GINÁSTICA NA ESCOLA: As lacunas existentes entre a formação e atuação.

Por JEFERSON GONÇALVES DE OLIVEIRA | 05/06/2017 | Educação

GINÁSTICA NA ESCOLA: As lacunas existentes entre a formação e atuação.

Rodrigo de Lima Seixas1

1Graduando do CEDF/ UEPA – CAMPUS VII

rodrigo.seixas5@hotmail.com

Jeferson Gonçalves de Oliveira2

2Prof. Orientador, CEDF/ UEPA – CAMPUS VII

jrp030303@hotmail.com

 

RESUMO

O presente estudo versa compreender a importância da ginástica, como conteúdo da educação física escolar, promovendo benefícios para a formação integral de crianças e adolescentes, uma vez que possibilita a realização de diversas expressões e movimentos, contribuindo para o desenvolvimento, nos aspectos motor, cognitivo, força e agilidade, bem como fundamentação básica para a prática de outros esportes, e discutir uma possível forma de intervenção pedagógica através da Ginástica como conteúdo da Educação Física escolar nos anos iniciais do Ensino Fundamental, bem como descrever os relatos das vivências gímnicas no período de formação acadêmica no curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Estadual do Pará (UEPA), Campus VII - Conceição do Araguaia, apontando as possíveis lacunas existentes na formação acadêmica, quando relacionada à aplicabilidade da ginástica nas aulas de Educação Física, buscando elucidar as principais dificuldades apresentadas pelos professores de educação física em algumas escolas municipais de Conceição do Araguaia – PA em relação ao desenvolvimento da ginástica em suas aulas.

 

Palavras-chave: Ginástica. Formação Integral. Intervenção Pedagógica. Formação Acadêmica.

 

INTRODUÇÃO

O presente estudo versa compreender a importância da ginástica, como conteúdo da educação física escolar, promovendo benefícios para a formação integral de crianças e adolescentes, uma vez que possibilita a realização de diversas expressões e movimentos, contribuindo para o desenvolvimento, nos aspectos motor, cognitivo, força e agilidade, bem como fundamentação básica para a prática de outros esportes, e discutir uma possível forma de intervenção pedagógica através da Ginástica como conteúdo da Educação Física escolar nos anos inicia do Ensino Fundamental, bem como descrever os relatos das vivências gímnicas no período de formação acadêmica no curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Estadual do Pará (UEPA), Campus VII - Conceição do Araguaia, através da vivência em algumas disciplinas da grade curricular do referido curso, como por exemplo, a de Fundamentos e Métodos da Ginástica.

De acordo com Souza (1997) podemos compreender de forma mais clara a abrangência do universo de conhecimento em torno da ginástica na atualidade, tomando por base os seguintes campos de atuação: o saber da competição, o da demonstração, o do condicionamento físico, a da consciência corporal e o da reabilitação. Com isso, o entendimento da ginástica a partir de suas várias manifestações cria um vasto campo de possibilidades para ser apresentado na aula de Educação Física, o que leva-nos a um questionamento: os professores de educação física, em sua formação inicial, são preparados de modo que conheçam o universo da ginástica, e de maneira efetiva, desenvolvam os seus conhecimentos sobre a ginastica e apliquem-na na escola?

O estudo busca descrever quais são as lacunas existentes dentro da formação acadêmica em educação física quando relacionadas com a pouca aplicabilidade da ginástica nas aulas de Educação Física em algumas escolas municipais da rede pública de ensino na zona urbana de Conceição do Araguaia - PA; quais as dificuldades apresentadas pelos professores em relação ao desenvolvimento da ginástica; como os saberes gímnicos poderiam ser trabalhados de forma significativa para os alunos? Quais elementos gímnicos deveriam ser abordados nas aulas de Educação Física nos anos iniciais do Ensino Fundamental?

Salientando que através dos diversos estudos bibliográficos acerca da Ginástica Escolar durante o período acadêmico, pode-se afirmar que esta possui métodos simples de serem repassados, e são apresentados através de atividades livres e criativas, proporcionando a todos os participantes o bem estar físico e social, o que favorece a coletividade e a não competitividade, fatores esses que devem ser trabalhados nas aulas de Educação Física para que assim sejam alcançados os objetivos de formação humana proposta nos PCN’s (1998) da Educação Física.

O estudo visa contribuir para ampliação dos conhecimentos voltados à prática do ensino da ginástica nas aulas de educação física nas escolas, bem como despertar novos interesses por investigações a fim de promover uma maior valorização e entendimento metodológico na aplicabilidade da Ginástica, buscando a transposição dicotômica entre a formação acadêmica e atuação profissional, contribuindo com os acadêmicos da área, na descoberta e transposição de obstáculos que possam se relacionar com a ginástica na escola.

