GERENCIAMENTO DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES BRASILEIRA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

 

1.  

 

 

O presente trabalho se justifica no atual cenário, onde a sustentabilidade das organizações é compreendida como a capacidade de sobreviver e continuar a desenvolver a sua missão institucional, ou seja, a capacidade de cumprir os seus compromissos.

Os desafios que as organizações enfrentam para se manterem atuantes exigem a adoção de novas posturas, principalmente em relação às ferramentas de gestão, que podem possibilitar a essas instituições maior transparência, avaliação e monitoramento do impacto das atividades e rapidez na captação de recursos. Entretanto, a sobrevivência e a manutenção organizacional vão além do gerenciamento dos aspectos econômicos, mas que a sustentabilidade seja compreendida e difundida nas práticas gerenciais dessas instituições (CAMPOS, 2020).

Este estudo tem uma importância acadêmica, onde visa analisar a importância da sustentabilidade das organizações.

Este artigo possui cinco seções: a primeira é a introdução e apresenta a temática, e o objetivo do estudo; a segunda traz os aspectos conceituais sobre a importância da sustentabilidade nas organizações; a terceira apresenta os procedimentos metodológicos utilizados para a composição desta pesquisa; a quarta traz os resultados; e a quinta, que expõe as considerações finais.

 

 

1. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO

 

 

2.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

 

 As organizações envolvidas no debate sobre a sustentabilidade buscam identificar maneiras pelas quais possam desenvolver novas formas de produção e de gestão de recursos para o aprimoramento de práticas relacionadas com cada um dos pilares que a fundamentam. Neste sentido é necessário reconhecer que o comportamento das organizações, reflete nas demandas do ambiente empresarial, suscita o reposicionamento e a reconsideração de atitudes e comportamentos.

Tais atitudes procuram estar inseridas no posicionamento estratégico que direciona o comportamento socioeconômico dessas empresas, onde o motivo pelo qual a sucessão de mudanças se baseia na busca de alinhamento com os anseios da sociedade (EISMANN, 2019).

As organizações se empenham nas suas práticas de gestão em caminhos estratégicos que as auxiliam a oferecer respostas a tais demandas. O envolvimento das organizações em problemáticas de cunho socioambiental pode transformar-se em uma oportunidade de negócios, contribuindo para a melhoria de qualidade de vida e a sustentabilidade dos recursos naturais.  (VIONE, 2020).

A preocupação de muitas organizações com o problema da poluição, por exemplo, tem feito com que elas reavaliem o processo produtivo, buscando tecnologias limpas e a utilização do reaproveitamento dos resíduos que gera grandes economias de recursos, onde não seriam viabilizadas se elas não tivessem tratado dessa situação (BITENCOURT, 2019).

Os benefícios estratégicos resultam na melhoria da imagem institucional, renovação da carteira de produtos, aumento da produção, melhoria nas relações de trabalho, melhoria na criatividade para novos desafios e melhoria das relações com os órgãos governamentais, comunidade e grupos ambientalistas. (KUZMA, 2017).         

 

 

1. ORGANIZAÇÕES BRASILEIRAS SUSTENTÁVEIS

 

As organizações e as sociedades sustentáveis geram rendimentos como fonte de sobrevivência, em vez de consumir o próprio capital, que, nesse contexto, abrange recursos naturais, como água, ar, energia e alimentos, assim como ativos humanos e sociais –desde o envolvimento dos trabalhadores até o apoio da comunidade –além de recursos econômicos, como licença de operação, mercado receptivo e infraestrutura legal e econômica (BODNAR, 2020).

Diante desse entendimento, pode-se perceber que se encontra nas organizações o ponto de apoio de cooperação no sentido de promover ações sustentáveis e contribuir com o desenvolvimento sustentável.  (ALVES, 2019).

O termo de sustentabilidade tem promovido inúmeros debates e reflexões entre os diversos atores sociais, onde aumentou nas últimas décadas, isto por causa das degradações ambientais e das preocupações socioambientais que surgiram a partir da segunda metade do século XX.  (LEAL, 2020).

Depois da humanidade ter sofrido e presenciado catástrofes em vários lugares do mundo, em razão do crescimento desordenado de cidades e dos impactos ilegais ao meio ambiente discute-se os processos que revertam essa crise ambiental, que possam reestabelecer ou manter as coisas como antes. É por isso que as gerações futuras possam também usufruir dos recursos. (ARAGÃO, 2017).

A ideia sobre o desenvolvimento sustentável parte de uma abordagem biológica e ecológica, passando por um entendimento da dimensão social, por aspectos relacionados a pobreza e superpopulação, tendo surgido a tese de limitar o uso dos recursos freando o crescimento econômico e populacional. A partir disso, colocou-se o problema como contradição entre sociedade e natureza, entre economia e ecologia, entre crescimento e conservação (DIAS, 2017).

 

1. INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE

 

A sustentabilidade do negócio pode ser entendida de modo convencional com a capacidade de gerar recursos para os fatores de produção e investir para continuar competindo. Dessa forma, não há nada de novo em relação às inovações, sejam as tecnológicas de produto/serviço e processo, sejam as de gestão e de modelo do negócio. (CABENGUELA, 2020).

