Guerra do Peloponeso

Por Molivo Fernando Mauai | 05/06/2018 | História

Conceitos

O Peloponeso é uma extensa península no sul da Grécia, separada do continente pelo Istmo de Corinto. Etimologicamente, o seu nome deriva do antigo herói grego Pélope  filho de Tântalo e antepassado dos Atridas, o qual teria dominado toda a região, e da palavra grega que designa ilha, níssos, donde teríamos o nome Ilha de Pélops.

 

A guerra do Peloponeso foi um conflito armado entre a Atenas que fazia parte da Liga de Delos (centro politico civilizacional do mundo ocidental no século V a.C.) e Esparta que fazia parte da Liga do Peloponeso (cidade-estado de tradição militarista, e costumes austeros), de 431 a 404 a.C. Sua história foi detalhadamente registada por Tucídides, na obra “Historia da guerra do Peloponeso”, e Xenofonte, na obra Helénicas. (KAGAN, 2006: 29).

De acordo com TUCÍDIDES (2001:27) a razão fundamental da guerra foi o crescimento do poder ateniense e o temor que lá despertava entre os Espartanos. A cidade de corinto foi especialmente actuante, pressionando Esparta a fim de que esta declarasse guerra contra Atenas. A hegemonia ateniense sobre a Grécia esbarrava, dentre outras coisas, na concepção política do particularismo das cidades-estado. A ideia de nacionalidade, para os gregos antigos, estava ligada à sua polis de origem e não à nação grega. Inicialmente, o imperialismo preocupava-se com as terras litorâneas do Mar Egeu; entretanto seu próprio desenvolvimento fez com que as terras do Mediterrâneo Ocidental passassem a ser áreas atractivas. No Mediterrâneo Ocidental, particularmente na Magna Grécia, havia várias cidades; Siracusa por exemplo, mantinha um próspero comércio que chegava à Grécia principalmente através de Corinto, uma polis aliada a Esparta. Conforme Atenas voltava sua atenção imperialista para o Ocidente, entrava em choque com Corinto e, consequentemente, agravava suas relações com Esparta. O apoio ateniense à revolta da Córcira, uma colónia de Corinto, foi suficiente para que toda a Liga do Peloponeso entrasse em Guerra com Atenas. Sendo assim, no ano de 431 a.C. iniciava-se a Guerra do Peloponeso.

 

 

Antecedentes da guerra

O desentendimento entre as cidades-estado de Atenas e Esparta começou pelo menos no período das Guerras Médicas, durante as quais alguns eventos geraram um conflito de interesses entre as duas cidades, o exemplo do desejo de Esparta e Corinto de construir um muro no Cabo Coríntio, abandonando os atenienses aos persas, que já teriam invadido a cidade de Atenas nas chamadas guerras médicas. Não obstante, a relação entre as duas cidades eram desde então amigáveis, ao menos formalmente. Contudo, o crescimento acelerado da Liga de Delos, fundada em 478 a.C., fazia do conflito "inevitável". TUCÍDIDES (2001: 23-26).

A partir de 460 a.C., conflitos começaram a acontecer com crescente frequência, levando ao que ficou conhecido como a Primeira Guerra do Peloponeso.

A Primeira Guerra do Peloponeso foi caracterizada por uma série de conflitos menores. Levaram-na a cabo as facções lideradas por Esparta, a saber, a Liga do Peloponeso, que contava ainda com Tebas entre seus integrantes, e por Atenas, qual seja, a Liga de Delos, entre cujos integrantes constava Argos.

O início do conflito foi marcado por uma série de vitórias atenienses, que conseguiram superar as forças Espartanas tanto pelo mar quanto pela terra. Em 454 a.C., contudo, uma grande parte da frota ateniense que fora enviada ao Egipto para apoiar uma revolta líbia contra o Império Aquemênida foi destruída, levando Atenas a declarar uma trégua de cinco anos com Esparta. O conflito foi reacendido em 448 a.C., com a Segunda Guerra Sacra, e desta feita Atenas se viu em desvantagem. Finalmente, no inverno de 446-445 a.C., foi declarada a Paz dos Trinta Anos, segundo a qual Atenas deveria abrir mão de suas conquistas terrestres, podendo, contudo, preservar o seu domínio marítimo. A ilha de Egina, por sua vez, conquistada por Atenas após ter apoiado Esparta pelo mar, tornar-se-ia um membro autónomo da Liga de Delos, devendo somente lhe pagar tributos. Atenas e Esparta comprometeram-se a não atacar seus aliados recíprocos. (Ibid, p.26)

