HISTÓRIA DA ACADEMIA DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA: CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NAS CARREIRAS POLICIAIS CIVIS NO ANO DE 1969
Por Felipe Genovez | 31/01/2019 | HistóriaO Concurso realizado no ano de 1969 pela Escola de Polícia foi um dos mais marcantes na História da Polícia Civil. Neste nosso artigo vamos viajar no tempo para rememorar nomes e fatos relevantes, cujos acontecimentos acabaram por moldar o futuro da Polícia Civil.
I - DELEGADOS DE POLÍCIA – IV Classe, PF-17 (POR ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO):
1º. Manoel dos Santos Dias; 2º José Guilherme de Souza; 3º. Ézio Miguel da Luz; 4º. Vinício Luiz Fiamocini; 5º. Lênio Fortkamp; 6º Dirceu Machado de Souza; 7º João Alfredo Dobes; 8º Roberto Moritz Neto; 9º Cezar Benjamin Duarte; 10. Álvaro dos Passos José Dias; 11. Sinval Santos da Silveira, cujas vagas foram criadas pela Lei n 4.265 de 07.01.1969 (DOE n. 8.918 de 12.01.1970).
NOTAS:
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Dr. Manoel dos Santos Dias: foi o primeiro colocado do concurso para ingresso na carreira de Delegado de Polícia no ano dd 1969. Ocupou vários cargos no comando da Polícia Civil, iniciou como Delegado Especializado de Furtos, Roubos e Defraudações (Portarias de 20.01.1970). Depois, foi para Delegacia Especializada de Segurança Pessoal (Portarias de 21.05.1970). Também desde cedo foi designado para atuar como Professor da Escola de Polícia. No ano de 1973 passou a ocusar o cargo de Subdiretor das Delegacias de Polícia Especializadas da SPC (1973). Ocupou o cargo de Delegado Regional de Florianópolis, à Chefia da Polícia Civil (Superintendente da Polícia Civil – 1982/1983). Elegeu-se Presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Santa Catarina 1983/1985. Também, foi Diretor de Investigações – “DI” (atual Deic). É pai do Delegado Fabrício Mann Dias (já aposentado).
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Dr. José Guilherme de Souza: atuou na Delegacia Especializada de Furtos e Roubos, depois foi designado para atuar na Escola de Polícia (Acadepol) como Subdiretor. No ano de 1972 deixou a Polícia Civil e ingressou na magistratura estadual (Decreto n. 5.095/SEJ de 28.11.1972). Posteriormente, passou para os quadros da magistratura federal (foi o único catarinense a ingressar nos quadros da magistratura do Distrito Federal), vindo a se aposentar como Desembargador Federal.
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Dr. Ézio Miguel da Luz: uma das figuras mais inomináveis na história da Polícia Civil em razão da sua histórica ascensão funcional. Iniciou na Segurança Pública no início da década de sessenta (Encarregado de Serviço – ref. XXII, de acordo com o Decreto n. 864 de 23.12.1961), conquistando paulatinamente vários cargos até chegar à posição de Delegado de Polícia, como de Perito Criminalista Papiloscopista. Como Delegado de Polícia foi designado para atuar na Delegacia de Polícia de São Bento do Sul, mas nem chegou a assumir a comarca. No ano de 1971 ocupou o cargo de Procurador Policial (junto a Divisão Jurídica/SSI). Teve passagem pela Polinter (1972). Foi nomeado Corregedor Policial (1972, auxiliando o Corregedor-Geral de Polícia/SSI Hélio Juk (Promotor Público). Na década de setenta ingressou na Consultoria Jurídica do Estado, inclusive, respondeu pelo cargo de Consultor-Geral do Estado, vindo a se aposentar como Procurador do Estado (beneficiado com o reenquadramento ocorrido com a extinção da carreira de Consultor Jurídico). É pai do Delegado Adriano Luz.
