Formação & Cidadania
Por Diego Bruno de Souza Pires | 26/11/2008 | EducaçãoVivemos em uma sociedade imediatista, interessada em uma construção acelerada do indivíduo, buscando aumentar, constantemente, os conteúdos programáticos de ensino "preparatório", tornando aquilo que seria estudos construtivos e aprofundados em meras conceituações superficiais. Percebe-se isso pela evidente "troca sem troco" dos livros por apostilas ou módulos, tendo o objetivo de sintetizar ao máximo os assuntos.
Como é sabido, o dever das escolas e universidades não é simplesmente "abarrotar" as mentes dos estudantes em conteúdos, mas fazer do indivíduo um ser sociável e capaz de viver harmoniosamente no mundo. Pois, mesmo que existam algumas conturbações, como é esperado de individuos pré-moldados espiritualmente, um ser solidificado socialmente saberá converter desavenças a seu favor.
O cidadão está sendo mal formado (psicologicamente, socialmente, economicamente, politicamente etc) na tentativa de sanar imediatamente a sua "base estrutural financeira". O homem virou uma máquina que desafia sentimentos e sonhos, com o intuito, apenas e simplesmente, de "estabilizar" a sua vida financeira.
As escolas e universidades, cada vez mais, preparam os jovens para torná-los concurseiros, ora para passar em concursos, ora em vestibulares. Percebe-se que boa parte dos novos profissionais que saem das universidades são "imaturos" e despreparados psicologicamente, não por falta de idade, mas, em grande escala, pelo mal trabalhar social desses centros acadêmicos -"formadores de opiniões elitistas".
Concordamos que o mercado precisa de muita gente qualificada, muito embora os cursos técnicos possam equalizar as procuras. Não é uma forma de engrandecer a classe universitária, longe de mim fazer algo assim, entretanto, aqueles que fazem faculdade ( latu sensu) buscam carreiras de resultado e comando. E, para que isso ocorra, os centros formadores de profissionais precisam trabalhar com mais cautela e perfeição os sujeitos desta monta, já que, cada vez mais, necessitam de pessoas capazes, "maduras" e bastante solidificadas em conceitos psicológicos, políticos e sociais, afinal, vivemos em um mundo tão complexo e prolixo.
Os homens não podem ser tratados como máquinas ou como "escravos" de um sistema capitalista, já que o ser humano é uma "matéria dinâmica e pensante". Não podem ser tratados como "lixos" de uma sociedade mesquinha, pretenciosa, preconceituosa, pré-conceituosa e acelerada. A cada dia que se passa o volume de informações aumenta. Têm-se dados de que nos últimos 20 anos o volume de infomações aumentou de cinco a seis vezes mais. Frente a isto, é necessário indivíduos muito mais preparados e saudáveis com o ambiente, para que se consiga digerir o construtivo do degenerativo personalíssimo.
Formar cidadãos não é tão simples. Não se demonstra o preparo e a capacidade de suportar "terremotos"- referentes aos afazeres profissionais- através de simples provas objetivas ou subjetivas. Contudo, percebe-se a preparação de indivíduos pelas atitudes e construções psicológicas de toda uma vida. Cada vez mais as escolas e universidades abarrotam o mercado mundial de pessoas despreparadas. O que se estimula nos centros acadêmicos, via de regra, é tão somente a competitividade e supervalorização de status sociais referenciados a cursos como – medicina, direito, odontologia, dentre outros elencados como supervalorizados e bem quistos pela sociedade.
As pessoas passaram a escolher o curso como se escolhe um bom carro importado- aquele que mais aguçar aos desejos da sociedade é o escolhido. Os sonhos e desejos de serem bons profissionais é uma raridade. O que se almeja é, na sua maioria, um curso que possa possibilitar o traquejo de grandes quantias monetárias.
Quanto mais o homem buscar o imediatismo nas relações tenderá a surgir "abalos sismicos" nas personalidades, nos sonhos, nos desejos e na saúde de pessoas. Já diz velho brocardo sertanejo "o apressado come crú". A ansiedade é hoje um dos grandes máles da sociedade contemporânea, que desestrutura completamente o SER HUMANO.
Enquanto existir "insanidade" na aplicação de princípios e normas sociais, culturais e políticas, com o escopo de desconstituir o "homo sapiens", a sociedade sofrerá os transtornos advindos com tais mecanismos, pois nunca vi "numa plantação de milho dá feijão". A natureza é sábia, "sendo a colheita a fase ideal de se mostrar a qualidade das sementes plantadas".
SIMBORA Brasil!!!