Fidelidade + responsabilidade = prosperidade
Por Rev. AUGUSTO CÉSAR CAMPOS MENDES | 08/04/2012 | ReligiãoFIDELIDADE + RESPONSABILIDADE = PROSPERIDADE
2 Reis 12:15 “Também não pediam contas aos homens em cujas mãos entregavam aquele dinheiro, para o dar aos que faziam a obra, porque procediam com fidelidade.”
Muitos são os versículos bíblicos que versam sobre como devemos proceder quanto aos recursos oriundos das contribuições dos fieis para a igreja. Porém, muitas são as advertências quanto a conduta daqueles que são responsáveis pela redistribuição desses mesmos recursos e sua aplicabilidade. É obvio que em se tratando de finanças no âmbito das instituições eclesiásticas, além dos olhos flamejantes do altíssimo, temos sempre por perto uma nuvem de críticos como também de aleivosos, que tiram plantão 24 horas, no sentido de nos flagrar em algum deslize. O certo é que mesmo fazendo tudo certinho alguém por perto vai encontrar alguma falha, seja ele involuntária ou proposital. A equação acima é simples e com uma aritmética proporcional ao tamanho da sua importância, haja vista que em se tratando das coisas de Deus tudo deve ser simples, transparente, entendível e de fácil aplicabilidade. Pelo menos deveria ser. “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.” I Co 14:40
As igrejas sobrevivem de dízimos, ofertas e doações objetivas, alimentos, roupas e outras doações mais. Algumas mais organizadas do ponto de vista da legalidade jurídica, recebem recursos governamentais que fomentam pequenas ações sociais no seu meio. Observando as ações das grandes denominações em relação às pequenas, é fácil identificar quem é quem no oficio. É patente a ação importante dos pequenos ministérios no sentido de minorar o sofrimento dos mais necessitados. Como também é notório o grande esforço dessas igrejas no sentido de conseguir recursos para levar a frente essas ações. É importante frisar que em todas de igual modo, existe o desejo de expansão até mesmo para que se consiga um enraizamento dos objetivos no sentido de se fazer notada no meio de tantas. O certo em tudo isso, é que todas, sendo elas grandes ou pequenas, carecem da fidelidade e da generosidade de muitos, no sentido de contribuir para que tudo possa se tornar realidade. “E aqui certamente recebem dízimos homens que morrem; ali, porém, os recebe aquele de quem se testifica que vive.” Hebreus 7:8
O crescimento das denominações evangélicas no Brasil como um todo tem sido vertiginoso. Como também tem sido importante e na mesma proporção, o crescimento dos escândalos, principalmente de malversação desses recursos. Se no mundo secular essas coisas acontecem em escala alarmante, devido a fatores não observados do ponto de vista da banalidade com que se faz politica e ação social no Brasil, no mundo evangélico isso não deveria acontecer, pois a intensidade do ensinamento cristão e de como devemos nos portar com as coisas de Deus partem diretamente do compendio que norteia nossas ações, a Bíblia Sagrada. Reconhecer a importância da igreja evangélica como instituição indispensável para a consolidação dos alicerces morais de nossa sociedade deveria ser a logica, mas infelizmente não é o que vislumbramos. Para ser exemplo temos que dar exemplo, para ser referencia temos que adquirir referencial e isso só vem com a formação virtuosa do caráter de nossas lideranças. Não é sábio crescer como instituição religiosa mergulhado na incerteza dos procedimentos que nos são peculiares. A retórica de nossas ações nos responsabiliza pelos resultados, e se isso é pouco, temos como mercadoria de manipulação, vidas humanas, sedentas de refrigério, leniência espiritual e conforto em suas tragédias e desventuras.
A julgar pelo crescimento de algumas denominações, podemos afirmar que o povo de Deus tem sido fiel nos dízimos, nas ofertas e nos sacrifícios no tocante as suas reponsabilidades e no chamamento. Porem, em se tratando de aplicabilidade e o retorno dos benefícios em prol dos mais necessitados os resultados tem sido pífio. Fidelidade aliada a responsabilidade, tem como certa a prosperidade, mas pelo que podemos testemunhar, essa prosperidade tem batido só na porta de alguns e de modo escandaloso e até vergonhoso, enquanto que a grande maioria continua tendo que ralar para conseguir manter viva a esperança de ser “abençoada”. Ante a frustração de uma campanha, renovam as forças e partem para a próxima, sempre com o objetivo focado para as recompensas materiais esquecendo-se de alicerçar a maior das conquistas, a SALVAÇÃO EM CRISTO JESUS NOSSO SENHOR. Uma coisa eu posso te garantir, não é a vontade de Deus que você viva de campanha em campanha em busca de ser abençoado, mais que você se firme na fé, na fidelidade, na obediência e no amor ao próximo, assim procedendo, justifica o que vaticina sua infalível Palavra. “que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade.” I Tm 2:4
A prosperidade é uma bênção inerente a todos, porem nem todos serão alcançados. Líderes irresponsáveis, compromissados somente consigo mesmo, estão levando milhares de pessoas ao deserto árido da falta de conhecimento e da cegueira espiritual, ou seja, estão sendo impedimento à prosperidade do povo de Deus. Atribuem à Bíblia ilações falaciosas, ensina o que lhes convém e defrauda a consciência dos incautos com discursos bonitos, porem desprovidos do verdadeiro conteúdo bíblico, demonstrando não só as suas más intenções no tocante ao desvirtuamento da verdade, como flagrante e descarada falta de temor a Deus. É triste, mas lembra os tempos em que a “Igreja Romana” dominava o mundo e aprisionava pessoas com a venda de indulgências e promessas de salvação atreladas a generosidade de suas doações. Pelo menos havia movimentos reacionários nos porões no sentido de combater essas práticas diabólicas, e assim mesmo levaram 1250 anos para consolidar uma reforma importante. E hoje? Cadê os Luteros, os Calvinos, os João Ferreira de Almeida? Cadê os Mude, os Spurgeon, os Wesley? Cadê os Bergs, os Gunnar vingren, os Paulo Leiva Macalão? Se esses homens pudessem voltar aqui, certamente se envergonhariam, e seriam tomados de tristeza ao testemunhar o que estão fazendo com os direitos conquistados e consequentemente com a Igreja comprada com Sangue.
