Geoprocessamento e a aplicação escolar

Por Ananda Rita Soares Gati | 21/11/2016 | Geografia

Ao retratar a inovação dentro da educação, precisa-se fazer isso a partir da transformações dinâmicas e contantes pela quais a sociedade passa. A Geografia é, sem dúvidas, a ciênia que mais se beneficia com essas mudanças, pois ela consegue acompanhar os ritmos e acontecimentos. A sala de aula exige, pois, uma mudança que tembém acompanhe esta nova forma de pensar e do comportamento social, levando em conta, não só o necessário a ser ensinado, mas também a melhor maneira em realizar todo esse processo.

A escola precisa ser um local transformador, visando a reflexão mais pura e concreta, facilitada, obviamente, pelo professor, que passa a ser mediador nesse processo. Frente a este papel, o professor precisa buscar mecanismos que faça da aprendizagem algo mais lúdico, que desenvolva maiores competencias no aluno e, desta forma, conclua com sucesso o ciclo do saber.

Para a Geografia, pois, os meios tecnológicos, as geotecnologias, tem papel fundamental para que todo esse processo seja alcançado de forma satisfatória, dando maiores possibilidades de compreensão, apelo e aparo técnico, bem como a possibilidade de acesso direto às ferramentas mais modernas que darão suporte ao conteúdo ensinado, tornando-o mais atrativo e motivando maiores aplicações em relação à Geografia.

As geotecnologias, como ferramenta pedagógica, trazem diversos recursos didáticos, como oficinas, minicursos, seminários e interações com o campo de trabalho dos docentes e discentes envolvidos no processo de construção das temáticas multidisciplinares. Desta forma, o trabalho tem por proposta, estabelecer o uso do Geoprocessamento como recurso dentro da sala de aula no ensino da Geografia.

Busca-se um conceito moderno para acompahar o dinamismo da educação, usando, então, o ensino por competências como forma de permear as modernidades do ensino atual, mostrando assim, como se faz necessário o uso de multiplos caminhos para garantir o aprendizado, sobretudo na prática. Desta forma, a escola precisa se inserir como local de aprimoramento de valores e ações, criando condições que capacitem o individuo com maior primor e sucesso. De forma geral, assistimos ao avanço tecnológico na sociedade nos últimos anos, provocando inúmeras mudanças de forma geral. Na área educacional, o país vem inserindo essas mudanças tecnológicas não só para facilitar a linguagem do ensino, mas para melhorar sua pratica, aplicação, utilização e técnica.

Nesse contexto, o uso de alternativas tecnológicas tais como Sensoriamento Remoto, Sistema de Informação Geográfica (SIG) e Cartografia Digital, que apesar de grandes aliadas no desenvolvimento e melhoria na qualidade do ensino, ainda permanecem pouco disseminadas.

Ao usarmos e provocarmos a observação, a comparação e a análise ensinando conteúdos a partir das geotecnologias, criamos um aparato de recursos que agregam valores e abrangem a disseminação do conhecimento. Buscas-se, pois, eliminar o processo e o conceito de que a ciência geográfica é atrelada a “decoreba” e das fórmulas prontas, no qual se prepara para exercitar a capacidade de adaptação.

Claramente, observa-se que os meios informatizados já se inseriram na em todos os segmentos sociais, sendo de bom uso seu apoio em sala de aula. Doravante, no que diz respeito è educação, desde os níveis da educação básica e na pré-escola, com forte imposição comercial, apelo social e de consumo. Porém, ao fazermos uma análise da real contribuição dessa informatização como apoio educacional, percebemos que ainda há um abismo muito severo entre as potencialidades e aquilo que de fato se aplica ou se utiliza. É importante dizer que o processo de educação escolar encontra-se em uma transição significativa, mas sem diretrizes dos métodos a serem adotados e da real eficiência das mudanças que estão sendo inseridas por motivação essencialmente comercial dos produtores de equipamentos e programas.

Pode-se relacionar isto a mudanças propostas no ensino médio no Brasil, estabelecida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) de 1996, e regulamentada em 1998 pelas Diretrizes do Conselho Nacional de Educação e pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s). A reformulação procurou atender uma reconhecida necessidade de atualização da educação brasileira, que precisava responder a desafios impostos por processos globais que excluem da vida econômica os trabalhadores não qualificados, por causa da formação exigida pelo sistema de produção e serviços (MEC, 2002).

