FILOSOFIA - PLANEJAMENTO QUINZENAL

Por ANDERSON ANTONIO DA SERRA HERANE | 23/10/2012 | Filosofia

PLANEJAMENTO QUINZENAL

CEJAS: JOSÉ DE MESQUITA

PRIMEIRA FASE (1º ANO ENSINO MÉDIO) 

OBJETIVO GERAL:

● Construindo os dados científicos da historicidade a cerca do ser humano desde seus pré-relatos existenciais no mundo, iniciando com a famosa ossada Lucy, até o moderno HOMO sapiens-sapiens. Com isso propõe-se avaliar os conceitos de pensamentos e seus pensadores à respeito dos valores, dos modos de vida dos homens e suas ações sociais, utilizando a filosofia como base de estudos na integralidade humana a ser construída por docentes e discentes. 

OBJETIVO EXPECÍFICOS:

  • Compreender; Caracterizar; Apresentar; Cooperar; Centralizar e Trabalhar com discursos e diálogos dos assuntos concernentes a origem humana Pré-histórica, Pré-socrática e socrática.

CONTEÚDOS

Quem sou eu? Construção histórica da identidade.

    · Que elementos a definição de uma pessoa deve ter?

    · A busca destes elementos como uma tarefa que exige reflexão.

    · A identidade e a interferência do contexto e sua construção nos percursos históricos: passado; presente e futuro e seus filósofos. 

METODOLOGIA

Com isso propõe-se avaliar através de aulas expositivas, dialogadas e com exercícios e exemplos na sala de aula. Os conceitos de pensamentos e seus pensadores à respeito dos valores, dos modos de vida dos homens e suas ações sociais, utilizando a filosofia como base de estudos na integralidade humana a ser construída por docentes e discentes.  Avaliação ocorrerá com auxilio de porfólio e conceitual diário (presença e participação).

RECURSOS:

Primeira aula, giz e quadro negro, posterior, uso de data-show.

PLANEJAMENTO QUINZENAL 02 Á 17 DE MARÇO

CEJAS: JOSÉ DE MESQUITA

PRIMEIRA FASE (2º ANO ENSINO MÉDIO) 

OBJETIVO GERAL:

Tratando dos fundamentos que são de relevância atual, a filosofia no cotidiano trará para os alunos do 2º ano encontraram nos mitos a cerca do conhecer os caminhos que nos elevam ao ser integral e cultural que somos. Buscando contrapor ciência, razão e a historicidade dos atos de criação epistemológica e empírica, própria da ação do ser humano em seus trabalhos e serviços. 

OBJETIVO EXPECÍFICOS:

Formar os requisitos teóricos sobre filosofia e história da educação na Grécia até a América.

  • Formar os requisitos teóricos sobre filosofia e história da educação na Grécia até a América.

CONTEÚDOS

 ·  O mundo que nos cerca: A percepção do mundo pelos sentidos; As idéias e tradução do que sentimos no mundo, a preensão do real e regras sociais no universo do trabalho.

  ·  Senso comum: Apenas conceituando o que se trata senso comum e senso Crítico. Exercícios sobre os assuntos tratados

METODOLOGIA

Ordenar os conteúdos de textos sobre o senso comum e senso crítico, todos serão tratados com auxílio de data-show e de textos curtos sobre ciência e atualidades das ações das massas e blocos econômicos.

RECURSOS:

Primeira aula, giz e quadro negro, posterior, uso de data-show. 

PLANEJAMENTO QUINZENAL 02 Á 17 DE MARÇO

CEJAS: JOSÉ DE MESQUITA

PRIMEIRA FASE (3º ANO ENSINO MÉDIO)

 

OBJETIVO GERAL:

No ensino deste período de aprendizagem o maior propósito é de questionar, partindo das provocações de questionar, partindo das provocaçenso crta senso comum e senso Cr cidado ser-integral e cultural

OBJETIVO EXPECÍFICOS:

Formar os requisitos teóricos sobre filosofia e história da educação na Grécia até a América.