A pergunta é: Como podemos esboçar uma reação se o que presenciamos parte das pessoas que lideram as maiores denominações evangélicas em nosso país? Monopoliza mídia, perseguem pequenos ministérios, subornam mentes incautas e galgam influencia junto a políticos alvissareiros. As igrejas se transformaram em latifúndios eclesiásticos nas mãos de uns poucos e os membros escravos de mentiras e promessas absurdas que em nada representam a vontade de Deus. O que em tese poderia servir para minorar o sofrimento de muitos, serve para engordar as contas de uns poucos. Sinceramente, se uma das prerrogativas para entrar no céu é a humildade, uma boa parte dos lideres evangélicos brasileiros já podem botar as barbas de molho, pois tenho duvidas quanto ao futuro que lhes está reservado. Protagonistas de escândalos vergonhosos, mentirosos, arrogantes, detratores, infiéis, ladrões de consciências, roubadores das coisas de Deus, esses são uns poucos adjetivos com os quais podemos qualificar gente dessa estirpe, que mais dias menos dias, serão confrontados por suas práticas, assim como foi Belsasar e receberão a sentença da boca de quem pode sentenciar. “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos;”
Gerir de modo responsável os recursos arrecadados nas reuniões de culto, campanhas ou qualquer outro movimento evangélico é o dever de todo líder compromissado com a verdade e com as coisas do Reino. Proporcionar ação social no âmbito da comunidade, minorar o sofrimento de pessoas e ajudar na evangelização dos perdidos seria o maior dos objetivos. Pelo entendimento tácito, podemos afirmar que a benção de Deus sobre os seus servos tem seu objetivo central dividido em três propósitos: a) Proporcionar o bem estar do diretamente abençoado, b) Ajudar a minorar o sofrimento do teu irmão e c) Ajudar na obra de Deus na terra (construção de templos, apoio a movimentos de concentração, despesas com as igrejas e evangelização de maça incluindo missões de todas as modalidades). Adquirir bens faraônicos tipo mansões, fazendas, palácios, jatinhos, carrões e gastar desregradamente não aplicando os recursos advindos da contribuição de fieis onde deveriam ser aplicados, não condiz com o objetivo maior do altruísmo cristão e o credo dos apóstolos, que nos alerta para o perigo de enveredarmos pelo caminho da avareza e da soberba desmedida. É uma demonstração de ostentação imoral de cunho criminoso aos olhos da sociedade como um todo. Seria o mesmo que cuspir na cara daqueles que de modo penoso, se submete a sacrifícios extremos para atender aos apelos de seus lideres no sentido de fazer frente às despesas com a administração de suas instituições, que entendemos não são poucas.
Evidentemente que gerir condignamente fazendo o que é certo ao destinar de modo responsável os recursos que se arrecada nas igrejas é moralmente honroso do ponto de vista do caráter humano e de grande valia para o crescimento prospero das instituições, pois passamos a cumprir os objetivos afins. Confirmando dentro de um contexto sócio - econômico, os verdadeiros marcos produtivos de uma igreja séria e que se preocupa com o bem estar de sua membrezia e especialmente dos menos favorecidos, digamos que o titulo do artigo demonstra a simplicidade com que se pode equacionar os verdadeiros propósitos da igreja enquanto organização terrena. É desnecessário dizer que os gastos com bens pessoais, não se constitui ilícito, desde que dentro da normalidade que se faz necessário, de outra forma seria ostentar, coisa que não devemos, enquanto líder, deixar transparecer aos olhos de quem se sacrifica para contribuir.
De nada adianta escrevermos artigos recheados de criticas, se em tese não propormos soluções para frear esse tipo de mazela. Seriamos mais um a gritar com vós dissonante em meio a surdos ou que se faz de surdos. Penso que a solução para evitar desmandos e malversações com o que se arrecada nas igrejas está nas mãos de quem contribui e de quem detém os dispositivos da legalidade jurídica das instituições. Você pode perguntar, e como seria feito? Fácil! Uma solução perfeitamente palatável, seria a criação de uma comissão de fiscalização composta de membros da igreja com poderes de aprovar ou vetar gastos que de alguma maneira possam não condizer com as necessidades da instituição. A outra viria de ações governamentais através da Receita Federal exigindo a comprovação da aplicabilidade de um percentual das receitas em projetos de interesse social, com pesadas punições em caso de desvio de recursos para fins que não fossem os objetivados em lei. Uma coisa é certa, seria bem menor o numero de mansões, jatinhos, helicópteros, carrões, haras e fazendas suntuosas em poder de pessoas que tem como único objetivo, se locupletar das coisas de Deus e bem maior os benefícios em favor dos que dependem de Deus.
Deus, em Cristo Jesus abençoe a todos!!