O ensino da Ginástica promove válidas experiências aos estudantes, possibilitando uma educação comprometida com a relação do homem no mundo e com o mundo. Sendo assim, torna-se importante que os professores de Educação Física concretizem a vivência da ginástica na escola, considerando sua importância no processo educacional e na formação humana, pois cada ser humano ao nascer, necessita receber uma nova condição para poder existir no mundo da cultura. Nesse sentido, pode-se dizer que ela faz parte de um processo importante na construção de conhecimento e no desenvolvimento integral do ser, independente do local em que vive, do grupo ou da cultura em que faz parte. Entre eles se colocam os objetivos deste ensino, os conteúdos a serem desenvolvidos e os possíveis procedimentos metodológicos (RINALDI E SOUZA, 2003).

Constituindo-se de um instrumento que auxilia no desenvolvimento de uma série de capacidades como uma boa socialização, aumento da criatividade, respeito para com os outros, manutenção da linguagem corporal, entre outros, auxiliando assim na aprendizagem fazendo com que se desenvolvam habilidades como coordenação motora, cognitivo, ética social e moral. A ginástica no âmbito escolar traz a liberdade e a não competitividade como os aspectos que são fundamentados em suas atividades, como suas principais características, porém, quando falamos em liberdade não quer dizer que seja propriamente livre, contanto que desde o seu principio haja ética e respeito, garantindo o real lazer saudável.

Paoliello (2008) nos mostra que a Ginástica Geral (GG) precisa ser vista como uma prática livre e acessível para todos, sem fins competitivos, caracterizada como uma manifestação do corpo e que engloba variadas interpretações sobre a ginástica, trazendo formas de expressão corporal de maneira livre e criativa, utilizando-se de elementos culturais que por muitas vezes encontram-se intrínsecos. Deste modo, a GG busca alcançar um grande número de pessoas e estimular a interação social entre as mesmas facilitando assim a vivência de valores humanos, como cooperação, respeito e amizade. O que torna o conteúdo mais propício para ser repassado às séries iniciais.

Os elementos culturais estão intrínsecos na ginástica geral como: jogo, dança, esporte, lutas, ginástica, visando apreender a expressão corporal como linguagem. Desta forma, pode contribuir para a formação de indivíduos e intervir de forma significativa em sua realidade social. Estas atividades possibilitam uma melhor interação entre os alunos ao serem executadas, levando os mesmos ao resgate da cultura de seus lugares e até mesmo de culturas desconhecidas, proporcionando um bem-estar físico, psíquico e social entre os praticantes.

 

METODOLOGIA

Para tanto foi realizado uma pesquisa de abordagem qualitativa, com característica transversal, utilizando do procedimento bibliográfico buscando em livros, revistas, artigos e sites de busca, debelando ponto de vista descritivo, onde desde os primeiros contatos com os conteúdos da ginástica dentro do curso, utilizando autores como AYOUB (2003) e (2007), NUNOMURA & TSUKAMOTO (2009), PAOLIELLO (2008) além de análise documental tendo como pauta principal os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) - Brasil (1998), a Lei n. 9.394, de 20 de Dezembro de 1996 (Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN), que apresentam em suas teorias uma proposta pedagógica relacionada com a educação e sua relação com a visão multicultural do currículo escolar e as reformas educacionais.

As experiências práticas com a Ginástica foram desenvolvidas em duas escolas da rede pública municipal de ensino na zona urbana de Conceição do Araguaia – PA. A primeira experiência ocorreu no segundo semestre do ano de 2013 na escola A*, através de duas aulas de ginástica aplicadas para os alunos do terceiro e quarto ano do ensino fundamental sob a observação da professora Iviny Cristina Aguiar da Silva, ministrante da disciplina de Fundamentos e Métodos da Ginástica UEPA – CAMPUS VII. A segunda experiência foi no segundo semestre de 2014 com participação voluntária no Programa Institucional Bolsista de Incentivo à Docência (PIBID) no período de 11/08 a 29/10 auxiliando em aulas do projeto de Ginástica, desenvolvido na escola A*, com supervisão da professora da UEPA Ione Gonçalves de Oliveira e da professora de Educação Física da referida escola Tâmara Cristina da Silva Ferreira, e a terceira experiência aconteceu na disciplina de Estágio Supervisionado I, realizado no primeiro semestre de 2015, com a supervisão do professor Jeferson Gonçalves de Oliveira na escola B*, onde foram repassadas algumas atividades gímnicas para os alunos do 1º ao 4º ano do Ensino Fundamental.

 

 

 

HISTÓRICO DA GINÁSTICA

A ginástica é um esporte que envolve a prática de uma série de movimentos que exigem força, flexibilidade e coordenação motora em sua execução, embora saibamos que desde a Idade da Pedra, o ser humano já exercitava o corpo naturalmente em decorrência das necessidades básicas existentes na época, tal como caçar para obter alimento, competir entre si, nadar, subir em árvores e até mesmo dançar, foi na Grécia antiga que a Ginástica começou a tomar uma forma mais racional, pois, a partir dos exercícios físicos feitos por todos os seus soldados, incluindo as habilidades para montar e desmontar um cavalo rapidamente, dos saltimbancos, acrobatas e funambulescos com as suas técnicas de expressões e esforços corporais que começavam então a “moldar” a Ginástica.

