HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA: da senzala à SENZALA.

Por Sonia teixeira Pimenta | 14/05/2017 | Educação

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA:  da senzala à SENZALA. 

O trabalho aqui descrito tem a sua relevância social e acadêmica no re-olhar sobre a história da educação brasileira, fazendo uma breve viagem sobre a mesma, ponderando sobre atualidade e passado de uma forma crítica e consciente das alienações sofridas ao longo da história. Sendo a mesma permeada por várias fases distintas entre si, porém nos dias atuais, é perceptível a influência de uma educação europeia, com ideias de exclusão social e mecanização do conhecimento, sendo a educação de qualidade oferecida as elites e os demais ficando excluídos deste mundo socialmente correto para alguns. Estas e outras situações na atualidade são temas de debates e controvérsias, pois podemos ver as marcas de uma educação jesuítica que muito além da educação, visava a escravidão indígena, o que nos deixou um legado de mais de 200 anos de uma educação totalmente dependente da igreja católica. Com vistas a favorecer a minoria. Temos uma legislação que ainda favorece as classes dominantes, onde algumas realidades situacionais e regionais ainda passam despercebidas a um sistema educacional que alienia e acentua a diferença social entre povos que são em sua essência vindos de mesmas raças e mesmos povos, e portando de culturas iguais. 

Palavras Chave: Historia. Educação. Senzala. 

ABSTRACT 

 The work described here has its social and academic relevance in re-look at the history of Brazilian education, making a brief trip over it, wondering about current and past a critical and conscious way of disposals suffered throughout history. Being the same pervaded by several distinct phases to each other, but today, the influence of a European education is noticeable, with ideas of social exclusion and mechanization of knowledge, and the quality of education offered the elites and the others being excluded from this world socially correct for some. These and other situations today are subjects of debate and controversy, as we can see the marks of a Jesuit education beyond the education, aimed at indigenous slavery, which left us a legacy of over 200 years in a whole education dependent Catholic church. In order to favor the minority. We have legislation that still favors the dominant classes, where some situational and regional realities pass even unnoticed by an educational system that alienia and accentuates the social difference between people who are in your coming essence of the same race and the same people, and carrying equal cultures .

Keywords : Historia . Education. Slave quarters .  

1  INTRODUÇÃO

A história da educação brasileira, é permeada por várias fases distintas entre si, porém nos dias atuais, é tema de debates e controvérsias, pois podemos ver as marcas de uma educação jesuítica que muito além da educação, visava a escravidão indígena, o que nos deixou um legado de mais de 200 anos de uma educação totalmente dependente da igreja católica.

 Somente 200 anos depois, e que conseguimos uma liberdade educacional, e pedagógica, porém o que se viu a seguir na educação foi um completo caos. Somente nos últimos anos, após LDB e variadas transformações e reformulações atuais é que a educação Brasileira foi finalmente descoberto e a partir daí  a  nossa educação passou a ter uma complexidade maior.

Estes e outros variados acontecimentos, nos deixam um legado educacional ainda escravo de antigas ideias, permeadas por uma visão retrograda, embasando este trabalho que não tem em si mesmo a ambição de trazer soluções para os problemas educacionais vigentes, mas mostrar que está educação é fruto de anos de um olhar distorcido sobre a mesma.

E dentro do pensamento de Adorno “que somos superficiais em nosso conhecimento do mundo que nos cerca, devemos tentar recuperar nossa capacidade de criticar o mundo pela compreensão e apreensão dos fatos.”

Seguindo,  este ideal  e embasado no tema “História da educação brasileira :  da senzala à  senzala, este trabalho fará uma pequena viagem a história da educação  

2 CAMINHANDO PELOS CAMINHOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA. 

 Inicialmente, a educação brasileira era para os filhos dos índios ( curumins) e órfãos portugueses. Sendo seguido pelos filhos de proprietários das fazendas de gado e dos engenhos de cana-de-açúcar e também dos escravos. Porém única e exclusivamente para os meninos, sendo estes os  primeiros alunos da Educação formal (e letrada) brasileira.

