HISTÓRIA DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA: - DEPUTADA FEDERAL ZULAÊ - SEGURANÇA PÚBLICA - DELEGADO MAURÍCIO ESCUDLARK NA DELEGACIA REGIONAL DE JOINVILLE – A QUEDA DA DELEGADA MARILISA BOEHM – 2001 – PROJETO MAURÍCIO (Felipe Genovez)

Por Felipe Genovez | 26/11/2017 | História

 

Dia 01.10.2001, o jornal da Adpesc – Adepol-SC (Setembro/2001, ano I, n. 1) fez constar uma chamada de capa dando o tom do que se passava na Polícia Civil do Estado de Santa Catarina:

“29o Encontro Estadual dos Delegados de Polícia Civil – Dias 26, 27 e 28 de outubro/2001, em Fraiburgo/SC – Programação: 26 de outubro – sexta-feira, 16.00h – Recepção e credenciamento no Hotel Renar -  Opção noturna -  Som ao vivo no Apfei Bar do Hotel; 27 de outubro – sábado,  08.00h – Recepção e credenciamento no Hotel Renar – 09.00h – Jogos  esportivos no Steiner Park – 12.00h – Almoço – ‘Ovelha a Michuin’ no Steiner Park – 14.30h – Citytur – pomar de Maça, criadores de cervos, mirante sobre árvores centenárias – Refúgio dentro da Floresta, Praça do Rotary, Castelo, Classificação e embalagem de maçãs, Barraquinha de maçã e derivados etc. – 18.00h – Palestra – Polícia unificação ou integração – Palestrante: Deputada Zulaê Cobra – 21.00h – Jantar dançante no salão do Hotel Renar – Banda, Face Nova Band Show; 28 de outubro – Domingo,  10.00h – Manhã livre para todos – 12.00h Almoço de encerramento no Hotel Renar”.  O editorial do jornal trazia uma boa chamada, aparentemente era o grito na garganta de todo mundo Acabei me preocupando ainda mais, justamente porque uma coisa é uma coisa outra coisa é outra coisa, além de tudo, o "nosso pessoal" (leia-se: "Delegados") acredita em tudo que vê e que lê.  Na minha avaliação, parece que o  que faltava mesmo eram ações verdadeiras: “Chamada de Consciência – Continuamos a vivenciar o momento importante e preocupante porque atravessa a Segurança Pública do país como um todo, questionada quanto a sua capacidade de autuação no âmbito da Polícia Judiciária. A instalação de movimentos no Brasil, de uma forma apelativa, pois que não estão preparados  para realizar  tais movimentos, nos alerta sobremaneira em razão das conseqüências  advindas deste processo, acuando os mandatários do Governo para que assumam uma postura e tomem medidas que, sem um padrão filosófico e principalmente menos realista de Segurança Pública, não nos deixa muita expectativa de solução a curto prazo. Os dispositivos hoje colocados, a partir de estudos elaborados por quem não conhece efetivamente de Segurança, deixa muito claro um resultado ineficaz. Hoje a Lei orgânica tem, ‘a duras penas um tratamento diferenciado, mesmo com todo o esforço empreendido , mas, pela lentidão de como estã sendo descutida  nos deixa pouca expectativa quanto  a conscientização dos legisladores que continuam pactuados com o MP principalmente, apostando na extinção do I.P. como meta de enfraquecimento do poder de Polícia Judiciária, ciceroneada pela P.M. que abandonando  o seu espaço de atribuições, insiste na busca burra do espaço vizinho e invadindo competência exclusivamente nossa por ditame Constitucional. Enfatizo também a preocupação com as alardeadas medidas Provisórias, acenadas como forma de coibir reivindicações e, sob imposição, tentam, de uma forma irresponsável, praticar Segurança Pública. Vejo como meramente publicitárias a utilização de Medidas Provisórias que poderão estabelecer como meta apenas a inibição das diferentes representações de classe que buscam alertar sobre o descaso na profissionalização e no investimento financeiro em assuntos de Polícia como um todo. O momento é grave mas é preciso que transformemos este momento numa oportunidade de conscientização e para isto necessário  se faz que nos unamos, demonstrando também o nosso interesse no acompanhamento e na discussão destes e de outros assuntos de fundamental importância para a classe. O nosso Encontro Estadual é no momento o maior foro de discussão pois nos dias 26/27 e 28 de Outubro próximo, estaremos  realizando o 29o Encontro Estadual de Delegados de Polícia na cidade de Fraiburgo e portanto, contamos com a presença dos companheiros associados – O Presidente”. 

