Há 50 anos, o segundo título mundial!
Por Edson Terto da Silva | 05/01/2012 | CrônicasA modéstia me impede dizer que ano de 62 foi mais que especial, afinal nasci naquele ano, em 8 de janeiro, e, portanto, esperaria alguns meses, até 17 de junho, para ver nossa seleção ser bicampeã mundial, de forma consecutiva. Se quatro anos antes, em 58, um garoto de 17 anos, coincidentemente chamado Edison, mas com o “i”, e estranhamente apelidado de Pelé, tinha encantado o mundo com seu futebol e sido decisivo para o primeiro titulo mundial de futebol para o Brasil, em 62 a expectativa era grande, afinal ele estava de volta e mais experiente.
Na estréia brasileira, em 30 de maio de 62, o Brasil venceu o México por 2x0, com direito a gol antológico de Pelé, que driblou toda a defesa e tocou na saída do lendário goleiro Carbajal. A partida seguinte acabaria num 0x0 contra a Tchecoslováquia e Pelé sofreria uma contusão e não voltaria jogar naquela Copa. Embora tenha sido difícil assimilar o golpe, o grupo cumpriu a primeira fase de maneira burocrática e venceu a partida seguinte, 2x1 contra a Espanha.
Foi a partir das quartas de finais que outro conhecido craque de 58, um certo Mane Garrincha chamou para si a responsabilidade de ganhar mais uma Copa do Mundo para o Brasil. Numa partida espetacular, o Brasil venceu a Inglaterra por 3x1, dizimando o então chamado English Team, rendendo a jornais ingleses manchetes como: “Mane Garrincha é extra-terrestre”.
Nas semifinais, o Brasil teria outra pedreira, enfrentar o Chile, nada menos que os donos da casa naquele mundial. Mais uma vez, a seleção brasileira sob o comando em campo de Garrincha não tomou conhecimento dos adversários e ganhou de 4x2, no Estádio Nacional lotado, e foi para final. Garrincha foi até expulso, mas uma manobra da comissão técnica brasileira conseguiu sua liberação para a grande final, que seria contra a Tchecoslováquia, em 17 de junho.
Os tchecos surpreendentemente chegaram na final ao vencerem por 1x0 os fortíssimos húngaros. E na grande final, o Brasil não teve vida fácil e Garrincha não conseguiu marcar nenhum gol. A Tchecoslováquia abriu o placar com Masopust, o Brasil empataria com Amarildo, atacante que substituiu (e muito bem) Pelé desde a contusão do Rei. Para confirmar o titulo de bicampeão mundial, o Brasil faria mais dois gols, com Zito e Vavá, e fecharia a conta em 3x1 contra os tchecos. Ah, o Chile, donos da casa, acabaram em terceiro lugar, venceram a Iugoslávia por 1x0. Mais uma vez, “a taça do mundo era nossa, pois com brasileiro não há quem possa!”
edsonsilvajornalista@yahoo.com.br