Na Idade Média, como forma de diversão, os egípcios realizavam inúmeros torneios para demonstração de habilidades e danças, com o intuito de entreter os senhores feudais e a própria população local, sendo assim, foi em meio a esse contexto que surgiu o nome “ginasta”, nomenclatura esta que servia para designar os que praticavam esta forma de atividade física, geralmente em grandiosos castelos e palácios medievais.

No século II d.C., foram aprimorados os pensamentos pela busca incansável da saúde através dos exercícios físicos, com movimentos que exigissem maiores esforços. As primeiras histórias em relação à Ginástica Geral começam a surgir na Grécia, onde os seus grandes pensadores defendem a prática de exercícios ao ar livre não somente com o intuito do treinamento militar, mas sim para a população de modo geral incluindo as mulheres, direcionando-os assim com alongamentos e boa alimentação, visando o melhor desempenho corporal, mais saúde e consequentemente a beleza. Nestes aspectos eram propostos que os exercícios deveriam ter o seu grau de dificuldade aumentados conforme o nível de capacidade atingido pelo atleta e, com isso, obtendo resultados satisfatórios como o aumento da força e do volume de massa muscular.

A ginástica então começou a cair no esquecimento com o amplo domínio romano que perdurou por quase um milênio. Entretanto, a Igreja, a partir do século XVI, começou a condenar os torneios de lutas e os combates a cavalo, trocando-os por carrossel e corridas em círculo. Somente no início do século XVIII, a prática da ginástica foi retomada com ênfase no continente europeu com a Escola Alemã apresentando como destaque as idéias pedagógicas de Guts Muths (1759-1839), abordando movimentos lentos e ritmados, e com a Escola Sueca trazendo a divulgação das idéias de Guts Muths por Nachtegall (1777-1847), que introduziu aparelhos na prática do desporto. Essas duas escolas de ginástica exerceram grande influência no desenvolvimento do sistema de exercícios físicos idealizados por Friedrich Ludwig Jahn, o qual deu origem à ginástica artística praticada atualmente.

Assim, a Ginástica foi avançando rumo aos outros continentes e sempre sendo modificada e ampliada em cada região, com bastante proveito e uma integração internacional cada vez maior.

A ginástica chegou ao Brasil por meio de imigrantes alemães, no século XIX, os quais se instalaram no Rio Grande do Sul, trazendo consigo os ensinamentos de Friedrich Ludwig Jahn. Os aparelhos então, gradativamente foram sendo introduzidos entre os brasileiros e com isso, podemos afirmar que a prática da ginástica artística, surgiu no Brasil primeiramente entre os gaúchos, porém, os catarinenses foram os primeiros a formalizarem o esporte no Brasil por intermédio da Sociedade de Ginástica de Joinville (imagem 1), que foi fundada em 1858, tornando-se assim a mais antiga da América do Sul.

 

Imagem 1, Fonte: ginasticasc.blogspot.com

Somente em 1895, na cidade de Porto Alegre, foi criada a primeira Liga de Ginástica do estado, e no início do século XX, os habitantes do estado de São Paulo e do Rio de Janeiro também começaram a ter contato com a modalidade da ginástica, praticando-a por meio de clubes.

No Brasil a ginástica é fortemente influenciada pela política e pelo patriotismo alemão e suíço sendo denominada como a Ginástica corretiva e profilática, cuja contribuição de Ruy Barboza, um dos pensadores pioneiros no Brasil, inspirava com suas ideias profissionais das diversas áreas.

Contudo, a Ginástica brasileira deu inicio a uma nova adequação social e um novo desenvolvimento cultural e técnico, tornando-se ainda mais perceptível durante o período de 1930 à 1960, quando a participação dos atletas profissionais estrangeiros das mais diversas áreas da Educação Física começaram a contribuir diretamente nos cursos de formação de professores.

Em meados de 1950 foi realizado o primeiro torneio nacional de ginástica, reunindo atletas gaúchos, cariocas e paulistas, e nesse mesmo ano iniciou-se o processo de regulamentação do ensino universitário que formava os professores de Educação Física, embora alguns anos antes tenha sido criada a Divisão de Educação Física do Ministério da Educação e Saúde. E no ano seguinte, com a criação das Federações Gaúcha, Paulista e Carioca, a ginástica então se filiou à Confederação Brasileira de Desportos (CBD). Getúlio Vargas, um pouco antes disso tornou obrigatória a prática regular das aulas de Educação Física nas escolas, por conta das fortes influências militares francesas.

As modalidades de Ginástica Geral e Ginástica Rítmica foram introduzidas no Brasil no ano de 1953, conforme apresentado por Santos & Santos (1999, p. 10) no trecho a seguir:

 

A Ginástica Geral foi introduzida no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro, em 1953, pela professora húngara Ilona Peuker e, ainda neste mesmo ano, a convite do Ministério da Educação e Cultura ministrou cursos de Ginástica, do qual participaram professores de vários estados brasileiros, fato que proporcionou a primeira oportunidade de difusão desta modalidade no nosso país.

