Freud, um ateu que amava Deus
Por Alina Campos Tomaz Teixeira | 05/11/2009 | FamíliaSIGMUND FREUD
Nascido no ano de 1856, em Freiberg, antiga Moravia, pequena cidade da atual República Tcheca.
Seus pais eram judeus tradicionais e por isso saíram da Moravia, visto que a perseguição aos judeus ali, era muito grande.
Os judeus que não se convertiam ao Catolicismo, uma norma imposta pelo imperador Constantino, desde 1600, eram excomungados pela igreja Católica e queimados como feiticeiros e hereges.
Os judeus, que eram fiéis à sua fé, isto é, os quais tinham em Deus como único Senhor, no Céu e na Terra, não acreditavam em santos, o que na igreja Católica era permitido; estes santos vinham das crenças dos deuses e deusas gregos, como Maria, que era a deusa Diana na crença grega.
Os judeus eram, portanto, monoteístas, isto é, davam culto a um único Deus, enquanto que os outros povos eram politeístas, isto é, cultuavam a vários deuses.
Assim, para não serem mortos, os pais de Freud o levaram para Viena - Áustria, quando tinha 04 anos, onde cursou todos os graus de sua instrução.
A Áustria era um lugar onde a busca pela pesquisa científica e respeito às famílias eram o principal sinal em sua sociedade.
Apesar disso, Freud, como qualquer estrangeiro, sofreu a famosa discriminação, por sua nacionalidade e por sua fé declarada.
Mesmo sendo alvo de retaliações e de comentários depreciativos em relação à sua raça, estudou, e seu pai foi o grande incentivo da escolha de sua carreira, pois acreditava que o resultado obtido estava de acordo com suas reais inclinações.
O começo da formação profissional não aconteceu na Áustria, como acreditava seu pai, mas sim no útero materno, visto que o judeu entende e obedece, à orientação de conversar com a criança e liberar a identidade dela, desde o ventre materno.
É no ventre materno que a criança recebe as primeiras lições para a formação de seu caráter, sua profissão e até sobre seu casamento. Isto é fantástico!
Freud nasceu num lar onde o pai sabia o seu lugar de protetor e provedor, bem como a mãe também conhecia o seu lugar, como ajudadora, e não como adversária ou outra posição qualquer.
Ele aprendeu sobre a finitude do ser humano, e mesmo assim, conseguiu conquistar e pesquisar durante toda a sua vida, trazendo muita contribuição à humanidade.
O ser humano, de um modo geral, sofre e se revolta e luta contra a certeza de seu fim de vida.
O fim, a morte, ou a certeza de que um dia ela chegará, sempre trouxe ao indivíduo a sensação de perda, de impotência diante do desconhecido.
A opressão que sempre foi exercida sobre os sonhos, ideais e desejos de mudanças, faziam o indivíduo recalcar seus sentimentos e seu potencial.
Por que a criação do clone? Para perpetuar o indivíduo, não a espécie humana.
Os ideais, desejos e realizações individuais, que sempre levaram o homem ao desespero, para lutar contra o seu fim; pensando que, depois de tantos obstáculos vencidos para alcançar seus objetivos, depois vem a morte, isto é, o fim de tudo.
A família de Freud não tinha situação financeira privilegiada, mas mesmo assim, não o impediu de ser o melhor aluno em sua turma, e por isto era liberado de fazer os exames na escola.
Tinha a personalidade forte, um temperamento Colérico-Melancólico (veja mais sobre temperamentos, no meu livro: Psicologia, Um Projeto de Deus para o Homem).
Era independente em seu julgamento, o que lhe permitia ter um pensamento livre das imposições sociais, políticas e religiosas de sua época.
Acredito que, baseado em sua independência de julgamento e por sua persistência, é que conseguiu sobressair às retaliações sofridas; bem como pôde lançar suas teorias, que iam contra os renomados médicos da sociedade austríaca.
Era um curioso, e por isso pesquisou tanto sobre o sofrimento emocional do ser humano; não se contentou com as ferramentas, que eram as únicas usadas no auxílio do tratamento para os doentes nervosos, como o eletrochoque e a hipnose.
Buscou modelo nas pessoas que pesquisavam e buscavam as respostas científicas, sem a discriminação de muitas autoridades médicas, políticas ou religiosas.
Baseando em seus esforços e convicções próprios, conquistou a sua ascensão profissional.
E mais, como judeu praticante, pode entender e mostrar ao mundo que o homem, por mais que construa ou forme um mundo particular, por mais que possa decidir, comprar, mandar, no entanto, não era, não é e jamais será o sujeito principal de sua história.
O livro pode ser pedido pelo email: alina@usinadeletras.com.br