FOTOGRAFIA: O SIGNIFICADO DAS IMAGENS
Por Gabriela dos Santos Camargo | 31/08/2016 | TecnologiaFotografia: o significado das imagens
Gabriela dos Santos Camargo
Iria Catarina Queiróz Baptista
Resumo:
Ao ver uma imagem, cada um de nós tem sua própria interpretação ou visão diante da mesma. O que pra uma pessoa pode representar ou despertar um sentimento, para outro pode ser algo diferente ou até mesmo não despertar absolutamente nada, ser apenas mais uma foto. Dentre tantas diferentes visões que temos diante a um determinado assunto ou imagem, a pesquisa vem mostrar os processos de conotação que são usados para ajudar na análise do que o fotógrafo está tentando transmitir através do objeto fotografado.
Introdução
O Retrato, ao contrário do que muita gente pensa, não é algo “único” a ser fotografado. Dentre seus vários conceitos, retrato pode ser considerado como uma representação artística de uma pessoa, mostrando aos olhos do observador os vários indivíduos que fazem parte de uma determinada classe social, bem como seus hábitos, tradições e atitudes.
Antigamente alguns fotógrafos, usavam o estilo retrato como algo científico, para tentar desvendar ou até mesmo solucionar algumas questões as quais não conseguiam explicar, ou até mesmo para facilitar o trabalho daqueles que estavam ali para, de alguma forma, servir a população.
"Bertillon, que nos finais do século XIX, trabalhava na polícia de Paris, serviu-se da fotografia de uma forma científica, para tentar determinar, através do inventário dos retratos das pessoas que tinha cometido crimes, o arquétipo da fisionomia dos reincidentes". (BAURET, no livro - A Fotografia - História, Estilos, Tendências, Aplicações, pg. 55).
Mas o retrato vai além de tentar buscar um arquétipo de um assassino, outros fotógrafos usam o estilo para tentar mostrar desde o estado de humor, até sentimentos que a pessoa fotografada está transmitindo, dando-nos a possibilidade de aprender a observar atentamente uma imagem até que possamos “ver” ou “sentir” o que a mesma está tentando nos transmitir. É uma ilustração do que queremos mostrar e/ou registrar da nossa história.
5 A Fotografia e sua s características Os vários estudos sobre as imagens ou fotografia s baseados na análise da sua forma, composição estética e estruturação física, consiste ba sicamente em a judar na compreensão dos seus componentes estruturais dentro de um campo comunicac ional , se transformando assim , na informação do que vai ser tr ansmitido através dessas imagens, aos olhos de quem as estão observando
.
Desvendar o que a fotografia quer repassar ao "leitor" , indo por outros caminhos, partindo de uma analise e xterior a pró pria imagem, pode nos proporcionar um enfoque mais abra ngente , já que cada indivíduo analisa o retrato ao seu modo de pensar
. Com isso a imagem se torna tão flexível, podendo ser utilizada para diversos fins, de sde um simples documento pessoal a uma campan ha publicitária, passando por artigos jornalísticos ou regi stros de recordações familiares
.
A s imagens pictóricas , por exemplo, podem ser tratadas como uma mani festação social, no qual se u olhar está voltado a tentar passar uma mensagem ao espectador, ult rapassando as fronteiras de uma simples analise estética
.
Isso proporciona uma refle xão sobre a sua produção e seu real sentido, quando esta passa a ser contextualizada, tanto na sua produção quanto na sua apresentação, já que a intenção do autor junto ao espectador é contextualizá
las, para maior compreensão de todos os indivíduos.
Percebendo que existe um sistema de comunicação, nota
se que a imagem está configurada ao princípio de como a mensagem vai ser entendida pelo receptor , seja ela visual ou não , estando, também, ligada a três elementos: o emissor, o meio pelo qual a mensagem é transmitida e o receptor.
Sendo assim, o procedimento para ordenação das ide ias ou interpretações inseridas nas fotografias, esteve sempre atrelado ao conjunto de significad os incorporados aos elementos criados.
Nesse contexto, os objetos fotográficos estruturaram
se como um sistema inserido no próprio sistema, possu indo características próprias.
[...] a fotografia tem uma maneira, só dela, de fazer parar o tempo, sugerindo, por vezes, o antes e o depois do "instante decisivo", uma maneira de fixar um movimento, um gesto, um olhar, que pode ser o equivalente a uma luz na paisagem, e de descobrir na realidade um equilíbrio, uma harmonia apenas perceptível, algo que, segundo a expressão popular, está preso por um fio. (BAURET, no livro A Fotografia
História, Estilos, Tendências, Aplicações , pg. 114).
Portando, tornou se evidente que a fotografia ganhou uma linguage m própria, onde existe m várias formas e aplicações para descrevê las. Segundo Bauret, esta diversidade é mais ou menos a mesma que existe na diferença entre a fotografia de um repórter, que é testemunha atenta da atualidade; e a fotografia do artista, que, no nu fotográfico, sublima o volume do corpo. Nesse caso, não é somente a prática que 6 é diferente, mas também o seu estatuto social e para quem são dirigidas essas imagens
.
Uma análise fotográfica segundo a terminologia de Roland Barthes utiliza os proce ssos de conotação, identifica ndo os mesmos como um processo de produção fotográfica, onde a imposição de um segundo sentido a mensagem a ser transmitida , se torna mais evidente. Seus diferentes níveis de produção (escolha do ângulo, tratamento técnico, enq uadramento , paginação ), é um tipo de codificação do análogo fotográfico, sendo então, possível, destacar os processos utilizados, e separá los em dois grupos.
No primeiro grupo encontra se a trucagem, pose e objetos, que seria a modificação do real, o uso do photoshop. Já, no segundo grupo identificamos a fotogenia, o esteticismo e a sintaxe.
Para melhor entendermos como funciona esse processo , iremos analisar seis fotos , as quais estarão sendo identificados todos os processos de conotação segundo a termi nologia de Barthes.
Trucagem:
linguagem visual, que consiste na modificação de uma imagem, onde a mesma é manipulada através de um programa de photoshop.
Essa manipulação c onsiste na alteração de uma imagem real a uma segunda imagem, sendo criada para int eresses pessoais ou não de quem a publica
[...]