 

Em 1978, foi criada a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) que logo tratou de se filiar a Federação Internacional de Ginástica (FIG), sendo esta a entidade mais antiga e de maior abrangência da área da ginástica e é responsável pelas modalidades gímnicas que participam dos jogos olímpicos além de orientar, regulamentar, controlar, difundir e promover eventos na área da Ginástica.

Hoje em dia a FIG é formada por 6 modalidades competitivas sendo elas: Ginástica Olímpica Masculina, Ginástica Olímpica Feminina, Ginástica Rítmica, Ginástica Aeróbica Esportiva, Ginástica Acrobática e Ginástica de Trampolim, além da Ginástica Geral que é de caráter demonstrativo.

No ano de 1979, o grupo de ginástica do Brasil conquistou a primeira medalha de caráter internacional, sendo esta de bronze, nos Jogos Pan-americanos que ocorreram em San Juan, Porto Rico e desde então o governo brasileiro passou a dar mais crédito e maior apoio financeiro aos atletas desta modalidade.

Em consequência da grandiosa ascensão do número de faculdades de Educação Física ser de fato tão visível, podemos observar que nos últimos 30 anos, o progresso e a divulgação do desportismo fez com que a proliferação de academias de ginástica fosse bastante rápida, e é nessas academias que facilmente são encontradas uma gama de especificidades, de acordo com a necessidade e o objetivo de cada individuo.

 

A GINÁSTICA NO PROCESSO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA

Segundo o Projeto Político-Pedagógico do Curso de Educação Física da Universidade do Estado do Pará (PPP-CEDF/UEPA), a grade curricular conta com duas disciplinas de caráter obrigatório e que estão diretamente ligadas à Ginástica, sendo a primeira a disciplina de Fundamentos e Métodos da Ginástica, abordada no segundo semestre do curso, trazendo em sua ementa:

 

Estudo histórico e evolução da Ginástica em suas várias manifestações dentro das diferentes escolas e dos grandes movimentos. Fundamentos básicos e sistematização de exercícios ginásticos. Aspectos didático-metodológicos do processo ensino-aprendizagem da ginástica em distintos ambientes educacionais. Possibilita a práxis pedagógica crítico-reflexiva e investigativa tomando a ginástica como referência. (CEDF, 2007, p. 73)

 

Portanto, nesta disciplina serão abordados temas das modalidades gímnicas tradicionais, a exemplo da Ginástica Ritmica, Ginástica Acrobática, Ginástica Geral e entre outras, visando o trabalho de aperfeiçoamento técnico de posturas e movimentos abrangentes nas referidas modalidades com o intuito de o aluno sentir-se capaz de ministrar aulas com embasamento suficiente para montar planos de aula e adaptar-se as individualidades dos seus alunos.

 Já a segunda disciplina a ser trabalhada é a de Ginástica Contemporânea, no sexto semestre do curso e traz e em sua ementa:

 

Estudo teórico-metodológico das manifestações contemporâneas do ensino da ginástica. Análise da Ginástica Contemporânea na relação com a cultura globalizada e o modismo. A Ginástica Contemporânea e corpolatria. Considerações sobre o trabalho com objetivos estéticos, força, flexibilidade e resistência aeróbica. (CEDF, 2007, p. 76)

 

Ou seja, nesta disciplina serão abordados os temas mais tendenciosos das ginásticas de academias, a exemplo do cross training (popular treinamento funcional), da zumba e outras modalidades que vem surgindo com o tempo de acordo com as necessidades de inovação, além de trabalhar as modalidades mais conhecidas como o jump, o step, a hidroginástica e entre outros.

Além destas duas disciplinas, há mais duas disciplinas ligadas diretamente à ginástica sendo estas a Ginástica Olímpica e a Ginástica Rítmica, entretanto ambas são de caráter optativo. Já as disciplinas de Estágio Supervisionado I, II, III e IV podem trabalhar a ginástica, pois, os Estágios I e II ocorrem dentro do âmbito escolar, sendo o Estágio I direcionado ao Ensino Infantil e Ensino Fundamental até o 5º ano, e o Estágio II abrangendo do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio, portanto, dependendo do Plano Anual das escolas, pode ocorrer o caso de estar no período de trabalho da ginástica e com isso a obrigatoriedade de nos adaptarmos e elaborarmos planos de aula de acordo com nossos conhecimentos acerca dos conteúdos que estejam sendo trabalhados. Os Estágios III e IV são direcionados ao âmbito não escolar, onde o Estágio supervisionado III ocorre em ambientes educacionais ligados a instituições e/ou programas de atividades físicas relacionadas à educação para promoção da saúde, e o Estágio supervisionado IV ocorre em ambientes educacionais ligados a instituições e/ou projetos de lazer e esporte educacional.

