GESTÃO ESCOLAR MEDIANDO O USO DOS ESPAÇOS DE APRENDIZAGENS, RECONSTRUINDO O FAZER PEDAGÓGICO

Por Nilcemar M. Costa | 29/10/2019 | Educação

1. INTRODUÇÃO

O espaço escolar é o ambiente convencional para a aquisição da aprendizagem e, erroneamente, é apontado em serem entre quatro paredes, cadeiras em filas e aulas tradicionais dentro da sala de aula. Devemos nos abrir para questionar o espaço como um todo, pois, às vezes, só precisamos de um estalo para entender coisas muito simples, que nos provam que a escola não deve ser encarada como um prédio separado do seu contexto Quando colocamos muros e configuramos a escola como aquela caixa isolada do conhecimento, não consideramos que muitos momentos de aprendizagem importantes para os estudantes também acontecem no seu entorno. Não é fácil sair derrubando muros e paredes de uma escola, então, urge a necessidade que comece derrubando suas paredes internas. Para muitos, à princípio, soa como baderna, desorganização, falta de planejamento, para qualquer pessoa que em plena sanidade não entende a importância de romper as barreiras, quebrar os velhos paradigmas educacionais. Repensar na configuração da sua sala de aula e agrupar seus estudantes com as carteiras não mais voltadas para o quadro, mas para eles mesmos, testar várias configurações, até encontrar aquela que propicie a melhor interação entre todos, é reconhecer que estamos em pleno século XXI, com entendimento de encarar a escola como uma parte vital do sistema, onde o sangue pulsa por inovação, fazendo com que venha ampliar a interação entre os segmentos e os diferentes atores que fomentam o ensino e aprendizagem não como meros receptores de uma educação bancária arcaica, mas sim de uma composição de seres que se completam em suas buscas em respostas que satisfaçam plenamente a sociedade em que vivemos, propiciando no ambiente escolar em identificar que qualquer lugar pode acontecer interação com aprendizagem, não tão somente no espaço com o contorno de quatro paredes. Em nossa cultura, que propõe ao desenvolvimento dos processos educacionais de ensino e aprendizagem, embora saibamos que a educação tenha um sentido mais amplo que contempla também ambientes não escolares, esta nova metodologia de ensino, que contempla as metodologias ativas, infelizmente percebe-se não ter sido assimilada, com profundidade, o que decorre da comunidade interna e externa, conceber como escola desorganizada e não aberta aos diferentes saberes, dificultando o desgarrar do modelo tradicional de ensino. Levando a evidenciar que temos uma escola do século XIX, com professores que se identificam com o século XX, apresentam dificuldades notórias de aceitar o novo com sua gama de desafios e alunos frutos do século XXI com necessidades acadêmicas, devendo estar focado no desenvolvimento integral de cada jovem, ajudando-o a progredir em diversas dimensões e, sempre que possível, a materializar seus sonhos A importância da organização dos espaços físicos e de aprendizagem existentes na escola e da dimensão espacial humana das relações e interações dos sujeitos que a habitam é foco prioritário. Segundo Paulo Freire: “Há uma pedagogia indiscutível na materialidade do espaço”. (FREIRE, 1999:49). O planejamento e a reflexão sobre o espaço educativo é fundamental no processo de ensino e aprendizagem dos educandos, pois é nele onde são promovidas as interações entre os sujeitos e os objetos de conhecimento. Portanto, o espaço escolar deve ser organizado de forma a favorecer o desenvolvimento do coletivo propiciando aprendizagem através da socialização e troca de experiências e saberes diversos. Ao se planejar e organizar o espaço escolar é imprescindível considerar o aspecto da diversidade e heterogeneidade presente na escola que deve procurar atender as diferenças dos educandos promovendo a liberdade de expressão e de movimento, autonomia, cooperação e interação, itens indispensáveis à formação do sujeito aprendente dentro de um grupo heterogêneo de intenções e percepções. A forma como os espaços estão organizados comunicam as ideias e as concepções que permeiam o pensamento de quem os idealizou projetou ou organizou, e podem libertar a alma, o pensamento para o desenvolvimento ou embotá-lo. (SILVIA PERRONE, 2011) Refletindo sobre o espaço escolar devemos pensar e agir em prol de uma escola que seja rica em possibilidades de interações humanas e que se permita a troca de saberes e o livre expressar das ideias, concepções e visões de mundo contidas nos sujeitos que a habitam. Vale ressaltar que Viviane Mosé, em um dos seus vídeos, relata sobre o resgate do pensamento crítico com tênue acentuação, pois, infelizmente o modelo educacional pedagógico ao longo das décadas não incentiva o pensamento e a criatividade, mas sim a passividade em decorrência da cultura educacional ao longo da história da educação. O desafio contemporâneo nos revela que de fato estamos inertes ao atendimento que se faz necessário, mudamos de século, porém não evoluímos na educação, juntamente os estudantes estão engessados, o professor ainda ensina o aluno sem conseguir instigar e a aguçar a sua curiosidade, a repetição está presente, desenvolver capacidade de leitura do mundo atual hoje tem o seu valor, mas para quem reproduz e não que repete. [...]

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