FILHOS: APRENDÊNCIAS POTENCIAIS COMO RESSIGNIFICAÇÕES DO VIVER ? UM CURRÍCULO EM MOVIMENTO
Por jose teixeira neto | 05/05/2009 | EducaçãoJose Teixeira Neto – Zelão
FORMACCE, FACED
Universidade Federal da Bahia – UFBA
e-mail: zelosmegatrend@uol.com.br
TRABALHO APRESENTADO NO 3º. SEMINÁRIO BRASILEIRO DE ESTUDOS CULTURAIS E
EDUCAÇÃO: PEDAGOGIA SEM FRONTEIRAS – CANOAS, RS. AGO/2008
Essa análise propõe uma reflexão a respeito das questões curriculares na
contemporaneidade a partir de interações cotidianas com minha filha e meu
filho, minhas vivências na paternidade, fazendo emergir contradições,
ambivalências, deslocamentos, desconstruções e encantamentos que vão tecendo
essa relação. O argumento aponta na direção que considera essas relações como
possibilidade de currículo em movimento pois, como provocações para
aprendências cotidianas, potencializam teorizações sobre minha prática em
diálogo multirreferencializado com teóricos do currículo, da educação e do
conhecimento. Aponta, ainda, como a condição de teórico da própria prática tem
me levado a reencontros com minhas matrizes de aprendizagem provocando meu
ser-sendo-no-mundo a revisitar e ressignificar as maneiras como aprende
cotidianamente e como tais aprendências estão implicadas nessa relação. A
reflexão configura-se como um portal para tratar da diversidade, das
ambivalências no devir de aprendências significativas, já que a própria vida é
fonte de dilemas inalienáveis a serem acordados como possibilidade de currículo
em movimento. Tratando de minhas itinerâncias na paternidade, reflito, na teia
multirrefencializada de significados culturais, fazendo emergir as tensões dos
embates de significados hegemônicos e a complexidade que caracteriza as
relações entre individual/coletivo, local/global, micro/macro,
familiar/comunitário, eu/outro público/privado, pessoal/familiar, nosso/"dos
outros", na perspectiva do campo teórico dos estudos culturais. Esse ensaio
considera as interações com filhas/filhos possibilidades de ampliação das
reflexões, discussões e ações sobre o currículo, menos como um documento
pré-definido, encadernado, formalizado como cartilha de procedimentos, em
"conformidade com", pré-ativo, mais como um espaço flexível de significação que
supera concepções universalistas e totalizadoras e ainda, significações que
expressam representações estabelecidas em termos discursivos através de
significados instituintes validados e legitimados de acordo com relações de
poder mutantes, deslocantes, capilarizadas. Palavras-chave: Currículos
culturais – relação pais/filhos – aprendências cotidianas
Navegando pelo espaço das reflexões sobre currículo, no fluxo dos caminhos que
o concebem como um corpo em plasmação de sentidos e significados, quero
refletir a respeito da relação filhas/filhos-mães/pais como potência de
provocações para aprendências cotidianas, teorizando sobre minha prática em
diálogo multirreferencializado com teóricos do currículo, da educação e do
conhecimento.
Esse texto tem uma razão específica e uma intencionalidade escancarada. Neste
ano meu filho completa 10 anos e minha filha 8. Os tais "10 anos"
apresentam muitos significados nas culturas ocidentais: a base decimal na
contagem; a idéia de século como sendo a soma de dez períodos de 10 anos; a
idade em que as crianças finalizam a escolarização das quatro primeiras séries
do fundamental, mesmo a legislação brasileira o considerando como um período de
8 anos, entre outros. O sentido dos "10 anos" para meu filho está
sendo intenso. Ele vem refletindo sobre si como nunca havia demonstrado,
afirmando que em seus "10 anos" já "era praticamente, um
pré-adolescente" e que fazer 10 anos lhe fazia sentir-se diferente. Tomado
por reflexões sobre minhas itinerâncias durante essa década e profundamente
mobilizado por esse movimento, transculturalizado pelo tensionamento entre
minhas identidades (WOODWARD, 2006): paternidade, filiação, educador, de alguém
que interage boa parte do dia com os filhos "dos outros", de
profissional que dialoga com os teóricos acadêmicos e do senso comum, que
teoriza sua prática, de um ser que combate a naturalização de uma sociedade
geradora de filhas/filhos sem mães/pais, de ser desejante, que ama, apaixona-se
e, apesar de contraditório, tenta estar para e com o outro, quero aqui refletir
sobre nossas relações com filhas/filhos e sobre como elas são possibilidades de
currículo em movimento.
