Hiperativos Ou Pestinhas?

Por Ricardo Silveira | 18/10/2007 | Educação

Ricardo Roberto da Silveira
Professor do Curso de Educação Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Unaí ? FACTU
Mestrando em Ciências do Ensino Superior
Dirceia Morato Alves Campos
Pedagoga,Esp.



1.0. Introdução


Na última década grandes avanços foram obtidos na área de estudo sobre o TDAH. O quadro clínico está mais definido. Vários fatores etiológicos estão sendo investigados, particularmente na área biológica, como anormalidades nos circuitos subcórtico-frontais.
De acordo com (Rohder,2003) os estudos da etiologia do TDAH está na infância. Também em relação a genética, intensamente investigada, os resultados são contraditórios, e nenhum gem pode ser considerado como o suficiente para o desenvolvimento desse transtorno. Isso se deve a grande heterogeneidade etiológica representada pela alta complexidade clínica da doença. O futuro do estudo da etiologia do TDAH envolve, certamente, a definição de possíveis "subfenótipos" no qual essa heterogeneidade esteja reduzida, sendo também muitas respostas positivas nas investigações antes de acertar um agente ambiental ou um gene como fator sustentável. A identificação dos possíveis fatores genéticos e ambientais é fundamental, uma vez que essa informação está diretamente relacionada ao esclarecimento da patofisiologia do TDAH e, a seu tratamento e prevenção. Um maior conhecimento ajudará na caracterização dos diferentes tipos da doença, determinando condições mais específicas, e , por tanto, mais eficazes do tratamento, ainda, a vulnerabilidade do TDAH poderá ser detectada precocemente, possibilitando se assim, o desenvolvimento das estratégias de prevenção. O crescimento nas pesquisas sobre a etiología do TDAH será extremadamente relevante para uma prática da psiquiatria da infância e da adolescência, também para os pacientes e suas famílias.

2.0. Conhecimentos sobre TDAH

Os maiores conhecimentos sobre TDAH provêm dos estudos feitos na população na idade escolar do ensino primário. O número de investigações científicas encontradas na idade pré-escolar, jovens e adultos, é significativamente menor. O presente trabalho tem como objetivo explicar a situação deste tipo de estudantes no Brasil e a necessidade de preparar os professores para trabalhar com eles e aumentar a qualidade da educação.
Analisando as investigações educativas sobre o tema encontra se que Blanco afirma em (Rohde,2003) que o sistema educacional tem concentrado os objetivos do ensino no âmbito cognitivo, esses objetivos têm sido os mesmos para todos os alunos, e o ponto de referência é o aluno padrão. Tal posicionamento levou a uma situação caracterizada pela homogeneização e inflexibilidade do ensino, avaliação do tipo normativo com objetivos iguais para todos e, finalmente, a uma organização das atividades do ensino nos quais todos têm que fazer tudo ao mesmo tempo. A escola atual com freqüência desconsidera as diferenças individuais e está pouco aberta as diversidades, sendo, muitas vezes, incapaz de adequar recursos e metodologias tanto aos alunos que deles necessitam como aqueles que requerem qualquer tipo de resposta mais individualizada, de caráter transitório ou permanente. Uma escola aberta as diversidades tem que dar respostas as necessidades concretas de todos os alunos. Nesse sentido recorda se que muitas das dificuldades da aprendizagem é a mal adaptação escolar do aluno com TDAH que se intensifica não somente em razão de um planejamento educacional rígido e inadequado enquanto aos objetivos e metodologia, também pela falta de interação apropriada com o professor ou com o grupo de iguais. A presença dos alunos com necessidades educacionais especiais na escola regular implica, obrigatoriamente, a modificação dos esquemas que produzem a desintegração desses alunos em determinado momento.

