FUTURO SIMPLES X IR+INFINITIVO
Por Christiane Miranda Buthers | 01/04/2009 | EducaçãoFUTURO SIMPLES X IR + INFINITIVO
Uma análise diacrônica do uso de formas verbais sintéticas e perifrásticas no Português Brasileiro
RESUMO:
O estudo em questão visa à análise das formas perifrásticas e sintéticas no português, retomando o processo de gramaticalização do verbo to go, do inglês, que teve seu uso como verbo lexical substituído pelo auxiliar na formação do futuro, junto a um verbo principal no Infinitivo. A pesquisa pretende delinear os contextos específicos em que as duas formas são, preferencialmente, usadas.
PALAVRAS-CHAVE: gramaticalização, Quantificação, Futuro, Forma Sintética, Forma Perifrástica.
1. Introdução
O Português Brasileiro vem apresentando consideráveis mudanças no que concerne ao uso do tempo futuro.
É claramente perceptível, pelo menos na língua oral, que a forma verbal composta, formada por IR + Infinitivo tem substituído a forma de futuro simples, passando a expressar, em seu lugar, a futuridade. O futuro sintético tem aparecido quase que, exclusivamente, em textos escritos.
Esse trabalho será construído sob a hipótese de que a forma perifrástica IR + Infinitivo encontra-se em processo de Gramaticalização, tendendo a substituir a forma sintética até mesmo em contextos de língua escrita.
Com essa finalidade, será feito um levantamento de dados, que serão submetidos à análise quantitativa, retirados de um corpora dividido em dois períodos históricos: moderno e contemporâneo.
O estudo se estrutura da seguinte forma:
Na primeira parte, será apresentada uma definição de Gramaticalização e dos processos a ela inerentes. Em seguida, o tempo futuro ganhará destaque, sendo abordado com a respectiva apresentação de suas características. A partir daí, segue-se com um item referente à gramaticalização do vergo going to, do inglês. Depois, será apresentada a análise do processo que envolveu a gramaticalização do verbo IR, em português, que servirá de base teórica para a gramaticalização da forma perifrástica. Na seção seguinte, analisam-se os contextos de uso das construções de tempo futuro. E, finalmente, na última parte, será apresentado o resultado da freqüência das formas perifrásticas nos períodos de tempo outrora citados.