Formigas pensantes
Por Abelardo Santiago Silvério | 18/11/2012 | CrônicasQue lindo dia! Mais uma boa noite, é de manhã e eu acordei. Viva! Digo isso pelo fato de que somos seres passageiros. Sim, um dos mais passageiros, mais até que simples bactérias monocelulares. Ao menos a estas lhes é permitido viver, diferente do que acontece com nossa espécie, a qual só se dá tal oportunidade àqueles que acompanham a multidão, e não a contrariam.
Encuquei com isso após passar alguns minutos observando um formigueiro. Como somos medíocres! Depois, julgam as coitadas das formigas como seres inferiores. Essas pessoas não se enxergam, eu passei a observar e meditar.
Era um formigueiro bastante perturbado, algum animal (incluindo humanos) se atreveu a incomodá-las, danificando o seu lar. Daí, passei a observar um trabalho em equipe tal como jamais tive a oportunidade de observar. Primeiro, todas elas saíram furiosas ao encalço do atrevido que ousou perturbá-las. Mesmo que custe-lhes a vida, o infrator provavelmente será punido.
Após os merecidos castigos, todas elas enfileiraram-se, em várias e extensas filas que crusavam-se, mas jamais saiam do padrão, além do que todas as formigas que passavam pela fila, eram como que abduzidas pela mesma.
No fim, elas voltam em fila para seu lar, e todas, em união, tentam reparar os estragos causados nele.
As formigas são preciosos exemplares de trabalho e cooperação. Tem uma penca de gente que eu trocaria facilmente por formigas, afinal, elas servem para alguma coisa, se não nos admira, faz-nos incomodar, se não nos incomoda, faz-nos meditar em seu trabalho.
Se os humanos ao menos se permitissem tal cooperação poderiam se organizar, e buscar alguns preciosos ideais, pelos quais a racionalidade clama. Se me perguntarem, “qual a diferença entre as formigas e os humanos?” Responderei: Não existem formigas inúteis.