Formei, e agora?
Por Kyrla Nunes | 09/07/2010 | CrescimentoFormei; e agora?
Hoje formação acadêmica já deixou de ser um diferencial para se ingressar no mercado de trabalho. As organizações estão em busca de profissionais capazes de agregar-lhes valor em tempo e custo mínimo, com isso a experiência profissional passou a ser requisito indispensável no mercado. E o que fazem àqueles que ainda não tiveram oportunidade de mostrar o seu talento? Àqueles que acabaram de concluir a faculdade?
Este é um dos grandes desafios para àqueles candidatos que deixam de ser estudantes para se tornarem profissionais. O grande problema que eles encontram é o fato de saírem da faculdade apenas com um embasamento teórico. Sem ter tido a oportunidade de entrar no mercado durante a faculdade, surgem às dificuldades para iniciar a carreira.
O que acontece é que cada vez mais as empresas têm buscado profissionais "maduros", o que muitas vezes não quer dizer capacitados ou aptos a executarem determinadas funções, o que conta é que aquele profissional tem "x" anos de experiência na área. Anos de experiência restrito a uma única área, muitas vezes até obsoleta, sobressai aos conhecimentos que atende as necessidades reais do mercado.
A maioria das organizações não se bastam com o fato da pessoa ter experiência adquirida na vida, para elas o que conta é o tempo de que aquele profissional tem na carteira, por qual empresa ele passou e o que ele fez por lá. Com isso acaba não dando oportunidade para muitos que adquiriram experiência com trabalhos autônomos, sem fins lucrativos, e que muitas vezes são muito melhores que os profissionais velhos de casa que se encontram por ai.
A estes novos profissionais restam estar antenados com as necessidades do mercado, numa busca sem fim de conhecimento para tornar o currículo mais atrativo. São cursos complementares, pós graduação, mestrado, línguas (...). São profissionais em busca de um diferencial para brigarem contra os grandes, e seus anos de experiência profissional comprovada.
Há momentos que se questionam a validade dessa constante atualização já que no final o que as organizações pedem é: "qual sua experiência profissional?". Por que não considerar trabalhos desenvolvidos em conclusão de curso, estudos feitos em casa a fim de conhecer do assunto? Será que um cara que trabalha três anos com programação utilizando de códigos prontos e sem nenhuma reciclagem, é melhor do que àquele que desenvolve de casa sites para micro empresas, programas para padarias, obedecendo todos os requisitos que o seu "cliente" pede? Muitas vezes estes largados ao vento têm muito mais conhecimento teórico e prático do negocio, pois nesta busca por um diferencial eles acabam por se atualizarem com a necessidade do mercado enquanto que os outros, os velhos de casa, nem por reciclagem passam. O que falta mesmo para eles, é ter a oportunidade de mostrar a sua capacidade.
Sorte daqueles que ainda durante a faculdade por exigência da grade curricular, conseguem um estágio numa boa organização e ainda como estudante tem a oportunidade de mostrar o seu valor. Porém muitas vezes sua capacidade é mostrada apenas durante este período de estágio, afinal, não são todas as organizações que querem efetivar os seus estagiários, elas apenas contam com sua mão de obra no tempo determinado pela carga horária do estágio, e quando essa mesma carga horária se conclui, de estagiário ele volta a ser estudante, e em alguns casos, um profissional desempregado.
Com certeza o futuro do trabalho precisa de experiência e escolaridade, mas pra pensar no futuro, é preciso pensar em oportunidade. A experiência se ganha com o tempo, e muitas vezes escolaridade é fruto do benefício de um salário oferecido por esta experiência. É preciso abrir as portas e acreditar nos jovens talentos que as faculdades e universidades têm colocado no mercado, são esses jovens de hoje que farão o futuro de amanha.