FLORESTA

Por Djalmira Sá Almeida | 10/06/2010 | História

Na segunda metade do século XVIII, havia uma fazenda que servia de curral temporário para o gado que vinha da Bahia abastecer os engenhos de açúcar pernambucanos. Em torno do oratório particular, erguido em 1777, que viria a ser depois a capela do Bom Jesus dos Aflitos, surgiu o povoado de Fazenda Grande. Os proprietários da Fazenda Grande, capitão José Pereira Maciel e sua esposa D. Joana de Souza Silveira, doaram suas terras ao Bom Jesus dos Aflitos, em 1778, no cartório de notas da Fazenda Riacho do Navio. Floresta teve início no século XVIII nas fazendas Curralinho e Paus Pretos, mas foi na Fazenda Grande, à margem direita do rio Pajeú, que teve início a povoação de Floresta. A água fácil e o espírito de cristandade atraíram o povo para o local. Em poucos anos, o povoado de Fazenda Grande foi elevado à categoria de Vila em 31 de março de 1846, por meio de projeto que se tornou Lei Provincial n° 153, apresentado pelo representante de Flores, município também banhado pelo Rio Pajeú, do qual foi desmembrado.
Em 1849, como sanção por sua participação ativa na Revolução Praieira, a Vila da Floresta foi incorporada ao povoado de Tacaratu, contudo, em 1864, o Termo da Comarca foi restaurado. Ainda como vila, e com o advento de República, Floresta teve como o primeiro prefeito o Cel. Fausto Serafim de Souza Ferraz, que assumiu em 1892. Em 20 de junho de 1907, através de Lei estadual n°867, foi elevada à categoria de cidade. Após quatro dias foi criada a Sociedade Progressista Arborizadora pelos florestanos João Gomes Barbosa e Alfredo Barros, sendo o primeiro chamado por Álvaro Ferraz, no seu livro Floresta, Pai dos Tamarindos. No ano de 1897 foi construída a Igreja Matriz, onde hoje é a Catedral do Bom Jesus, e para lá foi transferida a imagem do Padroeiro, ficando a igreja primitiva, monumento de História e de Fé, sob o patrocínio de Nª Srª do Rosário. Floresta foi sede da Primeira Diocese do Sertão Nordestino, criada em 1910 compunha-se de 18 paróquias: Exu, Ouricuri, Petrolina, Granito, Leopoldina (atual Parnamirim), Salgueiro, Boa Vista, Cabrobó, Belém do São Francisco, Floresta, Vila Bela (atual Serra Talhada), Belmonte, São José do Egito, Triunfo, Flores, Afogados da Ingazeira, Alagoa de Baixo (atual Sertânia) e Tacaratu. o 1° bispado sertanejo, foi exercido por D. Augusto Álvaro da Silva (Cardeal Primaz da Bahia) de 29 de novembro de 1911 a 8 de setembro de 1915. Com base nos dados históricos das pesquisas de Leandro Gominho, de Floresta, procurou-se contar sobre o município de Floresta descrevendo seus pontos turísticos, relacionando cada construção a épocas do processo de desenvolvimento da cidade. O Município de Floresta está inserido na microrregião do Sertão do São Francisco, no Estado de Pernambuco, Brasil. A cidade, na margem direita do rio Pajeú, está a 439 Km da capital. Ela teve origem numa propriedade rural denominada Fazenda Grande, tendo sido criado pela Lei Provincial n° 153, de 31 de março de 1846. Com a vila, estabeleceu-se a autonomia político-administrativa do município. A Lei Provincial n° 248, de 16 de junho de 1849, mudou a sede do município para Tacaratu. A autonomia foi restabelecida pela Lei n° 579, de 30 de abril de 1864. Aos 20 de junho de 1907 a vila foi elevada à categoria de cidade. Seu suporte econômico está vinculado à agropecuária. Na agricultura destacam-se a cebola, o tomate, a melancia, o melão; na pecuária, os rebanhos bovinos e caprinos. As atrações Turísticas de Floresta são: a Igreja do Rosário com seu projeto arquitetônico, com planta de nave única, altar-mor e duas sacristias colaterais, salientes do corpo da igreja. Possui duas torres maciças, ligeiramente recuadas da fachada principal. A imagem de Nossa Senhora das Dores é de madeira, tendo sido posta na igreja em 1863. A Igreja apresenta uma fachada comum na arquitetura religiosa brasileira do século XVII e que se manteve no século seguinte, especialmente nas zonas rurais. O capitão José Pereira Maciel obteve a licença para edificar a capela por ordem do Bispo Diocesano de 16 de fevereiro de 1780, A 22 de julho de 1792 houve a inauguração do templo, com bênção solene. Foi matriz até 1897, quando teve sua invocação mudada de Bom Jesus dos Aflitos para Nossa Senhora do Rosário. Em 1942 foi amplamente restaurada, perdendo, entretanto, o ambiente do coro, a edificação mais antiga que existe na cidade, localizada entre a Praça Fausto Ferraz e a rua Capitão Emílio Novaes, no