GOTAS DE ORVALHO
Por Maria Helena Silva | 26/01/2011 | PoesiasAutora: Maria Helena Silva
Criado em 02 de abril de1987
Infinito amor!
Hoje, senti o impulso febril de pensar em ti.
Sim, um impulso febril.
Eis que sinto o pulsar quente do meu sangue
Por entre as veias.
Isto já não é paixão.
É o amor que se aviva em mim.
È o amor que sinto por ti. Um amor apaixonado...
Ah! Como dói a dor de uma paixão.
A dor de um amor apaixonado...
Uma saudade...
Amar desesperadamente.
Amar intensamente e não ser correspondido.
É desalentador, juro!
Outrora, confessei a força do meu amor por ti.
Tu não acreditaste.
Fiquei sozinha a sentir o sabor do desengano.
O sabor amargo do fel,
Que simultaneamente misturava-se ao ardor
Desse fogo tão imenso a devorar meu ser,
Definhando m?alma no alongar dos dias.
Meu espírito desfalece...
E como se perdesse o brilho.
E o impulso de viver...
Impulso que se assemelha
Ao despetalar de uma rosa.
Uma rosa que perdera seu perfume
No espaço e no tempo que se vai...
Brindei minha dor ao triste e melancólico luar.
Sim, brindei a taça amarga do meu padecer...
A lua graciosa e bela sorriu do meu amargo penar.
Eu chorei...
Chorei intensamente o pranto da saudade.
Saudade, não sei como, de que, nem por quê...
Talvez de anseios febris
Que imaginara contigo, e não ousastes
Desfrutar dos magnificantes eflúvios
Deste amor tão imenso.
Chorei com o pranto solene!
Por um amor que não se concretizara.
De um amor que pouco a pouco
Atingira seu final.
Aos soluços e retrucos,
M?alma alcança um estágio de sublimação...
Eis que meus olhos se perderam num vago olhar.
Mergulharam-se por entre o verde sem par
Da natureza tão bela!
Eis que vislumbro em meu interior,
Uma relva verde e macia,
De extensos madrigais,
Com matizes de árvores frondosas,
Coqueirais imensos de folhas esvoaçantes
A cintilar o brilho da lua enamorada.
E nos balanceios dos galhos,
Ao sopro leve do vento,
Minha mente devaneia e desperta a um novo pensar...
M?alma devaneia. Distrai-se...
Sintonizo-me com a natureza...
No desfraldar de um novo dia, acalento-me
Ao perceber o despontar da aurora...
Ao reluzir de um novo amanhecer,
Desejo o calor do sol para aquecer
Meu corpo gélido e trêmulo...
Corpo gélido e trêmulo que se acalentara...
Mas alimenta ainda a esperança de te encontrar.
Encontrar-te...
Encontrar-te noite a dentro...
Meu corpo frágil sucumbe
Em delirantes anseios e propunha-se a te esperar.
Esperar e esperar...
Não viestes, eu sei.
Minhas forças definham-se...
Definhara-se como o corpo de um bastão de parafina,
Que vorazmente é consumido por uma chama...
Uma chama de luz ardente a queimar sem cessar...
Morrendo, morrendo, contudo firme e ardente.
Eis que vem surgindo um novo dia...
No limiar do alvorecer,
A luz do sol lança
Os raios intensos e penetrantes
Por toda a extensão terrestre.
E tua alma fria, recebe o benefício.
Aquecer-te-á.
E eis que um suave e brando
Raio de luz toca em mim.
Imagino: és tu!
Minhas pálpebras decaem-se lentamente
E imagino uma fantasia...
Um belo sonho!
Nele, divides e somas teu espaço comigo...
Envolve-me calorosamente
Em teus fortes e afetuosos braços,
Ao sussurro de tua voz quente emacia.
Voz quente e penetrante!
E eis que reascende em mim,
As chamas de profunda emoção.
Sinto o coração saltitar de felicidade
E alegria sem par.
Ali estás...
Ali estás vivo e concreto a acariciar-me
Com tua fórmula máscula
E enternecedora como nunca.
Enternece-me e faz vibrar m?alma
Sob os acordes do imenso amor...
O sol com o calor intenso dos teus raios
Fez-me renascer...
Bendito tu és!
Oh! Rei da natureza sem par.
Desbravador do universo.
Os calientes raios solares aqueciam-me fortemente.
Meu sonho estava ao fim!
Sobre a areia da praia procurei por ti.
Senti que não estavas, e chorei...
Chorei intensamente o pranto da saudade.
Saudade...
Saudade, não sei como, de que, nem por quê...
Zombaste da força do meu amor...
Sorriu e divagou da minha dor...
Eu, longamente a esperar por ti,
Crendo que um dia pudesses entender
O gesto deste amor tão puro e carinhoso
Do meu amor tão imenso.
Que pena!
Que pena tal sentimento ser apenas meu.
Que bom seria, juntinhos
Desfrutarmos do ritual desse amor
Tão autêntico e verdadeiro...
Aqui estou. Longamente a te esperar...
Porque te amo. Amo-te...
Amarei sempre cada vez mais e mais.
Mas finjo que te esqueci.