Formação docente e pedagógica: uma visão crítica sobre a importância do conhecimento prático acadêmico

Por Eldes José Rampon | 10/08/2016 | Educação

INTRODUÇÃO

Desde os primórdios os educadores buscam se aprimorar em seus conhecimentos para melhor exercer as funções que lhes são atribuídas. Sendo assim, estabelecem metas e desafios no seu dia a dia para motivar-se e agregar melhor desempenho e conhecimento. A evolução é evidente com méritos aos educadores, entretanto, é fundamental a formação qualificada na área de atuação, o conhecimento específico contribui para o educador e principalmente aos educandos que serão orientados de forma mais aprimorada na área específica. Portanto, a formação qualificada de ensino pedagógico, teórico e prático é fundamental na formação e na construção de valores e conceitos, contudo, um conhecimento de qualidade requer uma formação qualificada com ideias inovadoras, desta forma, o comprometimento constante se faz necessário. Atualmente é indispensável educador com autonomia profissional buscando a ação didática permeada pela exigência e flexibilidade ética sobre o que ensina estabelecer conexões de conteúdos com vivência cotidiana. A autonomia interdisciplinar e transdisciplinar orienta o profissional na caminha para a reformulação prática e experiência formadora da própria prática. Sabe-se que vai além de um fazer, mas saber fazer, promovendo a construção do próprio conhecimento com autonomia e ousadia de compartilhar os saberes e experiências vivenciadas no decorrer de formação profissional. A humildade e o reconhecimento das inquietações e limitações são fundamentais para o autoconhecimento das inúmeras tentativas de acertos no exercício da docência, portanto a 2 formação acadêmica é essencial, estabelecendo conhecimento teórico/prático beneficiando a formação do estudante. Portanto, é necessária e relevante uma reflexão sobre a forma em que os novos educadores estão sendo inseridos na profissão, com enfoque nas normas educacionais que os subsidiam, sabe-se que têm sido controvérsias as tendências na construção científica e os processos e resultados bem como sobre suas implicações na gestão escolar e no trabalho dos profissionais da escola. Esta pesquisa apresenta e discute resultados sobre formação acadêmica, teoria e a prática na atualidade confrontando com as tendências na Educação Básica conforme as leis vigentes. Diante de tantas indagações e da complexidade e importância do tema, decidiu-se aprofundar o conhecimento a respeito do mesmo e comparar se os instrumentos aplicados estão em consonância com as leis nacionais estabelecidas. 2 EDUCAÇÃO DO PAÍS 2.1 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO Na história da humanidade desde os primórdios o homem utilizava-se de linguagens e sinais promovendo vantagens no convívio entre os grupos, desta forma a comunicação foi sendo aperfeiçoada, e à escrita sincronizou o conhecimento, possibilitando então a evolução humana. No entanto, a escrita estabeleceu a revolução na comunicação, que historicamente marcou a passagem da era pré-histórica ao surgimento da Era Histórica, e com a formação das civilizações urbanas à escrita adquiriu grande importância transcendendo fama aos seus inventores e instigando o aperfeiçoamento desta técnica, estabelecendo continuamente o progresso as civilizações (QUEIROZ, 2005). Por muito tempo os ensinamentos foram repassados de gerações a gerações. Seguindo esta experiência, a ideia era indissociável e que saberes e fazeres que constituam a cultura específica de cada povo ou nação consolidavam as aprendizagens fundamentais para a vivência do indivíduo em sua comunidade de origem (TANURI, 2000). Entretanto ao passar dos tempos com a necessidade de adaptar-se a modernidade o homem passou a ser um estudioso de si mesmo, criando métodos e estabelecendo formas de transmitir estes 3 conhecimentos resultantes das experiências ao longo do tempo, promovendo alternativas inovadoras e mapas metodológicos menos tradicionais aos seus descendentes. Deste modo, a educação nas últimas décadas intensificou seus procedimentos de ensino, reformulando o seus métodos baseado na experiência do pretérito com o foco no futuro, elencando a pluralidade de saberes que formam a prática docente em elementos fundantes ao ensinar, com a experiência, inovação e tecnologia a favor de um cenário de referência da ação docente composta por racionalidades heterogêneas e lógicas diferenciadas sendo preciso abordá-lo dialeticamente (GOLDEMBERG, 1993). Sendo assim, as reformas educacionais começaram a surtir efeito com objetivo de uma reestruturação produtiva dando novos rumos na formação profissional da educação ao final dos anos setenta, contextualizando a importância de uma proposta de qualificação. As propostas estavam embasadas em projetos políticos e perspectivas históricas diferenciadas, estabelecendo ideais de formação destes profissionais, que seria o impulsionador e realizador destas reformas na própria educação e da sociedade (BRASIL, 1999). Portanto, as políticas educacionais ganham importâncias estratégicas, em decorrência de seu papel fundamental na disseminação de informação, por constituir um dos elementos básicos de sedimentação de conhecimento, constituindo-se um elemento facilitador importante dos processos de acumulação e interesse capitalista. A importância da questão gerou conflitos de opiniões equivocando o conceito de elevar níveis de formação com a formação qualificada. A formação qualificada é determinada por vários fatores entre os quais está o tempo de instrução e conhecimento, formação contínua e cursos curtos de formação inicial voltado à formação pedagógica (SANTA CATARINA, 2011). Porém, se trabalhava a teoria, sendo que a prática só era exercida após a formação levando muitos a uma frustração profissional. 2.2 NOVOS RUMOS E OS AVANÇOS NA EDUCAÇÃO A reestruturação educacional em nosso país se torna visível na década de noventa em decorrência da reformulação política no congresso nacional visando elevar o nível de satisfação das necessidades básicas de aprendizagem. Após a reforma da LDB e PCNS o ensino modernizou, dando ênfase então a formação de uma concepção mais estruturada, promovendo a evolução científica, condicionando o processo de aprimoramento pedagógico escolar com coesão de conteúdos contextualizados com princípios de formação de indivíduos formadores de opinião, 4 consubstanciando assim o programa educativo, que resulta de uma ação convergente para a formação de novos educadores. Entretanto, as incoerências e a descredibilidade da educação fomenta a necessidade de reformas pontuais, mas estas mudanças estabelecidas sobrecarregam o corpo docente com inúmeras e confusas prerrogativas infundadas, culminado uma forma contraditória e até mesmo confusa de trabalhar (KRASILCHIK, 2000). Convicto da importância em desenvolver habilidades aos educadores em sua formação inicial o Conselho Nacional de Educação – CNE – em 2013, estabelece a importância da prática dos novos educadores em sala de aula, íntima vinculação com o contexto social, político e cultural em que suas práticas, construírem habilidades investigativas da prática, na prática e a partir da prática docente, frente aos desafios da realidade, é que se percebe como um impositivo a apresentação de propostas de formação docente que respondam às demandas desse contexto. Desta forma declarou CNE, 2013:

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