Recusando qualquer intenção de prescrição e receituário, quero tratar sobre
minhas vivências na paternidade, fazendo emergir contradições, ambivalências,
desconstruções, deslocamentos, encantamentos, a certeza do amor, o engajamento
no cuidar, que vão tecendo essa relação.
A paternidade tem potencializado a condição de teórico de minha prática. Tenho
tido de revisitar minhas matrizes de aprendizagem para tentar ser coerente nas
interações com minha filha e meu filho. Com muita honestidade, o meu
ser-sendo-no-mundo tem revisto e ressignificado as maneiras como se aprende
cotidianamente e como tais aprendências estão implicadas nessa relação. Ao
mesmo tempo, mobiliza-se contra sociedades inscritas em lógicas desumanizadas,
que geram filhas/filhos sem mães/pais, filhas/filhos da ausência, as
filhas/filhos das não-mães/pais, relações também instituintes, sombrias, de
currículo em movimento.
Nesse conjunto de manifestações inscrevo-me e nele faço emergir alguns aspectos
de minhas itinerâncias com minha filha e meu filho para pensar o currículo em
plasmação.
Observo que as crianças, inicialmente, não se orientam pela lógica disciplinar.
Elas são trans alguma coisa. Interagem com o coracérebro mobilizado, sem
fronteiras estabelecidas previamente. A medida em que iniciam a escolarização,
são doutrinadas a transformarem seu cérebro em gavetinhas de conhecimento e seu
coração em bombas sentimentalistas que só devem ser acionadas em horas
específicas, para não misturá-las com a aprendizagem – como se possível fosse
dicotomizar tal processo. Nossos filhos nos desvelam para percebermos seu
estado rizomático de aprendizagem. Sílvio Galo (2002) apresenta tal conceito
quando traz Deleuze e Guattari para tratar da concepção arbórea e rizomática do
conhecimento. Na primeira, a raiz, o tronco, os galhos, enfim, a árvore é a metáfora
utilizada à partir do iluminismo para ilustrar um sistema linear, cartesiano da
aprendizagem. Neste, a especialização e a disciplinarização aparecem como
desdobramento de um tronco, gerador de uma seiva mater, condição anterior para
o desenvolvimento do conhecimento prevalecente na formação científica do
Ocidente. Na segunda, a metáfora é o rizoma. Termo emprestado da biologia para
subverter o modelo arbóreo, apresenta a imagem de caules radiciforme que se
dispõem num emaranhado de raízes em bulbos, o que ilustra outra concepção da
aprendizagem; cada ponto desse organismo é, ao mesmo tempo, raiz e tronco,
geradores de novos desdobramentos; são as redes que não necessitam de um
conhecimento a princípio, de onde derivam outros de forma hierarquizada. Qualquer
ponto da rede é, por si só, gerador de novas possibilidades num emaranhado que
se multivetorializa, rompendo hierarquias do saber e solicitando a
transversalização. As relações filhas/filhos – mães/pais são constantemente
transversalizadas por questões de ordem e desordem científicas, afetivas,
existenciais, psicológicas, econômicas e culturais.
Tais interações refletidas podem vir a ser poderosos dispositivos de formação,
se lembrarmos o conceito atos de currículo, de Macedo (2007), apontando as histórias
de vida, as histórias das práticas, enfim, a vida como fonte de construção de
sentidos.
Filhas/filhos nos desafiam cotidianamente, destituindo-nos das convicções,
remetendo-nos ao aforismo de Nietzsche (2002): Convicções são inimigos da
verdade mais perigosos que as mentiras (sic). São incontáveis os momentos em
que, apenas pelo plano enunciado ou oculto que intencionamos, podemos limitar
avanços nas interações cotidianas. Nessas ocasiões, somos provocados a refletir
sobre nossos autocentramentos umbigóides, obtusos para a percepção das
construções sociais partilhadas. Mesmo como "adultos da relação"
somos desafiados a aprender e reaprender em serviço.
