Feromônios: dados relevantes
Por Sandro Souza de Oliveira | 29/10/2009 | ArteFeromônios são substâncias excretadas por organismos vivos e detectadas
por outros indivíduos da mesma espécie, produzindo mudanças de
comportamento específicas e sendo estudado a sua presença e ação em
seres humanos. Estes compostos, portanto, atuam na comunicação entre
membros de uma mesma espécie. O comportamento sexual dos animais e
insetos, em especial a atração exercida pelas fêmeas sobre os machos de
uma mesma espécie, sempre despertou a curiosidade de pesquisadores das
mais diversas áreas do conhecimento. A aplicação de feromônios na
agricultura, seja como forma de monitoramento populacional ou em
armadilhas de captura de insetos é hoje uma realidade cada vez maior na
busca por formas racionais de controle de pragas. Entretanto, a grande
dificuldade no estudo de feromônios reside no fato dessas substâncias
naturais serem produzidas pelos organismos em quantidades extremamente
baixas e junto com vários outros compostos inativos, mas quimicamente
semelhantes. Além disso, na maioria dos casos os feromônios são
substâncias voláteis e/ou instáveis e de difícil manipulação.
Feromônios são substâncias inodoras produzidas pelos animais e
depositadas no ambiente, capazes de influenciar o comportamento e o
funcionamento orgânico de indivíduos da mesma espécie. Estes compostos,
portanto, atuam na comunicação intraespecífica (entre membros de uma
mesma espécie). Como exemplos, podem ser citados os feromônios sexuais
(provocam a atração entre macho e fêmea), os feromônios de alarme
(produzem estado de alerta pela aproximação de algum predador natural)
e os feromônios de trilha e oviposição (demarcam, respectivamente, o
caminho até uma fonte de alimentos e o local onde os ovos foram
depositados.
Os insetos também se comunicam através de sinais
químicos. Funcionam como sinais químicos os chamados feromônios,
substâncias voláteis, ativas em quantidades mínimas que, ao serem
liberadas por um inseto, têm a propriedade de afetar outros insetos. Já
as plantas podem produzir cores e odores para atrair insetos à
polinização, como vimos. Podem também adicionar a estes recursos o
recurso da forma.
Os feromônios de laboratórios são
substâncias geralmente simples, como alcoóis, ácidos ou ésteres
alifáticos. Muitos feromônios têm natureza terpênica e são muito
semelhantes às essências das plantas.
São utilizados na
agricultura por meio de armadilhas com atrativos aos insetos ou outros
animais, como por exemplo, pastilhas de feromônios sexuais para atrair
o macho ou a fêmea e também substâncias adesivas para insetos que
causam danos as plantações.
Em relação à feromônios em humanos,
de acordo com pesquisas ocorre percepção de odores, quando estes são
novos no ambiente. E nas mulheres alteram seu ciclo menstrual e
ovulação. Se existe algum feromônio nos seres humanos, este foi
minimizado por produtos de higiene, como sabonetes, perfumes,
desodorantes e antitranspirantes.
Entretanto, a grande
dificuldade no estudo de feromônios (isolamento, identificação e
aplicações específicas) reside no fato dessas substâncias naturais
serem produzidas pelos organismos em quantidades extremamente baixas e
junto com vários outros compostos inativos, mas quimicamente
semelhantes. Além disso, na maioria dos casos os feromônios são
substâncias voláteis e/ou instáveis e de difícil manipulação. Técnicas
analíticas sofisticadas têm sido empregadas para a determinação da
estrutura de vários feromônios, destacando-se a cromatografia a gás
acoplada a outros instrumentos (espectrômetro de massas, infravermelho,
ultravioleta e ressonância magnética nuclear). Em alguns casos, uma
amostra de alguns nanogramas, obtida a partir de um único inseto, pode
ser suficiente para uma análise eficiente.
Quando o feromônio
for usado com o objetivo de determinação do nível populacional de uma
praga, visando à aplicação de tratamentos químicos no momento preciso
ou necessário (monitor), tem sido recomendado que tais medidas somente
sejam empregadas quando as 5 armadilhas distribuídas em um hectare
apresentarem uma média geral de 3 a 5 indivíduos por armadilha. Abaixo
desse índice, são dispensados os tratamentos químicos indicados para o
combate, surgindo daí as vantagens econômicas e toxicológicas já
referidas
Os feromônios sexuais são mais eficazes em situações
de baixa infestação das pragas alvo. Nos casos de alta infestação, o
controle químico complementar deve ser previsto no planejamento do
programa, bem como deve-se atentar para a possibilidade de incremento
de pragas secundárias nas áreas tratadas.
Em relação aos estudos
feitos com feromônios em humanos, estes vêm sendo feitos com maiores
critérios e análises. Porém o que instiga maior atenção é o fato que
quando há cheiro novo no ambiente o sistema olfativo sobre uma grande
percepção.
Fonte: JUNGES, Mário J. Feromônios: uma química espetacular, XVI EDEQ, FURG, Rio Grande, RS, 1995.