  • Formar os requisitos teóricos sobre filosofia e história da educação na Grécia até a América.

CONTEÚDOS

 ·  O mundo que nos cerca: A percepção do mundo pelos sentidos; As idéias e tradução do que sentimos no mundo, a preensão do real e regras sociais no universo do trabalho.

  ·  Senso comum: Apenas conceituando o que se trata senso comum e senso Crítico. Exercícios sobre os assuntos tratados

METODOLOGIA

Ordenar os conteúdos de textos sobre o senso comum e senso crítico, todos serão tratados com auxílio de data-show e de textos curtos sobre ciência e atualidades das ações das massas e blocos econômicos. Avaliação ocorrerá com auxilio de porfólio e conceitual diário (presença e participação). 

RECURSOS:

Primeira aula, giz e quadro negro, posterior, uso de data-show.

FILOSOFIA GERAL – TEXTO BÁSICO

 

TRABALHO E ALIENAÇÃO

O homem é o apêndice da máquina

1. TEXTO DE APOIO e leituras complementares

O texto de apoio para este tema/problema é o capítulo 2 do livro Filosofando: introdução à filosofia, de Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena P. Martins, editado pela Moderna. Na segunda edição começa na página 9 e vai até 19.

Para complementar, você pode ler o artigo de professores que tratam sobre o Trabalho no mundo de hoje, e nos sites de pesquisa do Google.com

Neste endereço há boas indicações na bibliografia desse artigo.

http://www.virgilio.com.br/artigos

2. ALGUNS TEMAS PARA REFLEXÃO

2.1. TRABALHO, REALIZAÇÃO E ALIENAÇÃO

O Egito é a dádiva do Nilo ou do trabalho dos escravos do faraó?

Qual é a causa da RIQUEZA das nações?

* natural (terra)

* dinheiro (ouro, grandeza e glória)

* o trabalho (é o que realmente cria riqueza) - Adam Smith já reconheceu isso em Uma investigação sobre a natureza causas da riqueza das nações, publicado pela primeira vez em 1776.

* Marx, um século depois, vai mostrar como o trabalho se desenvolveu de forma alienada.

2.2. AS DUAS FACES DO TRABALHO:

1. O trabalho dignifica o homem:

- realização do homem

- o trabalhador participa da projeto, da realização e do produto do seu trabalho: lembrar as 4 causas de Aristóteles - o trabalhador não é apenas a causa eficiente, ele participa também da destinação, da causa final do seu trabalho, além da escolha da causa material e formal.

- sob esse aspecto, o trabalho é uma atividade tipicamente humana (no seu trabalho, o homem busca constantemente a perfeição, o trabalhador faz uso da sua razão; abelhas fazem a colméia, mas é por puro instinto)

2. O trabalho danifica o homem

- é o trabalho como alienação

- é o trabalho como castigo (Ganharás o pão com o suor do teu rosto)

- é o tripalium: instrumento de tortura, feito de três paus.(é a labuta)

- o trabalhador perde o controle sobre o projeto do trabalho e sobre os seus benefícios: isto é alienação do trabalho.

- Taylorismo - organização científica do trabalho - esteira - trabalho em série (fragmentado) - tarefas repetitivas e monótonas (um macaco adestrado poderia ser trabalhador)

 

2.3. CONSUMO ALIENADO

Ao lado da miséria, que não consegue consumir o necessário,

há o consumo alienado: no lugar de consumir para satisfazer uma necessidade, compra-se pelo prazer da posse;

compra-se a novidade (neofilia) , a etiqueta, a grife   -   no lugar da utilidade.