Nos jornais as notícias sobre Joinville e a queda da Delegada Marilisa Boehm:

“Encontro da Polícia em Joinville – Depois do encontro da cúpula da Polícia Civil, em Criciúma, para discutir temas ligados à segurança daquela região, nova reunião acontece hoje, a partir das 18h30, no anfiteatro da Univille. Também assume hoje, interinamente, o comando da Polícia Civil de Joinville, o diretor do Litoral Maurício Eskudlark. A titular da Delegacia Regional, Marilisa Boehm, entra em férias porque há vários anos não descansa (...)” (A Notícia, Antonio Neves – Alça de Mira, 17.10.2001).

“A Frase – ‘Vou descansar um pouco. Há anos que não consigo tirar férias’. Delegada Regional de Polícia, Marilisa Boehm, comentando a vinda a Joinville do diretor da Polícia do Litoral, Maurício Eskudlark, que vai assumir interinamente o comando da Polícia Civil de Joinville, na tarde de hoje”  (A Notícia, Antonio Neves – Alça de Mira, 17.10.2001). 

Os jornais noticiavam que o Delegado Maurício estava entrando triunfalmente em Joinville, com a velha fórmula midiática da criação e destruição de “mitos” (o novo e o antigo) no velho jogo da polícia que rende as notícias de sempre:

“Mudanças no comando da Polícia Civil no Norte – A Polícia Ciil em Joinville está sob nova direção. O diretor da Polícia Civil do Litoral, delegado Maurício Eskudlark, está passando a acumular também a função de Delegado Regional em Joinville, em substituição a delegada Marilise Boehm, que entra em férias por 30 dias. Na noite de ontem, o secretário de Segurança do Estado, Antenor Chinatto, esteve em Joinville participando de uma reunião, com portas fechadas, em que foram convocados todos os policiais civis da cidade (...). Eskudlark, 43 anos – 20 dos quais na Polícia Civil – é natural de Canoinhas, graduado e especializado em Direito e por duas legislaturas também foi vereador em São Miguel do Oeste. Ativo em atividades comunitárias, é filiado ao PSDB, partido em que vem sendo cogitado como pré-candidato à uma vaga para Assembleia Legislativa”  (A Notícia, 18.10.01)”.  “Candidato – O delegado regional de Polícia de Joinville, Maurício Eskudlark pretende ser candidato a deputado estadual” (A Notícia, Antônio Neves – Alça de Mira, 20.10.2001).

Dia 23.10.2001, por volta de sete horas e quarenta e cinco minutos, estava na “Assistência Jurídica”  e “Jô Guedes” (Inspetora de Polícia, atualmente Escrivã da Polícia Federal) traz a notícia que dispensaram a Delegada Regional de Joinville e que o novo Delegado Regional é o doutor Maurício que está indo dois dias por semana para lá despachar. “Jô Guedes” ainda comentou que ninguém sabe bem os motivos, mas parece que a Delegada Regional não estava dando conta do recado, pois estava atrasando serviços e o jeito encontrado foi colocar o doutor Maurício que acumulará funções.  Perguntei para “Jô Guedes”:

“... puxa, mas então essa Delegada Regional realmente não trabalhava. Imagina o Maurício respondendo por duas Diretorias, com todas as Delegacias Regionais nas costas e agora ter que responder pela Delegacia Regional de Joinville? É muita coisa. Eu sinceramente não entendo, mas andaram dizendo por aí que a Delegada estava há quatro anos sem férias, que estava cansada, precisava de trinta dias de descanso... “. Jô Guedes completa com a voz ritimada e estalando: “... isso é o que dizem por aí... (devia estar se referindo a imprensa) mas lá em cima disseram que ela foi dispensada porque não dava conta do serviço...”.

