GUERRA FRIA
Por NERI P. CARNEIRO | 14/09/2017 | HistóriaGUERRA FRIA
Para a literatura e o cinema o período posterior à II guerra foi fértil em possibilidades abrindo espaço às mais diferentes produções. Entretanto, o mundo temia e tremia diante dessa aparente maravilha denominada de guerra fria.
O cotidiano era ameaçado por um fantasma constate: a disputa por áreas de influência produzia o risco de uma nova e definitiva guerra. A guerra fria era aquecida pela constante e crescente corrida armamentista; havia o medo de que a intolerância dos dois gigantes que se ameaçavam constante e mutuamente colocasse um ponto final na frágil paz mundial.
Norte americanos e soviéticos disputavam o mundo tentando influenciar e dominar a partir de suas ideologias nas quais só havia espaço para o comércio de armas. Capitalismo e socialismo fantasiavam-se de belas damas ocultando a face terrível do monstro que gerava milhões de famintos ao redor do mundo visto que não se pesquisavam alternativas agropecuárias, mas tecnologias de morte. Leste e oeste sugavam países pobres em vários cantos do mundo, principalmente na América Latina e na África, na medida em que insuflavam atrito para favorecer a venda de armas. Essa dicotomia tinha apenas um objetivo: o lucro pela produção e venda de armas.
A indústria armamentista tinha em suas mãos um enorme oceano de possibilidades para lucros inimagináveis pois a propaganda dizia que se o lado de lá estava se fortalecendo era necessário que o lado de cá se fortalecesse para se contrapor ao adversário.
Não se pode negar que houve progressos científicos e tecnológicos, criando as condições para o desenvolvimento do universo infotecnovirtual do nosso mundo. Entretanto a lógica era uma só: quanto mais aumentava o medo da guerra, tanto maior era a produção de armas e tecnologias de morte, ampliando a gangorra do medo.
A busca do lucro com a produção e comercialização de armas é retratado no filme “O senhor das armas” com a frase inicial: “Existe uma arma para cada 12 pessoa no planeta. A única pergunta é: como podemos armar as outras 11?”. O medo e a loucura da guerra foi cantado por Raul Seixas nos versos de “Quando acabar o maluco sou eu”, dizendo: “o russo que guardava o botão da bomba H tomou um pilequinho e quis mandar tudo pro ar”.
O mundo superou a guerra fria. Esse fantasma não assusta mais. Sobrou só uma multidão famélica, vítima da corrupção e da constante busca de riqueza a qualquer custo. Apesar dos avanços e das tecnologias desenvolvidas na guerra fria, ainda não encontramos soluções para os dramas humanos.
Neri de Paula Carneiro
Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador
Rolim de Mooura - RO