FATORES QUE DIFICULTAM O DESEMPENHO INOVADOR NAS COOPERATIVAS DE TRANSPORTE DO ESTADO DO PARANÁ

Aramis Moutinho Junior
Mestrando em Gestão de Cooperativas – PPGCOOP - PUC/PR

João Gogola Neto
Mestrando em Gestão de Cooperativas – PPGCOOP - PUC/PR

Resumo

O sistema Ocepar através do Programa de Apoio a Pequenas Cooperativas – Procoope, tem por objetivo a estruturação e viabilização dos ramos de cooperativas, considerando que o ramo transporte é um dos ramos que mais demanda ações do sistema e vem se organizando e crescendo significativamente nos últimos anos, torna-se necessária a elaboração de um plano de ação que contemple os gargalos da atividade. Como as cooperativas são constituídas na grande maioria por associados com perfil conservador, que geralmente decidem não mudar a forma de operação ou diversificar os produtos oferecidos, considerou-se disposição para inovar, ou seja, a inovatividade,  como um dos gargalos da atividade de transporte cooperativo, pois o mercado seja de transporte de cargas ou de passageiros constantemente está oferecendo novos produtos ou apresentando aos seus clientes ferramentas que facilitem a relação de contratação de sua atividade, e estas ferramentas acabam trazendo maior eficiência operacional, redução de custos e consequentemente aumento da fatia de mercado. Portanto para a elaboração de um plano de ação primeiramente torna-se requisito pesquisar e avaliar quais são os fatores que dificultam o desempenho inovador das cooperativas de transporte do estado do Paraná.

Palavras-chave: Cooperativas de transporte. Inovação. Inovatividade. Difusão da inovação.

1 INTRODUÇÃO

Criado pela AGO da OCB no dia 30 de abril de 2002, o RAMO TRANSPORTES é o mais novo ramo do cooperativismo e é composto pelas cooperativas que atuam no transporte de cargas e passageiros, a partir deste reconhecimento o ramo se organizou em âmbito nacional, criando o conselho consultivo nacional do ramo Transporte, que é suportado pelos conselhos estaduais, que são responsáveis pela elaboração de planos ação para atendimento das demandas das cooperativas.
Dentre os diversos desafios do segmento está a questão da inovação, seja ela do ponto de vista de processos, e de forma interna, ou seja, falta de orientação empreendedora, ou ainda externa, com lançamento de produtos e serviços e forma de atender o mercado de forma ágil, com qualidade e preços competitivos. Ao longo dos anos as cooperativas de transporte montaram suas estruturas físicas e operacionais no sentido de prestar o melhor serviço possível ao seu quadro social, desta forma colocaram à disposição recursos (pessoas, equipamentos, etc), a fim de que seu cooperado tivesse apenas a preocupação da realização de sua atividade fim, ou seja, o transporte (passageiros ou de cargas), mas este modelo com o passar do tempo tornou-se oneroso e foi perdendo a eficiência, pois empresas mercantis da atividade de transportes começaram a usar ferramentas modernas para redução de custos, tais como sistemas de informática e também parcerias ponto a ponto para reduzir o tempo de do veículo ocioso, a consequência imediata da concorrência comercial foi a redução da margem operacional das cooperativas, trazendo inclusive a inviabilização econômica de algumas cooperativas. Os gestores das cooperativas até tentam “inovar” lançando produtos e serviços atrativos e que possuem demanda no mercado, porém o quadro social é reticente a apoiar de forma imediata, e a evolução lenta e gradativa torna o produto/serviço obsoleto.
O sistema Ocepar que é composto pela Organização das cooperativas Paranaenses, Serviço Nacional de Aprendizagem do cooperativismo e Federação dos sindicatos de cooperativas do Paraná, tem como missão dar o suporte institucional, representar e ainda capacitar o quadro social, funcionários e familiares de cooperados a fim de que estes tenham uma melhor qualidade de vida, e para que este objetivo seja atendido junto ao segmento de transporte cooperativo, este artigo tem por objetivo identificar quais são os fatores que dificultam o desempenho inovador neste segmento, esta informação auxiliará a elaboração de plano de ação futura para minimizar os “gaps” de tempo que existem no lançamento de produtos e serviços por cooperativas e empresas mercantis.

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