- no lugar da fruição, a ostentação

- a propaganda cria necessidades para vender novidades

- por isso são produzidos objetos que logo se tornam obsoletos: perderam a atualidade (embora não tenham perdido a utilidade)

2.4. LAZER ALIENADO

- A Indústria Cultural decide a diversão do verão: é preciso estar por dentro mesmo que isso não traga uma verdadeira satisfação

-  jovens que passam tediosas tardes de domingo, na praça, em frente a um bar, com um copo de cerveja na mão, um som no carro (quem sabe um mamonas assassinas) e... altos papos: é o “point” - no fim se despedem para fazer o mesmo no próximo domingo, enquanto seus pais assistem Domingão do Faustão ou Sílvio Santos, aguardando o Fantástico.

- “Agindo desse modo, muitos se esforçam e fingem que estão se divertindo, pensam que estão se divertindo, querem acreditar que estão se divertindo. Na verdade, ‘através da máscara da alegria se esconde uma crescente incapacidade para o verdadeiro prazer’”.

2.5. RELAÇÃO SOCIAL ALIENADA

- Anonimato na multidão - não envolvimento com a vida do outro

2.6. RELAÇÃO PESSOAL ALIENADA

- O homem é medido pelo seu sucesso: o homem moderno é vendedor e a mercadoria a ser vendida no mercado (como o passe de um jogador de futebol)- diminui a auto-estima: eu sou como você quer que eu seja.

- Gostamos daquilo que a sociedade nos impõe.

2.7. VALORIZAR OU ABOLIR O TRABALHO

- novas tecnologias - automação - novas formas de organização - maior produtividade com menos mão-de-obra: desemprego estrutural:

- o que fazer para evitar o desemprego?

- o que fazer com o tempo livre?

- a busca da autonomia e do trabalho que dignifica o homem

3. QUESTIONAMENTOS

3.1. Aponte trabalhos que realizam e trabalhos que alienam o homem

3.2. Aponte formas de lazer alienado.

3.3. A neofilia pode levar à satisfação dos desejos do homem?

3.4. Em que sentido o homem é o apêndice da máquina?

Procrusto

Friedrich Dürrenmatt=

Na localidade de Coridalos viviam muitos gigantes e homens crescidos normais. Disso decorria que os homens maiores, os gigantes, subjugavam os homens menores. Como Coridalos ficava na região da Ática, soprou até lá um hálito de razão vindo de Atenas, inspirando o gigante Polípemo, que era particularmente grande, a pensar. Durante várias semanas ele andou pensativo pela paisagem, refletindo sobre a desigualdade dos homens. Depois ele se nomeou Procrusto, o esticador, e construiu duas camas, uma para os gigantes e outra para os não-gigantes. Na cama para os não-gigantes ele colocava os gigantes e lhe cortava as pernas, de modo que eles coubessem na cama dos não-gigantes. Os não-gigantes, ele colocava na cama dos gigantes e os esticava, até que estes se adequassem à cama.

Palas Atena, de cujo hálito soprou o ar da razão até Coridalos, sentiu-se responsável e dirigiu-se a Procrusto. Ela lhe perguntou o que fazia.

"Estou agindo de acordo com a tua razão, deusa", respondeu o gigante, "cujo hálito colocou em movimento o meu pensar. Eu comecei a refletir sobre a desigualdade dos homens. Ela é injusta. Eu me dei conta pouco a pouco de que a justiça exige que todos os homens sejam iguais. Isto é razoável. Há em Coridalos gigantes e não-gigantes. sendo que os primeiros subjugam os segundos. Os homens são aqui desiguais de dois modos: em seu ser e em seu fazer. Isto não é razoável. Ora, se eu tornasse apenas os gigantes em não-gigantes, cortando-lhes as pernas, eu teria produzido com isso, todavia, uma nova injustiça: não-gigantes aleijados e não-gigantes, sendo que nesse caso estes últimos submeteriam os gigantes que se tornaram aleijados. Também irrazoável. Mas se eu agisse contra os não-gigantes, se eu os esticasse ao tamanho dos gigantes aleijados, eu teria produzido uma nova injustiça: tal como os gigantes aleijados, eles estão tão entregues aos gigantes quanto os não-gigantes. Outra vez irrazoável. Assim sendo, a meu ver, só há uma possibilidade de estabelecer a igualdade de todos os homens: os gigantes têm o direito de ser não-gigantes, e os não-gigantes de ser gigantes. Eu estou agindo de acordo com isso. Eu corto as pernas dos gigantes, eles se tornam tão pequenos quanto os não-gigantes. Quanto aos não-gigantes, eu os estico até ficarem do tamanho dos gigantes. Tal operação torna ambos iguais, pois através dela ambos se tornam aleijados. E se eles morrem em conseqüência da operação, eles também são iguais entre si, pois a morte torna todos iguais. isto não é razoável?"

