Formosa Ilusão Real
Por Deisiane Barbosa | 12/05/2008 | Poesias
Formosa Ilusão Real
Numa hora em que não havia sol,
A lua até estava bonita
Eu estava sem sono o suficiente
Para sonhar maravilhas,
A boca tinha gosto de café,
Os lábios: puríssimo desejo
Eu cheguei a porta do quarto
Puxei a cortina e entrei devagar:
Lá estava ela
Sentada a suspirar,
Escrevendo seus débeis versinhos.
Ela não tinha noção do ridículo,
Mas levava a sério cada estrofe.
Vou falar-lhe baixinho em segredo:
Ela estava despida
Corei ao visualizar seus pálidos seios formosos de extremidades provocadoramente rosadas
Mero detalhe seu umbigo
Pularei para as coxas:
Verdadeiras beldades carnudas
Dura e macia carne,
Provocadora e perigosa
Ela: que de início era ingênua e pura,
Ai meu Deus!
Agora já nem sei quem era,
Pois a santa angelical que me encantava
Agora me prende nas redes da insanidade
Não agüentei ao ver que de repente ela me olhou
Pôs na pontinha dos lábios o lápis
Umedeceu-o com a ponta da língua
Deslizou até o inferno dantesco
E lançou-me um olhar sedutor.
Senhor Deus!
Não sei se o que vi fora miragem
Sei é que não resisti a figura a minha frente
Teria de tatear aquele corpo
Descobrir uma saída para minha agonia.
Não suportei ainda,
Vê-la desprender os cachos
Que deslizaram ousados pelas curvas intensas.
Me perderia pela sua umidade bucal,
Mas teria que ao menos senti-la mais perto
Bem mais perto do que já estava
Foi quando não mais suportei o desejo
Fui com tudo
Lancei minha mão audaciosa
O sangue escorreu quente
- Droga! – gritei
Cortei minha mão no espelho
Que impossivelmente queria adentrar.
Cachoeira – BA, 26 de março de 2008, Deisiane Barbosa