Heitor Borba - Informativo de Segurança do Trabalho
Por Heitor Borba | 19/04/2009 | AdmO seu Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional (SGSSO) funciona?
Para serem competitivas no mercado as empresas atuais têm
que implantar SESMT, CIPA, Programas de Qualidade, Meio Ambiente, Segurança e
Saúde Ocupacional, buscando incessantemente as tão almejadas certificações.
Auditores enviados pelas certificadoras, muitas vezes fazem "vista
grossa" para muitas coisas, seja por ignorância do assunto ou mesmo de
forma proposital. Alguns, ao final da auditoria, concluem: "A empresa
passou, o sistema ta funcionando". Ta mesmo? As certificações são
suficientes para resguardar a empresa contra prejuízos futuros? Os indicadores
apresentados na auditoria são confiáveis? Os custos com Assessorias e Profissionais
de Segurança e Saúde Ocupacional estão valendo à pena? Como saber se o seu
SGSSO realmente funciona?
Não é muito difícil encontrar os "buracos" desse sistema. Basta fazer
um simples teste em sua empresa – Por exemplo, escolha alguns colaboradores
expostos ao ruído por mais de dois anos na casa. Pegue as dosimetrias de ruído,
os protetores auriculares e os audiogramas admissionais e atuais,
respectivamente, verifique de cada um:
a) Se o protetor auricular encontra-se higienizado, em condições de uso e com o
Certificado de Aprovação (CA) válido, conforme NR-06;
b) Se o protetor auricular possui nível de eficiência suficiente (NRRsf) para
reduzir o nível de ruído a que se encontra exposto o trabalhador a valor abaixo
do nível de ação da NR-09;
c) Se na comparação dos audiogramas, referencial e seqüencial, não houve
alteração, ou seja, desencadeamento ou agravamento significativo de perda
auditiva ocupacional, conforme Anexo I da NR-07;
d) Se não há registros de queixas dos trabalhadores envolvidos.
Caso você consiga responder afirmativamente todas as questões acima, seu SGSSO
realmente está funcionando nessa área. Vamos ver outra área. A exposição a
solventes (hidrocarbonetos aromáticos), por exemplo – Selecione os
trabalhadores que manipulam tintas, solventes, removedores, esmaltes, vernizes,
colas, etc Muito bem. Agora pegue os respiradores, as dosimetrias de xileno e
tolueno das atmosferas respiráveis dos trabalhadores (se houver) e os exames de
sangue com contagem de plaquetas e as dosagens dos ácidos hipúrico e metil-hipúrico,
respectivamente. Verifique de cada um:
a) Se o respirador encontra-se higienizado, em condições de uso e com o
Certificado de Aprovação (CA) válido, conforme NR-06;
b) Se o respirador é apropriado para vapores orgânicos e possui nível de eficiência
suficiente para atenuar as concentrações da atmosfera respirável a valores
abaixo do nível de ação da NR-09:
c) Se no estudo dos exames médicos não houve registro de dosagens dos ácidos
hipúrico e metil-hipúrico acima dos níveis máximos permitidos; Verificar se na
contagem de plaquetas o exame foi normal;
d) Se não há registro de queixas dos trabalhadores envolvidos. Do mesmo modo,
caso você consiga responder afirmativamente todas as questões acima, seu SGSSO
realmente está funcionando nessa área, e assim por diante. Essa é a auditoria
que realmente funciona. Apresentar para os auditores estatísticas dos acidentes
que não foram registrados pela empresa é enganar a si mesmo. Infelizmente,
algumas empresas ainda preferem pagar dobrado pela segurança e saúde dos seus
colaboradores. Custeiam um sistema de gestão que não funciona e ainda pagam
altas somas judiciais para reparo do sistema que não implantaram. Investimentos
em EPI/EPI, treinamentos, salários dos profissionais especializados, custos com
a certificadora, etc devem retornar a empresa em forma de qualidade,
produtividade, passivo decadente devido à ausência de ações judiciais dos
órgãos fiscalizadores. Portanto, os custos com segurança e saúde no trabalho
devem culminar em bons investimentos e não em meros "gastos" que a
organização é obrigada a ter.
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