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Dr. Vinicio Luiz Fiamoncini: foi Delegado Regional de Polícia de Blumenau (1973/1975) e Superintendente da Polícia Civil (1976/1977). Retornou à DRP de Blumenau e entrou para a vida política (não se elegeu Prefeito de Blumenau). Sua trajetória profissional está ligada ao momento da aprovação do primeiro Estatuto da Polícia Civil, quando ocupava o cargo de Chefe da Polícia Civil do Estado (Lei n. 5.267/76), além do novo plano de carreiras (Lei n. 5.266/76), cujos principais responsáveis pelo encaminhamento da matéria foram o Secretário de Segurança e Informações Ari Pereira Oliveira, Ewaldo Villela (Corregedor-Geral de Polícia e Presidente da Adepol-SC), Manoel Antonio Fogaça de Almeida (Diretor da Acadepol) e Dr. Luiz Darci da Rocha.
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Dr. Lênio Fortkamp: foi Delegado Regional de Polícia de Itajaí, atuou em Delegacias Especializadas da Capital, foi Diretor da Academia da Polícia Civil (1978/1982). Também, exerceu mandato de Presidente da Associação dos Delegados de Polícia (1979/1981). É pai do Delegado Mácio Fortkamp.
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Dr. Dirceu Machado de Souza: iniciou na Polícia Civil no ano de 1965 quando foi nomeado para o cargo de Comissário de Polícia, passando atuar nas Delegacias Especializadas da Capital. Posteriormente, foi reenquadrado na carreira de Agente de Polícia. Antes mesmo de ingressar na carreira de Delegado de Polícia já havia sido designado para exercer essa função. Exerceu os cargos de Delegado Regional de Polícia de Tubarão e Caçador.
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Dr. João Alfredo Dobs: iniciou sua carreira na Delegacia de Polícia de Blumenau, posteriormente, foi removido para DPCo de Rio do Sul. Exerceu a função de Secretário da Corregedoria Policial e foi Superintendente da Polícia Civil entre os anos de 1977/1978.
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Dr. Roberto Moritz Neto: foi Delegado Regional de Polícia de Florianópolis e, também, atuou na “Divisão Jurídica” da SSI e ocupou o cargo de Corregedor Policial.
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Dr. Cezar Benjamin Duarte: Foi Vice-Prefeito de São João Batista (1969/1970). Foi assassinado em Tijucas, quando exercia o cargo de Delegado de Polícia (1970).
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Dr. Álvaro dos Passos José Dias: Anteriormente, exerceu o cargo de Escrivão de Polícia. Esteve à frente da Polinter e na Delegacia Especializada de Delegado de Furtos, Roubos e Defraudações (1973), quando estava na III Classe, PF-19, em cuja época equereu readaptação para o cargo de Consultor Jurídico do Estado, o que foi deferido (mesmo caminho trilhado pelo Delegado Ézio Miguel da Luz), vindo a se aposentar como Procurador do Estado (Portaria 3.634/SSI de 20.09.1973).
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Dr. Sinval Santos da Silveira (filho de Sargento Rádio Telegrafista da PM-SC. Foi Delegado de Polícia de Videira entre os anos de 1969/1970 (onde sua família residiu nos anos de 1951/1952), por indicação do Diretor da Escola de Polícia (Otacílio Schuler Sobrinho). Fez concurso para Procurador Federal e foi aprovado em segundo lugar, passando a atuar no DNER (atual Denit). É escritor e poeta e pai do Tenente Coronel da PM-SC Sinval Santos da Silveira Júnior (Comandante do 21ª BPM).
II - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – IV Classe - PF-13 (POR ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO):
1º. Jair Silveira; 2º. Orlando da Silva Filho; 3º. Ercílio Antonio Camparim; 4º. Ari Vieira Rodrigues; 5º. João Francisco de Souza; 6º. Benjamin Cunha Neto, cujas vagas foram criadas pela Lei n 4.265 de 07.01.1969 (DOE n. 8.918 de 12.01.1970).
NOTAS:
- Jair Silveira – Escrivão de Polícia – iniciou sua carreira em Xanxerê, em cuja região foi responsável por Delegacia de Polícia. Foi vereador durante várias legislaturas em Xanxerê. Elegeu-se Deputado Estadual para cumprimento de dois mandatos, tendo destacada atuação (como membro da Comissão de Constituição e Justiça) durante as tramitações nas Leis Complementares 55/92 e 98/93 que trouxeram importantes avanços para os Delegados de Polícia e para a Polícia Civil.
