Garoa fina

Por Lucas Luís Vitor Moraes de Azevedo | 23/08/2015 | Crônicas

Do nada, o céu começou há ficar um pouco escuro. O dia não estava tão azul como costumava ser. Não estava mais dando para ver as centenas de aviões que cortavam aquele espaço. Agora, não dava para enxergar isso.

Então, começou a chover. Muitos do que estavam ali, corriam para debaixo de qualquer tipo de proteção. Buscavam refúgio da chuva. Não queriam se molhar. Mas, era só uma garoa. Algo leve, passageiro.

Assim como começou, do nada, a garoa tomou força. Virou uma chuva, de fato; de verdade. Agora sim poderia ser justificado o tumulto que anteriormente falei. Mas, durante a chuva, as pessoas que estavam de guarda-chuvas, foram surpreendidas.

Até hoje me perguntou como aquilo aconteceu. Sumiu. Simplesmente os guarda-chuvas sumiram. Eles ficaram expostos. Ficaram vulneráveis. Porém, sua cor, se modificava em razão da água da chuva.

Não era a cor de pele, essa de nascença e de origem, e sim, a da alma. Durante aquele ato, as esperanças eram renovadas. Os orgulhos tirados. Era uma espécie de libertação do que não era bom. Dos medos, só a notícia que um dia eles existiram que ficou.

Era uma espécie de renovação. A água, da chuva, seguia seu caminho, naquela ladeira. Levava consigo tudo aquilo, pelas ruas seguintes. As ruas, esburacadas, faziam com que as poças fossem criadas ao longo do caminho. Nada melhor do que o sol surgi para fazer com que aquilo evaporasse. Foi o que aconteceu. A garoa fina, que virou chuva forte, se acabou. Lavou a alma de todos que ali estavam.

Por Lucas Luís