Balançando a cabeça negativamente, Pala Atena retornou a Atenas. A argumentação de Procrusto a fez perder as palavras. Foi a primeira vez que ela, como deusa, ouviu um discurso ideológico, e ela não encontrou nenhuma réplica. Procrusto, em virtude do silêncio da deusa, convenceu-se da correção de suas deduções, e voltou a torturar. Àqueles que torturavam, ele sempre esclarecia que o fazia em nome da justiça: ora, um gigante tem o direito de ser um não-gigante e vice-versa. A localidade de Coridalos tornou-se um inferno, repleta dos gritos dos martirizados, que podiam ser ouvidos em toda a Grécia. Os deuses, embaraçados, tapavam os ouvidos com as mãos. Eles também não encontravam nenhuma réplica à argumentação de Procrusto. As pragas, em especial, eram horríveis de se ouvir. Por isso, eles desligavam o som dos televisores - como deuses eles estavam tecnicamente bem à frente dos homens - para não mais ouvir as preces e os pedidos de socorro, bem como a gritaria e as maldições de Coridalos, razão pela qual eles nada mais ouviam do resto da terra. Todavia, isso fez com que els não mais interviessem na história.

E assim, então, gigantes e não-gigantes amaldiçoavam Procrusto, enquanto ele os torturava, e os aleijados gigantes e não-gigantes o amaldiçoavam também. Saíam maldições até mesmo do túmulo daqueles que não haviam passado pelo procedimento bárbaro. Mas visto que Procrusto não compreendia porque ele estava sendo amaldiçoado - pois ele se sentia um benfeitor e era em geral um gigante muito sensível -, ele imaginou que o problema estava em seu método, adquirindo especialmente para as suas camas bons colchões. Desse modo, enquanto os coridalianos gritavam incessantemente e amaldiçoava, ele tentava acalmar os torturados de outro modo, já que eles não haviam sido iluminados pela razão divina como ele. Ele dizia para as suas vítimas que era heróico sofrer cada um em sua cama específica, fabricada de árvores que cresciam em todo o país - uma razão não menos irracional, porém, agora uma razão patriótica para as suas torturas.

E realmente, desta vez alguns gigantes e não-gigantes se colocavam como voluntários aqui. No geral, as maldições foram diminuindo com o tempo. Por encontrarem motivos para a ação de Procrusto, eles também encontravam consolo para tanto sofrimento. Houve até gigantes aleijados e não-gigantes aleijados que se convenceram de que haviam sido torturados para um futuro melhor. Por causa disso, pelo menos a chegada de Procrusto não era mais amaldiçoada, pois, com o tempo, as gigantes, através de uma adaptação evolucionária, passaram a dar à luz aleijados não-gigantes e as não-gigantes, a aleijados gigantes, de modo que Procrusto, no geral, não precisou mais torturar. Outros se contentavam em morrer desse modo, desde que assim, esperavam eles, no futuro não houvesse mais nenhuma tortura.