O primeiro contato com a ginástica ocorreu no segundo semestre de 2013 através da disciplina Fundamentos e Métodos da Ginástica. O que mais chamou atenção foi em saber que a disciplina era ministrada para que os conteúdos da ginástica pudessem ser repassados aos alunos depois de formados, nas escolas de ensino fundamental e médio, onde as vivências se limitam na maioria das vezes apenas nas práticas esportivas afastando o contato com outras práticas corporais como, por exemplo, a ginástica, dança, lutas, atletismo, entre outros, e fazendo com que os alunos tenham o conhecimento limitado acerca apenas dos conteúdos abrangentes das mídias e redes sociais, ou seja, os esportes de quadra como o futsal, vôlei e handebol.

A turma de Educação Física do ano de 2013 foi dividida em grupos, cada grupo ficou responsável por repassar um tipo de ginástica: ginástica geral, ginástica rítmica, ginástica acrobática, ginástica de trampolim. A Ginástica Geral (GG) ou Ginástica para Todos (GPT), foi repassada aos alunos após a realização de pesquisa teórica sobre ginástica geral escolar, através de levantamento bibliográfico no Campus VII da UEPA, seguindo de uma observação na escola, objetivando analisar a situação da escola enquanto infraestrutura e comportamento dos alunos durante as aulas de Educação Física, para subsidiar a elaboração de um plano de aula de acordo com as condições da escola.

Na observação foi possível constatar que os alunos não possuíam nenhuma vivência no que se refere à ginástica, e muito menos ao conhecimento do que seriam os benefícios da sua prática. Sendo assim, o planejamento das atividades a serem desenvolvidas, foram divididas no plano de aula em cinco situações:

  1. Alongamentos e Aquecimento sendo iniciados com a atividade “siga o mestre” onde os alunos ficaram enfileirados de forma indiana, e os movimentos realizados pelo primeiro da fila deveria ser repetido pelos demais, em seguida foi realizada a atividade “espelho” onde foram formadas várias duplas, um de frente para o outro e os movimentos deveriam ser realizados de forma idêntica ao de um reflexo no espelho.
  2. Apresentação de uma coreografia criada e ensaiada por nós, servindo de base às coreografias a serem criadas por eles.
  3. Explicar movimentações básicas embasadas nos fundamentos técnicos da ginástica a exemplo do giro, rolamento, saltos e saltitos.
  4. Prática/montagem de uma coreografia por parte dos alunos diferenciada da nossa e baseada nas atividades repassadas a eles.
  5. Volta à calma onde houve um debate com os alunos sobre o aprendizado obtido por eles através de nossos ensinamentos e conhecer as diferentes opiniões sobre as atividades que lhes foram propostas.

Ao término da aula obtivemos resultados satisfatórios, pois houve uma grande interação entre o grupo e as crianças, ficando evidente que as crianças foram bastante participativas e empenhadas durante o desenvolvimento das atividades propostas, estimulando o respeito ao grupo durante a aula, contribuindo para um maior aprendizado dos alunos em relação aos conteúdos da ginástica geral.

Além de tudo, os materiais levados para a elaboração das atividades como as garrafas e os TNT’s, inclusos na elaboração coreográfica foram de bom agrado para ambos os sexos, conseguindo criar movimentos com a utilização dos respectivos materiais, e também, não havendo o preconceito da parte das crianças com os materiais, entretanto, havendo certo tipo de preconceito para interagirem com o sexo oposto, porém, durante a aula conseguimos romper um pouco desta “barreira” que foi imposta por eles e entre eles.

Através da vivência da aplicação do conteúdo da GG na escola A*, ocorreu a elaboração de um artigo para submeter à semana acadêmica da UEPA – Campus VII e a partir dessa experiência positiva, ampliou-se a vontade em conhecer mais sobre a ginástica, através de estudos e novos conhecimentos.

Depois de apresentar o trabalho na semana acadêmica, sob a orientação do professor Raphael do Nascimento Gentil, da disciplina de Fundamentos e métodos da Dança, foram elaborados mais dois trabalhos para apresentação em evento acadêmico, um em forma de comunicação oral e o outro em forma de pôster, os trabalhos foram aprovados para serem defendidos no V Congresso Internacional de Pedagogia do Esporte (V CIPE), em Maringá-PR.

Outra vivência gímnica no período acadêmico ocorreu por intermédio de participação voluntária no Programa Institucional Bolsista de Incentivo à Docência (PIBID) no período de 11/08 a 29/10 de 2014, auxiliando em aulas do projeto de Ginástica, desenvolvido na escola A*, com supervisão da professora da UEPA Ione Gonçalves de Oliveira e da professora de Educação Física da referida escola Tâmara Cristina da Silva Ferreira, houveram aulas voltadas para o ensino exclusivo da ginástica, pois havia nesta ocasião um projeto de ginástica para ser desenvolvido no decorrer do semestre, onde os alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental deveriam vivenciar o passo a passo dos fundamentos técnicos básicos das diversas modalidades de ginástica e, por conseguinte realizar uma apresentação de ginástica no fim do semestre.

