Formação Continuada de Professores/MT
Por Iza Aparecida Saliés | 11/11/2010 | EducaçãoExigência de novas práticas pedagógicas faz professor pensar a sua formação continuada.
A formação humana não é uma atribuição apenas da escola, acontece também fora dela e ao longo da sua vida, ou seja, em todos os momentos e dimensões; como o trabalho, as relações pessoais, as sócias e familiares, assim sendo, entendo que a escola precisa estar em sintonia com as inovações contemporâneas da sociedade.
Considerando o que aponta o relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XX, a compreensão que temos é que a educação atual deve ser pautada na concepção de que precisamos prepará-los para a vida, isso significa que, a formação escolar vai formar crianças, adolescentes, jovens e adultos a aprender a ser, fazer, saber ser e saber fazer.
Para atendermos essa perspectiva de formação escolar faz-se necessário que a formação inicial (graduação) dos futuros profissionais da educação, prepare-o para o exercício profissional capaz de desenvolver as habilidades da docência com competências necessárias para enfrentar essa realidade em transformação ávida por inovações, e para tal, é preciso está apto para aprender com a própria experiência.
Como o mundo evolui com uma rapidez incontrolável incomoda a sociedade e de quebra a educação. Este setor social não está excluído desse processo, então nós educadores, como outros profissionais também, precisamos admitir que a formação inicial que fizemos ou estamos fazendo não é suficiente para atender as demandas do mundo moderno.
Por isso e muito mais é que nós profissionais da educação precisamos urgentemente de atualização e aperfeiçoar considerando que os conhecimentos acadêmicos e técnicos precisam ser articulados continuamente para além da profissão, ou seja, ao longo de toda a vida. (DELORS, 2001, p. 161-162).
Uma das tarefas do profissional da educação é ter habilidade para desenvolver atividades pedagógicas com clareza, utilizar de metodologias que possam propor problemas reais, solucionar questões, sugerir exercícios aos alunos, desenvolver projetos comunitários, de interesse da sociedade local ou não, todas essas atividades devem ser realizadas sem deixar de verificar o grau de complexidade do conteúdo utilizado e tomar o cuidado de não deixar o trabalho ficar no âmbito do senso comum. O conhecimento formal é uma atribuição obrigatória da escola.
Mesmo utilizando dessas diferentes atividades, muitas delas, são habilidades que podem responder às necessidades dos alunos, mas, não são suficientes em detrimento do contexto de uma sociedade que passa por mudanças que se processam com muita velocidade.
Sempre o professor teve que planejar suas atividades pedagógicas, agora, mais do que isso, é necessário lidar com situações de aprendizagem, sempre pensando que o processo ensino aprendizagem é um caminho de não dupla onde o professor não preocupa apenas com o ensinar, mas também com o aprender.
Sendo assim, há necessidade de preocupar com a ação do educando no sentido de prepará-los para saber lidar com situações ativas, reflexivas e analíticas na construção do próprio saber, nas relações com a vida, com o grupo e com o conhecimento.
Mais que tudo, o professor precisa dominar os conteúdos da sua disciplina, pois para o seu papel é de interlocutor do conhecimento escolar com os da realidade do aluno, e para isso é preciso estar preparado com conhecimento de causa do assunto a ser tratado porque "O espírito cientifico proíbe que tenhamos uma opinião sobre questões que não sabemos formular com clareza. Em primeiro lugar é preciso saber formular problemas" (Bachelard, 1996, p. 18).
Na escola do passado, o aluno era visto como uma pessoa que não dispunha de conhecimentos anteriores, cabia ao professor depositar conhecimento, como diz Paulo Freire. Mesmo assim essa escola ficou pautada nessa concepção por muitos séculos, foi credo de muitos professores e também de alguns intelectuais da educação.
Hoje com os estudos e pesquisas realizadas no campo da educação e da psicologia, sabemos que o processo ensino aprendizagem está ancorado em saberes constituídos pelos alunos na sua vida, no seu cotidiano e nas suas relações com a comunidade entre outras, e ao chegar à escola, esses conhecimentos considerados como saberes do senso comum precisam ser transformados em conhecimentos formais, melhor dizendo, científicos.
Bibliografia:
BACHELARD, Gaston. A Formação do Espírito Científico: contribuições para uma psicanálise do conhecimento. São Paulo: contraponto, 2002.
MOREIRA, Marco Antônio. Aprendizagem Significativa. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1999.
IMBERNÓN, Francisco. Formação Permanente do professorado: novas tendências. Tradução de Sandra Trabucco Valenzuela .São Paulo:Cortez,2009.
MONTEIRO, Filomena Maria de Arruda (org), Trabalho docente na educação básica: contribuições formativas e investigativas em diferentes contextos, ET.al. ? Cuiabá: EdUFMT, 2007