Os primeiros professores foram os padres Jesuítas, pois em 1549, quando o padre Manuel da Nóbrega (1517-1570) chegou ao nosso território na caravela do governador-geral Tomé de Sousa, o marquês de Pombal, expulsou a Companhia de Jesus, a catequização e o ensino se misturaram. Sendo forte característica da educação a catequização e domesticação dos índios e filhos de escravos.
O objetivo principal era catequizar, pois a Igreja Católica  sentia-se ameaçada pela Reforma Protestante. "As letras e a doutrina estavam imbricadas na cultura europeia medieval vigente ainda nos séculos 16 e 17. E a gramática portuguesa também vinha carregada de orações e pensamentos religiosos", explica José Maria de Paiva, da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep).
Não havia uma formação específica para que um padre se tornasse professor, Bastava saber ler e escrever, mas principalmente conhecer as Sagradas Escrituras, já que a escola era quase um sinônimo de sacristia e estudar significava se tornar um bom cristão.

Portanto as primeiras salas de aula no Brasil foram criadas para catequisar os índios e seus professores eram os padres leigos, que tinham a função primordial de catequisar os índios.

A partir dos anos de 1800 com a mudança da família real para o Brasil, a educação Brasileira começa a trilhar novos antigos caminhos, pois a mesma passou a ser prioridade para a família real. Os cursos ofertados eram separados por posição social hierárquica dentro da corte, sendo esta denominada de fase Pombalina.

Alguns avanços são inseridos na educação brasileira, entre elas o direito as meninas de frequentar a escola.

Nos anos de 1800 a 1889 vive-se a época imperial no Brasil, sendo está dominada pela prioridade as necessidades da corte que morava no Brasil e todas as ações políticas eram voltadas para atender as necessidades da mesma, dentro da educação poucas novidades foram trazidas para o Brasil, continuando a mesma sendo segregadora e separatista, separando os menos favorecidos da realeza. Uma das melhorias foi a criação do colégio D.Pedro I, e a primeira escola para alunos cegos no Brasil, dando início a educação inclusiva brasileira.

            Com o período da republica velha, é implantado a laicidade para o ensino público, começando à ser implantado com a criação da disciplina de educação moral e cívica a ideia de um Brasil militar. Também foi criando o ministério da educação e começa a se vislumbrar as primeiras universidades, sendo também definido que a educação é um direito de todos, devendo ser ministrada pela família e pelos Poderes Públicos.

            Com o estado novo a visão educacional ganha uma roupagem nova, sendo a tecnicidade uma característica da mesma.

Com o estado novo e a nova constituição a educação passa por uma nova reorganização, sendo implantado a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primário e dá competência à União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional. Além disso, a nova Constituição fez voltar o preceito de que a educação é direito de todos.

 

 

3  PELOS CAMINHOS ATUAIS  DA  EDUCACÃO BRASILEIRA .

 

            Neste novo século que se iniciou, ainda sob o luz da LDB /96 a educação inicia grandes tentativas de avanços educacionais, o fenômeno da globalização e o avanço expressivo de diferentes meios de comunicação vem corroborar com uma expansão de diferentes formas de educação, entre elas a Ead ganha grandes quantidades de alunos engessando os bancos das universidades .

            A busca por novos paradigmas de aprendizagem e pelo traçado de caminhos para a escola do novo milênio se traduz em teorias e métodos que vêm sendo amplamente pesquisados e discutidos pelos pedagogos. Na esperança de um futuro melhor com uma educação de qualidade de pessoas conscientes e formadores de opinião, com uma política justa em todos os setores de nossa sociedade livre de toda e qualquer situação avessa ao crescimento intelectual, contra as drogas e todo o malefício que nas atuais circunstâncias denigre e mancha a nossa sociedade é esta a educação que querendo e qualidade não apenas para o ensino mas para as vidas de todos os cidadãos brasileiros.

3.1 A ESCOLA E OS ALUNOS: Alma da escola.

O século XXI iniciou caracterizando-se por grandes mudanças, em praticamente todos os setores da vida humana, essas transformações são fatos marcantes, dentre os quais destacam-se: a globalização dos mercados, o desgaste dos valores e tradições nacionais em prol da crescente ambição monopolista de países ditos desenvolvidos. Podemos acrescentar ainda o individualismo e o ufanismo que prevalecem sobre a solidariedade. Em meio a essa diversidade de inovações, não podemos desconsiderar a educação, pois a mesma, não deve estar à margem, mas inserida no processo e se adequando às novas necessidades de sua clientela. Essas questões são reais, e como tais, devem ser questionadas e analisadas. Diante dessas exigências, a escola precisa oferecer serviços de qualidade e um produto de qualidade, de modo que os alunos que passem por ela ganhem melhores e mais efetivas condições de aprendizagem.