Em virtude das razões apresentadas, os torturados eram levados a suportar a tortura, mesmo sendo ela irracional. Só alguns poucos gigantes e não-gigantes torturados insistiam depois que a cama de tortura e a tortura fossem inutilizadas. Isso era o que Procrusto mais odiava. Ele ainda se revoltava com o fato de as pessoas não entenderem que ele não torturava por prazer, mas sim por uma necessidade histórica. Tendo em vista que, a fim de não mais ouvir as queixas e gritarias, ele sempre imaginava motivos para torturar, ele acreditava que, com o tempo, a história só podia ter um sentido se ela progredia, e se tal progresso consistisse em que ela é sempre mais justa, e ela só é mais justa se, a partir da desigualdade dos homens, ela se desenvolve em direção à igualdade deles.

Enquanto isso, o jovem Teseu caminhou de Tróia para Atenas, para lá se tornar rei, como filho de Egeu. Visto que ele concebia a política desde um ponto de vista prático novo, ele também veio a Coridalos. Lá ele ouviu e se admirou da Ideologia de Procrusto.

"Tu precisas admitir que eu esteja agindo de maneira razoável", disse Procrusto, orgulhoso, "a própria Palas Atenas não sabia me replicar".

"Tu ages tão irrazoavelmente quanto Pitiocampto, o podador de abetos, quando ele corta o andarilho em dois, e os inserta nos troncos de dois abetos tortos e então os deixa crescer", respondeu Teseu. "A única diferença entre Pitiocampto e tu consiste em que ele não imaginou que devesse cortar em nome da justiça dos homens. Ele o fazia pelo puro prazer da crueldade".

"Pitiocampto é meu filho", disse Procrusto, pensativamente.

"Eu o matei", respondeu Teseu, tranquilamente.

"Agiste corretamente", disse Procrusto, depois de longo pensar, "embora Pitiocampto fosse meu filho. Não é permitido matar pelo puro prazer da crueldade".

Assim, enquanto Procrusto queria cumprimentar Teseu agradecido, este jogou o gigante com tal força na pequena cama que a terra estremeceu.

"Seu louco", ele disse, e abateu Procrusto, que lhe encarava com os grandes olhos, admirado. "Você foi retirado do hálito da razão muito cedo. As pessoas não são iguais, mesmo se não houvesse gigantes e não-gigantes, mas só gigantes, ou só não-gigantes. E porque as pessoas não são iguais, algumas maiores, outras menores, cada gigante tem o direito de ser um gigante, e cada não-gigante de ser um não-gigante. Ambos são iguais apenas perante a lei. Se tu tivesses introduzido esta lei, terias evitado que os gigantes dominassem os não-gigantes, ou, o que poderia bem ser o caso, que fossem os gigantes prejudicados pelos não-gigantes. Com isso, você  seria poupado seus conterrâneos dessa tortura absurda".

E, assim, Teseu primeiramente cortou as pernas de Procrusto e, porque este já era especialmente um gigante grande, cortou-lhe também a cabeça, que ainda murmurava ao ser decepado:

"Eu só estava sendo justo". E então a cabeça ainda disse, enquanto ainda estava em cima do pescoço, antes que os grandes olhos se fechassem: "Eu jamais fizera mal algum aos homens".

Depois disso, Teseu caminhou de volta a Atenas para junto de seu pai Egeu. Infelizmente, Teseu era não apenas um herói; ele era também esquecido. Ele se esquecera, quando estava com Procrusto, que não matara apenas o seu filho Pitiocampto, mas sim também engravidara a sua neta, Periguna. Ele simplesmente se esqueceu de tudo. Seu lenço estava cheio de nós, era inútil. Ao regressar de Creta, ele esqueceu Ariadne na ilha de Naxo, que lhe salvara do labirinto, e assim esqueceu-se de levantar a vela branca, de modo que o seu pai atirou-se ao mar, porque ele pensou que Teseu fora morto pelo Minotauro no labirinto. Por causa disso, Teseu tornou-se rei. Infelizmente, ele também se esquecera do seu inteligente discurso a Procrusto: não que ele fora particularmente um mau rei - ele está, de fato, bem colocado na escala dos reis -, mas abaixo dele nem todos eram iguais perante a lei, alguns mais iguais que outros. Isto porque Teseu também era esquecido como marido: seus amores escrevem Robert de Ranke-Graves, colocaram tantas vezes os atenienses em apuros que eles reconheceram seu verdadeiro valor apenas gerações após a sua morte.