Os jornais não perdem o momento:

“Mudanças – O delegado regional de Polícia de Joinville, Maurício Eskudlark, pretende alterar radicalmente o sistema de atendimento à comunidade de Joinville. Começou fazendo o remanejamento dos delegados, trocando as titularidades nos diversos distritos”  (A Notícia, Antônio Neves – Alça de Mira, 24.10.2001).  “Assaltos à luz do dia em Joinville – Ultimamente, vários assaltos têm sido cometido em Joinville contra bancos, postos de gasolina e supermercados. Além desta cidade, os assaltantes de bancos estão agora agindo na região. Detalhes em plena luz do dia. Muito  embora o novo delegado regional tenha assumido, Maurício Eskudlark, oficialmente em substituição ‘a delegado Marilisa Boehm, que está em férias, o crime continou a sua escalada. Ontem, dois bancos foram assaltados. Em Joinville, foi o posto do Banco Real, junto ao prédio da Unimed, que recebeu a indigesta visita de uma das quadrilhas que vêm praticando esse tipo de assalto no município. Em São Francisco do Sul, foi o Besc, o rei dos bancos assaltados em Santa Catarina, que teve prejuízo com a ação dos assaltantes. A Polícia Militar e a Civil foram mobilizados, cercos aconteceram nas imediações da saída de São Francisco do Sul. O fato é que os assaltos agora, nas mais diversas modalidades, acontecem em plena luz do dia (...)”  (A Notícia, Antônio Neves – Alça de Mira, 26.10.2001). 

O Diário Oficial dá publicidade à Portaria n. 0638/GEARHDIAF/SSP, de 18.10.2001, que designou Maurício Eskudlark, matrícula n. 167.405-6, Diretor da Polícia do Litoral e do Interior, para exercer em substituição o cargo em comissão de Delegado Regional de Polícia de Joinville, durante o impedimento  da titular  Marilisa Bolhm de Lima, que se encontra em gozo de férias, no período de 22.10.2001 a 20.11.2001 – Antenor Chinato Ribeiro – SSP`(DOE n. 16.775, de 29.10.2001). 

Mais notícias povoam o imaginário joinvillense:

“Estrutura da polícia vai mudar em Joinville – a cúpula da Secretaria da Segurança Pública e o comando da Polícia Militar anunciarão, na terça-feira, a reestruturação dos sistema policial de Joinville, a maior cidade do Estado. Entre as principais inovações estão a criação de uma Central de Plantão Policial (CPP), implantação de uma equipe de investigação em cada delegacia, mudança da sede da Delegacia de Trânsito, desativação da 4a DP, que atende  os bairros Aventureiro e Iririú, e fim do plantão de 24 horas de serviço por 48 horas de folga. As informações são do delegado regional em exercício, José Maurício  Eskudlark. O prédio da 4a DP vai abrigar uma unidade da Divisão de Investigações Criminais (DIC). Com isso, explicou, as atribuições da 4a DP serão transferidas à 1a DP, no bairro Boa Vista. A recém-criada Central de Plantão Policial (CPP) e a Delegacia de Trânsito ficarão junto à 2a DP, na bairro Floresta.   A CPP centralizará  todas as ocorrências graves cometidas entre as 18h e 7h nos dias de semana e no Sábado e no Domingo. A unidade contará com uma equipe de investigação e um delegado plantonista. Para mais produtividade no trabalho, todas as equipes de plantão atuarão em regime de 12 horas de serviço por 24 horas de folga (atualmente é 24 horas por 48 horas). Na terça-feira, o comando da Polícia Civil, da Polícia Militar e o governador Esperidião Amin estarão em Joinville anunciando oficialmente as novas medidas” DC, 31.10.2001). 

Isso é Maurício Eskudlark? O que Maurício pode representar para o futuro da Polícia Civil é uma incógnita, mas lendo os sinais dá para perceber:

“Governo vai reforçar policiamento – Amin viaja com secretário a Joinville e anuncia concurso para contratar 729 policiais – (...) Chinatto admitiu que o efetivo policial de Joinville vinha sendo mal utilizado e que por isso os horários de escalas também serão modificados, ou seja, haverá turnos de 12 horas de trabalho por 24 horas de folga. ‘Não é a melhor solução, mas temos de tentar uma alternativa’, enfatizou. Segundo o delegado regional interino, Mauríciio Eskudlark, no sistema antigo de 24 horas de trabalho por 38 de folga o trabalho era improdutivo. ‘A maioria das reclamações das pessoas se refere ao atendimento das DPs. Temos condições de melhorar. O que faltava era gerenciamento’, afirmou Eskudlark. Atualmente, 90 policiais civis atuam em oito DPs de Joinville (...)” (DC, 6.11.2001).

