecessor estava sendo investigado por envolvimento com uma quadrilha de ladrões de carros (DRP: Josias Cavalcanti Senna). Ewaldo Vilella permaneceu onze meses à frente da DRP de Tubarão, e em razão de seus méritos profissionais e pessoais, determinação e dedicação, o Titular da Pasta da Segurança Pública convidou-o para assumir a Diretoria da Polícia Civil, constituindo-se o primeiro Delegado de Polícia a ocupar esse órgão, sendo sucedido pelo Delegado Ulysses Longo (para fins de registro, o primeiro Diretor da Polícia Civil foi o Coronel/PM Teseu Domingos Muniz, sucedido pelo Coronel Coronel Luiz Gonzaga de Souza).
Doutor Vilella possuía vinte e sete anos quando assumiu a Diretoria da Polícia Civil (24.04.1967), certamente, constituiu-se o "Chefe de Polícia" mais novo a entrar para a história (o mesmo ocorreu quando assumiu a DRP/Joinville no lugar do Delegado Tupy Barreto, pois contava apenas com vinte e três anos de idade quando foi nomeado).
Em 16.11.1967 foi exonerado do cargo de Diretor da Polícia Civil, quando em seu lugar assumiu o Delegado Ulysses Longo. Nesse mesmo momento foi nomeado Corregedor Policial (exatamente no lugar do Procurador João Ramos).
Dentre os dezoito titulares de cargos de DRPs existentes na década de sessenta Ewaldo Vilella destacou o Delegado Fogaça (DRP de Blumenau) como uma das maiores culturas que já passou pela Polícia Civil naquele momento (e posteriormente). Também, citou o nome do Delegado Georgio Sagssóglia, muitos anos DRP de Porto União e que chegou ao cargo de Secretário de Segurança Pública, sucedendo o médico Pelágio Parigot (governo de Heriberto Hulse). Também conviveu com o Delegado Tupy Barreto, a quem sucedeu na DRP de Joinville (depois foi DRP de Timbó, Blumenau e Chapecó), Arnaldo Xavier, DRP de Itajaí, Heitor Sché, DRP de Rio do Sul e Caçador, Ulysses Longo DRP de Timbó e Joaçaba, Jucélio Costa DRP da Capital (primeiro Superintende da PC) e, por fim, Luiz Guimarães Dias (DRP de Mafra).
Foi um dos DRPs nomeado na época do General Rosinha que permaneceu no cargo até a sua transformação para cargo em comissão de Delegado Circunscricional de Polícia, em cuja cidade (Mafra) chegou a exercer a presidência do Rotary Club, inclusive, recebeu o título de cidadão mafrense (quarto título de cidadão entregue pela Câmara de Vereadores).
Ewaldo Vilella foi nomeado DRP de Mafra em 24.02.69 a 18.09.73 e Delegado Circunscricional dessa mesma cidade em 21.05.1970. Com a criação do cargo em comissão de DCP foi nomeado Delegado de Polícia de carreira em último nível. Em 09.11.71, com a implantação da Superintendência da PC, foi novamente nomeado "DRP" de Mafra, padrão CC2, cujos cargos foram recriados, mantida a forma de provimento (em comissão), conforme iniciativa do Coronel Delso Peret e do Delegado Jucélio Costa.
Da esq. para direita: Cap.
Dulmar Martins, Delegado Arnaldo Xavier (DRP de Blumenau) e Delegado Ewaldo Vilella (DRP de Mafra). Solenidade de posse do Delegado Jucélio Costa no cargo de Superintendente da Polícia Civil - 1971 (atual DGPC),
Destaque: "Todas as viagens que o Coronel Paulo Mendonça de Carvalho (Secretário de Segurança Pública que sucedeu o Coronel Peret) realizava pelo interior (DRP de Mafra) Vilella era convidado para exercer o cargo de SPC, entretanto, respondia negativamente (governo Colombo Salles).
Ewaldo Vilella foi o segundo Superintendente da Policia Civil, substituindo o Delegado Jucélio Costa, cujo órgão funcionava na rua Dom Jaime Câmara esquina com Av. Osmar Cunha. Foi nomeado em 18.09.1973 para ocupar o cargo de Superintendente (padrão CC1) e exonerado em 17.04.1975, quando foi substituído pelo Delegado Heitor Sché que permaneceu quatro meses no cargo. No inicio do governo Antonio Carlos Konder Reis o Delegado Vilella foi nomeado Corregedor Policial e em julho de 1975 foi guindado no cargo de Corregedor-Geral.
