Formação dos trabalhadores

Por Jean Carlos Neris de Paula | 13/09/2017 | Educação

Resenha sobre o artigo Trabalho e perspectivas de formação dos trabalhadores: para além da formação politécnica, do autor Paolo Nosella

O texto indica o erro dos educadores marxixtas ao usarem o termo escola politécnica, que não se enquadra na renovação da investigação marxista, a qual defende a libertação dos indivíduos. Reprovando o termo politecnia, o autor afirma que a palavra arrefeceu na discussão, pois os tempos mudam, e a linguagem deve expressar tal mudança, por meio de um termo atual que não deforme a ideia de marx de educação e trabalho, a qual trabalha dialeticamente a luta por liberdade, justiça e igualdade.

Muitos autores na década de 1990 defenderam a escola politécnica, entre ela Dermeval Saviani, mas Frigoto traz á discussão a educação onilateral, voltada à plenitude da formação humana.

Mas críticas ao termo politecnia ocorrem de maneira semântica, histórica e política. Semanticamente, analisa-se o fato de o termo, valorizado pela influência da escola Polytechnique de Paris, formar em várias possibilidades, pluriprofissional, para agradar ao mercado, mas sem atender a totalidade de formação de que carece o indivíduo. Historicamente, informa-se que Lenin usou o termos politécnico para reformar a educação soviética, mantendo os preceitos socialistas, que não são bem representados na terminologia, já que politecnológico, segundo Gramsci, o conceito sai da humanidade e segue para o instrumento. Politicamente, o termo politecnia se mostra como um freio ao marxismo, ao formar especialistas.

Porém como nomear uma escola em um termo que rompa com a dualidade e parta para a unitariedade do total em sua integralidade, pois, se o nome indica força, distinção, direçao, também pode separar. engessar. A verdade é que se precisa de programas escolares calcados na justiça e na libertação dos sujeitos. Marx defende o trabalho na interação dos homens entre si e com a natureza. A formação educativa deve contemplar a interação na comunicação, na produção e no desfrute de todas essas relações.

Em vista disso, defende-se a negação do termo politecnia, que não traduz liberdade, e apregoa-se a valorização da escola do trabalho, a qual ensine mais-valia e consumismo, produção e comunicação, sempre de modo interativo. Uma educação plena que trabalhe o estudo com disciplina, a ciência com precisão e rigor e os valores socioculturais. As necessidades não podem cercear os educadores da pregação da liberdade.

Dério José Faustino Júnior

Jean Carlos Neris de Paula