Também no segundo semestre de 2014, mais especificamente no mês de outubro, obtive mais um trabalho aprovado sob a orientação do professor Raphael Gentil para apresentar no VII Fórum Internacional de Ginástica Geral (VII FIGG) ocorrido no SESC de Campinas-SP, neste Fórum participei de palestras, oficinas e mini-cursos relacionados às mais diversas áreas da Ginástica e tive o prazer de ver maravilhosas apresentações de ginásticas que ocorriam durante a parte da noite no festival. As apresentações eram feitas por alunos da Unicamp, por grupos de ginástica de universidades de fora do país como exemplo, Japão, Itália, Chile, Alemanha e de grupos de professores que ministravam a ginástica rítmica.

Este Fórum foi um verdadeiro embate cultural voltado para GG, onde passei a perceber que muitas pessoas praticavam a ginástica e que tinham ótimos resultados com a referida modalidade quando trabalhada nas escolas, diversificando assim o meu conhecimento acerca deste conteúdo.

A terceira experiência prática aconteceu na disciplina de Estágio Supervisionado I, realizado no primeiro semestre de 2015, com a supervisão do professor Jeferson Gonçalves de Oliveira na escola B*, onde foram repassadas algumas atividades gímnicas para os alunos do 1º ao 4º ano do Ensino Fundamental.

                      

A IMPORTÂNCIA DA GINÁSTICA NO CONTEXTO ESCOLAR

A ginástica é um dos conteúdos da Educação Física Escolar, que embora pouco trabalhada nas aulas, é de suma importância para a formação do indivíduo, pois contribui para o desenvolvimento integral dos alunos em seus aspectos físico, cognitivo, social e psicológico, possibilitando e proporcionando uma diversidade de experiências através do criar e descobrir movimentos novos sobre o movimento e suas ações.

O aluno que entra no primeiro ano do ensino fundamental, normalmente aos seis anos de idade, está começando a ter uma noção melhor de reconhecer as partes do seu próprio corpo, além de relacionar-se bem com objetos. É nesta fase do desenvolvimento motor e cognitivo que a criança está mais apta a se envolver em uma gama de atividades novas e desafiadoras, tendo apreço maior com a reprodução e a imitação atitudinal e está aberta a aprendizagem escolar de modo geral, por que os seus interesses tornam-se mais sistemáticos onde o seu autoconceito desenvolve-se muito rapidamente e precisa de experiências bem orientadas de modo que haja externamente um encorajamento positivo.

A principal fase do desenvolvimento humano está relacionada às séries iniciais, pois, é quando o professor tem a oportunidade de “moldar” as cognições dos seus alunos, e se trabalhado corretamente nesta fase da vida, auxiliará nas próximas etapas, sem que ocorra a necessidade de ser trabalhada novamente, permitindo assim que o professor passe de uma fase para outra mais facilmente e com amplo domínio sobre os conteúdos, sabendo o momento certo de aumentar o ritmo das atividades, e passando novos exercícios que exijam força, agilidade, velocidade e destreza, respeitando as individualidades biológicas de cada um dentre capacidades motoras e envolvimento com a prática.

Através de revisão bibliográfica de Paoliello (2008) e Ayoub (2007) é possível afirmar que a ginástica deve ser trabalhada continuamente nas aulas de Educação Física, por se tratar de uma modalidade que visa abranger no decorrer de sua execução os princípios da criatividade, disciplina, socialização e da cooperação, onde as possibilidades aplicativas de exercícios correlacionados são enormes, variando desde os equipamentos gímnicos tradicionais como o cavalo com alças, as barras fixas, a trave, entre outros, e estendendo-se até aos materiais utilizados na montagem/apresentação de coreografias como podemos destacar alguns sendo eles subdivididos entre os mais convencionais a exemplo, do arco e da bola, e também utilizar-se de materiais não convencionais como baldes, vassouras, sacos plásticos, entre outras possibilidades, além de materiais que possam ser confeccionados por alunos e professores, sejam remetentes aos oficiais a exemplo da fita ou os criativos.

Segundo Rouyer (1977), a sua denominação acerca da ginástica remonta aos agrupamentos desportivos gregos, como a arte de exercitar o corpo nu (em grego gymnos). Como demonstra (AYOUB, 2003, p.31) “Essa associação entre o exercício físico e a nudez, traz o sentido do despido, do simples, do livre, do limpo, do desprovido ou destituído de maldade, do imparcial, do neutro, do puro”. As análises descritivas são similares entre Rouyer (1977) e Ayoub (2003), onde evidenciam a naturalidade no sentido da não utilização de instrumentos para podermos executar a ginástica.

A ginástica no âmbito escolar, hoje em dia, é vista apenas como um esporte competitivo e de alto rendimento, devido ao grande impulso midiático sobre o esporte, qualificando assim o todo da ginástica como uma prática que exige pessoas saudáveis, fortes e robustas. Entretanto, quando trabalhada de forma lúdica, demonstrando aos alunos a simplicidade dos movimentos, as técnicas básicas exigidas em qualquer um dos estilos existentes, há maior aceitação por parte dos novos aprendizes.

