Gestão de Pessoas e Inteligência Emocional: Processos que caminham lado a lado

Por Josemary Câmara Lemos | 07/12/2009 | Psicologia

Considerando as mudanças nas relações de trabalho que vem ocorrendo atualmente devido às exigências dos mercados, observa-se a importância da implantação de novos modelos de gestão empresarial, tais como os processos de “gestão de pessoas” e “inteligência emocional”. Para se discutir o entrelaçamento e a relevância destes processos, primeiramente deve-se conhecer o conceito de cada um deles.

Entende-se por gestão de pessoas, uma associação de habilidades e métodos apropriados, em geral executados pelos gestores das empresas e responsáveis pelo RH, com o objetivo de administrar os relacionamentos internos e potencializar o capital humano, requisitos que vem sendo cada vez mais valorizados pelas empresas.

Já a Inteligência Emocional refere-se à capacidade do ser humano em lidar com suas próprias emoções e afetos. É saber se auto-motivar diante de situações difíceis, contornar os fracassos e as decepções, controlar os impulsos e sublimar a angústia. É também saber lidar com as emoções dos indivíduos que estão ao seu redor, relacionando-se com os demais, superando as adversidades e os conflitos.

Compreende-se que os conceitos em voga se fundem, ao passo que para se introduzir o processo de gestão de pessoas, o gestor precisará conhecer os comportamentos de seus colaboradores, objetivando que as pessoas certas, estejam desempenhando as funções correspondentes ao seu perfil, assim como estejam satisfeitas no cargo que ocupam. Diversos estudos demonstram que pessoas felizes, produzem mais e tendem a ser mais flexíveis.  Dessa forma, o gestor terá uma visão macro de seus funcionários, evitando possíveis turnovers, reduzindo até mesmo custos com demissões, indenizações, entre outros, já que saberá distinguir as competências profissionais dos integrantes da sua equipe. Por sua vez, também é necessário que o colaborador contribua para tornar o clima organizacional agradável, usando de forma inteligente e eficaz suas emoções.

Hoje em dia, existem diversas ferramentas que otimizam a inserção de processos de gestão em empresas, delineando um perfil comportamental do profissional, proporcionando uma visão sobre os pontos fortes e fracos dos indivíduos. Para gerir pessoas, é também primordial que o gestor saiba ouvir o seu colaborador. A boa comunicação viabiliza as atividades de gestão, harmonizando o trabalho entre as partes envolvidas, facilitando a tarefa do gestor em analisar as características pessoais do seu empregado, direcionando-o a execução de atividades compatíveis com seu perfil pessoal e profissional.

Em contrapartida, o colaborador deve buscar desenvolver sua inteligência emocional, a fim de adaptar-se as diversas situações que surgem no ambiente de trabalho, sintonizando seus sentimentos e comportamentos de forma positiva para atingir os objetivos e interesses pessoais, bem como os organizacionais. Para tanto, é preciso se autoconhecer, estar atento as emoções, reconhecendo como elas afetam seu desempenho, sua forma de pensar e agir, esquivando-se dos problemas e gerenciando os conflitos.

Cumpre ressaltar, que o mapeamento da gestão por competências é a base para instrumentalizar os gestores e verificar se o colaborador possui o perfil ideal para desenvolver as funções requeridas no cargo em questão, suprindo a demanda das empresas. Para sucesso deste processo, espera-se que o avaliado seja autêntico em suas atitudes, sendo direcionado de forma assertiva e segura ao seu respectivo cargo, lucrando com essa proposta, o empregador, visto que possivelmente terá um funcionário contente e produtivo, e o empregado que estará realizado profissionalmente.

Conclui-se que a inteligência emocional e os processos de gestão trazem consequentemente benefícios aos envolvidos, como por exemplo, a união da equipe, o fortalecimento dos vínculos de confiança e comunicação, aumento da produtividade, facilidades nas tomada de decisões, entre tantos outros, tornando as pessoas mais participativas e motivadas. Neste contexto, as organizações estarão alinhadas e norteadas por estratégias claras e definidas, sustentadas em uma gestão forte e estruturada, que conta com a participação de todos os envolvidos.