Na Superintendência Vilella chamou o Delegado Atalziso de Campos para o cargo de Diretor da Polícia Civil ("delegado competente e correto, depois de um ano e meio, a exemplo de Jucélio Costa, pediu exoneração e foi para a Celesc"), depois convidou o Delegado Heitor Sché para o mesmo cargo. Para Corregedor-Geral foi convidado o Delegado Vlalmar Alves (atualmente Procurador do MP aposentado).
No ano de 1968 foi o primeiro presidente da Adpesc (atual Adepol), quando foi criada a entidade. No ano de 1976 voltou a presidência e foi orador do plano de carreiras da Polícia Civil (incluindo os Delegados de Polícia). Os principais idealizadores da Adepol, além de Vilella, foram os Delegados Jucélio Costa, Armando Maciel, Heitor Sché e Manoel Fogaça. Nesse seu segundo mandato foi responsável por adquirir a atual sede da Adepol (primeiro apartamento localizado no Ed. Joana de Gusmão - centro de Florianópolis), cujo imóvel foi adquirido inicialmente em seu nome (a entidade não tinha ainda sido plenamente constituída), tendo o Delegado Jorge Xavier como fiador.
Segundo registros, os principais idealizadores da Adepol (denominada de Adpesc), além de Vilella, foram os Delegados Jucélio Costa, Armando Maciel, Heitor Sché e Manoel Fogaça.
III - Parte: Frases
Ewaldo Villela realizou curso de especialização na Academia Internacional de Polícia, durante quatro meses na Capital dos EUA (1969)
"...Após 1964 foi a melhor época para o Delegado trabalhar porque a ingerência política era mínima...";
"...Como DRP de Mafra não senti em momento algum esvaziamento do cargo de Delegado Regional de Polícia. Tive tudo para ser o deputado estadual da região e talvez da própria Polícia Civil, mas aquele ditado “o trem passou ..., deixei o trem passar, ou tu pega..., o cavalo passou encilhado e não peguei...”;
"...Em 1977 (Diretor da Penitenciária de Florianópolis) eu tive presos políticos, quando fui diretor da Penitenciária de Florianópolis...”;
"...Na época do Coronel Delso Peret Antunes foi que eu tive os maiores elogios anotados a minha conduta profissional. Eu tinha até autorização expressa para entrar no gabinete dele com a luz vermelha ligada, a famosa luz vermelha. Ai do cara que entrasse na gabinete do secretário de segurança com a luz vermelha acesa. Eu tive até essa autorização...";
”...Quando o Coronel Peret foi visitar a Regional de Mafra ele se reuniu com todos os funcionários e disse que aquela era a oitava regional que estava visitando e que as sete anteriores tiveram restrições, aquela não, e que era aquele sonhava..”;
“...Falta de recursos sempre nós tivemos. Eu era um Delegado Regional que sempre procurava apoio da sociedade para poder fazer as coisas. Fazia isso através dos clubes de serviços, da prefeitura..”;
"....As mesmas necessidades, as mesmas dificuldades que os delegados têm hoje para trabalhar tinham naquela época: falta de gasolina, falta de apoio da Secretaria...”;
"...Depois que deixei a Delegacia Regional de Mafra, onde eu deixei uma candidatura de deputado estadual, dei a maior bobeira. Na época o funcionário público se afastava do cargo para concorrer a deputado sem vencimentos. Nessa época eu estava pagando a prestação de um apartamento em Florianópolis e foi essa uma das coisas que me fez não ser candidato. Não teria como sustentar a família nesses seis meses, além do que não teria dinheiro para enfrentar uma eleição. Sempre fui muito de viver com os pés no chão...";
"...Pela faixa de 1966, 1967 criou-se entre os Delegados a necessidade de se criar uma entidade representativa de classe. A turma que criou a associação, pela liderança, me escolheu como primeiro presidente da Adpesc. Eu fiquei de presidente e o Jucélio de vice. Depois que eu fui para Mafra (como DRP) o Jucélio assumiu o restante do mandato..";