De acordo com o que diz nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) da Educação Física (p. 39):

 

Particularmente no Brasil, as danças, os esportes, as lutas, os jogos e as ginásticas, das mais variadas origens étnicas, sociais e regionais, compõem um vasto patrimônio cultural que deve ser valorizado, conhecido e desfrutado. O acesso a esse conhecimento contribui para a adoção de uma postura não preconceituosa e não discriminatória diante das manifestações e expressões dos diferentes grupos étnicos e sociais (religiosos, econômicos e de diferentes origens regionais) e das pessoas que deles fazem parte.

 

Portanto, ao analisarmos a gama aplicativa e exploratória da ginástica, percebemos que é o esporte mais abrangente nos aspectos culturais e corpóreos, pois trás em sua essência a variabilidade dos movimentos corporais exigindo o melhor e mais bonito movimento que cada praticante consegue desenvolver em consonância com os temas propostos em uma simples aula dentro da escola, ou em uma apresentação oficial, seja no esporte de alto rendimento, em amostras culturais ou até mesmo em competições amadoras.

 

ATUAÇÃO PROFISSIONAL

O profissional que trabalha a ginástica nas escolas está sujeito a vários pensamentos, onde os mais evidentes são: a rejeição dos praticantes que pode ocorrer por ser algo novo ou pouco conhecido no meio, devido ao fato de apenas vivenciarem práticas desportivas como o futsal, ou então, justamente por ser novidade, acabe ocorrendo o estimulo pelo conhecimento, a descoberta e o interesse dos alunos. Esses pensamentos totalmente distintos, de alguma forma não deveriam ser questionados generalizadamente, pois, cada professor tem uma metodologia e atividades diferentes a serem trabalhadas e embora a ginástica esteja inserida nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) da Educação Física, os seus conteúdos pouco são repassados nas escolas.

Assim como descrito nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Física – PCN (Brasil, 1998), estas práticas incorporam, de forma organizada, as principais questões em que o professor deve se basear no desenvolvimento de seu trabalho, subsidiando as discussões, os planejamentos e seus métodos avaliativos para a Educação Física. Neste documento estão inseridos os blocos de conteúdos, componentes que servem de base para o professor desenvolver seu plano de curso no Ensino Fundamental.

A ginástica no primeiro momento para os alunos foi de imenso interesse por ser algo novo, diferenciado de suas vivências esportivas na escola, e por estarem entrando em contato com novas pessoas, literalmente saindo de suas rotinas diárias ao vivenciarem a prática do conteúdo da ginástica.

 “Vivência: o objetivo central é colocar os alunos em contato com a cultura corporal, partindo do pressuposto de que a cultura é um patrimônio universal ao qual todo ser humano deveria ter direito.” (PAOLIELLO, 2008, p.65)

Inserir a Ginástica nas escolas vem com um grande desafio, sendo que na maioria das vezes as atividades feitas nas aulas de Educação Física partem para o lado da aceitação, se tal prática ou modalidade é bem vista pelos alunos. Diante disso a cultura deve ser reascendida no âmbito escolar, sabendo impor-se nessas aceitações, mostrando e fazendo essas atividades que envolvem o corpo, cooperativismo, flexibilidade, agilidade, dentre outros, ou seja, um leque de meios que trazem o bem-estar em vários sentidos, parte do físico ao social, sendo o físico bastante trabalhado nas aulas proporcionando além da prática lúdica, o conceito de vida ativa, pois esta pratica esta inteiramente voltada às práticas corporais, que se trabalhadas frequentemente pode até substituir a prática de esportes como o futebol.

 

A GG é um campo bastante abrangente da Ginástica valendo-se de vários tipos de manifestações, tais como, danças, expressões folclóricas e jogos, apresentados através de atividades livres e criativas, sempre fundamentadas em atividades ginásticas. Objetiva promover o lazer saudável, proporcionando bem-estar físico, psíquico e social aos praticantes, favorecendo a performance coletiva, respeitando as individualidades, em busca da auto-superação individual, sem qualquer tipo de limitação para a sua prática, seja quanto as possibilidades de execução, sexo ou idade, ou ainda quanto à utilização de elementos materiais, musicais e coreográficos, havendo a preocupação de apresentar neste contexto aspectos da cultura nacional, sempre sem fins competitivos. (SANTOS; SANTOS, 2001, p.23 apud. NUNOMURA; TSUKAMOTO, 2009, p. 26-27)

 

No decorrer das aulas de ginástica durante o curso, foi possível perceber que as crianças superaram o individualismo e as suas limitações. Na prática, utilizaram na dança coreográfica os materiais reciclados, sem demonstrarem as suas partes competitivas, e após obterem um pouco dos ensinamentos básicos necessários sobre a Ginástica, ficavam livres para demonstrarem o que aprenderam, e além de demonstrarem, passavam para os outros alunos o que aprenderam, evidenciando assim que, através da ginástica, podemos romper algumas barreiras limitantes impostas por eles e entre eles.

