Forças da natureza: energia eólica
Por GILSON MARCOS PAGES | 28/02/2012 | GeografiaForças da natureza: energia eólica
Os impactos das atividades humanas sobre o meio ambiente se intensificaram a partir da revolução industrial do século XVIII, e especialmente durante o século XX. A energia elétrica se tornou um dos bens de consumo fundamentais para as sociedades atuais, dependemos dela para a nossa produção industrial, sistemas de transportes, de segurança, de saúde, de educação, conforto, o comércio, a agricultura e outros fatores associados à qualidade de vida.
O petróleo é a principal fonte de energia do planeta, seguido pelo carvão mineral e pelo gás natural e sua formação se deu em um lento processo geológico de produção, enquanto o ritmo de consumo vem se acelerando com o aumento da população e o consumismo desenfreado, principalmente das nações dos países desenvolvidos, assim, tem provocados inúmeros problemas ambientais, poluição, mudanças climáticas, aquecimento global - por causa da intensificação do efeito estufa, destruição da fauna e flora, cuja solução é um desafio atualmente.
A formação das bases energéticas dos países sempre esteve ligadas as condições econômicas e disponibilidade de exploração dos recursos naturais. O emprego das fontes não renováveis, como o petróleo, o gás natural, o carvão mineral e o urânio, tem causado grandes danos ambientais, locais e globais, e estas reservas estão diminuindo a cada ano, possuem uma capacidade limitada. Diante disso, às fontes de energia renováveis, como a água, o sol, o biomassa (lenha, bagaço de cana, carvão vegetal, álcool e resíduos vegetais) e os ventos, são consideradas as formas de geração de energia mais limpas que contribui para o meio ambiente.
Cabe destacar que, nenhuma forma de energia é totalmente limpa e implicam danos ambientais, no caso da energia eólica causa poluição visual e sonora, também podem interferir na rota migratória de pássaros. Portanto, fazer economia de energia e o uso de forma sustentável, independentemente de sua fonte, irá beneficiar o homem e a natureza. O setor elétrico no Brasil de base predominantemente hidráulica (movimento das águas) se deu devido às características físicas e geográficas do nosso território, amplamente aproveitado para a construção de usinas hidrelétricas, rios com grandes extensões, caudalosos, e correndo sobre planaltos e depressões, sendo estas projetadas como forte impulso rumo à industrialização e desenvolvimento do país. Atualmente, o Brasil possui um dos maiores parques hidrelétricos do mundo, atrás somente da China e Rússia, responsável pela produção de mais de 90% da energia consumida internamente. O Brasil é um pais privilegiado em recursos hídricos, mas é um recurso cada vez mais escasso e pode ser um bem controlado, a energia eólica pode se tornar importante no futuro, porque ela não consome água. Em nações com uma rede hidrográfica pequena, a energia eólica passa a ter um papel primordial já nos dias atuais, porque são fontes renováveis. Além da questão ambiental, as turbinas eólicas possuem a vantagem de poderem ser utilizadas tanto em conexão com redes elétricas como em lugares isolados, não sendo necessário a instalação de linhas de transmissão para alimentar certas regiões que possuam aerogeradores. O emprego da energia eólica para a geração de eletricidade, em escala comercial, começou na década de 70, devido a crise do petróleo no mundo. Os Estados Unidos e alguns países da Europa se interessaram por fontes alternativas para a produção de energia elétrica, procurando diminuir a dependência do petróleo e do carvão. O vento é um fenômeno meteorológico formado pelo movimento do ar na atmosfera. O vento é gerado através de fenômenos naturais como, por exemplo, os movimentos de rotação e translação do Planeta Terra. A energia eólica – gerada a partir do vento, grandes hélices são instaladas em áreas abertas, sendo que, os movimentos delas geram energia elétrica. È uma fonte abundante, renovável, limpa e disponível em muitos lugares, porém, ainda pouco utilizada. Com todos os pontos positivos para a geração de energia eólica é preciso fazer estudos de mapeamanto, medição e provisão dos ventos, pois não é uma fonte confiável. Em relação ao Brasil, não são constantes e sua intensidade é variável pelo território. A produção de energia eólica no Brasil é promissora, possui grande potencial. Com a criação do Programa Nacional de Incentivos às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfra) do Governo Federal, objetivando ampliar a inserção da fonte eólica. Segundo o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, publicado pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica da Eletrobrás, o território brasileiro tem capacidade para gerar até 140 gigawatts, mas atualmente a capacidade instalada é de 1 GW, o que representa menos de 1% do potencial. A produção de energia eólica possui destaque no Parque eólico de Osório, localizado no Rio Grande do Sul, com a capacidade de gerar até 150 megawatts, no ceará e no Rio Grande do Norte, mas um complexo de 14 parques eólicos na Bahia deve entrar em operação em julho deste ano e será ainda maior, podendo produzir até 300 MW. Em relação a América Latina o Brasil responde por cerca da metade da capacidade instalada, mas representa apenas 0,38% do total mundial. Os EUA é o país que mais produz energia através de fonte eólica. O total instalada ultrapassa os 35 GW. Atrás deles vem a Alemanha, com cerca de 26 GW instaladas, e a China, com 25 GW. Portanto, precisamos de maiores envestimentos, ações e estratégias bem planejadas para a geração de energia eólica, aproveitando o potencial que o país oferece e não hipocrisia política e ações que visam somente o lucro no mundo capitalista. Queremos ter uma visão progressista em nossa sociedade com o uso das fontes sustentável, pois os atuais padrões de produção e consumo são insustentáveis e ameaçam a vida no planeta. (Gilson Marcos Pagés – Professor de Geografia).