GOLD IN THE AMAZONIAN DO GARIMPO DE OURO NA AMAZÔNIA PARA O APRENDIZADO DA EVOLUÇÃO
Por Alexandre Schorn | 13/12/2009 | Crônicas
GOLD IN THE AMAZONIAN
DO GARIMPO DE OURO NA AMAZÔNIA PARA O APRENDIZADO DA EVOLUÇÃO
Nos relatos que seguem quero compartilhar com meus irmãos de jornada algumas experiências que pessoalmente pude vivenciar e participar.
De
Como a maioria dos jovens de minha época era um pouquinho arrogante, atrevido, achava que sabia tudo do mundo, mas na verdade eu era extremamente ingênuo, despreparado, sem um foco centrado de objetivo na vida. É claro que sempre tive meus dons, meu bom coração e bons amigos físicos e espirituais que praticamente quase nunca os escutava. Mas a espiritualidade é tão suprema e misericordiosa que fez de minha aventura desbravadora um ensinamento que me deixou cicatrizes físicas e ensinamentos de nobreza e humildade inquestionáveis. Lembro-me bem do que lá aprendi. Aprendi o trabalho físico (braçal) que enobrece o espírito e amansa os esnobes. Descobri que um homem vale pelo seu conhecimento, mas acima de tudo pela sua sabedoria. Lembro-me também, do desprazer das três malárias que tive de enfrentar e do doce casal que me acolheu nos momentos de enfermidade e desconforto (Carlos Alberto Leite “in memorian” e sua eterna companheira Tiana). Aprendi a respeitar as pessoas e ouvi-las. Descobri a dor que existe por de trás das mulheres que vivem na prostituição, mas compreendi também a importância social, o alento físico e maternal que as mesmas trazem aos corações selvagemente endurecidos. Mas a grande aventura da selva amazônica que transformou a minha vida foram os encontros e ensinamentos que o mundo espiritual me mostrou.
O GRANDE ANJO AZUL
Era um dia como outro qualquer, estávamos ancorados com nossa
draga que pertencia à companhia de extração do Senhor Urumi Santiago. Tudo
transcorria normalmente até que nossa pequena draga “Aninha-Aniha” teve mais um de seus piripaques e degringolou geral.
Era época das chuvas e estávamos no meio do Rio Madeira na famosa corredeira do
Mutum. Com o rio cheio a lança de perfuração quebrada, o guincho da poita
(âncora) também quebrado sobre um lençol d’água de apenas
Nisto já passavam das 22 horas. O céu estava negro e escuro. Não se enxergava uma só estrela no céu. Essa escuridão era refletida nas águas do rio, formando-se uma noite do mais alto breu que foi iluminada com a chegada de uma voadeira (lancha de pequeno porte).
Mal ancorou e vimos que se tratava de um colega da mesma empresa que veio nos pedir ajuda, pois havia acontecido um pequeno acidente, onde uma das lanchas da empresa estava afundada e à deriva no rio, sustentada apenas pela ponta com uma espécie de bolsão de ar e isopor. De imediato, nos prontificamos a ajudá-lo. Embarcamos na lancha juntamente com um “brabo” (novato que não entende nada de garimpo) e nós éramos os “mansos” (garimpeiros experientes).
Logo a uns
Tudo bem parece fácil desemborcar uma embarcação desde que se leve em conta a velocidade da água e a força do motor que está rebocando a embarcação naufragada. Isto cria uma velocidade contrária e uma onda contra nossos corpos.