Causas

É a consequência normal dos êxitos atenienses e, como já o perceberam Tucídides, o ponto terminal da rivalidade iniciada imediatamente após as guerras médicas. Esparta tivera por alhadas potências marítimas, Corinto e Mégara, ciumentas ocorrentes de Atenas e pouco dispostas aceder primazia nos mares. A oposição de regime político era insuportável: Atenas obrigava os seus aliados a governar-se democraticamente, Esparta era por toda a parte considerada como protectora natural das aristocracias, e mantinha relações suspeitas com os oligarcas, cujas expulsões Atenas exigia os seus aliados. Por aparente paradoxo a livre e democrática Atenas representava o imperialismo brutal e conquistador, enquanto Esparta pretendia defender a autonomia e a liberdade das cidades. (TUCIDIDES, 2001, p.45)

 Em seguida a graves incidentes, um Congresso Peloponeso, reunido em Corinto em 432, apresentou aos atenienses reclamações cujo fundo e forma eram igualmente inaceitáveis: e todo o mundo se preparou para a guerra, com a ideia de acertar definitivamente uma conta aberta a muito tempo. As forcas revelaram-se bastante equilibradas, mau grado as aparências favoráveis a Atenas: com a sal riqueza comercial, um tesouro de 9000 talentos, seus aliados, sua omnipresença, as possibilidades de bloqueio que lhe dava o domínio dos mares, os importantes concursos, a Tessália, Plateia na Beócia, Naupacta e a Arcanânia fechando o Golfo de Corinto a Oeste, Corcira-etapa para Sicília, onde espera encontrar apoio – Atenas parece, com o génio de Péricles, a mais forte. Mais Esparta é tenaz, dispõe de vasto território, de aliados em condições de agir no mar, de quase toda a Beócia, ao redor de Tebas, outra forca continental: ela saberá desmoralizar os aliados da Liga, defender a Sicília obter, finalmente, dinheiro dos persas. Alem do mais, a infelicidade de Atenas fez com que Péricles, já discutido desde o começo, desaparecesse em 429, e que, dos dois grandes homens do período seguinte, um, Alcibíades, fosse um elemento sem juízo e um traidor, e o outro, Lisandro, fosse um espartano, ao mesmo tempo general, almirante e diplomata, dotado de larga visão estratégica das coisas e animado de ódio feroz contra Atenas, o que decuplicava a sua vontade pessoal de poder. (TUCIDIDES 2001, p.53)    

A Guerra

1º Período

Durante dez anos, a luta foi confusa e encarniçada, a Ática foi devastada, e seus habitantes amontoados na cidade sofreram uma terrível peste; apesar das discórdias políticas (Nícias e Cleon), fez ela também bastante mal a Esparta chegando a capturar, em Esfactérias, um corpo de 120 espartanos, inaudito desastre, em 421, Nícias obtêm uma paz de compromisso, que apenas curtia ser uma trégua, para tomar o fôlego. (PETIT s/d: 106). 

As cidades de Esparta, Corinto, Tebas e Mégara aliaram-se contra Atenas e seus aliados. Na primavera de 431 a.C. - no Outono e no Inverno não se combatia -, Tebas, aliada de Esparta na Grécia Central, atacou Plateia, antiga aliada de Atenas, dando início à Guerra do Peloponeso, que durou 27 anos e envolveu quase todas as cidades-estado gregas, provocando o enfraquecimento da Grécia. De 431 a 421 a.C., os beligerantes devastaram reciprocamente seus respectivos territórios sem chegarem a alcançar êxitos decisivos. Após esse período as duas cidades fizeram um acordo de paz que deveria durar 50 anos. Entre 415 e 413 a.C., a trégua foi quebrada pelos atenienses, que desejavam conquistar regiões dominadas pelos espartanos. (KAGAN, 2006:102)

Esparta invadiu a Ática com seus aliados em 431 a.C. Péricles, avaliando correctamente a superioridade do exército terrestre de Esparta, convenceu os atenienses a refugiar a população do território da pólis ateniense dentro das longas muralhas que ligavam Atenas a seu porto, o Pireu, e a evitar uma batalha em terra com o superior exército espartano. Atenas confiava em sua frota de trirremes para invadir o Peloponeso e proteger seu império e suas rotas comerciais, mas foi gravemente surpreendida pela deflagração de uma epidemia - conhecida como Peste do Egipto - em 430 a.C., que matou cerca de um terço da população da superpopulosa Atenas, inclusive Péricles. Isso afectou o moral dos aliados de Atenas e provocou uma frustrada rebelião da ilha de Lesbos contra a hegemonia da cidade ática. Apesar disso, a frota teve boa performance e foi estabelecida uma trégua de um ano, em 423 a.C. (Ibid.)