As inovações protagonizadas por Maurício e ventiladas na imprensa soam como um hino de louvor que agrada ao governo porque funciona como paliativo para a falta de policiais. Todos ganham com isso, exceto a sociedade e o próprio policial civil que se vê escravizado porque a jornada semanal de trabalho era de quarenta horas e com o novo sistema o servidor passa a trabalhar noventa e seis horas.  A esperança talvez esteja no próprio Secretário Antenor Chinato, membro do Ministério Público e também fiscal da lei:  

“Acúmulo – Na determinação da cúpula da segurança pública no Estado, o 1o Distrito Policial vai ser responsável  por toda a clientela do 4o Distrito, que abrangia a região do bairro Iririú. Entretanto, o delegado Gilberto Cervi, titular do 1o Distrito, esclareceu que, por enquanto, nenhum novo policial foi incorporado naquela unidade muito embora, a partir de agora, o serviço seja redobrado. De acordo com o secretário da Segurança Pública, Antenor Chinato, novos policiais somente em meados de 2002 (...)” (A Notícia, 7.11.2001).

Ao que tudo indicava, Maurício queria agradar, mostrar serviço: 

“Confirmado – O delegado regional em exercício de Joinville, Maurício Eskudlarki (PPB) é candidato a deputado estadual. Vai  concorrer por uma cidade do Oeste, mas já está fincando bases em Joinville para garantir votos por aqui. Tem gente pedindo a volta urgente da titular Marilisa Boehm”  (A Notícia, Antonio Neves – Alça de Mira, 10.11.2001).

Restava saber se Maurício iria intervir:

“Segurança – A nomeação de novos policiais e militares para região Norte representará um golpe mortal na criminalidade. É a tese da Delegado Marilisa Boehm, ao revelar que nos últimos 11 anos houve redução do efetivo em Joinville. Enfatiza, também, que nos últimos três anos tem havido mais treinamento e reequipamento com novas viaturas e armamentos modernos” (A Notícia, Moacir Pereira, 26.11.2001). 

“Segurança – Conforme havia a expectativa da comunidade, a Delegada Marilisa Boehm reassumiu seu cargo no dia 22 de novembro, mas algumas mudanças estão acontecendo na polícia local. Por decisão do secretário de segurança, Antenor Chinato, os diretores Ademir Serafim (Detran) e Maurício Eskudlark (do litoral)  vão trabalhar em Joinville para ajudar no combate à criminalidade”  (A Notícia, Antonio Neves – Alça de Mira, 24.11.2001).

Enquanto esse fatos pululavam no norte do Estado de Santa Catarina, notícias de São Miguel do Oeste passavam concentrar o foco da mídia, cuja base territorial pertence ao Delegado Maurício que atuou durante anos naquela região e foi eleito vereador:

“Corregedor visita Detran sob suspeita – São Miguel do Oeste – O corregedor da Polícia Civil, Moacir Rachadel, e o delegado geral do Estado, João Lipinski, estiveram esta semana na Delegacia Regional de Polícia de São Miguel do Oeste para fazer um levantamento da situação da repartição, após o afastamento do delegado regional Eliomar Beber e de mais três policiais que atuavam junto ao Departamento de Trânsito (Detran). Eles foram afastados por uma liminar assinada por quatro promotores de justiça da Comarca, acusados de improbidade administrativa. Rachadel e Lipinski estiveram reunidos com o delegado regional interino, Luiz Carlos Dadam, titular em São Lourenço do Oeste e que vem atendendo em São Miguel do Oeste duas vezes por semana. Ele garante que o Detran, apesar das dificuldades em função da falta de funcionários, está conseguindo funcionar normalmente com atendimento ao público e expedição de documentos (...). Denúncia – Os policiais foram investigados pelo promotor curador da Moralidade Administrativa, José de Jesus Wagner, depois que o vereador e proprietário do Centro de Formação de Condutores de Veículos, Eneido Fontana (PPB), denunciou a cobrança de taxa de R$ 2,00 para liberação de carteiras de motorista. Beber é acusado também de Ter adquirido um centro de formação na cidade de Mondaí, de maneira nebulosa. Os outros policiais são acusados de  movimentar uma ‘caixinha’ obtida com a cobrança de taxa do uso da máquina fotocopiadora da delegacia pelos centros”  (A Notícia, 30.11.2001).