Dito e feito. No primeiro puxão conjunto
que demos nas rêmiges, a embarcação desemborcou, perdeu o controle e deu de duas
a três voltas em cima de nós que estávamos na água. O cidadão que sabia tudo se
assustou e perdeu o controle e saiu a esmo afogando-se. Eu percebendo a
situação de desespero do mesmo soltei-me da posição que estava na lancha e
aproveitei a velocidade da correnteza e fui atrás do indivíduo. Com um braço
alcancei-o pelos cabelos e com outro o ancorei em um cabo de aço. O coitado não
parava de engolir água e se debatia desesperadamente, subiu pelos meus ombros
para cima da outra lancha. Sem se importar se estava eu cansado ou não, com
este pequeno “pisão” no meu ombro e cabeça, somados aos meus
Era como se eu estivesse vendo uma imagem minha – ou melhor, um
EU em sua melhor perfeição. Ele falava com alguém usando uma linguagem, dialeto
que eu não entendia e apontava para mim e para o meio do rio. Levantei o
semblante para ver com quem ele estava falando e confesso que o susto e
admiração foram muito grandes, pois em minha frente, no meio da floresta, à
beira do rio, estava uma luz verde e de grande poder, e o meio dela como se
fosse um grande tronco de uma árvore secular, emergiu um ser dotado de um
aspecto de extrema força e poder, medindo uns
Eu mal conseguia me manter em cima do rio, pois não tinha forças físicas, era como se estivesse sido sugada toda minha energia física. Com a mão esquerda na corda eu tentei me segurar. Nesta fração de tempo ultra veloz apareceu bem em frente a meu rosto um círculo escuro que começou a aumentar de tamanho e quando percebi tomou conta de todo o rio que eu me encontrava, cadáveres podres em decomposição, nos mais variados estágios, os quais não consigo descrever, boiavam em minha volta. Quando de repente, um desses, saindo da mais densa escuridão umbralina nadou em minha direção e abraçando-se em mim como se fosse um velho conhecido chamou-me pelo nome e disse: “Alexandre larga essa corda. O que tu queres com essa vida. Onde eu estou não tem sofrimento, dor, não tem nada. Vem ficar com a gente até o final da eternidade”.
E eu, bastante debilitado abri a mão que estava segurando a
corda e novamente num espaço de tempo que não sei medir. Só sei dizer que antes
que a corda se movimentasse de minhas mãos pensei ter enxergado através de
minha nuca (clarividência), lá longe, no meio da floresta folhas cair das
árvores como se algo muito grande tivesse levantado vôo em extrema velocidade.
Só percebi que se tratava daquele grande ser quando o mesmo me segurou por trás
das orelhas como se tivéssemos um órgão desconhecido e sussurrou aos meus
ouvidos: “Você que já andou no meio de reis, que já comandou na terra, fez
parte de nossa raça; vai morrer aqui no meio destes”. Como se o ambiente fosse
tomado por um suspense muito grande, senti-me observado e buscando forças
sobrenaturais e primarias muito primitiva; agarrei-me a corda e quando
consegui, através de um esforço descomunal que meu outro braço segurasse na
corda aquele ambiente de escuridão e maldades foram sugadas para dentro de um
pequeno círculo negro e sumiu. Aí então sim, pude enxergar com clareza onde
estava. Eu estava agarrado a uma corda e esta amarrada na lancha que havíamos
resgatado. Estava tão exaurido que não tinha forças para gritar. Sentia-me
gelado, num estado de hipotermia. Meus queixos tremiam sem que eu pudesse emitir
nenhum som, e, em cima da lancha, meus companheiros de garimpo já estavam
desistindo de me procurar, pois apontavam as lanternas e os celibins para o
lado oposto de que eu estava. Não sei dizer bem como, mas sei que fui até
conseguir me pendurar em um dos lados da lancha. Nisto um dos meus amigos me
puxou para dentro da mesma. Eu não conseguia parar
Alguns dias após, ao retornar a minha cidade, fui visitar uma velha e querida professora de escola. Grande estudiosa de conhecimentos esotéricos A senhora Leda Hildenbrand.. Não podia ter escolhido melhor dia, pois estava em visita a casa desta professora, uma Senhora, Psiquiatra vinda de Porto Alegre. Contei essa história para elas sem compreender exatamente o que se passava. Após ouvirem atentamente, a visitante me disse: “Olha Alexandre, tu estás de parabéns porque sobre a morte se conhece muito pouco, mas o que eu sei é que todos podemos e devemos lutar pela vida. Doenças incuráveis, acidentes fantásticos, salvamentos incríveis, vitória sobre situações dramáticas. Tudo isso é possível, pois o ser humano em sua essência divina tem poderes incríveis inclusive para superar o que chamamos de morte. E você é uma dessas provas, pois no momento da morte você decidiu viver”.
Parabéns e aproveite esta oportunidade ímpar para realizar a sua missão na terra.