Tem sido estruturante investigar, através das lentes de Maturana e Varela
(2001), o movimento autopoiético, de autoprodução do conhecimento, e sentir o
quanto nossas tentativas e mecanismos de controle sobre a aprendizagem e o
conhecimento são tensionadas. Em um dos janeiros passados, dividimos nossas
férias entre um hotel fazenda e a casa de praia de uns amigos, com
características também rurais. Era a primeira vez que meus filhos vivenciavam o
campo e interagiam in situ com tal recorte da natureza, o que significava em
circularem descalços, sentirem o cheiro do leite no momento da ordenha,
pescaria e inúmeras e persistentes tentativas e conquistas de subidas em
árvores. Foi um dos marcos para minhas aprendências, quando em posição de
ensinador, nas investidas de controle do balé de meus narcisos e suas
performances virtuosas. A tensão instaurada entre meus ensaios de prescrever e
sistematizar passos para a façanha de escalar árvores e a perseverança dos meus
filhos em demonstrar e me convencer de que tinham soluções para tal empreitada,
afetadas pelos relatos de minhas experiências nesse campo e apesar delas, nos
mobilizou a todos durante horas em pausas e retomadas. Quando resolvi me
descentrar daquele didatismo prescritivo, que se achava dialogante, e acionar o
coracérebro para interagir com os implícitos e superexplícitos que emergiam
daquela interação, pude vislumbrar o conhecimento configurando-se em
percepção-desejo-ação, definido por Varela como enação. A experiência
instigante, mobilizadora da vida dos interatores, e a atribuição de sentidos à
própria vida demonstravam ali outras possibilidades de aprendizagem e de
conhecimento, com, entre e para além de meus modelos e de minha didática.
Em outros momentos,quando acompanhamos as interações de nossos filhos com seus
colegas, temos de interagir também num âmbito mais amplo, ou seja, não só com
os colegas, mas com suas famílias também. Tais interações têm sido a grande
arena, o palco de vivências das disputas por significados culturais. Tomaz
Tadeu da Silva (2005) afirma que o campo teórico dos estudos culturais, espaço
onde se inscreve esse conceito, interpreta a cultura como um campo de produção
de significados no qual a diversidade social, locada em diferentes níveis de
poder, disputa a hegemonização de seus significados com a sociedade em geral. A
cultura é entendida como um campo contestado de significados definindo a forma
que o mundo deve ter e a forma como pessoas e grupos devem ser. O campo dos
estudos culturais nos subsidia, ainda, de forma crítica, para reflexões sobre
as interações com fllhas/filhos no universo imagético-midiático-consumista que
afeta subjetividades. As tensões da cultura são possibilidades concretas de
formação na e para a diversidade, não na perspectiva de uma harmonia submissa à
lógica hegemônica - do capital, branca, européia, ocidental, masculina e fálica
-, mas em diálogo com a lógica da diferença, da alteridade, do respeito, da
troca, da igualdade de oportunidades.
Para potencializar essa reflexão, trago duas vivências do meu cotidiano
familiar. Quando permitimos aos pequenos fim de semana na casa de colegas ou os
recebemos em casa, temos oportunidade de refletir a respeito das diferenças
sociais, de classes, questões de gênero, raça, étnicas e sexuais. É possível
tratar sobre como nos vemos, como vemos o "outro", como é
"nosso" esquema em casa e como são os esquemas dos
"outros", o que é importante para nós na convivência familiar e fora
dela, o que é pessoal, familiar, comunitário, social, planetário, cósmico e,
principalmente, apontar possibilidades de convivência nessa perspectiva.
Durante nossas atividades cotidianas, trabalhamos com as brechas aparentes ou
com as que garimpamos nas novelas, cartuns, cinema, games, filmes de
propaganda, outdoors, livros, entre outros, para desreificações,
desnaturalizações e desvelamentos dos significados hegemônicos É muito interessante
interagir com nossas crias nesse sentido, ouvindo suas vozes carregadas de
originalidade, de provocações e de saberes potenciais. São tensões formativas,
já que tratamos de desejos, necessidades, compromissos, divagações estéticas e
artísticas, política, responsabilidade social, lazer, entre tantas outras
coisas.
