Fazenda
Por Renato Ladeia | 21/09/2012 | PoesiasCANAVIAL
O canavial da velha Fazenda São Vicente
Enchia meus olhos de verde, doce verde
Espalhava-se pela terra o cheiro forte e doce
Para além do verde dos campos no horizonte
Os carros de bois rangiam pelo verde mar
Arrastando o trabalho e o suor de todos
O doce ruído das rodas parecia arranhar
Rude música, que feria os meus sentidos
O grito do Zé Carreiro rasgava a paisagem
Guiando os bois como se guiam os homens
Eihhaooo! Afasta Rosário! Vai Apaixonado!
E a tarde deitava-se febril, no verde canavial
Preguiçosamente, num ritual divino e natural
Lentamente, docemente que até parecia real