Gestão Do Capital Intelectual
Por CLAUDIA MARIA BONIFACIO | 27/11/2009 | AdmDado, informação e conhecimento.
Dados: São os registro daqueles aspectos do fenômeno sendo estudado que um determinado investigador pôde captar. Correspondem a uma anotação bastante direta das observações, ou seja, com relativamente pouca elaboração ou tratamento. Uma vez coletados, são compreendidos como um reflexo razoavelmente confiável dos acontecimentos concretos. Dado também pode ser definido como uma seqüência de símbolos quantificados ou quantificáveis. Portanto, um texto é um dado. De fato, as letras são símbolos quantificados, já que o alfabeto, sendo um conjunto finito, pode por si só constituir uma base numérica (a base hexadecimal emprega tradicionalmente, além dos 10 dígitos decimais, as letras de A a E). Também são dados fotos, figuras, sons gravados e animação, pois todos podem ser quantificados a ponto de se ter eventualmente dificuldade de distinguir a sua reprodução, a partir da representação quantificada, com o original. É muito importante notar-se que, mesmo se incompreensível para o leitor, qualquer texto constitui um dado ou uma seqüência de dados.
Informação: Informação é uma abstração informal (isto é, não pode ser formalizada através de uma teoria lógica ou matemática), que está na mente de alguém, representando algo significativo para essa pessoa. Note-se que isto não é uma definição, é uma caracterização, porque "algo", "significativo" e "alguém" não estão bem definidos; assumo aqui um entendimento intuitivo (ingênuo) desses termos. Por exemplo, a frase "Paris é uma cidade fascinante" é um exemplo de informação – desde que seja lida ou ouvida por alguém, desde que "Paris" signifique para essa pessoa a capital da França
Conhecimento: Argumentos e explicações que interpretam um conjunto de informações. Trata-se de conceitos e raciocínios lógicos essencialmente abstratos que interligam e dão significado a fatos concretos. Envolve hipóteses, teses, teorias e leis. Caracterizo Conhecimento como uma abstração interior, pessoal, de algo que foi experimentado, vivenciado, por alguém. Continuando o exemplo, alguém tem algum conhecimento de Paris somente se a visitou.
2. Importância do conhecimento para a competitividade empresarial, deste início de século.
No século passado na maioria das empresas as vantagens competitiva sempre eram baseada em fatores clássicos de produção, capital, trabalho e terra .O conhecimento não tinha o valor que tem hoje.o conhecimento tornou fundamental nas organizações em termos de estratégia para a organização ganhar competitividade. Hoje podemos se dizer que Conhecimento é novo fator de produção e gerador de riqueza e competitividade.
''Segundo Toffler (2008), "hoje, o que temos é a substituição da força física pelo conhecimento. O conhecimento é o substituto último de todas as formas de produção".
Pinheiro, Neto e Silva (2006) reconhecem a crescente preocupação das empresas em gerir seus conhecimentos, fato que amplia as ações e estratégias ligadas à Gestão do Conhecimento.
"Figueiredo (2006, p. 11) alerta que a necessidade de Gestão do Conhecimento é uma realidade em nossos dias, contudo, "a prática dela é uma 'ficha que ainda não caiu' para muitas organizações". Promover a Gestão do Conhecimento constitui-se como uma importante alternativa no estabelecimento de uma estratégia diferenciada para buscar diferenciais competitivos
O conhecimento tácito é o mais valioso e o mais difícil de se transmitir, a questão é que o conhecimento tácito é que, por estar vinculado diretamente a pessoas, é difícil de ser absorvido por uma organização inteira.EX: idéias, conhecimento armazenado na mente das pessoas ou inserido em produtos, serviços e sistemas.
Exemplo de conhecimento explicito: : é o conhecimento que está registrado em livros, revistas, artigos, documentos de um modo geral. Esse conhecimento é fácil de articular, manipular e transmitir.
O conhecimento tácito é o Conhecimento adquirido no dia-a-dia do contexto de trabalho. Composto de métodos e processos específicos ecos aplicados para encurtar decisões, resolver problemas e garantir a satisfação dos clientes.Dentre os desafios que surgem destaca-se aquele relativo ao desenvolvimento, propagação e incorporação deste saber na cultura da organização, mas a prioridade vai para o desafio de minimizar as perdas que ocorrem quando os detentores deste tipo de conhecimento são transferidos, promovidos, vão para outra organização, ou morrem. O Conhecimento explícito é o conhecimento formal, que é fácil transmitir entre indivíduos e grupos. É freqüentemente codificado em fórmulas matemáticas, regras, especificações, e assim por diante, é capaz de promover a inovação e o desenvolvimento de novos produtos.
3.Modelo de Nonaka e Takeuchi de geração do conhecimento, etapas da espiral do conhecimento.