Em Joinville a imprensa continua a buscar as boas “novas” e traçar os parâmetros para a “ruptura” do antes e o depois:

 “Crise na polícia - Do jeito que a coisa vai em Joinville com vários comandos na Policia Civil, cabe urgentemente uma intervenção do governador do Estado. Os assaltos continuam na ordem do dia e a população já não sabe mais a quem recorrer. Consta que agora também tem mais um delegado só para o Detran local. Além disso, continua o comando bipartite da delegada Marilisa Boehm e do diretor de Policia do Litoral, Maurício Eskudlark, este candidato a deputado estadual” (A Notícia, Antonio Neves – Alça de Mira, 7.12.2001). “Reforma - Além dos oito secretários que deverão deixar os cargos para disputar eleições em outubro, há mais de 12 no segundo escalão que tomarão o mesmo caminho. Entre eles destacam-se Fernando Driessen (Cidasc), Júlio Teixeira (Secretaria dos Transportes e Obras), Norberto Stroisch (Deter), Maurício Eskudlark (Segurança), Norival Silva e Edmundo Saliba (Saúde), Paulo Duarte (Badesc), Gélson Merisio (Casan), Augusto Brezola (Celesc), Juarez Silveira e Ricardo Garcia (Cohab)”  (A Notícia, Moacir Pereira, 6.1.2002).  “Ato n. 101, de 29/01/2002 – EXONERAR, de acordo com o art. 169, inciso I, da Lei n. 6.745/85, ELIOMAR JOSÉ BEBER, matrícula 161429-0-1, do cargo em comissão (5387) de Del. Reg. Pol. Civil S. M. Oeste, nível DGS-2, lotado na SSP”  (DOE n. 16.841, de 06.02.2002).

E no mesmo Diário sai a nomeação de Mauro Dutra:

“Ato n. 108, de 29/01/2002, NOMEAR de acordo com os arts. 9o e 11, da Lei n. 6.745/85, MAURO DUTRA, matrícula n. 145791-8-01, para exercer o cargo em comissão (5086) de GERENTE DE OPERAÇÕES POLICIAIS, nível DGS-3, da SSP”  (DOE n. 16.841, de 06.02.2002).

Segue a imprensa do norte do Estado:

“Denúncias - Enquanto dava entrevista para o SBT Meio Dia ontem, alguns telespectadores ligaram para a televisão, denunciando para a delegada Marilisa Boehm, roubo de motos e desmanches no bairro Boehmewaldt. Ouvinte queixou-se também que a polícia prende e a Justiça solta o acusado, que geralmente retorna ao crime. Delegacias fechadas - O vereador Wilson ‘Dentinho’ Vieira (PT) reclamou que o governador tem sido surdo diante da necessidade de novos efetivos e condições técnicas de trabalho para o combate a criminalidade em Joinville. ‘Fechar delegacias, como fez um diretor da Polícia civil que estagiou por um período nesta cidade, deve ter tido aval do governo’, disse o vereador, referindo-se à curta gestão do delegado Maurício Eskudlark, que substituiu temporariamente a delegada Marilisa Boehm, e seu destaque especial foi fechar duas delegacias no município, sem aumentar o número de policiais”  (A Notícia, Antonio Neves – Alça de Mira, 23.02.2002).

Dia 09.05.2002, por volta de nove horas e trinta minutos, fui até o Gabinete do Delegado  Lauro C. R. Braga que acabava de chegar do médico.  Em determinado momento da conversa Braga diz:

“... A candidatura do Maurício, do Maurício Eskudlark tá indo muito bem. Olha, por onde eu andei aí pelo interior tá todo mundo fechado com o Maurício Eskudlark, Balneário Camboriú, lá tá todo mundo fechado, Porto União, Rio do Sul,  impressionante. Eu que achava que o homem estava sem força aqui na Capital. Parece que o Júlio Teixeira vai sair a Federal, não estais sabendo?”

