Hierarquia e disciplina

Por Edson Terto da Silva | 08/02/2012 | Política

Agora, mais que nunca, é moda protestar. Não importa para qual lado um grupinho com faixas nas mãos está indo e lá vai este ou aquele cidadão “esclarecido”, como se estivesse  atrás de um trio elétrico para provar que não morreu. Ah! E hoje em dia têm os protestos virtuais. O cara nem precisa gastar sola de sapato, ou melhor, de tênis (que é mais jovem, inovador, revolucionário), mesmo que o manifestante virtual não saiba quem ou o que está atacando ou defendendo e, quase sempre, é manipulado por alguns poucos, estes sim, sabedores de seus objetivos, normalmente que nada têm a ver com aspirações coletivas, mas com ambições pessoais.

 Situações mundiais, nacionais, regionais e locais nos servem de exemplos de rebeldia, algumas sem causa, ou pelo menos sem objetivo definido e que as pessoas embarcam, mesmo pegando bonde errado, mas achando  ser melhor que esperar no ponto e já que está ali, porque não sentar na janelinha? Alguns esquecem, que dependendo do rumo da aventura, o sol e a sombra continuam para quase todos, mas não há tantas janelas e apenas lobos, camaleões e outros espertalhões e adaptáveis continuam inatingíveis até aparecer outra onda  para os levar e quem sabe? Para arrastar os mesmos ou novos desavisados.

 Recentemente, ouvi na televisão uma declaração sobre a greve de policiais militares baianos e que se cogitava espalhar por outros estados. Foi citado que: “Hierarquia e disciplina são pilares de organizações militares, sem eles, Polícias podem se tornar bandos armados” A citação não é nova, salvo engano é de 2004, proferida por um ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

 Quando se fala em organização militar, a mesma dosagem pode ser usada para agremiação armada (pública ou privada), que ao não respeitar os pilares da disciplina e hierarquia, ganhar força com atitudes de propósitos pessoais (quase sempre para manter privilégios) e com suas mobilizações virando massa de manobra de aproveitadores (sejam indivíduos ou entidades), estaremos sim assistindo a formação de mais bandos armados.

 Antes de aceitar alguma coisa como certa ou verdade, é preciso analisar situações para não incorrer no risco de, por irresponsabilidade, perder os direitos sagrados da democracia, da verdadeira liberdade de expressão. Vejamos, a crise política em Campinas(SP), com prefeitos cassados e sem definição de novas eleições, isso há quase dois anos. Até agora, o que se vê são poucas e pequenas manifestações de grupos pró ou contra esta ou aquela pessoa. Nada de mais consciente, de massa, com os mais de 1 milhão de habitantes representados na busca de solução definitiva. A crise afeta todos, mas parece só interessar aos pretendentes à “confortável” cadeira do gabinete do 4º andar do Paço campineiro.