Planejamento estratégico vem sendo amplamente utilizado como ferramenta para definir e atingir metas de resultados superiores nas grandes corporações. Esses resultados são atribuídos ao alinhamento das ações dos colaboradores para atender às expectativas de rentabilidade dos acionistas. Analisando o processo de concepção e execução do planejamento estratégico percebeu-se a existência de um intenso fluxo de informações. Esses fluxos buscam, primeiramente, comunicar as estratégias e, posteriormente, identificar oportunidades e medidas para a obtenção destes resultados superiores. Quando um resultado é analisado, discutido e definida uma contra medida ou um novo conhecimento é identificado, transcrito, difundido e assimilado pela equipe, ocorre a multiplicação do conhecimento. Este processo de multiplicação do conhecimento ocorre em quatro tipos de conversão, sendo estes: socialização, externalização, combinação e internalização (NONAKA; TAKEUCHI, 1997).
Os fluxos de informações promovem a criação de conhecimento na organização.
Uma análise sobre a criação do conhecimento através dos fluxos de informação possibilitou um melhor entendimento sobre a criação de conhecimento. O entendimento da criação do conhecimento pode auxiliar os gestores, proporcionando melhor utilização destes meios para que as metas sejam atingidas, suportada por um aporte de conhecimento criado na própria organização.
Estes autores elaboraram um interessante modelo sobre a criação do conhecimento, que denominaram de espiral do conhecimento. Neste ocorre uma interação cíclica em que ele inicia no nível individual, passa pelos grupos de pessoas. Neste exemplo o modelo de espiral do conhecimento aconteceria da seguinte forma: o conhecimento partilhado pelo cliente à central de atendimento (Socialização), sobre pontos positivos e negativos de um serviço, como por exemplo de um celular, se transforma em um conhecimento conceitual explícito (Externalização) na produção de um novo plano de celular. A partir daí ele vira uma diretriz para a criação do conhecimento sistêmico através da Combinação. Exemplo: usam conhecimentos de um plano pós-pago anterior para a criação de um novo. Depois de simulado e aprovado ele se transforma em conhecimento operacional indo para a produção (Internalização), que será o serviço oferecido pelas propagandas. Assim, vemos que o conhecimento que inicialmente era individual, na demanda do usuário, passou por um grupo de pessoas, depois por unidades da organização e por último por grupos multi-empresariais. Dessa forma, percebemos o ciclo que ocorre através da espiral do conhecimento.
4. No modelo de Davenport e Prusak a fusão é uma forma de geração do conhecimento.
5. Na economia do conhecimento – a era em que vivemos – é indispensável que o conhecimento esteja disponível e acessível para as pessoas da organização. Para isto, é necessário mapeá-lo, codificá-lo e preservá-lo. Neste contexto, pergunta-se:
- A. Como escolher os conhecimentos que precisam ser codificados?
È necessária uma avaliação cuidadosa, da empresa. Para que tudo dê certo na codificação seria necessário decidir os objetivos que irão servir o conhecimento, o meio certo para a codificação analisá-lo por meio de sua utilidade e adequação à codificação. Os codificadores devem identificar um meio apropriado para a codificação, pois o sucesso da codificação exige não só saber quais são os conhecimentos existentes, mas principalmente a sua importância e o que é possível fazer com ele.
- B. Como deve ser feita a seleção dos conhecimentos a serem preservados e quais as principais formas de realizar este armazenamento?
6. Capital intelectual de Stewart,,capital humano, capital estrutural e capital em clientes.
Por que o capital humano é importante para o sucesso empresarial?
Dando importância ao capital humano, Stewart (1998) faz a seguinte
comparação: "o dinheiro tem poder, mas não pensa; as máquinas operam,
muitas vezes melhor do que qualquer ser humano, mas não inventam". As
atitudes, ações, empreendimentos, em suma, tudo que uma empresa constrói
que traz conseqüências vantajosas surge do capital humano.
O capital humano importante de uma empresa é aquele que não pode ser
substituído facilmente. Se for embora da empresa, essa terá perdas. São
funcionários que prestam serviços não mecanizados.
Para a empresa, a questão é como adquirir volume suficiente de capital
humano que possa ser usado para gerar riqueza ou agregar valor. O capital
humano cresce quando a empresa utiliza mais o que as pessoas sabem e
quando um número maior de pessoas obtém informações úteis para a organização.Fundamental é que a organização adquire potencialmente o conhecimento contido no seu capital humano fazendo ligação com a estratégia de negócio. O capital humano torna-se então um ativo organizacional.
- B. Quais são as principais características do capital humano?
O fundamental é que a organização adquire potencialmente o
Podemos citar o valor de cada indivíduo que contribui para o crescimento da organização e pode ser aumentado ou depreciado de acordo com as políticas e práticas de gestão aplicadas. o homem é considerado capaz de escolher, livre das pressões externas. E como cita Cardoso (2003, p. 114), Atua como um vetor de mudança, adaptação, reação, criatividade e inovação, possibilitando a criação de novos conhecimentos por meio do treinamento e da aprendizagem.