 

 

CONCLUSÃO

Levando em consideração a grade curricular do curso de Licenciatura em Educação Física, da Universidade Estadual do Pará, Campus VII de Conceição do Araguaia, é possível afirmar que os acadêmicos do referido curso, obtém ao longo de seu período acadêmico os saberes necessários para desenvolverem atividades, planos de aula, projetos educacionais e quaisquer documentos necessários de embasamento teórico, relacionado à Ginástica de modo geral, seja no âmbito escolar ou não.

A partir das observações, e das atividades executadas com os alunos de duas escolas da rede pública municipal da zona urbana de Conceição do Araguaia no período de formação acadêmica em Educação Física, e dos contatos com projetos sociais educacionais e de lazer, e das analises bibliográficas, permitiu concluir que um dos principais pontos fortes da Ginástica é o prazer pela prática, podendo assim dizer que a mesma possui sua identidade na diversidade, e com isso ao possibilitar tal prática nas instituições escolares nas séries iniciais, tendo em vista como forma de incluir nessas instituições a cultura corporal, torna mais efetiva a abordagem dos conceitos e dos fundamentos da ginástica no que se refere ao desenvolvimento físico, psíquico e social dos alunos.

Pode-se absorver que no meio escolar a ginástica abrange inúmeras situações que parte de um contexto cultural a um contexto social como, por exemplo, a convivência entre desconhecidos, proporcionando a interação de culturas e gostos diferentes. Essa modalidade permite aos alunos desenvolver a sua corporeidade, tornando-os indivíduos de corpo e mente aberta, pois o estímulo à criatividade, a inclusão de uma pratica saudável no seu cotidiano e participação livre, suprem todos os mecanismos que a sociedade impõe como a competitividade exacerbada por parte dos alunos que acabam sendo exigidos por pais e professores como sendo alunos/atletas, o que ocorre na prática de outras modalidades sendo principalmente no futebol.

É muito importante que um professor ao se dispor a ensinar a pratica da Ginastica, estimule os seus alunos a gostarem de praticar, em especial a Ginástica Geral (GG) ou Ginástica para Todos (GPT), que objetiva a proposta de expor a vivência de seus praticantes em um único tema, música, coreografia, ritmo, levando em consideração as limitações e capacidades de cada um, agregados com o ensinamento de alguns dos seus fundamentos básicos, tendo enfoque no seu manifesto da cultura corporal.

A partir das vivências durante o curso, as dificuldades de trabalharem a ginástica no âmbito escolar, são relacionadas pelos professores muitas vezes com a falta de infraestrutura das escolas e dos materiais necessários. Entretanto, observou-se que a falta de infraestrutura não é um fator impeditivo, pois as aulas de educação física dentro do âmbito escolar devem ser realizadas de forma lúdica, podendo o professor utilizar-se de diversos materiais e métodos de outras modalidades, de práticas corporais, de maneira que venham contribuir para o aprendizado corporal, bem como a vivencia da ginastica escolar, pois trabalha as formas mais simples possíveis, onde explora o máximo da criatividade, envolvidos à inclusão, ao coletivismo e à superação.

Portanto, cabe dizer que na maioria dos casos o real fator impeditivo é a falta de uma formação continuada na determinada modalidade, pois, de certa forma os professores de Educação Física acabam tornando-se acomodados ao verem resultados positivos entre os seus alunos quando é trabalhado o conteúdo esporte, com foco no futsal, voleibol e os jogos recreativos.

Os conteúdos da ginástica, de modo geral devem se fazer mais presentes na Educação Física escolar, porque a sua prática é de total beneficio aos praticantes, como é afirmado por Oliveira (2005) ao dizer que uma tendência dominante no campo da Educação Física estabelece uma relação entre a prática da atividade física e a conduta saudável.

 

GYMNASTICS AT SCHOOL: THE GAPS EXISTING BETWEEN TRAINING AND ACTING.

 

SUMMARY

This study aims to understand how import is the gymnastics as a content of school physical education, bringing benefits to the integral formation of children and adolescents, once it allows the realization of different expressions and movements, contributing to the development in the aspects of motion, cognitive, strength and agility, as well as the basic foundation for the practice of other sports, and discuss a possible form of pedagogic intervention through the Gymnastics as a content of the school Physical Education in the early years of elementary school, and to describe the reports of gymnastic experiences during the academic studies of the course of Physical Education Licentiateship of the State University of Pará (UEPA), Campus VII - Conceição do Araguaia, pointing out possible gaps in academic formation and in the Physical Education classes and try to elucidate the main difficulties presented by the physical education teachers in some municipal schools in Conceição do Araguaia – PA, with regard to the development of gymnastics in their classes.

Keywords: Gymnastics. Integral Training. Pedagogic intervention. Academic Education.

 

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