Futebol: Um Esporte de Bandidos

Por Leôncio de Aguiar Vasconcellos Filho | 11/02/2025 | Sociedade

Não sou um proselitista. Para mim, as pessoas devem ter o direito de expor seus pontos de vista, por mais desagradáveis que eles sejam. E, aqui, exporei o meu: o futebol é um esporte de marginais, dado o péssimo ambiente dos estádios, pois, além de não haver o menor conforto em tão deplorável espetáculo, as constantes ameaças às integridades físicas e morais de pessoas de todas as idades são onipresentes, com cuspes, sacos cheios de dejetos e indivíduos que portam “armas brancas” (lâminas, pedaços de madeira e barras de ferro, prontos a agredir quem não idolatre suas profanas camisas).

Sei que o meu maior desejo, de esse “esporte” ser definitivamente erradicado da face da Terra, não se concretizará nem em um futuro distante, em razão das relações de interesses entre federações nacionais, confederações continentais, Fifa e Governos de países inteiros. Mas, no Brasil, algumas medidas simples poderiam ser permitidas às polícias, a fim evitar as tragédias que há décadas já se tornaram constantes. Por exemplo, há cerca de um ano houve um jogo que seria no Maracanã. Antes, os marginais representantes de ambas as facções se encontravam, quase todos, com armas brancas. nas mãos, estando uma um grupo caminhando em direção ao outro, num iminente sinal de rixa. A polícia não pôde fazer nada por falta de um tipo penal, ou mesmo de uma Portaria que lhe conferisse o poder de confisco definitivo desses materiais. Somente acompanharam os marginais, praticamente num cortejo. Eles perderiam as armas brancas, e, então, seria muito provável que aquela rixa, de covardes que só se batem armados, e não com os punhos, não acontecesse.  Mas, infelizmente, ocorreu. Houve feridos de ambos os lados, que, não por isso, deveriam ser banidos para sempre dos estádios, sem prejuízo das punições de caráter criminal.

Os políticos, que não desejam assumir posições polêmicas, dizem que esses “não são os verdadeiros torcedores”. Errados. São sim, os verdadeiros torcedores, cuspidos, escarrados, que não têm escrúpulos em transformar, de forma brutal, o cotidiano de quem ainda acredita inocentemente nas “benesses” do “esporte bretão”. Marginais que assim se fizeram, apenas, para autoafirmarem que sua equipe de vinte e dois simplórios cidadãos venceu o embate ou mesmo o campeonato. Claro, é uma das poucas situações na vida em que fracassados podem, livremente, escolher ser campeões, e não forjarem-se e tal, o que se daria pelos estudos e pelo trabalho. E, então, bebem e voltam às suas vidinhas medíocres, com suas mulheres esperando-os em casa, e nas quais batem. E na segunda-feira retornam aos seus empregos ruins, que os aguardam na semana que se inicia (e, na volta, descontam novamente nas pobres esposas). Nãp se importam em melhorar as suas vidas, nem as das suas famílias. Só o que lhe importa é quando gols marcou e se venceu sua facção.

Por falar em estudos, muitos são marginais porque, querendo ser futebolistas, são aceitos nos clubes, e, havendo incompatibilidade entre o esporte de marginais e a escola, preferem o esporte de marginais, tornando-se analfabetos. Além dos que só pensavam no esporte de marginais, sem querer profissionalizar-se, ou que não foram aceitos nos clubes, e mesmo assim abandonam os estudos apenas por falta de interesse.

No Brasil, tanta coisa poderia ser resolvida de forma simples, como o confisco das armas brancas, a proibição de álcool nos estádios e uma cultura de não fanatismo. E uma escola regular em cada clube, para formar os futebolistas simultaneamente aos estudos, que seriam pré-requisitos. Mas, infelizmente, esta é a terra da não oportunidade, e, também, da aventura. Daí, vinte e dois simplórios cidadãos ganharem milhões enquanto os idiotas não hesitam na auto e recíproca digladiação.