in Engelmann, B. & Jens, W. (1982): Klassenlektüre,Hamburg: Albrecht Knaus Verlag, pgs. 96-99. Tradução de Marco Antonio Franciotti e Celso Braida

PLANEJAMENTO

(pesquisa trimestral teórico de filosofia para 3º ano Ensino Médio)

TEMA: Terra e Poder

– Alienação ↔ sujeito e objeto do conhecimento

Texto: Nossa marca no mundo. (PG. 52)

– ideologia  ↔ fases e expressões sobre o  trabalho e mundo

Texto: Política, pátria amada de Maquiavel à Jose Sarney; Senso comum; senso crítico.

– Moral ↔ Conflito entre trabalho e realização

Texto: A ética capitalista do trabalho

– Tecnologia, modernidade, poder humano.

Texto: A máquina HOMEM.

PLANEJAMENTO

(pesquisa trimestral teórico de filosofia para 1º ano Ensino Médio)

TEMA: Sociedade, Cultura e Natureza

– Quem sou eu? A construção Histórica da Identidade, da origem humana.

    → Que elementos a definição de uma pessoa deve ter?

    → A busca destes elementos como uma tarefa que exige reflexão

    → A identidade e a interferência do contexto e sua construção nos percursos históricos: passado; presente e futuro.

– Ser cidadão?

   → O caráter histórico da cidadania, suas conquistas e possibilidades hoje: O que é ser cidadão?

– Percepção e conhecimento

  → Os sentidos, divisão de dois mundos (Fé e ciência), suas correntes filosóficas clássicas e modernas.

– Universo o eu de nós.

 → A arte de ser humano. O caos do nada universal ou simplesmente origem natural criacionista

TEORIA DA EVOLUÇÃO X "TEORIA" DA CRIAÇÃO
- Um CONFRONTO Desigual -

"Senhoras e Senhores! Está noite teremos o mais esperado confronto dos últimos séculos!
À minha Direita, medindo 5 mil anos e pesando 200 milhões de crentes:
O CRIACIONISMO!
Que desafia o atual campeão para reaver seu título perdido no século XIX.
À minha Esquerda medindo 150 anos e pesando 200 mil pensadores:
O atual campeão! O EVOLUCIONISMO!"

Brincadeiras à parte, o debate entre a Teoria da Evolução e a pretensa "Teoria" da Criação é sempre desigual. Porém, dependendo do âmbito onde ocorre a discussão, a vantagem pesa para um lado ou para o outro.

No campo científico, não é a toa que o Evolucionismo desbancou qualquer forma de Criacionismo há mais de um século e meio. Ele não só possuem TODAS as evidências da natureza a seu favor, como possui toda a coerência racional e bom senso, o que explica porque todos os autênticos cientistas do mundo lhe são favoráveis.

Entre estes estão simplesmente todos os ganhadores de prêmios Nobel ou similares em qualquer área relevante para o tema. Os grandes nomes associados aos grandes avanços do final do Século XIX, de todo o século XX e deste início do XXI, são, é claro, Evolucionistas. Não há exceções.

Todas as pesquisas, descobertas, desenvolvimento desde a Engenharia Genética, Microbiologia, Ecologia, Biologia Molecular e etc., acontecem sob o paradigma Evolucionista. Entre estudos árduos, experiências sucessivas, testes incansáveis e conferências onde seus dados são meticulosamente examinados e submetidos a duras provas de veracidade, num ambiente cético e detalhista, que não hesita em explorar o mínimo defeito, exigindo com isso o máximo de audácia e solidez. O aumento do conhecimento sobre a realidade e o avanço nos métodos, medicina e tecnologia são seus objetivos.