Fiquei surpreso porque Braga começou citando Balneário Camboriú. O que teria de tão especial naquele Balneário? pensei.  Procurei guardar meus pensamentos  e argumentei:

“...É, acaba ele se elegendo mesmo. E o Mauro Dutra, como é que está?” 

Braga balançou a cabeça e respondeu:

“Eu tomo café todo dia com ele, gosto dele, mas é aquilo que tu já falastes: ‘como é que ele pode se submeter a ser comandado por um Delegado menos graduado que ele? O problema do Mauro é que ele só quer saber de poder, só quer poder, não importa mais nada. Chega a ser doente.  O Felipe, o Valkir, o Braga que são Delegados Especiais comandam setores e não ocupam cargo comissionados.  O Mauro não admite isso, quer poder”. 

Entendendo o que Braga estava dizendo sob o Delegado Mauro querer um "cargo", acrescentei:

“O Wilmar também não ocupa cargo comissionado e é Delegado Especial”.

Braga disse:

“Não. Eu estou falando de quem está à frente de setor, o Wilmar não comanda setor, ele está naquele serviço...”. 

Argumentei que Wilmar era um Delegado Especial e poderia estar ocupando uma gerência. Depois que saí do Gabinete de Braga lembrei do último encontro que tive com Maurício,  foi no final de abril na portaria da Delegacia-Geral, eu estava chegando e ele de saída. Maurício Eskudlark parou para me cumprimentar colocando a mão no meu ombro dizendo:

“Oi Felipe!”

No seu jeito, no seu olhar pude observar certo ar de segurança, vitória eu que tudo estava indo muito bem.

“Recado - No dia em que os deputados Vicente Caropreso e Paulo Bornhausen vão sentar para conversar sobre a possibilidade de coligação proporcional em Santa Catarina, o tucano Maurício Eskudlark manda um recado direto para a direção estadual: se o partido formalizar aliança com os liberais, ele vai reavaliar sua candidatura à Assembléia. Respaldado pelos policiais civis de todo o Estado, Maurício vem consolidando sua candidatura a partir do Extremo-oeste. Sua perspectiva eleitoral é tal que possivelmente será o único candidato de São Miguel do Oeste. Agora, não quer saber de mergulhar de cabeça na campanha para ajudar a eleger deputados pefelistas”  (A Notícia, Cláudio Prisco, 13.05.2002).

. “Bandeira - Vereador entre 1988 e 1996, tendo presidido a Uvesc, o delegado Maurício Eskudlark está prestes a realizar uma façanha inédita: ser o único candidato à Assembleia pela região de São Miguel do Oeste, que compreende 50 municípios. Já tendo percorrido 230 mil quilômetros nos últimos três anos, o tucano Maurício está defendendo a definição de um percentual fixo para gastos em segurança, assim como já ocorre hoje com a educação (25%)”  (A Notícia, Cláudio Prisco, 26.05.2002).

“Estrago - Candidato que já foi diretor da Polícia Civil no Estado e chegou a ocupar a cadeira de Marilisa Boehm como delegado regional em Joinville e hoje é candidato a deputado estadual, na prática deixou a situação da segurança pública da cidade pior do que estava. Mauricio Eskudlark foi o responsável pela desativação da 4ª Delegacia Policial, no bairro do Iririú, medida que só conseguiu angariar críticas e antipatias ao sistema adotado, deixando uma região com mais de 100 mil habitantes sem um local para procedimento tão simples como um registro de ocorrência. Sua nomeação como delegado regional de Joinville teve simplesmente objetivo político” (A Notícia, Antonio Neves – Alça de Mira, 5.7.2002).

“Coincidência - Forte candidato do PSDB à Assembleia, Maurício Eskudlark teve mais sorte do que juízo. Além de um correligionário concorrendo ao Senado (Leonel Pavan), o primeiro suplente do ex-prefeito de Balneário Camboriú (Neuto De Conto) representa o Extremo-Oeste, base eleitoral original de Eskudlark”(A Notícia, Cláudio Prisco, 20.7.2002).

