HISTÓRIA DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA: GOVERNOS PEDRO IVO CAMPOS E VILSON KLEINUBING – ADEPOL-SC – PRESIDENTE ALBERTO FREITAS (Felipe Genovez)
Por Felipe Genovez | 26/09/2017 | História
Apesar das vigências das LCs 55/92 e 98/93, continuou-se a administrar o pessoal de maneira improvisada (sem uma estrutura administrativa interna), fixando-se policiais civis de maneira aleatória, sem critérios objetivos, tendo que se submeter, muitas vezes, a atender pedidos políticos. Enfim, os dirigentes da corporação pareciam estar muito absorvidos pelo cotidiano policial civil, como reflexo das complexas injunções políticas resultantes da mudança de governo, onde os ex-dirigentes, atingidos com a descida na escada do poder, procuravam de todas maneiras desprestigiar o trabalho da nova direção. Atitudes as mais mesquinhas se transformaram em acontecimentos comezinhos nas repartições policiais. Também, pessoas que detinham lideranças de classes, procuravam influir negativamente junto ao segmento que representavam. Como exemplo disso, podemos citar o caso do dirigente da Associação dos Delegados de Polícia – ADEPOL-SC, Delegado Alberto Freitas, pois, todas as vezes que nos encontrávamos, dizia que “governo pior do que o de Pedro Ivo Campos jamais pisou e pisaria no Estado”. Procurei registrar episódios daquele momento e que servirão no futuro para se entender aquele momento, isso não só por ter este autor participado daquele governo, mas, sobretudo, porque via em suas colocações um discurso carreado de forte conotação político-ideológica, eis que traduzia uma reação política ao novo governo do PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) e, considerando, ainda, suas ligações aos governos anteriores, procurando imprimir uma política de contrastes entre o novo e o velho, onde a história está recheada de exemplo.
Como alternativa invariável, colocamo-nos a rebater as declarações do combativo Presidente Alberto, muito embora naquele momento – falando na condição de líder classista – carreavam uma forte conotação de menoscabo ao partido que assumiu o governo (PMDB). Nos fins daquele governo, que veio a legitimar a tão esperada “isonomia” (Lei n. 7.720/89), aquele presidente não se dava por satisfeito, e mantinha o verbo no sentido de reiterar que, felizmente, "o pior governo estava por se encerrar". O discurso era tão incisivo que conheci um Delegado de Polícia inativo de relações bem próximas e freqüentador assíduo daquela associação que, ao tomar contato com os seus dirigentes, tornou-se porta-voz dessas ideias.
Deixando essas ilações de lado e, também, para encurtar o assunto, após assumir o governo do Estado, Vilson Kleinubing foi responsável pela supressão da isonomia dos Delegados de Polícia. O Chefe do Poder Executivo chegou a ser declarado em uma das assembleias da ADEPOL-SC “persona non grata”. No início daquele governo pefelista (PFL) este autor, após questionarmos mais uma vez o referido presidente Alberto Freitas, agora sobre o novo governo, obteve a seguinte resposta: “pensei que não teríamos governo pior do que o anterior, mas temos...”.