centro da cidade, necessitando de restabelecimento do coro e melhoramento das instalações internas, embutindo-as. Possui também o Edifício da Antiga Força Pública conhecido localmente como "O Batalhão". Assenta-se elevado do nível da rua uns 60 centímetros e apresenta fachada com 40 metros de extensão, destacando-se das demais edificações locais, formadas por casas de um pavimento. Construído com a finalidade de seminário e sede de bispado. Em 1912 foi iniciada a construção do prédio pelo primeiro bispo de Floresta, D. Augusto Álvaro da Silva, mais tarde cardeal primaz do Brasil. Com a transferência do bispado para Pesqueira, na segunda metade da década de 1910, o prédio, ainda inacabado, foi vendido ao capitão Antônio David Gomes de Novaes. Em 1928, o Grupo de Engenharia da Polícia Militar reformou e concluiu o prédio, onde foi instalado o 3° Batalhão da Força Pública. O objetivo principal era combater o cangaço. Na Revolução de 1930, houve tiroteio dentro e fora do prédio, sendo mortos o capitão João Jacó e o tenente José Coutinho da Costa Pereira. O comandante, major Nélson Leobaldo, foi ferido. Depois daquela Revolução, o prédio foi desativado. Em 1950, por iniciativa da professora Lindaura Gomes de Sá, foi construído o anexo para abrigar as atividades de tecelagem, corte e costura, oficina do Centro Profissional fundado pela educadora florestana. Mais tarde funcionaria aí o Pensionato da Divina Providência, localizada na Praça Major João Novaes. Há a Residência do Coronel Manoel Olímpio de Menezes monumento de relevante interesse arquitetônico, desenvolvido com um corpo principal com sótão formando o oitão, e dois pequenos corpos em forma de chalé, no fundo do lote. O prédio foi construído em 1920 pelo coronel Manoel Olímpio de Menezes, liderança política do município, tendo sido prefeito na primeira década desse século. Está localizado à Rua Antônio Ferraz, no centro da cidade. A Residência do Dr. Joaquim Monteiro Diniiz , edifício de relevante interesse arquitetônico, possui a mesma configuração tipológica da residência do coronel Manoel Olímpio de Menezes. O Sobrado da Praça Major João Novaes, constituído de dois pavimentos e coberta em quatro águas, com planta retangular constituída com a mesma disposição nos dois pavimentos. Sobrado de interesse arquitetônico, mantém a mesma unidade formal nas duas fachadas voltadas para os logradouros públicos. Construído em 1919 pelo comerciante Fortunato de Sá Gominho, que instalou ali a sua casa comercial "A Nova Esperança". O Grupo Escolar "Júlio de Mello", edifício de valor principalmente ambiental, apresentando feição ao gosto neoclássico, simétrico segundo seu eixo longitudinal. Em 1929 o edifício foi aberto para as atividades educacionais, o primeiro prédio construído com a finalidade de servir como escola. Em 1955 foi construído o auditório. Em 1984 foram construídas as salas de aula posteriores. Localizado na Praça Major João Novaes. De 1943 a 1944 funcionou nesse prédio uma farmácia, voltando depois à firma "Fortunato Gominho". Na época do cangaço, haviam "torneiras" (orifícios na alvenaria) no pavimento superior, locais em que se apoiariam rifles e fuzis, caso ocorressem investidas dos bandos de Lampião., localizado na Praça Major João Novaes, 258. Na fazenda Mãe d`Água, a cerca de 15 Km da cidade, existe no leito do rio Pajeú um poço que nunca secou, mesmo nos anos de maior falta de chuvas. Nas imediações desse poço viveram índios que deixaram vestígios de suas presenças. As inscrições nas grandes pedras estão ainda hoje esperando quem as decifre. A Serra Negra é uma Reserva Biológica, criada pelo Decreto n° 28348, de 7 de julho de 1950. É um monte tabular, estreito, com largura maior, na chã, de uns 800 metros e pouco mais, talvez, de 3000 metros de comprido. É um dos pontos mais altos do Estado de Pernambuco. A tábua ou chã da Serra Negra é um micro-clima natural, particularmente regido pela altitude e pelo vento, sendo freqüente a névoa entre março e julho e praticamente deixando de existir entre setembro e dezembro. Essa área pertenceu à Casa da Torre e foi adquirido no final do século XVIII pelo capitão João Rodrigues de Moraes, mais tarde assassinado. Aí viviam índios sendo depois uti lizado como refúgio de foragidos da justiça. Em 1849, a serra abrigou os rebeldes chefiados por Francisco Barbosa Nogueira Paz, Serafim de Souza Ferraz e José Rodrigues de Moraes, que reagiam às investidas das forças do Governo, durante o movimento praieiro em Pernambuco.