De acordo com Bettega (2004, p. 23), mudar paradigmas é a chave para acompanhar tantas transformações, que exigem da sociedade o desenvolvimento de uma nova mentalidade e de um novo olhar ao se interpretar o mundo digital.

Levando em conta tais necessidades e tentando minimizar esse fato, o INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, através do Programa Educa SERE, e a EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, através da coleção “O Brasil visto do espaço”, disponibilizam gratuitamente imagens de satélites e cadernos educativos, podendo ser utilizado por professores no desenvolvimento de suas atividades, fazendo com que os alunos tenham maiores acessos às geotecnologias e, consequentemente, interesse pelo assunto abordado em sala.

Muitos professores se lamentam pelo alto valor empregado para ter acesso a materiais como aerofotografias e imagens de satélites, mas isso já não é regra uma vez que existem outras fontes como o programa interativo desenvolvido pelo site de busca Google, o Google Maps e Google Earth (2005), e outro da NASA, o The Vision for Space Exploration (2006). Estes organismos desenvolveram programas interativos que possibilitam ao usuário, uma viagem virtual por praticamente todo o planeta Terra e o Sistema Solar através de um mosaico de imagens de satélites e mapas de forma gratuita e com riqueza de imagens.

Com isso, os professores podem melhorar e aprimorar suas aulas contando com um recurso que poderá tanto facilitar a apropriação de conteúdos cartográficos, como promover o interesse e encantamento dos alunos numa viagem lúdica através das imagens de satélites.

Existe hoje no Brasil, um Programa Educa SERE (SAUSEN et al., 2001), desenvolvido no INPE. O objetivo é disseminar a ciência espacial para fins educativos, além de tornar acessível dados de sensoriamento remoto como recurso didático. O Programa disponibiliza cadernos didáticos com conceitos e imagens de sensoriamento remoto (Internet); CD-ROM com o SIG SPRING e imagens das principais capitais brasileiras; Atlas Digital de Ecossistemas da América do Sul e Antártica (SAUSEN et al., 2005); Pôsteres, contendo cartas-imagem de cidades brasileiras, entre outros.

Neste prisma as geotecnologias emergem como componente fundamental para o processo educativo, representando um novo processo de apreensão e discussão de conteúdos. A este respeito há um consenso entre vários pesquisadores de que as geotecnologias possuem importância fundamental na medida em que coloca educadores e educandos em contato direto com ferramentas extremamente nessesárias na sociedade contemporânea, motivando observações, debates e produções que contribuem significativamente para a formação dos mesmos.

As geotecnologias como meio e recursos educacionais, garantem maior uso e aproveitamento nas relações de aprendizagem, devendo ser inseridas já nos primeiros anos do ciclo básico, aumentos o repertório dos alunos, já que nos livros didáticos é pouco usado, assim como por uma parcela significativa de docentes. Diante dessa realidade elucida-se para necessidade de continuar o processo de ensino-aprendizagem intermediado pelas geotecnologias como forma alternativa que atendam a demanda existente, garantindo ao aluno maiores aproveitamentos no que diz respeito à Ciência Geográfica.

Desta forma, o presente artigo vem propor para o ensino básico e a Geografia o uso recorrente de meios tecnológicos, explanando, assim, as possibilidades de uma nova abordagem para organizar os conteúdos, a fim de acompanhar as mudanças aceleradas no tempo. Sendo assim, o geoprocessamento é um termo que se refere a todas as técnicas de correlação entre informações espaciais e cartografia digital. O mesmo foi gerado com a contribuição de algumas ciências, das quais se destacam a computação, a matemática e a geografia, configurando‐se num instrumento tecnológico interdisciplinar.

Referências Bibliográficas

BETTEGA, M. H. Educação continuada na era digital. São Paulo: Cortez, 2004. 99p.

MEC, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. História e Geografia (Ensino Fundamental), v. 5, SEF, 1999.

MEC/ SEMTEC. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica, PCN + Ensino Médio: Orientações Educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais, Ciências Humanas e suas Tecnologias. Brasília, 2002, 104p.