Uma organização deve ter sua continuidade estendida como sugerem os seus contratos sociais. Desta forma, se a sustentabilidade dos negócios for entendida como uma contribuição efetiva para o desenvolvimento sustentável que passam a ter outros critérios de avaliação além dos convencionais. (CARDOSO, 2016).

De acordo com os conceitos de sustentabilidade desse movimento, as inovações devem gerar resultados econômicos, sociais e ambientais positivos, ao mesmo tempo, o que não é fácil de fazer, onde as inovações trazem, quando são radicais ou com elevado grau de novidade em relação ao estado da arte (PINHEIRO, 2019).

Os efeitos econômicos são fáceis de prever, pois há uma enorme quantidade de instrumentos desenvolvidos para isso, e as empresas inovadoras sabem como usá-los. Os efeitos sociais e ambientais são mais difíceis de serem avaliados, pois envolvem mais variáveis, incertezas e interações. (RODRIGUES, 2019).

 

 

1. SAÚDE AMBIENTAL

 

A Saúde Ambiental compreende a área da saúde, afeita ao conhecimento científico e à formulação de políticas e ações relacionadas à interação entre a saúde humana e do meio ambiente que influenciam na melhor qualidade de vida do ser humano no ponto de vista da sustentabilidade (JORGE, 2019).

O conceito de sustentabilidade compreende as dimensões econômica, social, ecológica, espacial e cultural, onde a eficiência econômica passa a ser entendida em função de sua eficácia social e não somente da lucratividade, incluindo iniciativas de desenvolvimento voltadas para a melhoria dos padrões e qualidade de vida na conservação dos sistemas naturais e da biodiversidade, garantindo sua capacidade de suporte e regeneração (MENDONÇA, 2019).

Numa perspectiva de sustentabilidade, é necessário considerar os impactos aos recursos naturais ao longo do ciclo de vida das atividades das empresas. Padrões produtivos mais sustentáveis com a proteção do meio ambiente e bem-estar social pressupõem uma postura responsável socialmente. A relevância dada pelas partes interessadas, sendo elas: governo, acionista, comunidade, cliente, fornecedor e consumidor. O desafio de estabelecer um desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente e da saúde humana é essencial para que as empresas se conscientizem de tratar as questões sociais, ambientais e econômicas (CHIARETTO,2020).

A garantia da sustentabilidade ambiental, econômica e social, exige das empresas o gerenciamento de seus procedimentos, passivos e impactos à saúde decorrentes de suas atividades. (BARBOSA, 2018).

 

 

4 COLETAS DE DADOS

 

A metodologia adotada no presente trabalho foi caracterizada por uma pesquisa bibliográfica, pois iniciou-se a partir de um estudo ordenado que se fortaleceu com a base de dados no: Google Acadêmico, Scielo (Scientific Electronic Library Online), BDTD (Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações). A coleta de dados ocorreu nos meses de maio e junho de 2020.

A estratégia de pesquisa utilizada na escolha dos artigos de estudo foi constituída pelas seguintes palavras chave: Sustentabilidade, Empresas e Meio Ambiente, sendo desenvolvido em cinco seções:

A seção 1, apresentou a Introdução com a conceituação do tema; na seção 2, o desenvolvimento teórico que se baseou ao estudo do tema proposto; na seção 4, a metodologia que foi utilizada; na seção 5 análises dos resultados e na seção 6, as considerações finais em relação ao tema estudado.

Metodologicamente, esta pesquisa é do tipo exploratória. Sendo este tipo de pesquisa desenvolvida com o objetivo de proporcionar uma visão universal sobre determinado assunto. O trabalho também apresenta caráter descritivo e explicativo, pois tem a intenção de apresentar os processos de gerenciamento sustentável na empresa, bem como enfatizar a importância da implementação do programa sustentável para minimizar os impactos ambientais.

O delineamento da pesquisa ocorreu da seguinte forma: Os estudos foram selecionados pela leitura do título, resumo, e posteriormente, pela leitura do texto completo. Após uma leitura completa do artigo, uma pesquisa manual foi realizada na lista de referências de todos os artigos selecionados.

 

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

 

Todos os artigos selecionados para revisão estão de acordo com os critérios preestabelecidos, onde apresenta os estudos identificados nas bases de dados e o procedimento de seleção.

Por meio da estratégia de busca, 194 artigos foram encontrados, sendo 148 na base de dados do Google Acadêmico, na base de dados do Scielo foi encontrado 46 artigos. Após uma avaliação realizada nos títulos, resumos e artigos completos restaram oito estudos. Foram excluídos os estudos duplicados, estudos de revisão e estudos que não falavam sobre o tema.

