Fotografia embolorada
Por cíntia cristina | 09/08/2009 | Crônicas
A menina do retrato tem o sorriso de fotografia. Sorri também com os olhos semi - fechados no todo de sua expressão facial. Deve ter uns seis anos. Roupinha de criança, cheia de babados e uma meia calça branca de rendinha terminando em pés de sapato de boneca, velho costume de vestir-se bem para fotografar.
Há pessoas ao seu lado, mas elas não nos interessam. A menina é todo o retrato, é ela que nos diz algo. O sol refletiu em seu semblante e isso potencializou sua cara de esperança. Sim, ela será grande, e grande será feliz. Sem decepções, nem percalços no caminho. Só vivendo de seu futuro brilhante.
A menina nos olha desafiando nossa cara pessimista. Para ela, ainda criança, só existe o " sim " dos otimistas. Ela está na idade de viver de ilusões. Não digam, por favor, que o mundo é esse lugar assaz difícil de viver. Para ela não existe nada mais simples do que a felicidade.
Daqui há alguns anos a fotografia vai ficar antiga. Quem sabe até sumir em algum baú de lembranças doloridas. E então a menina vai crescer e se transformar nesse ser petulante e miserável que somos nós: os adultos. Talvez a menina se forme, talvez case, talvez tenha filhos. Nada a fará realmente feliz, porque ela vai descobrir que a felicidade é fugaz. E que todas as suas dores, e frustrações, e medos vão sempre persegui-lá porque são parte dela. Há que se carregar.
Daqui há alguns anos a menina do retrato será passado remoto. Infância finda. Olhos semi-fechados que ela não mais saberá ser.
Há pessoas ao seu lado, mas elas não nos interessam. A menina é todo o retrato, é ela que nos diz algo. O sol refletiu em seu semblante e isso potencializou sua cara de esperança. Sim, ela será grande, e grande será feliz. Sem decepções, nem percalços no caminho. Só vivendo de seu futuro brilhante.
A menina nos olha desafiando nossa cara pessimista. Para ela, ainda criança, só existe o " sim " dos otimistas. Ela está na idade de viver de ilusões. Não digam, por favor, que o mundo é esse lugar assaz difícil de viver. Para ela não existe nada mais simples do que a felicidade.
Daqui há alguns anos a fotografia vai ficar antiga. Quem sabe até sumir em algum baú de lembranças doloridas. E então a menina vai crescer e se transformar nesse ser petulante e miserável que somos nós: os adultos. Talvez a menina se forme, talvez case, talvez tenha filhos. Nada a fará realmente feliz, porque ela vai descobrir que a felicidade é fugaz. E que todas as suas dores, e frustrações, e medos vão sempre persegui-lá porque são parte dela. Há que se carregar.
Daqui há alguns anos a menina do retrato será passado remoto. Infância finda. Olhos semi-fechados que ela não mais saberá ser.