Até pouco tempo, a grande questão escolar era somente a aprendizagem de conteúdos,  acreditava-se que conhecer era acumular conhecimentos. Atualmente, o  desafio para o educador é coordenar o ensino de conceitos e proporcionar um ambiente efetivo de aprendizagem. Neste contexto os educadores têm enfrentado o problema da ausência de motivação nos alunos para a aprendizagem. 

O processo de aprendizagem é um dos mais complexos da natureza humana, é inerente ao ser humano, porém influenciada por fatores externos e internos. Ao aprender ou adquirir uma nova habilidade o ser humano inclui em seus conhecimentos um novo conhecimento, sendo este processo estudado e explicado por inúmeros pesquisadores da atualidade e do passado, podendo ser citado entre estes VYGOSTKY e PIAGET.

Sendo a aprendizagem um processo único e dinâmico este estudo faz-se de grande relevância para a educação atual, pois a motivação é essencial para o avanço nas aprendizagens, e portanto sendo de grande relevância para a atualidade, enquanto sociedade atual, dinâmica e em processo de aprendizagem.

Para motivar alunos é imprescindível analisar as formas de pensar e aprender, para assim, desenvolver estratégias de ensino que partam das suas condições reais, inserindos no processo histórico como agentes. Os educandos devem sentir-se estimulados a aplicar seus esquemas cognitivos e a refletir sobre suas próprias percepções nos processos educacionais, de modo que avancem em seus conhecimentos e em suas formas de pensar e perceber a realidade. Devemos ir além do cognitivo, precisamos avaliar a afetividade, pois à medida que o educando adere às propostas feitas, teremos, certamente, uma mudança de comportamento, o que pressupõe aprendizagem. 

4 ENTRE A SENZALA E  à  “ SENZALA. 

Pela trajetória aqui descrita da educação brasileira é visível na mesma os traços heraícos de uma miscigenação de ideias e olhares diferentes sobre uma educação que foi implantanda para um povo miscigenado de culturas e gens.

O povo brasileiro tem em sua essência uma parte negra, uma parte branca e uma pequena porcentagem Europeia, sendo esta uma característica das elites. As grandes classes (sendo estas as menos favorecidas) oriundas estas dos tupiniquins e dos africanos foram (quando tiveram direito) educados por uma educação com vistas a domesticar e escravizar.

Nossas metas educacionais, planos de educação, modelos educacionais foram copiados de um lugar com ideal diferente de educação, foram criados para uma outra realidade, e implantados aqui sem pensar na realidade local, ou pensados para continuar mantendo na senzala os educandos Brasileiros e consecutivamente seu povo.

Ainda de acordo com índices mundiais criados para medir a qualidade educacional ofertada a todos, um dos últimos colocados.

Como sair, ou como tirar o Brasil desta situação com politicas educacionais arcaicas, ou modernas demais para uma Pais que luta para sair do caos social em que se encontra, onde seu povo clama por igualdade de vida e educação, e seus poderes somente escutam e nada fazem, ou quando fazem novas leis as mesmas continuam a deixar o pobre mais pobre e o rico cada vez mais abastado, o pobre continuando escravo e o rico o senhor das senzalas.

4 CONSIDERAÇOES FINAIS 

Descrever a trajetória educacional do Brasil, e uma tarefa fácil em sua história e difícil em sua essência, pois quando nos deparamos com vertentes tão distantes das sonhadas por nós, fica-nos uma indignação. Vemos que nossa educação traduz a realidade que vivemos, de uma maioria alienada e uma minoria desinformada.

Dentro do contexto educacional vemos excelentes ideias para uma educação transformadora, porém quando as mesmas chegam vias de fatos aos estudantes que são a essência da educação, faltam subsídios para os professores, formação continuada e conexão com a  realidade  educacional de cada região.

O clamor de milhares de educadores soam e são ignorados pelas autoridades competentes, em seus clamores eles pedem igualdade, qualidade, formação, salários dignos e outros fatores essenciais para esta educação que junto com nossa evolução histórica da educação faz –se urgente o repensar, o reescrever, ou o continuar a fazer uma história diferente.

Ainda continuamos com uma educação feitas para as elites, livros didáticos pensados para as regiões de maiores visibilidades sociais, enquanto os longínquos do País padecem alienados nas senzalas da educação. 

REFERENCIAS 

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