"...Em 1975, quando eu voltei para Florianópolis, senti a obrigação moral de ser novamente candidato a presidência da Adpesc, me candidatei, evidentemente fui eleito, justamente para ter o prazer de lutar para se ter uma sede própria para a associação. Neste segundo mandato eu tive a satisfação de entregar uma sede própria ali...";
"...A compra da sede foi um negócio engraçado, eu fiz a compra no meu nome porque a associação não tinha ainda reconhecimento jurídico. O Jorge Xavier que era o tesoureiro da associação ficou como fiador. Fizemos uma série de coisas para pagar, rifas... Agora, recentemente, depois de mais de vinte anos é que se conseguiu se comprar mais uma sala para ampliar a nossa sede...";
"...Na época eram quarenta ou cinquenta delegados e houve um sacrifício muito grande para se pagar a sede. Os recursos foram a própria mensalidade, mas nós também fizemos uma rifa de uma televisão...";
"...Quando o Jorge (Xavier) assumiu a Delegacia-Geral eu disse para ele: 'Jorge te dedicas única e exclusivamente a construir prédios para delegacias, tu vais ficar com o teu nome eternizado...', mas infelizmente nós temos um fundo e de vez em quando o governo mexe no fundo...";
"...A primeira coisa que o delegado tem que ter é condições de trabalho e não delegacias instaladas em cocheiras como tem casos aí...";
"...Participaram do primeiro Estatuto da Polícia Civil o Luiz Darci, o Fogaça, eu, o Armando, o Dias...";
"...Na época do Estatuto eu era o Corregedor-Geral e Presidente da Associação (Adpesc – 1976 a 1977) e o Luiz Darci era o Superintendente da Polícia Civil...";
"...A associação era o órgão mais interessado na aprovação do Estatuto...";
"...Em 1977 colocaram fogo na Penitenciária e eu fui convidado para ser o novo Diretor. Nessa época o Konder Reis (Governador do Estado) pediu para o Secretário da Justiça, Paulo da Costa Ramos, filho do segundo Diretor da Penitenciária (Rubens de Arruda Ramos – nome da Beira Mar Norte da Capital) que apresentasse um nome. O Paulo começou a quebrar a cabeça e lembrou que eu já tinha sido funcionário da Penitenciária, era Delegado, e pediu para o Ari Oliveira (Secretário de Segurança Pública) me chamar lá no gabinete...";
"...Era o meu sonho um dia ser Diretor da Penitenciária, mas eu queria receber o convite e não me virar politicamente prá ser diretor...";
"...Pedi para pensar (ao Secretário de Justiça Paulo da Costa Ramos), e ele disse que não porque o governador ás dez horas da manhã queria conversar com o novo diretor. No outro dia fomos no Palácio e eu fiz a minha lista de reivindicações. Fui o único que ganhou cem por cento sobre o salário de delegado, o governador deu... Mas houve a exigência dele foi que eu viesse morar na residência existente para Diretor no terreno da Penitenciária, fiquei dois anos, o negocio tava feio...";
"...Nos três primeiros meses eu chegava as sete da manhã e saia a uma e quinze da madrugada, depois fui me adequando, passou a ser das sete e quinze da manhã às oito horas da noite. Aquele campo de futebol foi realizado por nós aos sábados quando eu pegava quarenta, cinquenta sentenciados que iam para lá com picareta na mão. Na minha época a gente saia daqui para jogar na Marinha, em Canasvieiras...";
"...Quando me aposentei fui Diretor do Arquivo Público, Coordenador das Ações Penais (atual Deap) e na época do Pacheco (Sidney Pacheco - Secretário de Segurança Pública - 1991/1994) fui Diretor do Deap...";
"...Atualmente (1996) a nossa Polícia Civil e a penúltima mais mal paga do pais, se eu não me engano a última é a do Ceará...";