 

 

6 CONCLUSÃO

 

Portanto, foram expostas dificuldades que as organizações enfrentam ao procurar inserir a sustentabilidade em suas práticas. Também se evidenciou a importância das organizações para que ocorra contribuições destas em prol do desenvolvimento sustentável. Ademais, destacou-se a contribuição das organizações para a sociedade ao adotar práticas sustentáveis que possibilitem um desenvolvimento justo e ético na região em que as organizações atuem.

Neste sentido, advoga-se que a sustentabilidade (como relação equilibrada entre o homem e a natureza) e o desenvolvimento sustentável (como um caminho de melhoramento balanceado dos sistemas sociais, ambientais e econômicos em um contexto), é vivenciada com maior rigor por meio de organismos que, com forças e recursos maiores que os indivíduos separadamente, conseguem contribuir para um resultado positivo mais amplo frente às problemáticas ambientais, sociais e econômicas num determinado contexto.

 

 

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ALVES, Maria Juliana de Oliveira et al. Práticas sustentáveis no Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido-Campus de Sumé-PB. 2019

 

ARAGÃO, João Paulo Gomes de Vasconcelos. Uso e ocupação das margens do Rio Capibaribe: vulnerabilidades socioambientais em áreas urbanas. 2017.

 

BARBOSA, Eduardo Macedo. Saúde Ambiental aplicada à responsabilidade social das empresas. Rev. bras. med. trab, p. 1-44, 2018.

 

BITENCOURT, Carlos Francisco. A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA SUSTENTABILIDADE: UMA INOVAÇÃO PARA MAIOR COMPETITIVIDADE NAS DIRETRIZES DE GESTÃO DE RISCO THE IMPORTANCE OF INFORMATION IN THE. Revista Inteligência Competitiva, v. 9, n. 4, p. 1-14, 2019.

 

BODNAR, Zenildo; LANZARINI, Clarice Ana. A sustentabilidade empresarial como critério normativo à efetividade do instituto da recuperação judicial. Scientia Iuris, v. 24, n. 1, p. 124-141, 2020.

 

CABENGUELA, Christopher Roberto et al. A relevância da sustentabilidade ambiental na gestão da Lavandaria Cavada. 2020. Dissertação de Mestrado.

 

CAMPOS, José Guilherme F. Sustentabilidade nas organizações. Editora Senac São Paulo, 2020.

 

CARDOSO, Márcia Lopes; DE FIGUEIREDO, Marina Dantas. Práticas de inovações sustentáveis: Estudo qualitativo no setor hoteleiro em Fortaleza/CE. Caderno Virtual de Turismo, v. 16, n. 1, p. 46-59, 2016

 

CHIARETTO, Silvana; SILVA, Anna Cláudia Salgado Otacílio. UM ESTUDO SOBRE MEDIDAS ADOTADAS NAS EMPRESAS PARA SE OBTER A INTEGRAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COMO GESTÃO ESTRATÉGICA ORGANIZACIONAL. Revista Científica Faculdade Unimed, v. 2, n. 1, p. 41-65, 2020.

 

DIAS, Lucas; DIAS MARQUES, Maurício. Organizações e Sustentabilidade: Aproximações, Cooperação e Distanciamentos. GESTÃO. Org: Revista Eletrônica de Gestão Organizacional, v. 15, n. 1, 2017.

 

EISMANN, Patrícia. Mudança e adaptação estratégica a partir de uma estratégia de inovação. 2019.

 

JORGE, Sabrina Behar et al. As bases filosóficas dos conhecimentos científicos em saúde ambiental na Fundação Oswaldo Cruz. 2019. Tese de Doutorado.

 

KUZMA, Edson Luis; DOLIVEIRA, Sérgio Luis Dias; SILVA, Adriana Queiroz. Competencias para la sostenibilidad organizacional: una revisión sistemática. Cadernos EBAPE. BR, v. 15, n. spe, p. 428-444, 2017.

 

LEAL, Alesi Costa Lima. Ética da responsabilidade a serviço da sustentabilidade: uma proposta para superar a crise ambiental. 2020. Dissertação de Mestrado. Brasil.

 

MENDONÇA, David Soares Noronha et al. O Aproveitamento Econômico das Áreas de Preservação Permanente (APP's) em Meio Urbano: uma análise jurídico-ecológica acerca da destinação de áreas urbanas com proteção especial. 2019.

 

PINHEIRO, Júlia Bastos. PRÁTICAS DE INOVAÇÃO SUSTENTÁVEL NO AGRONEGÓCIO DA CAJUÍNA NORDESTINA. 2019.

 

PURCIDONIO, Paula Michelle et al. Sustentabilidade corporativa no setor de energia elétrica Brasileiro: um estudo de caso. Gepros: Gestão da Produção, Operações e Sistemas, v. 15, n. 2, p. 337, 2020.

 

RODRIGUES, Marcus ViníciusC. A Geração De Energia E Os Novos Paradigmas Para A Utilização De Energia Elétrica No Brasil: Uma Análise Com Ênfase Na Teoria Crítica Da Tecnologia. 2019.

 

VIONE, Cristiane Ivete Bugs. Gestão pública para cidade sustentável: olhar sobre o município de Ijuí/RS. 2020.