Gerente de projetos na rede de Colégios Maristas
Por Murillo de Melo Macedo | 02/03/2011 | AdmAutores:
Murillo de Melo Macêdo - murillomacedo@yahoo.com.br
Paulo Roberto Corrêa Leão - prcleao@ucb.br
Resumo
Aborda informações sobre a gestão de projetos, dentro da ótica do PMI, e sua importância crescente com relação à elaboração de projetos educacionais. Aponta definições de vários autores sobre o termo "projeto", "gerenciamento de projetos" e "projetos educacionais", incluindo abordagens do PMBOK Guide. Apresenta dados estatísticos levantados pelo "Estudo de Benchmarking em Gerenciamento de Projetos Brasil 2007", pelo "Estudo de Benchmarking em Gerenciamento de Projetos Brasil 2008" e sobre o desenvolvimento de projetos em unidades educacionais da Rede Marista de Ensino, obtidos por meio de pesquisa. Discorre sobre a necessidade de um bom gerenciamento de projetos educacionais nas unidades Maristas e sua importância como um diferencial estratégico da Instituição sobre suas concorrentes.
1. INTRODUÇÃO
Projetos fazem parte da vida de todo e qualquer ser humano desde a sua existência. Mesmo os mais antigos hominídeos já almejavam pequenos projetos. Isso se intensificou, principalmente, com a descoberta do fogo, do metal, e certamente com a invenção da escrita. Alguns projetos desenvolvidos na antiguidade permanecem no nosso meio até hoje e ainda fascinam pela sua genialidade. As pirâmides do Egito, o Coliseu em Roma, a Muralha da China, os afrescos da Capela Sistina, entre vários outros, são exemplos clássicos de projetos bem sucedidos.
A primeira experiência padronizada na elaboração de um projeto aconteceu na área militar, no auge da Guerra Fria, na déc. 50. O lançamento do satélite Sputinik, pela União Soviética, fez com que os Estados Unidos passassem a investir no desenvolvimento de técnicas para acelerar a implementação de projetos no setor militar. A partir daí, a padronização e a utilização de métodos específicos na elaboração de projetos, passou a ser incorporado por inúmeras empresas. Hoje, no mundo, são investidos milhões de dólares a cada ano no desenvolvimento de projetos. Fato que, evidentemente, não garante o seu sucesso.
Devido à importância cada vez maior na elaboração e estruturação de projetos, começaram a surgir diferentes tipos de padrões, formatos, metodologias, processos e até mesmo instituições que se dedicam ao seu desenvolvimento. Atualmente, o uso de boas práticas, que buscam uma efetividade cada vez maior no desenvolvimento de projetos, tornou-se um fator fundamental. Questões como uma boa definição de custo, prazo, escopo, qualidade, recursos e mais uma infinidade de outros itens, passaram a ser considerados primordiais para o bom desempenho de um projeto. A partir daí, houve a necessidade de que, além de serem criados e executados, os projetos passassem a ser gerenciados.
Aparentemente, e também por uma tendência histórica, o produto de um projeto é visualizado, na maioria das vezes, como algo palpável: um prédio, um protótipo, uma ponte etc. Além disso, é visto como um empreendimento mais voltado para a indústria, ou ligado à área científica ou tecnológica (principalmente no desenvolvimento de softwares). Em contrapartida, e apesar de apresentarem um produto diferenciado, muitas vezes não tão palpável quanto os citados acima, os projetos desenvolvidos na área educacional, são responsáveis por uma soma considerável de investimentos, principalmente da área governamental e instituições privadas de ensino.
Tal característica aponta para uma tendência de que os projetos educacionais, assim como os demais projetos, devem ser gerenciados a partir de processos, métodos e procedimentos bem definidos, buscando resultados mais efetivos, reduzindo gastos, mitigando riscos, utilizando melhor os recursos disponíveis e dando cada vez mais profissionalismo a esta atividade. Isso certamente indica um novo nicho de mercado para a atuação do gestor de projetos.
Por tudo isso, acredita-se que a presença do gerente de projetos, como participante efetivo na elaboração de projetos na área educacional, além de se tornar fundamental, pode vir a ser um diferencial estratégico nas instituições de ensino.