3.0. A educação especial na Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96

No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação - 9394/96 dedica um capítulo específico a educação especial, desejando bem claro o papel e as obrigações das instituições sobre a adequação do ensino aos alunos com necessidades especiais, entre as quais poderíamos incluir o TDAH, embora, esse transtorno não seja citado. No artigo 59, se expõe:
Os sistemas de ensino asseguram aos alunos com necessidades especiais:
I ? currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender suas necessidades;
II ? terminalidade específica para aqueles que não poderão alcançar o nível
exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de
suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o
programa escolar para superdotados;
III ? professores com especialização adequada em nível médio ou superior,
para atenção especializada, e professores do ensino regular capacitados para a integração desses alunos nas salas comuns.
Portanto, a possibilidade de flexibilidade na implantação dos currículos adaptados, com processos de avaliação diferenciados e estratégias individualizadas, é amplamente prevista e incentivada pelo órgão regulador. Na maioria das vezes, a prática demonstra que o sistema educacional, ainda está bastante estratificado, e os professores encontram dificuldades, algumas insuperáveis, para fazer as adaptações que são necessárias para atender ao aluno com TDAH.
Diante das dificuldades encontradas pelos profissionais da educação que se deparam cada vez mais com os alunos portadores de TDAH, percebe se a necessidade de desenvolver maiores estudos para a compreensão do assunto e com isso propor novos programas de ação buscando uma formação de alta qualidade para que possam atender aos alunos com TDAH, pois percebe se que estes necessitam de atenção especial porque apresentam um grande déficit de atenção, ou não conseguem concentrar sua atenção nas aulas para poderem compreender os conteúdos ensinados, ainda são muitos agitados, não conseguem controlar se sozinhos e isso pode causar grandes problemas de socialização e convivência com seus professores e seus colegas, uma vez que esses colegas em sua maioria são alunos normais e não conseguem entender os motivos de alguns colegas que são hiperativos, não prestam atenção nas aulas, muitas vezes brigam com outros colegas, não obedecem aos professores; enfim, vivem causando problemas. Os professores por sua vez, têm grandes dificuldades para manter a disciplina em suas classes, pois não conhecem o problema desses alunos, não sabem que necessitam trabalhar juntos com profissionais da medicina, da psicologia e principalmente com os pais. Depois que os professores conhecem o problema, fica mais fácil trabalhar com alunos com e sem TDAH, inclusive porque nas escolas de ensino fundamental não tem classes somente com alunos com TDAH e hoje em dia é muito difícil encontrar uma classe que não tem nenhum aluno com esse transtorno.

4.0. Conclusões

Atualmente, por exigência na área educacional, os professores têm procurado mais informações, mas ainda assim, no caso do TDAH não é fácil detectar o problema porque pode manifestar se somente mediante um dos transtornos, ou seja, somente déficit de atenção, ou somente hiperatividade ou impulsividade, ou como os médicos chamam, o TDAH combinado. Quando se trata do TDAH combinado, este é detectado com mais facilidade que os outros casos, por tanto, se esses profissionais não conhecem nada de TDAH, não saberão do que se trata.
De acordo com as conclusões obtidas, verifica se a necessidade que as crianças com TDAH têm de uma atenção especial e que não a encontram em sua vida acadêmica.
A presença dos professores compreensivos, que conheçam o transtorno, a disponibilidade dos sistemas de apoio e oportunidades para que esses alunos se integrem nas atividades que conduzem o êxito na sala de aula são imprescindíveis para que a criança com TDAH possa desenvolver todo seu potencial.






5.0. Referências Bibliográficas


BRASIL, Secretaria de Educação Especial. Diretrizes aos alunos portadores de altas habilidades: superdotação e talentos/Ministério da Educação e do Desporto. Brasília: MEC/SEESP,1995.50P.
BRASIL, Secretaria de Educação Especial. Subsídios para organização e funcionamento de serviços de educação especial: Deficiência/Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Especial ? Brasília: MEC/SEESP, 1995, p. 65.
MACHADO J.B. Superdotado: como nidificar, desenvolver, integrar: coletânia de dados. Rio de Janeiro: Rotary Club do Rio de Janeiro, 1989.
MACHANO.J. Educação Especial dos superdotados Rio de Janeiro: ABSD, 1986.
ROHDE, Luís Augusto P. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade. Porto Alegre: Artmed, 2003.
SAVIANI, D. A nova lei da educação(LDB): trajetória, limites e perspectivas. 5 ed. Campinas: Autores Associados, 1999. 262 p.