Por outro lado, o Criacionismo é restrito a crentes religiosos, que passam muito mais tempo em suas igrejas do que em instituições de pesquisas. Seu trabalho se limita a estudar a Bíblia, obras de outros criacionistas e obras de evolucionistas, para localizar fraquezas que possam ser exploradas argumentativamente, com isso construindo seu edifício racional que mistura dados reais com fictícios, incluindo milagres.

Entre uma oração e outra, acham tempo para palestras que impressionam seus fiéis sempre prontos a assentir-lhes com brados de "Aleluia" e onde o viés crítico é praticamente inexistente. Suas hipóteses nunca são testadas, seus dados não são contestados, qualquer invenção por mais infundada é aceita sem questionamento como uma prova genuína. Conversões, evangelizações, pregações, proselitismo e conservadorismo são seus objetivos.

O CONFRONTO

Não obstante, quando essas duas tradições se encontram, e preciso saber bem em que tipo de terreno se está pisando, pois isso irá definir quase totalmente quem tem a vantagem numa discussão.

Não importa o que se diga, o fato é que Natureza quando submetida a um método preciso e sistemático de pesquisa está sempre pronto a confirmar os dados do Evolucionismo. Não é que Natureza está do lado da Evolução, a Evolução é que está do lado da Natureza.

Portanto, no âmbito científico o Criacionismo não tem a menor chance. Suas premissas são impossíveis de serem verificados, os laboratórios não reconhecem dogmas, crenças e são insensíveis a rezas e pregações. Não há pesquisas criacionistas, porque nada no criacionismo diz respeito diretamente a ciência.

Nesse campo, a desigualdade é tal que o Criacionismo, embora possa até se infiltrar nas escolas, jamais teve chance de cruzar as portas de uma Universidade. O Criacionismo jamais passaria num vestibular. E enquanto a Evolução é publicada em todos os grandes periódicos do mundo, Nature, Science Today, Scientific American, a Criação só tem lugar nas publicações religiosas, "Revistas da Criação", Folhinhas Criacionistas, Sentinela, Despertai e similares.

Nesse contexto, nem há confronto, a vitória é digna de Mike Tyson, no início do primeiro Round, por Knock-Out.

Mas nem só de Ciência vive o mundo, e o terreno da discussão pode ser levado para o lado leigo, onde a simples desinformação da maioria das pessoas aumenta incomensuravelmente as possibilidades do Criacionismo. Na verdade, quanto mais ignorante for a platéia, mais o Criacionismo terá vantagem, e por isso é quase impossível que a razão prevaleça num meio onde brados de Aleluia estão sempre prontos a ecoar.

Esse Nocaute criacionista é simples de ser explicado, é o mesmo trunfo que o leva a ter chances até mesmo numa discussão meramente filosófica. Ele tem uma arma especial, nada secreta:

Ele tem um DEUS!

Com isso, enquanto qualquer dificuldade evolucionista deve ser examinada, testada, analisada e desvendada, enquanto as pesquisas científicas sob o paradigma da evolução se deparam com problemas que demandam soluções trabalhosas, enquanto a conquista da compreensão da natureza deve lidar com a fria realidade da matemática, da química e da física, o Criacionismo não sofre nada disso! Qualquer um de seus problemas pode ser resolvido, literalmente, num passe de mágica!

Deus está sempre pronto a fornecer a explicação. Foi milagre! Eventos sobrenaturais! E pronto!

Com isso pode-se explicar que os animais migraram para a arca de Noé por um "Direcionamento Instintivo Sobrenatural", podem afirmar que os casais de carnívoros não precisaram comer toda a manada de herbívoros da Arca graças a uma "Hibernação Mística". Podem garantir que uma estrutura de150 metrosde madeira pôde suportar à mais violenta tempestade de todos os tempos graças a um "Escudo Mágico" que lhe dava indestrutibilidade.

