"Fielzão" será drible na inércia

Por Edson Terto da Silva | 01/09/2010 | Sociedade

Edson Silva

E olha o meu amigo Lynno Typpo se enveredando pelas bandas do esporte. Esta semana recebi dele, e peço permissão de compartilhar e até assinei, as considerações do Lynno sobre a noticia que será construido um estádio de mais de 60 mil lugares, já batizado de "Fielzão", para o Sport Club Corinthians Paulista, que completou 100 anos em 1º. de setembro. O Lynno fez interessante paralelo enfocando a Copa do Mundo de 2.014, que terá o Brasil como sede, e a inércia política no estado de São Paulo, onde, segundo ele, a maioria das autoridades sequer deu literalmente "bola" ao evento e pouco se importava se o maior estado do país ficasse fora do mundial do futebol.

"Caro amigo Terto (o Lynno não acostuma me chamar de Edson Silva, algo que me orgulha e orgulharia meu falecido pai, que tanto honrou o sobrenome). Achei a decisão de construir um estádio para o Corinthians, em Itaquera, que é uma das áreas mais populosas e carentes de infraestrtura e de empregos de nossa Capital, um drible de craque nos políticos neoliberais que não acreditam em nosso povo, em nosso país.

Eles não acreditaram (e torceram contra) que um operário, nascido na miséria nordestina, legitimamente eleito pelo povo presidisse o país. O corintiano Lula presidiu (e duas vezes), está a menos de três meses de terminar o segundo mandato e com 96% de aprovação. Foi apontado como melhor presidente da história do Brasil e reconhecido mundialmente como um dos maiores líderes do planeta. Lula e equipe conseguiram que o país, até então desacreditado politica e economicamente, fosse definido como sede de Olimpíada (a de 2.016), façanha jamais conseguida pela América do Sul.

Mas voltando ao "Fielzão". A construção do estádio não é só premiação para a fiel torcida que, conforme pesquisas, é a segunda maior do Brasil, representando 13% dos brasileiros, quase R$ 25 milhões de pessoas. Trata-se de esforço para não deixar de fora da Copa do Mundo de 2.014 o Estado de São Paulo, o mais importante economicamente da Federação. Antes que alguém especule sobre qual é meu time e você, caro Terto, sabe bem que igualmente a você torço pelo Bugre de Campinas, adianto que o palmeirense Serra e o santista Alckmin, que governaram o Estado e a cidade de São Paulo, não demonstram menor entusiasmo com Copa do Mundo e com outros projetos importantes para a infraestrtura do evento e também para a Olimpíada, como o Trem de Alta Velocidade (TAV), ligando Campinas-São Paulo e Rio, ou a ampliação do Aeroporto de Viracopos (Campinas).

Noto a mesma falta de entusiasmo ou de empenho no Kassab, que governa a capital. Como alguém pode dizer que a decisão é de última hora porque é época eleitoral, pesquisei e deixo para se pensar o cronograma que habilitou o Brasil a sediar sua segunda Copa do Mundo (a primeira foi em 1950, com inauguração do Maracanã, no Rio de Janeiro). Em 3 de junho de 2003, a Confederação Sul-americana de Futebol anuncia que Argentina, Brasil e Colômbia são candidatos à sede do evento e em 17 de março de 2006, de forma unânime, o Brasil é adotado como único candidato. No mesmo ano, o presidente da FIFA Joseph Blatter disse que o Brasil provavelmente sediaria a Copa de 2.014, se provasse a capacidade. Ele encontrou-se com o presidente Lula e em 2007 a FIFA ratificou o Brasil como país-sede. Em 2009 foram escolhidas as cidades que teriam jogos. Quer dizer, foram quase oito anos de negociação, falar em falta de tempo agora é papo de papagaio ou seria de tucano? (coitada desta ave tão brasileira, ao contrário dos que se apropriam de sua figura)

Edson Silva, 48 anos, jornalista nascido em Campinas e trabalha como assessor de imprensa em Sumaré

edsonsilvajornalista@yahoo.com.br