Fichamento pedagogia da autonomia
Por Cinthya Mary de Oliveira Rabelo | 11/02/2012 | CursosFichamento do livro: Pedagogia da Autonomia
Por- Cinthya Mary de Oliveira Rabelo
E-Mail: cinthyarabelo@hotmail.com
Acadêmica da Universidade Vale do Acaraú – UVA
Curso de Recursos Humanos
Autor: Paulo Freire (1996).
“A reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando blábláblá e a prática, ativismo.” (p. 6)
“Neste caso, é a força criadora do aprender de que fazem parte a comparação, a repetição, a constatação, a dúvida rebelde, a curiosidade não facilmente satisfeita, que supera os efeitos negativos do falso ensinar. Essa é uma das significativas vantagens dos seres humanos – a de se terem tornado capazes de ir mais além de seus condicionantes.” (p.8)
“Ensinar exige rigorosidade metódica.” (p. 8)
“Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro.” (p.9)
“A necessária promoção da ingenuidade a criticidade não pode ou não deve ser feita a distância de uma rigorosa formação ética ao lado sempre da estética. Decência e boniteza de mãos dadas[...].” (p.11)
“O pensar certo sabe, por exemplo, que não é partir dele como um dado , que se conforma a prática docente crítica, mas também que sem ele não se funda aquela[...].” (p.13)
“[...]Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.[...]” (p.16)
“Entre nós, mulheres e homens, a inconclusão se sabe como tal. Mais ainda, a inconclusão que se reconhece a si mesma, implica necessariamente a inserção do sujeito inacabado num permanente processo social de busca. Histórico-sócio-culturais, mulheres e homens nos tornam seres em quem a curiosidade, ultrapassando os limites que lhe são peculiares no domínio vital, se torna fundante da produção do conhecimento. Mais ainda, a curiosidade e já conhecimento. Como a linguagem que anima a curiosidade e com ela se anima, é também conhecimento e não só expressão dele.” (p.19)
“O exercício do bom senso, com o qual só temos o que ganhar, se faz no corpo da curiosidade. Neste sentido, quanto mais pomos em prática de forma metódica a nossa capacidade de indagar, de comparar, de duvidar, de aferir, tanto mais eficazmente curiosos nos podemos tornar e mais crítico se pode fazer o nosso bom senso[...]” (p. 22)
“Se há algo que os educandos brasileiros precisam saber, desde a mais tenra idade, é que a luta em favor do respeito aos educadores e à educação inclui que a briga por salários menos imorais é um dever irrecusável e não só um direito deles.[...]” (p. 23)
“É preciso, porém, que tenhamos na resistência que nos preserva vivos, na compreensão do futuro como problema e na vocação para o ser mais como expressão da natureza humana em processo de estar sendo, fundamentos para a nossa resignação em face das ofensas que nos destroem o ser. Não é na resignação mas na rebeldia em face das injustiças que nos afirmamos.” (p. 28)
“[...]Exercer a minha curiosidade de forma correta é um direito que tenho como gente e a que corresponde o dever de lutar por ele, o direito à curiosidade[...]”
(p.31)
“O autoritarismo e a licenciosidade são rupturas do equilíbrio tenso entre a autoridade e liberdade.[...]” (p. 32)
“Ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade a segurança com que a autoridade docente se move implica uma outra, a que se funda na sua competência profissional[...]” (p.33)
“No fundo, o essencial nas relações entre o educador e educando, entre autoridade e liberdades, entre pais, mães, filhos e filhas é a reinvenção do ser humano no aprendizado de sua autonomia.” (p. 34)
“[...]Enquanto presença não posso ser uma omissão mas um sujeito de opções. Devo revelar aos alunos a minha capacidade de analisar, de comparar, a avaliar, de decidir, de optar, de romper. Minha capacidade de fazer justiça, de não falhar à verdade. Ético, por isso mesmo, tem que ser o meu testemunho.” (p. 36)
“Outro saber de que não posso duvidar um momento sequer na minha prática educativo-crítica é o de que, como experiência especificamente humana, a educação é uma forma de intervenção no mundo.[...]” (p.36)
“Do ponto de vista dos interesses dominantes, não há dúvida de que a educação deve ser uma prática imobilizadora e ocultadora de verdades. Toda vez, porém, que a conjuntura o exige, a educação dominante é progressista pela metade. As forças dominantes estimulam e materializam avanços técnicos compreendidos e, tanto quanto possível, realizados de maneira neutra.[...]” (p.36)
“Ao reconhecer que, precisamente porque nos tornamos seres capazes de observar, se comparar, de avaliar, de escolher, de decidir, de intervir, de romper, de optar, nos fizemos seres éticos e se abriu para nós a probabilidade de transgredir a ética, jamais poderia aceitar a transgressão como direito mas como uma possibilidade.[...]” (p. 37)
“Ensinar exige liberdade e autoridade.” (p.38)
“Os sistemas de avaliação pedagógica de alunos e de professores vêm se assumindo cada vez mais como discursos verticais, de cima para baixo, mais insistindo em passar por democráticos. A questão que se coloca a nós, enquanto professores e alunos críticos e amorosos da liberdade, não é, naturalmente, ficar contra a avaliação, de resto necessária, mas resistir aos métodos silenciadores com que ela vem sendo às vezes realizada.[...]” (p. 43)
“O progresso cientifico e tecnológico que não responde fundamentalmente aos interesses humanos, ás necessidades de nossa existência, perdem, para mim, sua significação.[...]” (p. 49)
“[...] É no respeito às diferenças entre mim e eles ou elas, na coerência entre o que faço e o que digo, que me encontro com eles ou com elas. É na minha disponibilidade à realidade que construo a minha segurança, indispensável á própria disponibilidade á realidade sem segurança mas é impossível também criar a segurança fora do risco da disponibilidade.” (p.51)
Considerações
Em relação à obra estudada podemos considerar várias passagens importantes para a formação ética, autônoma e crítica do professor. A linguagem é trabalhada de uma forma bem didática. Saberes e práticas são abordadas de uma maneira bem precisa para a compreensão dos leitores.
Paulo Freire divulga os meios que levam a uma nova forma da prática de ensino. Tem-se uma nova visão de como o professor deve agir, perceber, ouvir e criticar. Aspectos relevantes merecem destaque na obra como: competência, criticidade, bom senso, pesquisa, humildade.
Tais fatores são cada vez mais perceptivos na formação adequada na qual é passada nos dias de hoje e na trajetória de professores que irão trabalhar com muitas dificuldades e diferenças. È trazido nos textos à relevância quanto a importância de respeitar as diferenças existentes entre educador e o educando, as dificuldades encontradas durante o ofício e a humildade, fator essencial para a mutualidade da troca de saberes.
Há passagens que nos ensina muito, quando o autor afirma que não há aprendizado sem pesquisa e não há pesquisa sem aprendizado, pois uma se encontra na outra. Outra é que saber ensinar não é apenas despejar conhecimento, mais possibilitar a construção para que ele seja produzido.
Temos que encarar a educação como o autor nos mostra, quando ele afirmar que a pratica educativa é uma forma de intervenção no mundo, pois quando ensinamos fazemos uma diferença e possibilitamos mudanças no agir e no pensar de quem participa dessa interação.