O resultado das lutas foi variável nos anos seguintes. Na batalha de Anfípolis, no ano 422 a.C., morreram os chefes dos dois exércitos inimigos, o ateniense Cléon e o espartano Brásidas. A Cléon, defensor da continuidade da guerra a todo custo, sucedeu Nícias. A guerra estava equilibrada e as cidades beligerantes desgastadas. Por isso, esse primeiro período foi encerrado em 421 a.C. pelo Tratado de Nícias, que garantia a paz durante cinquenta anos. Aproveitando-se disso, as cidades aliadas a Atenas procuraram se libertar de sua opressão, ameaçando todo o sistema democrático que se apoiava na cobrança de tributos. (Ibid.)

2º Período

Atenas dá, então, ouvidos a Alcibíades, pupilo de Péricles, discípulo de Sócrates, dotado de enormes qualidades, esterilizadas, porem, pelo seu carácter vaidoso, instável e pela sua egoísta sede de glória. Depois de anos confusos, ele faz com que seja adoptado seu grande plano, a expedição á Sicília, miragem ocidental, bem comparável ao sonho oriental de Bonaparte, comprometendo o directório na expedição do Egipto. Tratava-se de tomar pé numa vasta região fértil, de imensas possibilidades comerciais, e de ai arruinar definitivamente a fortuna de corinto, a principal inimiga de Antenas. Muito bem preparada, a expedição defrontou-se com numerosas dificuldades: o seu promotor, único capaz de leva-la a bom termo, foi acusado de sacrilégios obscuros e destituído, mas fugiu para Esparta e deu-lhe, contra a sua cidade os melhores conselhos. O desventurado Nícias, daqui por diante responsável por um empreendimento por ele combatido e que de longe excedia as suas capacidades, acumulou as queixas, as lentidões e as imperfeições, e o que restava do exército Ateniense foi exterminado em 413 a.C. ou pereceu miseravelmente nas sinistras latómias: catástrofe irreparável, cujo desfecho inelutável Atenas consegue ainda retardar de 8 anos, graças a prodigiosos sacrifícios. A frota e o exército atenienses foram desbaratados pelas forças espartanas diante de Siracusa. Dá-se aí o ponto de viragem da Guerra do Peloponeso, apesar da derrota ter acontecido por um triz, mercê de uma chefia fraca aquando da invasão da Sicília, traduzindo o claro declínio político e militar surgido com a morte de Péricles. Os historiadores vêem no desaparecimento deste a razão do desastre ateniense, gorando-se a união da Hélade em torno de Atenas. Na cidade de Atenas, tomou o poder um grupo oligárquico partidário da paz. Mas a sublevação da armada de guerra, desejosa de reiniciar o conflito, forçou o restabelecimento da democracia e, com ela, a continuação da guerra. (PETIT s/d:107).

Na invasão de Siracusa pelas forças atenienses, não foi um exército espartano que iniciou a derrocada da frota, mas sim, apenas um general, Gilippo, pois os espartanos não tinham força naval suficientes para transportar um exército para o além-mar de Siracusa. Portanto, a táctica espartana não foi enviar forças armadas para seus aliados, mas enviar um exemplo de coragem e habilidade bélica. O general Gilippo treinou e disciplinou a grandiosa força siracusana com estratégias militar, sendo possível expulsar os atenienses e encurralá-los, sem suprimentos e com a frota avariada, no litoral. (MAGNOLI: 2009: 62)

3º Período

O terceiro período começou em 412 a.C. a fortificação de Decélia, na Ática, pelos espartanos, e revoltas generalizadas entre seus aliados pressionaram Atenas, que havia perdido grande parte de sua frota na Sicília e estava falida e atormentada por convulsões políticas. Apesar disso e graças, em grande parte, a Alcibíades, nomeado estratego das forças atenienses, a sorte de Atenas ressurgiu, com vitórias navais em Cinosema (411 a.C.), e Cícico ou Cízico (410 a.C.), e com a reconquista de Bizâncio (408 a.C.). (PETIT s/d, p.108)

Houve mais uma vitória em Arginuse, em 406 a.C. Os espartanos aliaram-se aos Persas em troca do financiamento de uma frota de navios para invadir Atenas, deixando, assim, o caminho livre para que os medos conquistassem as colónias gregas da Jónia (Ásia Menor). A partir de então, os espartanos, ajudados pelo ouro dos persas e pelas habilidades estratégicas e tácticas do espartano Lisandro alteraram a balança. A tomada de Lâmpsaco, o triunfo na Batalha de Egospótamos (405 a.C.), perto do rio Egospótamos, e o controle do Helesponto pelos espartanos subjugaram Atenas, pela fome. Esparta venceu a Guerra do Peloponeso após a rendição de Atenas em Abril de 404 a.C. As condições de paz foram desastrosas para a cidade de Atenas, enquanto Esparta se convertia no centro hegemónico da Grécia. (ibid)

Seguiu-se imediatamente um golpe oligárquico em Atenas, apoiado por Esparta. A oligarquia, com o apoio das tropas espartanas, tomou o poder dos democratas. Esse governo ficou conhecido como Tirania dos Trinta, porque era formado por trinta oligarcas. A Tirania dos Trinta dissolveu a Confederação de Delos e entregou o resto da frota Ateniense a Esparta. A democracia só  foi restabelecida em 403 a.C. (SCOTT, 2012: 96)