C. O conceito de Stewart de que o capital estrutural pode ser caracterizado como gestão do conhecimento?
Segundo Stewart (1998) o foco do capital estrutural é conter e reter o conhecimento humano, para que ele se torne propriedade da empresa. E define que de uma forma mais simplificada é todo o conhecimento que não vai para casa após o expediente. Desta forma percebe-se que este capital estrutural é a transformação do conhecimento das pessoas em ativo da entidade, através de melhoria e da experiência e criatividade compartilhada. Por sua vez, estes devem ser acondicionados e estruturados com a ajuda da tecnologia da informação e das telecomunicações, bancos de dados, descrição de processos e manualizações, para que assim a empresa através destes instrumentos possa reter todo o conhecimento do individuo para ela.
Nisto resultará, maior agilidade na distribuição do conhecimento, aumento progressivo de conhecimento coletivo, diminuição no tempo de espera e aumento de produtividade. Stewart (1998, p.100) também diz que "o segredo da gerência das estruturas do conhecimento da empresa é lembrar-se de que o capital organizacional é, antes de mais nada, capital". Assim para a empresa não basta ter a gestão do conhecimento sem que exista um gerente do conhecimento, as estruturas para gerenciar o conhecimento devem ter um objetivo estrategicamente claro, ficando então relevante o fato de que o sucesso do capital estrutural depende da liderança da empresa.
O capital estrutural é o caminho ao longo do qual o conhecimento trafega.
Através do fluxo de conhecimento torna-se possível descobrir e compartilhar os
melhores negócios em toda a organização. Como é produto da inteligência
humana, o capital estrutural baseia-se em pessoas dispostas a compartilhar.
De acordo com Stewart (1998), as empresas precisam criar oportunidades de
tornar público o conhecimento privado: "através da reciclagem contínua e de
uma utilização criativa do conhecimento e da experiência compartilhados gerase aumento de valor.
7. Na medição do capital intelectual o uso de indicadores é imprescindível.
Indicadores de capital humano;
Inventário das competências dos colaboradores;
Refere-se à capacidade de agir em diversas situações para criar tanto
ativos tangíveis como intangíveis. Ë um ativo intangível, pois é
impossível conceber uma empresa sem pessoas, muito embora
a competência individual não possa ser propriedade de ninguém,
a não ser da pessoa que a possuir.
Listagem de competências relevantes
Para que a organização possa implementar a Gestão por Competências em sua estratégia, deve, primeiramente, listar quais as competências organizacionais e individuais necessárias.
Nesse ponto cresce a importância da área de Gestão de Pessoas no sentido de listar quais as competências que os empregados devem ter para ajudar efetivamente a organização a alcançar os seus objetivos estratégicos.
A listagem de competências relevantes seria uma ferramenta para esse objetivo, por meio dela a área de Gestão de Pessoas identificaria as competências existentes para um posterior confronto com as competências necessárias. Caso haja uma defasagem, a organização pode promover treinamentos ou até mesmo, novas seleções de pessoal.
Indicadores de capital estrutural
CAPITAL ESTRUTURAL
Novas patentes
Índice que mede valor criado pela patente, principalmente pelo número de patentes subseqüentes a registrada pela empresa;
Número de computadores
Por meio desse indicador, a organização avaliaria a quantidade atual de máquinas para confrontar com a quantidade necessária para as suas atividades. Ocorrendo uma defasagem, faz-se necessário adquirir outros equipamentos. Importante também, que o indicador sirva para avaliar a qualidade dos equipamentos existentes em relação à necessidade de cada área.
Investimentos em tecnologias de informação e comunicação;
Trata se de um índice que mede o papel importantíssimo na construção destes sistemas de informação que apóiam toda a estrutura organizacional da empresa e ajudam à tomada de decisões e à delineação de estratégias
Indicadores de capital de cliente;
Índice de perda de clientes
Trata-se de um índice bastante importante, afinal a literatura mostra que o custo que a organização tem para adquirir um novo cliente é bem superior ao custo de se manter um cliente. Um alto índice de perda de clientes revela a falha da organização no relacionamento com a clientela. A área de marketing deve sempre buscar reduzir esse índice.
Grau de satisfação dos clientes;
Este índice medeo quanto seus clientes estão satisfeitos com os serviços e produtos oferecidos
Lealdade a marca;
Em linhas gerais mede a ligação entre consumidor e marca.[
Referencias bibliográficas
Nonaka & Takeuchi. Criação de conhecimento na empresa. Rio de Janeiro: Campus, 1997
- Stewart, Thomas. Capital intelectual - a nova vantagem competitiva das empresas. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
- Davenport & Prusak. Conhecimento empresarial - como as organizações gerenciam o seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
- Senge, Peter. A quinta disciplina - arte, teoria e prática da organização de aprendizagem. São Paulo: Best Seller, 1998