Com um Deus Todo-Poderoso, fica fácil aceitar que os animais aquáticos de água doce e os de água salgada sobreviveram devido a uma "Barreira Mística" que mantinha zonas de água salina e não salina sem se misturarem em pleno mar revolto. É possível aceitar que logo após desembarcarem da Arca, os animais herbívoros tiveram o que comer, pois a vegetação pode ter crescido milagrosamente, e que os carnívoros devem ter feito uma "Dieta Sagrada" dada a falta de herbívoros, afinal além de virem poucos deles na Arca, Noé ainda sacrificou vários ao Senhor seu Deus (Gênesis 8:20).

Com a inspiração do Espírito Santo, dá até pra entender que capivaras, lobos-guarás e tatus tenham migrado da Turquia, cruzando toda a Ásia, atravessando um estreito de Bering gelado, entrado pelo Alaska, descido pela América do Norte, América Central, cruzado a Amazônia e chegado ao planalto central do Brasil para se estabelecerem definitivamente.

Com uma mãozinha do Todo-Poderoso, as etnias humanas poderiam ter saído de um estado de pigmentação de melanina mínima na pele para um estado máximo em poucos mil anos, e se é fato que os arianos que vivem na África do Sul há quase 400 anos sem se miscigenarem nunca apresentou qualquer escurecimento de pele, é porque Deus retirou sua mãozinha do processo.

E daí que as estrelas estejam a milhares de Anos-Luz de distância e as galáxias a Milhões e Bilhões? O Universo não teria que ser tão antigo afinal Deus pode ter criado a luz já a caminho desde a Gênese, ou pode ter aumentado a velocidade da Luz no passado!

Pronto! Com um Deus que pode tudo, qual é o problema?

Não há dificuldade, tudo pode ser explicado. Nenhum dado poderá ser usado contra o Criacionismo, pois ele sempre terá uma carta milagrosa na manga. Amém!

UM EMPATE TÉCNICO

Assim, para se livrar da derrota, só caberá ao Evolucionismo contestar filosoficamente a validade de cada uma das premissas milagrosas, e lançar perguntas chatas, como:

Se Deus é tão poderoso, não seria mais fácil arrebatar a família de Noé e os animais selecionados para um outro mundo e então "lavar" a Terra e depois trazê-los de volta?

Se Deus é todo poderoso porque simplesmente não fez desaparecer os homens maus da Terra sem todo aquele estardalhaço diluviano?

Ou melhor... Se Deus é Todo-Poderoso e Bom, porque existe o Mal?

E aí a discussão se envereda pela Teodicéia, e todas as implicações filosóficas embutidas, e não terá fim. Curiosamente, é a única forma de o Confronto possuir alguma igualdade de condições. E assim, Evolucionistas e Criacionistas podem ficar discutindo longamente, e sem qualquer resultado prático até o fim dos tempos.

Ou até que Deus apareça novamente.

Marcus Valério XR
Fevereiro de 2004

Questões Triviais Insolúveis para o Criacionismo?

O que é afinal a Teoria da Evolução?

1- Como os animais específicos de cada região foram chegar até lá?

2- Como as milhões de espécies vegetais de cada região do mundo sobreviveram ao dilúvio? havia na arca de noé exemplar de vegetais de todas as partes do planeta?

3- Como as milhões de espécies de artrópodos sobreviveram ao dilúvio? havia na arca uma seção com milhões de compartimentos para "casais" de insetos, aracnídeos, crustáceos e similares?

4- Como sobreviveram os animais aquáticos de água doce?

5- Como se desenvolveram as diversas etnias humanas em tão pouco tempo?

 

Não existe criação?

Não existe biologia sem evolucionismo?

Área de Ciências Humanas e suas Tecnologias

Professor de Filosofia

Anderson Antonio da Serra Herane