Consequências

O declínio de Atenas marcou a ascensão de Esparta e desfez a única via possível para a unificação política do mundo grego, bastante afectada pela devolução aos Persas das cidades da Ásia Menor em troca do seu ouro. A substituição do império ateniense, baseado no projecto de Delos, por um sistema militarista, como o de Esparta, causou alguns desgastes do mundo helénico (a ruína económica de várias cidades outrora consideradas poderosas, devido aos gastos exorbitantes com a guerra e disputas internas entre as principais cidades-estado), porém manteve a independência do modelo espartano. (SCOOT 2012, p.103)

Depois de vencida Atenas ficou sendo governada por 30 tiranos, que mantiveram o triunfo da aristocracia durante 8 meses, graças a uma guarnição espartana que instalara na acrópole. Este governo perdeu-se pelo seu despotismo: aboliu-se as leis de Solón fechou as escolas, exilou milhares de cidadãos; condenou a morte, sem julgamento, muito dos que lhe opunham. Por fim, os exilados de Tebas, comandados por Trasibulo, penetraram na cidade, apearam os tiranos e restabeleceram o regime democrático. Uma amnistia geral pôs termo á desordem; mas a luta entre as cidades rivais ia continuar, com consequências fatais para a Grécia, que caminhava apressadamente para sua ruína. (Ibid, p.105)    

 Tempos depois, se aproveitando dessa situação, o rei macedónico, Filipe II, promoveu a organização de um grande exército que conquistou os territórios gregos ao longo do século IV a.C. (KAGAN 2006, p.178)

 Importância da guerra

Batalhas e campanhas da Guerra do Peloponeso. As cores correspondem à situação dos Estados na deflagração da guerra, com excepção da semi-bárbara Macedónia, que inicialmente era neutra.

A importância desta guerra reside também no fato de ter envolvido quase todos os Estados gregos, além de ter registado um número sem precedentes de homens em armas e um elevado consumo de recursos materiais. O poder naval foi fundamental, num teatro de operações onde tal se justificava, pois desenrolou-se entre a Ásia Menor e a Sicília. Anteriormente, as guerras tinham um carácter estival, de curta duração, com alguns reencontros de infantaria (hoplitas) e poucos combatentes, sem grandes estratégias e investimentos logísticos, com um carácter simples e com o seu fim a depender de cadências pela fome ou fuga de uma facção. A Guerra do Peloponeso foi diferente: grandes blocos de Estados, várias áreas de combate, com estratégia definida e dependendo da acção de Esparta ou Atenas - uma, potência terrestre; a outra, naval e detentora de um império financeiro e comercial. (KAGAN 2006, p.190)

Decadência

A supremacia espartana seria curta, já que em 371 a.C. seriam dominados pelos Tebanos. Este enfraquecimento e divisão dos gregos foram aproveitados por Felipe da Macedónia, que conseguiu unificar as cidades-estado sob o domínio de seu Império. Mas também o que causou a decadência dos gregos foi de que nunca se unificaram e com a guerra ficou provado que o mundo grego nunca se unificaria e como isso a Grécia ficou dividida ficando vulnerável aos ataques inimigos.

 

Conclusão

Peloponeso e uma península grega, e que a guerra do Peloponeso que envolveu duas ligas que são liga de Delos que envolve Atenas e seus aliados, a liga do Peloponeso que envolvo Esparta e seus Aliados, a razão fundamental da guerra foi o crescimento do poder ateniense e o temor que lá despertava entre os Espartanos. O desentendimento entre as cidades-estado de Atenas e Esparta começou pelo menos no período das Guerras Médicas, durante as quais alguns eventos geraram um conflito de interesses entre as duas cidades, o exemplo do desejo de Esparta e Corinto de construir um muro no Cabo Coríntio, abandonando os atenienses aos persas, que já teriam invadido a cidade de Atenas nas chamadas guerras médicas. A guerra ocorreu em 3 períodos e veio a terminar com a vitória espartana sobre Atenas em 404 a.C. anulando assim a possibilidade do povo grego se unir e formar um só estado.

 

Bibliografia

  • MAGNOLI, Demetrio (2009). História das Guerras 1 ed. [S.l.]: Contexto. p. 62 

  • SCOTT, Michael (2012). Dos Democratas aos Reis 1 ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Record 

  • KAGAN, Donald (2006). A guerra do peloponeso. Novas perspectivas sobre o mais trágico confronto da Grécia Antiga 1 ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Record  

  • TUCIDIDES. História da guerra do peloponeso, 2ª edição, 2001.

  • PETIT, Paul, O Mundo Antigo,

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