GEOTURISMO: DEFINIÇÕES BÁSICAS
Por Fernando Edson de Abreu Ramos | 20/01/2021 | GeografiaGEOTURISMO: DEFINIÇÕES BÁSICAS
Fernando Edson de Abreu Ramos fernando-geo@outlook.com
1. Geoturismo e desenvolvimento territorial
O turismo atua sobre diferentes setores da sociedade e dessa forma contribui diretamente no desenvolvimento territorial. O geoturismo é o seguimento do turismo de natureza que tem como fim o contato com a geodiversidade, principalmente os aspectos geológicos.
O geoturismo caracteriza-se pelo interesse do visitante no geopatrimônio, como exemplo cavernas, cânions, cachoeiras, dentre outros elementos naturais. Tem como requisito fundamental de sua prática a conscientização ambiental, desse modo o seguimento constitui-se em oportunidade de conciliar a conservação ambiental e desenvolvimento econômico.
Do ponto de vista do desenvolvimento territorial o geoturismo é uma alternativa de promover a conservação ambiental e a dinamização da economia. O segmento é “entendido como uma modalidade de turismo que requer o contato com a natureza, e em suas infinitas abordagens procura explorar a variedade de elementos do meio físico, que aqui é chamada de geodiversidade” (MANOSSO, 2010, p. 2).
O geoturismo é um incentivador de boas condutas ambientais, a contribuição financeira para a proteção da geodiversidade, a comercialização de artefatos, camisetas, brindes, autêntico artesanato que se referem ao objeto de atenção e da dinamização dos setores da economia local são fatores de peso que contribui para o desenvolvimento territorial.
O geoturismo assume grande importância na medida em que valoriza o conhecimento geocientífico, a educação e a interpretação ambiental, geração de emprego e renda e a inclusão social. Por tanto é uma alternativa de desenvolvimento para áreas que possuem elevado valor geológico e geomorfológico.
O seguimento tem na sua prática a geoconservação e a popularização do conhecimento científico. Segundo Dias (2003) a preocupação em promover à atividade turística de uma forma mais solidária com a natureza e com as futuras gerações já existia mesmo antes da popularização do conceito de desenvolvimento sustentável.
Pode-se dizer que o estudo da geodiversidade contribui na caracterização e gestão do geopatrimônio, delimitando geograficamente locais com elevado valor estético, científico, cultural e turístico, atuando diretamente no processo de desenvolvimento.
O desenvolvimento territorial, em ultima análise é um processo complexo e que inclui variáveis socioeconômicas, ambientais, éticas e culturais. Nessa perspectiva o geoturismo atua no desenvolvimento territorial, principalmente em municípios que possuem elevado valor geológico geomorfológico.
O planejamento territorial é pressuposto inicial ao desenvolvimento territorial, essencial em virtude de impactos negativos que possam acontecer ao ambiente e a população. O planejamento pressupõe uma visão de futuro, por tanto a curto, médios e longos prazos.
Os locais que possuem elevado valor geológico e geomorfológico são potenciais a ser inseridos nos planos de desenvolvimento turístico. Tais áreas devem ser inventariadas, descritas, analisados e interpretados a fim de sistematização do conhecimento e prognósticos que indiquem alternativas de desenvolvimento.
2. Considerações finais
Os direitos ambientais assegurados constitucionalmente, o Estado, a sociedade civil, são todos agentes responsáveis por permanentes cuidados com o meio ambiente. A observação desse quadro permite afirmar que a caracterização das vocações turísticas de uma determinada região é composta de elementos de ordem natural e de ordens sociais.
A interpretação ambiental, as paisagens, as condições ecológicas e socioculturais são aspectos que ajudam a definir o geoturismo em sua prática. Dessa forma o geoturismo atua diretamente no processo de desenvolvimento, gerando renda, conservação ambiental e a valorização da cultura local.
Referências
DIAS, R. Turismo Sustentável e Meio Ambiente. São Paulo, Atlas, 2003.
MANOSSO, F, C. Geodiversidade e Geoturismo: o potencial da Serra do Cadeado-PR. in: VI Seminário DE Pesquisa em Turismo do Mercosul – SEMINTUR 6, 2010, Caxias do Sul. Anais, Rio Grande do Sul: UCS, p. 1-14. Julho de 2010.