“O trabalho da delegada Marilisa - Desde que assumiu na seguranca pública de Joinville - foi a primeira a comandar uma delegacia da mulher em Santa Catarina - a delegada Marilisa Boehm sempre deu o melhor de si no combate à violência e à criminalidade. É notória a falta de melhor estrutura na Polícia Civil e também na Militar. Falta maior número de policiais e de equipamentos. Circula a informação, por exemplo, que as câmeras monitoras existentes no centro da cidade estão desativadas. Também uma delegacia de polícia foi desativada quando comandou a segurança da cidade o diretor da Polícia Civil, Maurício Eskudrlak. E, segundo consta, até agora não foi ativada. Quem não sabe que é flagrante a falta de maior número de delegados na segurança pública local? Mesmo com reduzido efetivo policial, a delegada regional tem procurado corresponder, mantendo a cidade sob controle, com o apoio da Polícia Militar. Há necessidade de maior combatividade ao tráfico de drogas na cidade e, neste item, é bom lembrar que esse papel cabe à Polícia Federal. A revelação de que existem mais de 120 pontos de distribuição de drogas no município, feita por um comandante da PM que já não está mais em Joinville, revela o grau do avanço do narcotráfico na maior cidade de Santa Catarina. Nestes tempos de político pedindo votos, é preciso que o eleitor fique atento sobre quem efetivamente tem compromisso com a melhoria da segurança pública de Joinville, ponto de chegada de políticos de todas as regiões do Estado” (A Notícia, Antonio Neves – Alça de Mira, 30.7.2002).

Correção - Diferentemente do informado ontem, a reunião-showmício que reuniu grande número de policiais civis e militares, foi em Florianópolis, no Restaurante Trintão, e não em São Miguel do Oeste (município do ex-diretor da Polícia Civil Maurício Eskudlark)” (A Notícia, Cláudio Prisco, 22.8.2002).

Num dia do mês de setembro recebi uma correspondência de Maurício Eskudlark. O material estava impresso em papel especial com sua foto ao fundo...:

“Prezado (a) Amigo (a) policial: Um comerciante vê entrar em seu estabelecimento um menino pobre que vai até o balcão, pega um sabonete e pede para embrulhar com papel de presente para dar a sua mãe. O comerciante sente-se comovido e pensa em colocar mais algum objeto para o menino pobre presentear sua mãe. Entretanto o menino vendo o comerciante indeciso em fazer o pacote mostra as moedas que guardara para pagar o presente, pensando em tirar as duvidas do homem. O comerciante então explica estar comovido e lembra que também foi pobre e nunca pode dar um presente para sua falecida mãe, quando então o menino pergunta: ‘nem um sabonete?’ Aí o comerciante sentiu o quanto falhou em sua vida, já que o importante não é o tamanho do presente mas o GESTO DE AMOR...  45190 – Um gesto importante para a classe!  Faltando poucos dias para as eleições venho pedir alguns segundos de reflexão e mostrar a importância de sua opinião, seus gestos e seu voto no amigo Maurício Eskudlark, 45190, para Deputado Estadual. Muitas pessoas passam a vida sem necessitar de um contato direto com seu Deputado, mas e se precisar? Se seus amigos e familiares necessitarem? Como você vai se dirigir a este representante? Você tem a liberdade de pegar o telefone para falar com esta pessoa? Ele vai lhe atender e conhecer? Pense bem! O Mauricio você conhece e ele conhece você! A escolha do Deputado Estadual é a escolha de um procurador, um defensor, alguém que tenha coragem  de brigar por seus direitos sem medo de perder bebesses que muitas vezes lhe são oferecidas em troca do silêncio e da submissão. O Maurício brigou em defesa dos colegas policiais em todos os momentos difíceis, esteve na casa dos policiais injustiçados e amparou cada um e seus familiares, foi acima de tudo um amigo, que fará uso da força da Tribuna da Assembléia  e das condições de Deputado Estadual para defender sua categoria. Maurício conduziu sua vida e de seus filhos com base no amor ao trabalho e no respeito ao ser humano, é um amigo que junto com você construiu um projeto de representação para todos, um Projeto Vencedor, que agora precisa do esforço final de cada um para a vitória. O Caminho está pronto, em todas as regiões do Estado temos companheiros trabalhando, portanto o seu VOTO é um gesto de amor e responsabilidade para com todos. Contamos com o seu VOTO para DEPUTADO ESTADUAL – MAURÍCIO JOSÉ ESKUDLARK”.