FORMAÇÃO CONTINUADA E ENCONTROS DE GERAÇÕES: DESAFIOS ENTRE TEORIA E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO AMBIENTE ESCOLAR.

Por Franciele Martos Ramos | 08/11/2017 | Educação

RESUMO

Dentro da educação a maneira como os professores socializam e refletem sobre os fatos sociais e as mudanças que ocorre no sistema de ensino, influenciam na sua formação e identidade de professor. Assim sendo, a atratividade da diversidade cultural entre as diferentes gerações de professores, suas representações sociais e expectativas perante sua formação e construção da identidade profissional, contribui com a valorização dos saberes construído pelas práticas docentes e incentiva o professor a fazer parte de sua formação profissional, se tornando um sujeito participativo e atuante na busca por melhores condições de trabalho e reconhecimento profissional. 

O encontro de diferentes culturas e gerações de docentes é constante dentro das escolas e nos cursos de formação continuada. Temos os docentes recém-graduados, os que já estão um longo período atuando na educação e os que estão prestes a se aposentar, também os professores que já se aposentaram e voltaram para sala de aula como contratados, sem deixar de falar dos graduandos que estão em processo de formação e começam a fazer parte do cotidiano escolar através dos estágios supervisionado ou até mesmo do estágio remunerado. Sendo assim, neste ambiente escolar, o convívio entre as diferentes gerações contribui para a troca de saberes e formação de identidade do professor. Para Mannheim (apud WELLER 2010, p.532).
A constante irrupção de novos portadores de cultura é vista pelo autor como um fenômeno relevante para a vida social, pois são eles os responsáveis pela vitalidade e dinamicidade das sociedades. Embora a sucessão de gerações implique em perdas de bem culturais acumulados, Mannheim chama a atenção para os aspectos práticos dessas mudanças: A entrada de novas pessoas obstrui os bens constantemente acumulados, mas também produz inconscientemente nova seleção e revisão no campo do que está disponível; nos ensina a esquecer o que já não é útil e a desejar o que ainda não foi conquistado.
Percebe-se que a convivência das diferentes gerações dentro do ambiente escolar reflete na formação e na prática pedagógica de cada docente. Segundo Cunha (1989, p.24) “Os professores com relação à escola é, ao mesmo tempo, determinante e determinado. Assim como seu modo de agir e de ser, recebem influências do ambiente escolar, também influencia este mesmo ambiente”. Supomos que os professores mais experientes de carreira talvez tenda a ser mais tradicionais no seu modo de ensinar e resistente em adquirir novos métodos de ensino, prefere trabalhar seguindo sua experiência e prática adquirida ao longo dos anos. Enquanto o docente recém-graduado está com sua cabeça cheia de novas teorias, ansioso para colocá-las em prática. A autora acima citada diz que: “O professor nasce numa época, num local, numa circunstância que interferem no seu modo de ser e de agir. Suas experiências e sua história são fatores determinantes no seu comportamento cotidiano” (1989, p.37). A troca de saberes dessas gerações com propostas pedagógicas e bagagem sociocultural distintas refletem na formação desse professor. Considerando que a construção da identidade do professor se dá através de sua história, cultura, mas também de práticas pedagógicas consolidadas e estabelecidas pelos demais professores ou pela própria instituição escolar (GUIMARÃES, 2004).

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