- Ercílio Antonio Camparim: depois de formado em Direito ingressou no Ministério Público do Estado do Mato Grosso (Sul), vindo a se aposentar como Procurador de Justiça. Na década de oitenta, mesmo já na inatividade, fez concurso para Delegado de Polícia em Santa Catarina, porém não obteve êxito.
- Ari Vieira Rodrigues: teve passagens por Chapecó e por Delegacias Especializadas da Capital, posteriormente ingressou na carreira de Delegado de Polícia (1975), exercendo durante bom tempo as funções de Chefe da Unidade de Apoio de Pessoal/SSI.
- João Francisco de Souza: iniciou na Delegacia de Polícia de Concórdia. Posteriormente ingressou na carreira de Delegado de Polícia, vindo a atuar na DP de Brusque.
- Benjamin Cunha Neto: foi designado para atuar na Delegacia Regional de Polícia de Caçador (responsável pela Ciretran). Em razão dos serviços prestados, no ano de 2011 foi homenageado com a comenda Alice Guilhon Gonzaga Petrelli (Mérito Funcional). Durante a homenagem de entrega da comenda sua esposa declarou: “(...) Ele trabalhou muito todos esses anos e acho merecida a homenagem. Aprendi muito com ele e continuo apreendendo. É um exemplo como servidor e para a família” (in “PortalCDR,com.br” – 14.10.2011 Caçador-SC – acesso em 30.01.2019). Aposentou-se como Escrivão de Polícia.
III - AGENTE AUXILIAR DE POLÍCIA - PF-9, IV CLASSE - (POR ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO):
NOTAS:
1º. Célio Maus; 2º João Manoel de Souza; 3º. Arno Vieira; 4º. Carlos Roberto Cardoso; 5º. Roberto Alves; 6º Dirceu Machado de Souza; 7º. Victor Maravalhas; 8º Mauro Farias; 9º Neuvan Klein de Aguiar; 10. Edson Berti; 11. Edison Manoel Ramos, cujas vagas foram criadas pela Lei n 4.265 de 07.01.1969 (DOE n. 8.918 de 12.01.1970).
- Arno Vieira: aposentou-se como Comissário de Polícia (final de carreira). Durante a década de oitenta e início dos anos noventa teve destacada participação auxiliando na organização, estruturação e luta classista em defesa dos policiais civis, além de um dos grandes responsáveis pela construção da Sede Balneária do Campeche (antigo Clube dos Policiais Civis pertencente à Federação Catarinense dos Policiais Civis – Fecapoc – transformada em “Sintrasp” e, por último, em “Assesp”). SSP – ESCOLA
- DE POLÍCIA (ACADEPOL) – CONCURSO DE 1969 – NOMEAÇÕES – AGENTE DE POLÍCIA (PF-13, IV CLASSE): 1º José Guayanaz de Lima; 2º. Ademar Grubba; 3º Mário Moretto; 4º. Luiz Carlos Pavan; 5º. Aécio Speck Neves; 6º. Edison Sporrer; 7º Hermínio Francelino do Amaral (DOE n. 8.918 de 12.01.1970).
- José Guayanaz de Lima, posteriormente foi reenquadrado como Comissário de Polícia. Ingressou na Carreira de Delegado de Polícia, em cujo cargo se aposentou.
- Ademar Grubba: posteriormente foi reenquadrado como Comissário de Polícia. Ingressou na Carreira de Delegado de Polícia, em cujo cargo se aposentou.
- Mário Moretto: posteriormente foi reenquadrado como Comissário de Polícia. Ingressou na Carreira de Delegado de Polícia, em cujo cargo se aposentou.
IV - CARCEREIROS - PF-7, IV CLASSE (POR ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO)::
1º. Waldemar Dutra Penilli; 2º. Heinz Teski; 3º. Odílio Lucinet Osório; 4º. Edubaran Borges; 5º. Leonal João Pereira; 6º. Elson Xavier Santana; 7º. Pedro Manoel Ramos (DOE n. 8.918 de 12.01.1970).