As interações com filhas/filhos possibilitam ampliação das reflexões,
discussões e ações sobre o currículo, menos como um documento pré-definido,
encadernado, formalizado como cartilha de procedimentos, em "conformidade
com", pré-ativo (CONTRERAS, 1999), mais como um espaço flexível de
significação que supera concepções universalistas e totalizadoras (MACEDO E.,
2006). No entendimento de Mariza Vorraber Costa (2005), tais significações expressam
representações que são estabelecidas em termos discursivos, e não como
conteúdos preexistentes de uma realidade anterior que o nomeia. São
significados instituintes validados e legitimados de acordo com relações de
poder que, por sua vez, são mutantes, deslocantes, capilarizadas. Essa
perspectiva ainda nos remete à crítica dos pós-colonialistas ao colonialismo,
mais uma vez trazida por Elizabeth Macedo (2006) - que o entende como processo
cultural maior que a economia e a política, como ação hegemônica que impõe uma
única forma legitimada de criação de significados.
A reflexão sobre nossas relações com filhas-filhos configura-se como um portal
para tratar da diversidade, de ambivalências (individual/coletivo,
local/global, micro/macro, familiar/comunitário, eu/outro) no devir de
aprendências significativas, já que a própria vida - artesã de sentido - é
fonte de dilemas inalienáveis.
Para conclusão provisória dessa análise, que vem sendo feita por um pai
mobilizado pelo amor, pela paixão, pela afetação das errâncias e as
aprendências com seus filhos, trago a contribuição de Sandra Corazza (2001),
que assim amplia as divagações sobre o tema. Voltando ao argumento das
desconstruções provocadas em nós pelo cotidiano da relação filhas/filhos,
vinculo-me à análise do currículo como modo de subjetivação infantil proposto
por essa teórica. Na perspectiva das teorias pós-críticas em Educação, Corazza
propõe o questionamento das subjetividades de personagens estereotipados ou
familiares modernos, sem apontar perfeccionismos salvacionistas e
progressistas, estruturadas em verdades absolutas e seguras do saber-poder.
Essa autora revela uma crise de subjetivação do infantil, consubstanciada no
chamado fim da infância, indagando quem é e como é o infantil de hoje, como são
caracterizadas suas infantilidades, sua maneira de ser infantil, como pensar
sua forma-sujeito, quais os nomes que lhe podem ser atribuídos. Assegura que
estamos diante de uma nova subjetividade infantil em nossas práticas culturais,
extremamente diferentes daquilo que víamos como currículo até então. Temos
empregado modos de subjetivação para o infantil que não correspondem ao do
tempo presente. Por considerarmos que os modos de subjetivação sejam duradouros
ou eternos, retilíneos e lineares, centrados num ocidentalismo de excesso
iluminista, o infantil nos ridiculariza de dentro dos currículos. Afirma ela
ainda que o infantil hoje pode ser metaforizado pelos fenômenos meteorológicos
El Niño e La Niña, pondo em desequilíbrio o conhecido, fazendo emergir a
miséria do infantil familiar, matando o bom infante e declarando que não basta
dar o pão da infância a quem tem fome dela, mas que é necessário deixar de
produzir este mesmo tipo de fome. Los Niños anunciam novos tempos, que talvez
não queiramos ter consciência deles em razão de sua disformidade provocadora de
vertigens.
A relação filhas/filhos – mães/pais é transversalizada por ensinâncias e
aprendências, provocadas por e provocadoras de tensões constantes. Educar
necessita de coração aberto para ser educado, pois não há processos de educação
que estejam assépticos de tensões, impurezas e opacidades. Nossas expectativas
são desafiadas pelas expectativas desses pequenos/grandes seres e, no mais das
vezes, suas expectativas são incondizentes com as nossas. Autoridade, amizade,
parcerias, autoritarismos, desacatos, respeito, subversões, combinados,
negociações, são elementos que delineiam essa relação.
Refletir sobre o currículo através nas relações filhas/filhos – mães/pais é
concebê-lo em movimento, instituído e instituinte, possibilitador de
ressignificações do viver. É um portal mobilizador para a reflexão de nossos
atos de currículo, percebendo, na emersão do que fazemos, aquilo que é pessoal
e individual e aquilo que construímos juntos, na partilha, no social, e que nos
é potencialmente formativo. Inspirado em Paulo Freire (1998) penso que tão
intensa relação não deveria dar-se fora da procura, fora da boniteza e da
alegria.. Sou amorosamente grato à minha filha e ao meu filho por me propiciarem
a boniteza da paternidade e provocarem constantemente meu ser-sendo-no-mundo
para a diversidade, bem como pela convivência inspiradora do viver com
esperança.
REFERÊNCIAS
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