"...Não sei qual o caminho para se lutar por melhorias dos vencimentos, não sei, já fizemos de tudo, inclusive o atual governador (Paulo Afonso Vieira - 1995/1999) prometeu mundos e fundos, nos recepcionou completamente... A atual secretária de segurança que eu depositava muitas esperanças se acomodou, tá totalmente acomodada, podes, inclusive pegar essa gravação e mostrar para ela, não tenho receio de coisa nenhuma, enfim, todo mundo se acomodou, mas eu cito a Lúcia porque ela era a maior batalhadora nos outros tempos, comandava, liderava greve, tudo, e hoje se acomodou de uma tal forma que não deu nem o prazer de sua presença no encontro dos delegados, é decepcionante a atitude dela. Daqui a pouco ela voltar para o cargo e vai ganhar o que todo mundo tá ganhando hoje, mas eu acho que nós não devemos parar de lutar, devemos continuar lutando para melhorar o salário, dignificar a carreira. Meu genro que é Promotor em Mafra (foi reprovado no exame psicotécnico do concurso para Delegado de Polícia, depois ganhou na Justiça, mas não quis mais o cargo...) ganha mais do que eu, quando o substituto já ganhava mais...";
"...O governador Paulo Afonso assumiu publicamente o compromisso de repor a isonomia dos Delegados com os Promotores (suprimida no governo anterior – Vilson Kleinubing). Foi justamente o governo do PMDB (Pedro Ivo Campos) que nos deu a isonomia...";
"...O grande erro dos Delegados foi lutar só para si. A luta deveria ser extensiva a toda classe, talvez, nós não estivéssemos nesta situação que nos encontramos hoje. Agora realmente é incrível o salário que um delegado ganha hoje...";
"...Pode ser que no próximo governo, eu tenho esperança que seja o Esperidião Amim e que haja uma melhoria salarial...";
"...Só retorno para o governo se for para uma Secretaria de Estado, mas acho difícil porque eu não sou político...";
"...As maiores conquistas da Polícia Civil foram a Academia da Polícia Civil, a criação da Escola, a implantação. O Jade teve o grande mérito de criar a Academia, depois o General Rosinha a implantou. Mas vamos dar mérito, o Pacheco conseguiu a sede própria, porque a Academia sempre viveu em casas alugadas, em situações, na minha opinião, terríveis. O Pacheco ao conseguir o prédio próprio deu dignidade à Academia. O Estatuto da Polícia Civil também... Depois nós tivemos altos e baixos na questão dos vencimentos. Tivemos a grande fase quando conseguimos a isonomia (com o Ministério Público), depois, infelizmente, veio o senhor Vilson Kleinubing, prá mim o pior governador para a classe, mas este tá ganhando. Na época o Kleinubing foi terrível, nos tirou a isonomia e deixou os Delegados com este salário que temos hoje. Tivemos outras épocas, como do Nereu Ramos que foi o governador que mais construiu para a Polícia Civil...";
"...Essa lei de entrâncias (LC 55/92) tem que ser revista. Eu não entendo, por exemplo o Delegado é promovido para Mafra, assume, fica dez dias lá, depois é sacado de lá e colocam a pedido dele noutra comarca.... Em Mafra agora passaram dois, será que o Alberto (Presidente da Adepol/1995) não pode entrar na Justiça...?"
"...Só aceitaria o cargo de SSP se o governo se comprometesse a dar uma remuneração condigna para os policiais civis, e a construir e construir...";
"...Parece que ela (Delegada Lúcia) está fazendo um monte de construções. A pior coisa que tem é o tal do aluguel, eu acho que tem que ser prédio próprio...";
"...sempre gostei da função (Delegado de Polícia), não me arrependi de nada que fiz como Delegado. Sei que hoje eu poderia ser desembargador, me convidaram várias vezes para fazer o concurso, não me arrependo. Depois me apaixonei pelo sistema penitenciário porque foi a minha grande raiz, tendo em vista que com oito ou nove anos eu entrava pelos corredores da Penitenciária (Florianópolis) para ir ao dentista e com dezesseis anos comecei a trabalhar...";
"...A primeira coisa que a sociedade espera do policial é que ele seja um policial honesto, que se dedique a função...";
"...Uma pessoa que marcou muito a minha vida foi Acácio Garibaldi Santiago e ele me dizia que a gente só exerce bem uma coisa só quando se tem amor ao cargo, o amor a camisa. Então se o policial entrou na carreira quer para ser Delegado, Escrivão, ele precisa amar o que faz, é a primeira coisa...".